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Entenda Melhor | Serpentes: Monstros Icônicos do Cinema

por Leonardo Campos
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Enigmáticas e com longa tradição em nossa história literária e cinematográfica, as serpentes são animais que despertam curiosidade e mistério, repulsa e pavor. Aqueles que se sentem atraídos por estes répteis estão entre os praticantes da ofidiofilia, o contrário da ofidiofobia, isto é, a sensação de medo e repulsa por estes seres rastejantes. Há várias espécies de serpentes em todo os continentes do nosso planeta, mas de maneira geral, os animais deste grupo possuem crânios, maxilares, coluna vertebral e costelas. Cobertas por escamas lisas ou granuladas, a mudança de pele das serpentes é chamada de ecdise. Em alguns textos, são tratadas como cobras, noutros como serpentes, em alguns casos como víboras. O leitor pode se perguntar: e há diferença?

Sim, há, explicitada, logo mais, antes de adentrarmos na análise panorâmica das produções ficcionais que tiveram as serpentes como antagonistas na vida de personagens mergulhados em conflitos dramáticos dos mais variados. É importante que se saiba que todas as cobras são serpentes, mas nem toda serpente é uma cobra. Serpente é um nome genérico para os repteis que rastejam, sem patas. A cobra e a víbora são tipos de serpente. O que as diferencia é que as víboras são as espécies venenosas, com dentição apta para projetar a sua peçonha por meio da inoculação do veneno, além de terem o formato da cabeça triangular. Compreender tais diferenças foi fundamental para os jovens do curta-metragem Picada de Cobra, aventura que traz em sua base dramática um incidente com cobra para alegorizar temas como a amizade e a tomada de decisões em momentos de pressão fora do comum.

No desenvolvimento da reflexão que segue, o leitor poderá ter uma visão panorâmica das serpentes em nosso imaginário cultural, com recorte especifico para o cinema e a televisão, tendo a literatura e a pintura uma breve menção no desfecho, como complemento desta observação que tentou ser o mais detida possível. Os filmes não abordados com mais detalhes estão dentro de dois segmentos: ou já possuem uma crítica completa da obra, unitária, em nosso arquivo, ou então, por motivo de recorte, haja vista o prolongamento do texto, serão citadas brevemente ainda em nesse parágrafo introdutório. Diante do exposto, Anaconda, Anaconda 2 – Caçada Pela Orquídea Sangrenta, Serpentes a Bordo, Veneno Mortal, Cascavel, Rastro de Pavor e alguns outros, receberam uma análise com mais pormenores. Já Terror em Alcatraz, Python – A Cobra Assassina, Pânico a Bordo, Piranhaconda e outros do mesmo segmento adentraram a abordagem panorâmica em questão, não apenas por questões estéticas ou dramáticas, mas por disponibilidade com a devida qualidade ou pela falta de interesse de quem vos escreve em ceder maior espaço para estas produções. Para quem conhece o animal e sua presença no bojo do horror ecológico, pode sentir falta de Alma Satânica, Boa vs. Python – As Predadoras, Boa – A Cobra Assassina, Cobras, Magia Negra, Komodo vs. Cobra, Mega Snake, Pânico no Lago – Projeto Anaconda, dentre outras produções. Não foi por esquecimento ou descuido. A ausência é justificada por questões editoriais para a extensão textual. Assim, seguimos com um feixe especifico de filmes sobre um dos animais com maior participação em nossa longa tradição narrativa, responsável por seduzir Eva e Adão e destruir o Paraíso, além de ter causado a morte da icônica Cleópatra (versão mitológica mais aceita, mas há suposições de que tenha sido suicídio causado pela ingestão de um coquetel de drogas)

Serpentes no Cinema: Um Painel Panorâmico

Antes do tubarão-branco de Peter Benchley ganhar os cinemas, outros animais protagonizaram os horrores da sociedade. A Serpente, de 1966, dirigido por John Gilling, é um deles. Na trama, um homem herda a casa de seu irmão numa vila e decide se mudar para o local, acompanhado de sua esposa. Ao chegar, sentem a estranheza dos habitantes locais, pessoas que os recebem com frieza e distanciamento. Eles insistem que os novos moradores desistam de morar na vila, pois os moradores estão apavorados com a extensa lista de vítimas de supostos ataques de uma misteriosa serpente. A verdade, como todo filme trash da época que se preze, é assustadora, algo que se aproxima de O Homem-Cobra, produção da década de 1970 sobre um homem especialista em serpentes que não esconde de ninguém o seu desejo de transformar seres humanos em répteis. Encorajado pelo sucesso de Tubarão, de Steven Spielberg, os realizadores de O Monstro capitalizaram em torno da câmera subjetiva como parte primordial da direção de fotografia para conceber a história sobre uma criatura aquática que ataca as pessoas num vilarejo da Colômbia. As águas, poluídas por conta das ações de um fabricante de cimento, tornam-se mortais para todos que decidem se banhar, contrariando as regras e sugestões de quem está no processo investigativo em torno do monstro. Sob a direção de Kenneth Hartford, também responsável por colaborar com o roteiro, escrito por Walter R. Schimidt e Garland Scott, esta narrativa é uma aberração dramática ao longo de todos os seus extensos 98 minutos. A serpente praticamente só aparece em partes e ainda assim, não causa nem riso, tamanha a falta de bom-humor dos envolvidos.

