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Crítica | Y: O Último Homem – 1X06: Weird Al Is Dead

por Luiz Santiago
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  • spoilers. Leia, aquias críticas dos outros episódios e, aqui, as críticas para a série em quadrinhos.

Num olhar superficial, Weird Al Is Dead é um episódio que “finalmente dá boa atenção a todos os núcleos narrativos” de Y: O Último Homem, continuando a história de cada um e fazendo o possível para nos manter igualmente interessados nessas tramas. Todavia, quando olhamos com mais atenção para os tais acontecimentos, percebemos que a série está pouco a pouco perdendo a unidade que ensaiou construir nos primeiros capítulos, individualizando demais os blocos e colocando em risco o sentido geral do show.

É uma questão séria. Ter uma impressão tão segmentada de eventos que se passam no mesmo Universo pode levar a dificuldades narrativas notáveis dos roteiristas, ao final da temporada, em unir todas as linhas num conjunto coeso, fazendo o público sentir que está acompanhando uma realidade transformada pela tragédia da morte dos animais com cromossomo Y. O que fazer, então? Bem, não há resposta fácil e nem definitiva, apenas perceptiva. Qualquer espectador que tenha visto meia dúzia de séries sabe perfeitamente o quão problemáticas são construções tão isoladas, como as que temos aqui. E notem que há sequências de leve costura entre essas partes, mas nenhuma delas parece verdadeiramente fazer um bom trabalho de integração.

Vemos três histórias com níveis distintos de qualidade. No bloco de Washington, o jogo político se acirra e as indefinições sobre quem deve assumir o governo, permanecem. Confesso que ainda não entendi o fato de a legítima sucessora da cadeira da presidência não ter reclamado o seu posto. Tampouco entendi o silêncio de todo o entorno. É um “elefante na sala” e, por ser tão óbvio, o roteiro deveria abordar de forma direta. Se isso fosse custar meia dúzia de cenas de intrigas políticas, melhor ainda. Pelo menos o status estaria colocado na mesa e essa aparência de “vai-não-vai” simplesmente desapareceria. O roteiro, porém, vai lentamente cercando a personagem de Diane Lane com o intuito de tornar as coisas bem mais difíceis para ela, o que é algo interessante. Mas o jogo é digno de ser contestado porque procura alcançar algo que o próprio jogo da democracia deveria resolver. Soa preguiçoso…

Já no núcleo de Yorick e Cia., curiosamente o que tem a melhor interpretação do elenco (de Ashley Romans, como Agente 355), acaba sendo o mais chatinho de todos, o que é um absurdo tremendo, já que o personagem-tema da série está nele. Aqui a gente tem o retorno das briguinhas de Y e da Dra. Mann contra 355, e esse eterno ciclo torna o bloco cada vez menos interessante, perdendo, inclusive, para o lanterninha até o momento, envolvendo as Amazonas e todo aquele clima de seita feminina + podre misandria. De maneira inesperada, esse bloco acaba se colocando em destaque dada a intensidade das coisas que mostra, atiçando a curiosidade pelo seu desenvolvimento daqui pra frente.

Nessa separação muitíssimo marcada, Y: O Último Homem corre perigo de perder o sentido geral de uma grande história. A sensação de Universo sendo criado começou a dar as caras bem no início do programa, mas logo foi posta de lado para fortalecimento desses diversos caminhos narrativos. A longo prazo, porém, a individualização prejudica a representação de um grande cenário, e acredito que este só ganhará corpo quando Y chegar ao laboratório da Dra. Mann. A questão é: isso ocorrerá nesta temporada? Se sim, haverá tempo para aproveitar a nova fase da série? Se não, o que os roteiristas vão fazer com esse chatíssimo bloco que deveria ser o que mais atenção e cuidado deveria receber da produção?

Y: O Último Homem – 1X06: Weird Al Is Dead (Y: The Last Man – EUA, 4 de outubro de 2021)
Direção: Destiny Ekaragha
Roteiro: Olivia Purnell
Elenco: Diane Lane, Ashley Romans, Ben Schnetzer, Olivia Thirlby, Juliana Canfield, Elliot Fletcher, Diana Bang, Marin Ireland, Amber Tamblyn, Samantha Brown, Nicole Fournier, Stephannie Hawkins, Quincy Kirkwood, Yanna McIntosh, Sydney Meyer, Fallon O’Brien, Marianna Phung, Missi Pyle, Mojeane Sadr, Jess Salgueiro, Elizabeth Whitmere, Jennifer Wigmore
Duração: 51 min.

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