Em 29 de outubro de 1959, a primeira aventura de Asterix, o Gaulês era lançada de forma serializada como parte do primeiro número da revista Pilote, seu lar durante muitos anos, até ganhar completa independência. Criação do roteirista René Goscinny (1926-1977) e do desenhista Albert Uderzo (1927-2020), o personagem e suas aventuras pelo mundo antigo foram sucesso imediato, tornando-se uma das BDs (sigla de bande dessinée que, em tradução literal, significa “banda desenhada” ou, na tradução mais correta, simplesmente histórias em quadrinhos) mais famosas e mais vendidas do mundo.
Somente para se ter uma ideia do crescimento de Asterix, o primeiro álbum, publicado em 1961 (Asterix, o Gaulês, contendo material dos números 1 a 38 da Pilote), vendeu seis mil cópias na França à época de seu lançamento. O segundo álbum, A Foice de Ouro, publicado em 1962, vendeu 20 mil cópias. Só aí, com a triplicação das vendas em apenas um ano na década de 60, é possível notar o quão influente a obra da dupla Goscinny/Uderzo seria. E não deu outra. O nono álbum, Asterix e os Normandos, de 1967, vendeu impressionantes 1,2 milhões de cópias não durante o ano de seu lançamento, mas em apenas dois dias.
Asterix continuaria sendo publicado basicamente na proporção de um álbum por ano até 1979, com Asterix na Bélgica, o último álbum contando com o desenhista René Goscinny, que morrera em 1977, em meio à produção. Mas Albert Uderzo continuou sozinho, assumindo o manto de escritor também e, mesmo com menos qualidade, manteve seus personagens vivos até 2005, ainda que com maior espaçamento entre cada publicação. Somente em 2013, Uderzo passou o bastão adiante, permitindo que o primeiro álbum sem sua participação direta fosse lançado: Asterix e os Pictos. Desenhado por Didier Conrad e Jean-Yves Ferri, o lançamento veio com muita pompa e circunstância, realimentando o interesse pelas histórias do pequeno gaulês bigodudo que se vale de uma poção mágica para impedir que sua pequena aldeia seja dominada pelos romanos durante a invasão da Gália.
Unindo aulas de história com muito humor, os até agora quase 40 álbuns de Asterix, o Gaulês são um verdadeiro tesouro dos quadrinhos que precisam ser explorados e devorados por todos. Nós aqui do Plano Crítico, portanto, não poderíamos deixar de abordar todos os álbuns canônicos e não-canônicos, além de todos os longas animados e live-action em homenagem ao falecimento de Albert Uderzo em 24 de março de 2020.
Confiram nosso material, por Tutatis!
- Anos 1960
- Anos 1970
- Anos 1980
- Anos 1990
- Anos 2000
- Anos 2010
- Anos 2020
- Não canônicos
- Longas Animados
- Longas Live-Action
Anos 1960
Essa prolífica década foi caracterizada pela explosão de Asterix, com 14 álbuns escritos. Todos eles, porém, foram publicados primeiro de forma serializada na revista Pilote, começando em 1959, com o primeiro álbum compilado lançado em 1961.
Asterix na Hispânia – 1969
Asterix e o Caldeirão – 1969
Asterix nos Jogos Olímpicos – 1969
O Escudo Arverno – 1968
Asterix Legionário – 1967
Asterix e os Normandos – 1966
Asterix entre os Bretões – 1966
O Combate dos Chefes – 1966
Asterix e Cleópatra -1965
Uma Volta pela Gália com Asterix – 1965
Asterix Gladiador – 1964
Asterix e os Godos – 1963
A Foice de Ouro – 1962
Asterix, o Gaulês – 1961
Anos 1970
Década marcada pelo falecimento, em razão de um ataque cardíaco, do roteirista René Goscinny, em 05 de novembro de 1977, com apenas 51 anos de idade, em meio à produção do álbum Asterix entre os Belgas, finalizado por Albert Uderzo e publicado postumamente. A partir de O Presente de César, de 1975, os álbuns passaram a ser publicados diretamente como tais, sem antes serem serializados na Pilote.
Asterix entre os Belgas – 1979
Obelix e Companhia – 1976
A Grande Travessia – 1975
O Presente de César – 1975
Asterix na Córsega – 1973
O Adivinho – 1972
Os Louros de César – 1972
O Domínio dos Deuses – 1971
Asterix entre os Helvéticos – 1970
A Cizânia – 1970
Anos 1980
Albert Uderzo decide seguir em frente com a criação de novos álbuns de Asterix, mesmo sem René Goscinny. No lugar de trazer um novo roteirista, ele parte para a carreira solo, escrevendo e desenhando todas as histórias, o que acabou levando à diminuição de ritmo de publicação e à queda de qualidade do material. Uderzo também criou sua própria editora Les Editions Albert-René, que passou a publicar os álbuns de Asterix. A editora original, Dargaud, porém, continuou detentora dos direitos de publicação dos álbuns anteriores.