Diferente dos ataques tradicionais de serpentes em filmes do horror ecológico que deflagram crises ambientais e destruição diante do amplo crescimento urbano desorganizado, temos Stanley – O Réptil Maligno e Presas de Satanás, produções de 1972 e 1981, respectivamente, ambas sobre personagens que utilizam serpentes como subsídio para crimes premeditados ou abertura de portais sobrenaturais. O primeiro caso, dirigido por William Grefé, também responsável pelo roteiro, em parceria com Gari Crutchen, nos apresenta Tim, um rapaz com afeição por cobras de estimação, em especial, as suas duas prediletas, nomeadas de Henzel e Stanley. Atormentado pelas memórias da guerra na qual foi testemunha, no desenvolvimento dos 108 minutos de produção, acompanhamos ele a utilizar a sua cascavel para se vingar de antigos desafetos. Com cenas envolvendo uma serpente de verdade, Stanley – O Réptil Maligno teve o apoio da equipe de efeitos visuais gerenciadas por Marie Del Russo, num filme onde a serpente aparece pouco, mas causa algum desconforto, tal como Presas de Satanás, dirigido por Bob Claver, cineasta que assumiu o roteiro de Gerry Holland, texto inspirado no livro de James Callaway. Com os efeitos visuais de Eoin Sprott, a produção retrata um pregador que luta contra as forças de Satanás, figura mítica que surge representada por uma enorme serpente que influência as demais repteis que são chamadas para o seu reinado de horror. Na luta contra o monstro central e suas ações macabras, um sacerdote assume a luta que emula o que já conhecemos sobre os embates entre o bem e o mal, numa trama bizarra, mas curiosa em seu argumento central.

Em Rastro de Pavor, suspense guiado pela direção de Tony Randel, cineasta que se baseia no texto de Jim e Kean Wheat, dupla que elaborou o roteiro inspirado no livro homônimo de Joseph Gilmore, acompanhamos a trajetória dos moradores de Eden Valley, uma cidade pacata que se vê amedrontada depois que um covil de cobras se rasteja até o local para buscar o ambiente ideal para isolamento, pois uma explosão realizada numa região próxima desalojou o espaço de procriação e sobrevivência das cascavéis que antagonizam a história de horror. Uma família em crise é o foco do roteiro, grupo de pessoas que precisa esquecer as diferenças e se juntar para lutar contra a inesperada chegada de serpentes nada amistosas, répteis que tocam o terror ao longo dos 90 minutos desta produção com cara de telefilme, lançada em 1996. Aparentemente, cascavéis de verdade foram utilizadas nas filmagens, complementadas pelos bichos criados pela equipe de efeitos visuais, comandada por Larry Fioritto. Em King Cobra, de 1999, qualquer sutileza é deixada de lado para que os espectadores acompanhem, durante seus 93 minutos, a trajetória de uma serpente que escapa de um laboratório e parte rumo aos festejos de uma cidade próxima. O animal de 30 metros precisa ser detido e para isso, um dos cientistas envolvidos na manipulação da serpente contrata um caçador que promete capturar a criatura antes que haja mais caos e destruição do que o imaginado. Sob a direção dos irmãos David e Scott Hillenbrand, dupla que também assumiu o roteiro, a aventura se debruça no bizarro e nos excessos, com questionáveis efeitos visuais, produzidos com limitações orçamentárias pela equipe de Reid Burns.

