Home TVEpisódio Crítica | Doctor Who – Série Clássica: An Unearthly Child (Arco #1)

Crítica | Doctor Who – Série Clássica: An Unearthly Child (Arco #1)

por Luiz Santiago
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Equipe: 1º Doutor, Susan, Ian e Barbara
Espaço: Londres / Algum lugar da África ou Ásia
Tempo:
 1963 / 100.000 a.C.

Levando em conta a intenção didática que Doctor Who tinha logo no início de sua existência, o roteirista do primeiro arco da série, Anthony Coburn, pensou em um enredo que trabalhasse um momento específico da história da humanidade, fazendo com que o Doutor e seus acompanhantes chegassem ao Paleolítico, numa sequência de eventos que culminariam na descoberta do fogo.

O arco An Unearthly Child (também conhecido como 100.000 a.C.) estreou na BBC no dia 23 de novembro de 1963, e começou muito bem, com um episódio homônimo eficientemente dirigido e escrito, de forma a deixar que o espectador tivesse impressões básicas sobre as personagens principais e sentisse curioso para seguir acompanhando a aventura.

No início da história, temos os professores Ian (Ciências) e Barbara (História), que numa conversa, exprimem admiração e certa preocupação com uma de suas alunas, a inclassificável Susan Foreman. Ao mesmo tempo que a garota conseguia ser brilhante em uma série de cosias, parecia ser incapaz de entender outras extremamente comuns. Barbara deixa clara a preocupação com o tal avô de Susan, que nunca aparecia na escola. Ela então convence Ian a seguir Susan até em casa e descobrir mais sobre o o responsável da garota.

A surpresa dos professores em ver Susan entrar em um galpão cheio de velharias não foi maior do que a que tiveram ao entrar na TARDIS, alguns minutos depois. A aparição do Doutor é chamativa e digna de nota. Uma espécie de batalha retórica é travada entre o velho e os professores de Susan. O Doutor se mostra bravo e um pouco esnobe, mas muitíssimo inteligente. Quando Susan ouve vozes e abre a porta da TARDIS chamando pelo avô, é lançado o ponto de partida para a primeira viagem.

O Doutor sequestra os professores e aciona os mecanismos de desmaterialização da nave, que trava pela primeira vez e quebra uma de suas principais funções, o “circuito camaleão”. Essa função permitia à nave disfarçar-se da melhor maneira possível em qualquer lugar em que se materializasse. Com o circuito quebrado, ela ficaria presa ao formato de uma cabine policial azul, a última forma adotada antes do problema técnico acontecer.

O primeiro episódio é sem dúvida o melhor de todo o arco. A tensão criada entre o Doutor, as súplicas históricas de Susan e a expressão de espanto dos professores são impagáveis e formam um bom contexto para ser trabalhado nos capítulos seguintes. O problema é que a aventura no Paleolítico vai se tornando terrivelmente truncada, obedecendo um ritmo narrativo que dificilmente faria uma criança ou adolescente manter-se em frente da televisão se não fosse o lado aventureiro do enredo, que algumas vezes perde espaço para dar lugar a injustificáveis exposições do modo de vida dos homens das cavernas. Salvam-se alguns bons momentos, como a prisão dos viajantes na caverna dos Skulls e a fuga, ao final do último episódio, The Firemaker.

A despeito do desenvolvimento lento e um pouco chato da trama, o arco recebeu uma boa recepção da imprensa, além de trazer  uma abertura e finalização ágeis e interessantes. O inteligente cliffhanger também foi um fator importante para segurar muita gente para a história que definitivamente faria de Doctor Who um sucesso, a primeira aventura do Doutor contra os Daleks, no arco arco seguinte da série. Começava aqui uma das principais e mais longevas séries de ficção científica da história da televisão.

An Unearthly Child (Arco #1) – 1ª Temporada – Series Premiere

Roteiro: Anthony Coburn
Direção: Waris Hussein
Elenco principal: William Hartnell, William Russell, Jacqueline Hill, Carole Ann Ford

Audiência média: 5,90 milhões

4 Episódios (exibidos entre 23 de novembro e 14 de dezembro de 1963)
1. – An Unearthly Child
2. – The Cave of Skulls
3. – The Forest of Fear
4. – The Firemaker

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