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Crítica | Y: O Último Homem – 1X10: Victoria

Preparando tudo para mudar de tom.

por Luiz Santiago
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  • spoilers. Leia, aquias críticas dos outros episódios e, aqui, as críticas para a série em quadrinhos.

Enfim, acabou. Com um início e desenvolvimento protocolares e um tanto perdidos em sua intenção, Y: O Último Homem só conseguiu mostrar algo de interessante já na reta final, mais especificamente, nos episódios que foram ao ar após a notícia de que a série havia sido cancelada — daquelas ironias trágicas do destino, não é mesmo? Claro, existe sempre a possibilidade de outro canal/serviço comprar os direitos para a produção do show, mas, sinceramente, espero muito que isso não aconteça. Sob os pilares onde foi fundado, o programa não conseguiria gerar frutos interessantes em toda sua extensão a partir daqui. Uma nova chance deveria vir com uma revolução completa na estrutura narrativa, e tenho lá as minhas dúvidas se uma equipe de produção conseguiria ou aceitaria fazer isso. Porque para esse show aqui, não será nada fácil.

O que tivemos aqui em Victoria foi um já esperado ajuntamento de personagens com boas pontas soltas para o futuro. As Amazonas invadem a comunidade das prisioneiras e todo o conflito gerado a partir daí é recheado de ação e mudanças no comportamento e mentalidade das jovens mulheres, afetando a hierarquia e a moral do grupo. Pela segunda vez na série eu fiquei extremamente feliz em ver uma personagem odiosa tomar um tiro. Agora com Nora no comando, muita coisa deve mudar, pois o pensamento e a visão de mundo dela é bem diferente do projeto inconsequente de Roxanne. Ou seja, Nora é ainda mais perigosa, pois é calculista e inteligente, não se valendo apenas da emoção para liderar. Sem contar que ela vem da política e sabe como agir nesse tipo de posto.

Das cenas em Washington temos apenas alguns pontos de destaque, com um “pagamento” interessante no final. E eis aí um aspecto da série que sempre se manteve instigante para mim. A história da Agente 355 foi se tornando cada vez mais forte em Y, e aqui se mostra quase impossivelmente medonha, provando que a organização da qual ela faz parte está vigiando os seus passos e tem um plano para ela, para a Dr. Mann e para Yorick. É angustiante e ao mesmo tempo instigante pensar nos rumos que esses personagens poderiam ter tomado a partir de agora. O ruim, nesse pensamento, é ter dez episódios para nos provar que as interrupções e o encadeamento de enredos futuros poderiam atrapalhar, e muito, o que o show deveria trazer de bom.

O tiroteio entre os dois grupos de mulheres, o sequestro da presidente (?), de Beth e Sam pela mesma organização da Agente 355; o encontro de Yorick com Hero; a mudança de controle do grupo das Amazonas e a mudança geral do pensamento dos personagens principais apontam para uma Segunda Temporada mais pautada por ação, por desenterrar mistérios e para algo que deveria ter sido o norte dessa Primeira Temporada: dar o necessário contexto e abordagem para esse Universo como um todo, jamais perdendo Yorick de vista. Infelizmente isso veio aparecer tarde demais no show. E com alguns excessos que poderiam facilmente ser cortados, como a chatice de vermos os eventos sonâmbulos e desorientados da Agente 355. Mas apesar de tudo, acabou bem. Foi uma jornada cansativa, mas foi uma boa jornada.

Y: O Último Homem – 1X10: Victoria (Y: The Last Man – EUA, 1º de novembro de 2021)
Direção: Daisy von Scherler Mayer
Roteiro: Donnetta Lavinia Grays
Elenco: Diane Lane, Missi Pyle, Olivia Thirlby, Ashley Romans, Kristen Gutoskie, Ben Schnetzer, Sydney Meyer, Jess Salgueiro, Diana Bang, Stephannie Hawkins, Samantha Brown, Sam Robards, Juno Rinaldi, Jayli Wolf, Nicole Fournier, Lou Jurgens, Breton Lalama, Quincy Kirkwood, J.D. Renemarie, Pearl Sun, Deborah Drakeford, Jasmine Sean
Duração: 51 min.

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