Entre 2000 e 2002, a cobra python foi tema de dois filmes, numa tentativa dos realizadores em erguer uma franquia que não avançou como Anaconda. O primeiro, Python – A Cobra Assassina, trouxe Robert Englund, o Freddy Krueger em pessoa, para uma história de 99 minutos sobre uma experiência que sai do controle, comandada por uma organização secreta com motivações financeiras escusas. Sob a influência das substâncias químicas testadas por militares, a serpente que teve seu tamanho ampliada parte para o ataque numa pacata cidade próxima ao laboratório, numa história cheia de absurdos, mas muito divertida, com espaço para breves romances, a queda de um avião e outras subtramas construídas pelo roteio de Chris Neal, Gary Hershberger e Paul Bogh, orquestrada pelo cineasta Richard Clabaugh, profissional que teve como supervisor de efeitos visuais, Kevin Little, responsável por tentar criar uma serpente convincente com o orçamento reduzido para produções deste quilate. O mesmo acontece com Steven Blasini ao assumir a equipe de efeitos visuais da sequência Python 2 – A Cobra Assassina, narrativa ainda mais comprometida na representação da serpente, com uma história sobre a queda de um avião russo em território estadunidense. A aeronave tinha como carga uma serpente geneticamente modificada, veloz como um raio, além dos sentidos aguçados pela mudança estrutural. A situação exposta pelo roteiro de Jeff Rank, comandada pelo cineasta Lee Alan McConnell ao longo dos 89 minutos de filme é a perda de controle diante do animal volumoso e agressivo, uma criatura que antes de ser capturada, traça uma trilha de corpos em sua trajetória rastejante.

Depois do lançamento de Anaconda e Anaconda 2 – Caçada Pela Orquídea Sangrenta em salas de cinema, a serpente gigantesca perdeu ainda mais qualidade dramática e tornou-se foco de produções realizadas para home vídeo e exibição em canais fechados, presente em mais dois filmes da franquia, desconectados entre si em relação aos personagens. O único elemento de ligação, neste caso, é a anaconda assassina. Em Anaconda 3, dirigido por Don E. FauntLeroy, guiado pelo roteiro de David C. Olson e Nicholas Davidoff, acompanhamos ao longo de 91 minutos, a história de um mercenário que precisa intervir quando duas cobras gigantescas destroem todo o laboratório subterrâneo que financia. Fruto de cruzamento entre duas espécies, as serpentes criadas pela equipe de do supervisor de efeitos visuais Adam Clark são agressivas e causam um estrago depois que escapam do ambiente científico onde eram manipuladas. O filme foi lançado um ano antes de Anaconda 4, também dirigido por FauntLeroy, tendo apenas David C. Olson como responsável pela elaboração do argumento e roteiro. No desenvolvimento dos 89 minutos desta produção lançada em 2009, James Allan Hay e sua equipe de efeitos visuais economizam bastante na aparência da cobra que ao se mostrar para o público, revela-se como um monstro não apenas asqueroso, mas extremamente artificial e bizarro. No enredo, acompanhamos uma anaconda que é cortada ao meio e transformada em duas. Sério isso, produção? Sim. O telefilme se baseia no velho argumento de um magnata prestes a morrer que pede para a sua equipe fazer a experiência como animal ainda filhote, criatura que cresce, engole o médico e faz outros estragos.

No intervalo entre as duas produções envolvendo a python, o cineasta Phillip J. Roth assumiu o comando de Terror em Alcatraz, narrativa de 91 minutos sobre a descoberta de uma antiga criatura enterrada na mesma região de uma penitenciária de segurança máxima, algo que põe os presos em situações de profundo horror. Ao emergir, a criatura alegoriza a própria ideia de serpente bíblica, isto é, transformar-se num monstro que ceifará a vida das pessoas que ali cumprem a sua pena. Com pouquíssimo tempo em cena, a serpente criada pela equipe de David Chan, supervisor dos efeitos visuais, desta narrativa que teve o próprio Roth também como roteirista, escrito em parceria com Terri Neish. Entre Terror em Alcatraz, de 2001, e Pânico a Bordo, de 2006, outros filmes sobre ataques de serpentes foram realizados, basicamente todos lançados para o mercado doméstico, sem exibição no circuito comercial, com exceção de Serpentes a Bordo, produção que teve a sua estrutura emulada por Eric Frosberg no desenvolvimento do roteiro de Pânico a Bordo, narrativa que ao longo de seus 91 minutos, nos expõe a história de uma mulher que é vitimada por uma maldição das trevas: carrega dentro de si várias serpentes. Para se livrar, precisa atravessar territórios para encontrar um xamã no México. O trem é a alternativa e quando as coisas não saem como o planejado, os demais passageiros precisarão arrumar estratégias para salvar as suas vidas. Dirigido por Peter Mervis, a ameaça réptil aqui é apresentada pelos efeitos visuais toscos da equipe de Deirj Osedach, obviamente desprovida de orçamento para a construção digital das serpentes, ausência que também peca pelo bom senso dramático, haja vista os diálogos horrorosos.