As 1001 Horas de Asterix – 1987
O Filho de Asterix – 1983
A Odisseia de Asterix – 1981
O Grande Fosso – 1980
Anos 1990
Década marcada por uma luta judicial iniciada pelas famílias de Goscinny e de Uderzo, além do próprio Uderzo, para retirar da Dargaud os direitos sobre os álbuns da década de 60 e 70. Em 1998, as famílias e Uderzo ganharam a batalha e, ato contínuo, Albert Uderzo vendeu esses direitos para a editora Hachette, mantendo os direitos sobre futuros álbuns com a Les Editions Albert-René. Com isso, no final das contas, apenas dois álbuns novos foram lançados.
A Galera de Obelix – 1996
A Rosa e o Gládio – 1991
Anos 2000
A década foi marcada por poucos álbuns novamente, com Albert Uderzo declarando que, após sua morte, não autorizaria ninguém a continuar escrevendo e desenhando seus personagens em atitude muito parecida à de Hergé em relação a Tintim. No entanto, em 2008, Albert Uderzo mudou de ideia sobre a continuidade de Asterix por terceiros e vendeu sua participação majoritária em sua editora para a Hachette no que foi criticado por sua própria filha, Sylvie. No entanto, Anne, filha de Goscinny, também vendeu seus direitos para a Hachette, além de concordar com a mudança de opinião de Uderzo sobre a continuidade das obras por outras mãos.
O Aniversário de Asterix e Obelix – O Livro de Ouro – 2009
O Dia em que o Céu Caiu – 2005
Asterix e a Volta às Aulas – 2003
Asterix e Latraviata – 2001
Anos 2010
Década marcada pela primeira vez que um álbum de Asterix é publicado sem participação direta de Albert Uderzo ou René Goscinny. O roteirista escolhido foi Jean-Yves Ferri e o desenhista foi inicialmente Frédéric Mébarki que, mais tarde, sairia do projeto, sendo substituído por Didier Conrad. Infelizmente, até o momento de publicação do presente índice, devido à mudança de editoras no Brasil – saiu a Record, entrou a Panini e voltou a Record- o álbum mais recente desta década ainda não foi publicado por aqui.
A Filha de Vercingetórix – 2019
Asterix e a Transitálica – 2017
O Papiro de César – 2015
Asterix entre os Pictos – 2013
Anos 2020
A década começou com a triste notícia do falecimento de Albert Uderzo, o que deixou o roteirista Jean-Yves Ferri e o desenhista Didier Conrad sozinhos no comando da série em quadrinhos. Infelizmente, até o momento de publicação do presente índice, devido à mudança de editoras no Brasil – saiu a Record, entrou a Panini e voltou a Record – o primeiro álbum da década não foi publicado simultaneamente no país e não há previsão no momento.
Asterix e o Grifo – 2021
Não-Canônicos
Há diversos álbuns não-canônicos de Asterix, a maior adaptações dos longas animados que são meras capturas de imagens dos filmes, com a inserção de textos em prosa que seguem o roteiro. Deixaremos esses álbuns para um segundo momento. Os demais são difíceis de encontrar e, pelo momentos, nos limitamos aos dois mais facilmente encontráveis, que seguem abaixo.
Asterix e Seus Amigos:
Uma Homenagem a Albert Uderzo – 2007
Como Obelix Caiu no Caldeirão do
Druida Quando Era Pequeno – 1965/1989
Longas Animados
O início de Asterix e dos demais irredutíveis gauleses no audiovisual deu-se da pior maneira possível, com Goscinny e Uderzo sendo alijados do processo criativo por Georges Dargaud, da editora Dargaud, o que fez os criadores correrem para lançar um longa híbrido no mesmo ano em que a primeira animação estava para ser lançada, 1967 (confiram Dois Romanos na Gália na aba de longas live-action). Mas a situação logo foi normalizada, o que permitiu que a franquia deslanchasse completamente no lado dos longas-metragens em animação.
Asterix e o Segredo da Poção Mágica – 2018
Asterix e o Domínio dos Deuses – 2014
Asterix e os Vikings – 2006
Asterix Conquista a América – 1994
Asterix e a Grande Luta – 1989
Asterix entre os Bretões – 1986
Asterix e a Surpresa de César – 1985
Os Doze Trabalhos de Asterix – 1976
Asterix e Cleópatra – 1968
Asterix, o Gaulês – 1967
Longas Live-Action
Asterix e Obelix estrearam em versão animada em um longa live-action feito para a televisão que foi ao ar no começo de 1967 e que foi produzido a toque de caixa somente para estrear antes do primeiro longa animado dos personagens, do mesmo ano, já que ele não teve relação com Goscinny e Uderzo. No entanto, o primeiro live-action propriamente dito dos personagens chegou às telonas apenas em 1999, 50 anos depois da publicação da primeira HQ deles. Isso se deu principalmente porque os criadores sempre duvidaram dessa possibilidade, o que atrasou os investimentos por décadas e décadas.