Não apenas influenciados pelo sucesso comercial de Serpentes a Bordo, afinal, o interesse pelos monstros rastejantes no cinema e na televisão ocorre constantemente, sem precisar de nenhum movimento específico do horror ecológico, tal como podemos observar no mapeamento realizado desde o começo desta reflexão. Ataque das Víboras, de 2008, é um dos mais conhecidos dentro deste segmento, produção dirigida por Bill Corcoran, também responsável pelo roteiro escrito em parceria com Brian Katkin. Durante seus 95 minutos, até mesmo nas cenas menos perigosas, as víboras são criadas pela equipe de efeitos visuais, comandada por Lee Wilson, claramente muito artificiais e exageradas, seres que agem com tanta violência depois que um laboratório modifica o estado natural destes animais já conhecidos por seu perfil agressivo. Com reprodução acelerada, elas escaparam do reduto científico durante o desenvolvimento de uma pesquisa empenhada no tratamento do câncer de mama. A sua estrutura é absurda, mas não chega a ser tão bizarra quanto Piranhaconda, de 2012, narrativa sobre um híbrido de piranha e serpente, dirigido por Jim Wynorski. Na produção, uma equipe de filmagens se prepara para realizar um filme de terror, sem sequer imaginar que serão parte do horror em suas vidas reais. Experiências escabrosas ocorrem com um grupo de cientistas que morre e deixa como legado um ovo de hibrido que foi roubado. Agora, a fúria monstruosa da natureza está em busca não apenas quem cometeu o roubo, mas também daqueles que atravessarem o caminho. A história de J. Brad Wilke, transformada em roteiro por Mike MacLean, é mais uma dessas produções feitas para um mercado exclusivo de consumidores.

Fora de Plano: As Serpentes e Suas Participações Especiais na Literatura

Além dos filmes radiografados, as serpentes também já foram abordadas em pinturas de artistas ao longo da história da arte e protagonizaram momentos relevantes em várias literárias. Na história de Mogli, personagem de O Livro da Selva, o escritor Rudyard Kipling traz uma serpente, Kaa, como personagem cheia de sabedoria. Ela não ocupa o centro da narrativa, mas possui relevância no desenvolvimento da história. Em algumas interpretações, Kaa simboliza a luxúria, além de ter o poder de sedução com meio para tentar devorar Mogli em diversos momentos. Anaconda, de Horácio Quiroga, e Serpentário, de Felipe Castilho, trouxeram as serpentes em formatos presentes e onipresentes para deixar os seus leitores envolvidos pelo movimento rastejantes destes animais carregados de ampla carga simbólica. No bestseller Harry Potter, de J. K. Rowling, Nagini é a serpente do Lorde Valdemort, criatura que antes era uma mulher que atuava num circo com espetáculos de mágicas. Como serpente, o seu veneno poderoso promove a destruição da vítima impossibilitada de encontrar qualquer cura. Já em As Crônicas de Nárnia, de C. S. Lewis, inspiradora de uma franquia cinematográfica, o Príncipe Caspian é obrigado a enfrentar uma perigosa serpente marinha gigantesca, animal semelhante aos seres que habitaram o imaginário popular da humanidade na era das Grandes Navegações. Nos livros da série A Roda do Tempo, de Richard Jordan, a serpente é mencionada numa determinada passagem sobre a circularidade do tempo, algo mais onipresente e simbólico, tal como nas aparições na obra do escritor brasileiro João Simões Lopes Neto, exposta dentro do feixe de representações folclóricas destes comum a estes répteis que de acordo com a abordagem na abertura, estão presente deste os livros bíblicos.

No poema de Raul Bopp, a visão folclórica das serpentes é o mote para toda a estrutura em versos de Cobra Norato, publicação que tem a cara do movimento modernista literário brasileiro. Dividida em duas partes, a obra inspirada no Movimento Antropofágico é uma interpretação dos estudos de Bopp acerca da selva amazônica e de seus mitos. Quem também traz uma serpente para o interior de sua enigmática história é Arthur Conan Doyle em A Faixa Molhada, narrativa de investigação onde uma mulher, Helen Stoner, procura Sherlock Holmes para desvendar o mistério em torno do assassinato de sua irmã, Júlia Stoner, mulher que estava às vésperas do casamento. A serpente não possui protagonismo algum nos desdobramentos da indução de Holmes, mas não deixa de ser algo que fisga a nossa atenção com sua passageira presença, citada como parte de um desafio. Datada de 1605/1606, A Virgem e o Menino com Santa Ana, produzida para a Basílica de São Pedro, na Itália, mas removida depois de um tempo, provavelmente por trazer uma representação nada ortodoxa da Virgem, é uma das obras de Caravaggio, o mestre dos pinceis, grande expoente do que se convencionou a chamar de pintura barroca. Na imagem, com a ajuda de seu filho, a Virgem pisoteia uma serpente, alegoria clara para o bem e o mal bíblico, uma das bases mais firmes da mitologia destes répteis na cultura ocidental cristã. O uso dramático da iluminação, as sombras misteriosas típicas do tenebrismo e os objetos radiantes, ressaltados pelo contrates entre luz e sombra fazem desta pintura uma representação alegórica destes seres que até hoje mexem com o nosso imaginário e serve de combustíveis para narrativas ficcionais.

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