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Entenda Melhor | Os Audiodramas de Doctor Who

A grande produção em áudio para Doctor Who.

por Luiz Santiago
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A Big Finish é uma empresa britânica, fundada em 1996 com o intuito de distribuir peças em áudio sobre materiais de grande impacto cult no Reino Unido. Existem várias linhas de produção realizadas pela empresa, que também é uma editora de livros, possui uma revista própria chamada VORTEX e um podcast (desde dezembro de 2010), onde anuncia as novidades da produtora para todas as linhas, faz entrevistas com os artistas envolvidos em seus projetos e discute temas pertinentes para o público assinante. No final de 1998, a BF começou a produzir áudios baseados nas New Adventures da editora Virgin, que desde Love and War (1992) trazia a companion Bernice Summerfield ao lado do 7º Doutor em uma porção de livros. A BBC assinou um contrato de licença de produção com a Big Finish no mesmo ano e o estendeu, em 1999, para que a empresa produzisse material original (inclusive spin-offs) de Doctor Who, com todos os Doutores, companions e vilões de 1963 a 1996. Após o aniversário de 50 anos do show, a BBC foi aos poucos adicionando novos itens de licenciamento ao contrato da empresa, e até o momento em que faço a revisão desse especial (12 de dezembro de 2021), a BF tem o seu contrato estendido até o ano de 2030 e pode trabalhar com tudo relacionado à Nova Série (2005 em diante), até o 12º Doutor + Ruth, a Doutora Fugitiva.

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Nem só de Doctor Who vive a Big Finish

Algumas pessoas acreditam que a Big Finish produz áudios apenas para Doctor Who ou é uma empresa criada exclusivamente com esse propósito. Bem, nenhuma das duas coisas é verdade. A BF é uma empresa que produz um número bastante extenso de linhas dramáticas fora DW (28, para ser mais exato). Não há dúvidas que Doctor Who seja o seu carro-chefe, mas o público que gosta de audiodramas em seus mais diversos modelos, compra e acompanha as outras publicações. Dentre essas outras linhas, podemos citar as aventuras com o Juiz Dredd (2000 AD); a revisão de clássicos como Frankenstein (com Arthur Darvill no elenco) e A Ilha do Tesouro (com Tom Baker no elenco) — lembrando que esses dois últimos não são uma linha de produção de sim “one shots” dentro do bloco Big Finish Classics –; expansão do universo do personagem de Oscar Wilde em The Confessions of Dorian Gray; e o mesmo em relação ao de Conan Doyle, em Sherlock Holmes.

E para finalizar, vale citar as novas aventuras para a elogiada série Sombras da Noite, de 1966, numa linha com vários sub-blocos chamada Dark Shadows; o mesmo para a série de Terry Nation (sim, ele mesmo!), Blakes 7, e para a série de Sydney Newman (sim, ele mesmo!), The Avengers; além de séries para inúmeros outros Universos, como Stargate, Robin Hood, Adam Adamant, Callan, Captain Scarlet, Dan Dare, Earthsearch, Luther Arkwright, Space 1999, Star Cops, Survivors, Terrahawks, Timeslip, The Scarifyers, The Prisoner, Pathfinder Legends e Highlander. É muita coisa!

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Compro, baixo, como faço?

A resposta a essa pergunta DEVERIA ser “é a gosto do freguês“, mas não é bem assim que funciona. A rigor, a Big Finish possui os dois modelos de comércio: eletrônico e físico. Ou o cliente faz o download ou compra a versão em CD ou LP (sim, agora os LPs voltaram!). No entanto, a empresa tem lançado alguns arcos apenas no modelo digital e outros apenas no modelo físico. Algumas aventuras a empresa disponibiliza GRATUITAMENTE para aqueles que quiserem conhecer um pouco do trabalho deles. Eu indico firmemente a aventura gratuita abaixo (Rise and Fall, o primeiro episódio da primeira temporada das Short Trips), que vocês podem ouvir clicando no play. Quando terminar, corram para ler a crítica, clicando aqui.

Tem ordem certa pra ouvir? É material canônico?

Vamos começar pela segunda pergunta, já respondendo com polêmica: sim, tudo da Big Finish é material canônico. O leitor pode torcer o nariz para essa afirmação, mas pense o seguinte: Doctor Who é uma série de ficção científica sobre viagens no tempo, certo? Dentro desse parâmetro existem linhas temporais distintas, realidades alternativas, corrupções do universo conhecido, etc. Ora, dentro deste padrão, qual é o problema em ver tudo como canônico? As aventuras simplesmente se passam em linhas do tempo diferentes. O espectador/ouvinte/leitor, só precisa ter cuidado ao citar, analisar, avaliar ou comparar as obras, mas fora isso, ouça sem medo e saiba que sim, em alguma realidade, o Doutor viveu aquilo. Nas minhas críticas, devido ao caráter informativo desse tipo de produção, eu uso a nomenclatura “canônico” ou “não canônico” apenas para diferenciar o que se enquadra na “linha do tempo do Doutor na TV + Especiais” que é, dentre as várias linhas do tempo da série, a considerada a “verdadeira”.

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Agora vamos para a parte mais complicada (ou nem tanto assim), que é a da ordem certa para se ouvir os áudios. Bem, em cerca de 95% dos casos, não existe absolutamente nenhuma ordem certa. É uma questão de sobrevivência para a própria empresa lançar materiais que funcionem independente um do outro, mesmo que, em alguns casos, façam parte de um “plano maior”, a exemplo do arco Império Dalek. Nos outros casos, porém, os 5% atacam com força total. Não é aconselhável, por exemplo, você ouvir Dark Eyes antes de ter acompanhado a saga das Novas Aventuras do 8º Doutor. Ou o caso clássico e bastante conhecido do público que curte os áudios, que é ouvir Zagreus sem ter passado por Neverland. A mesma coisa vale para as minisséries (embora isso seja óbvio, creio eu) como Destiny of the Doctor. No final das contas, antes de se aventurar e até ter segurança, siga os passos que daremos abaixo, acompanhe um pouco as linhas e, claro, pesquise ou pergunte para quem sabe. Isso ajuda bastante.

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Quero começar a ouvir os áudios. E aí?

E aí que você deve ter em mente que está entrando em um mundo de loucura e vício. Vá por mim: os áudios de Doctor Who na Big Finish são viciantes. E para começar, vamos do começo… A Big Finish trabalha com várias linhas de produção, como já disse antes. Essas linhas podem ser protagonizadas pelo Doutor ou por algum companion ou vilão (sim, tem spin-off para vários segmentos de Doctor Who na empresa). Cada linha segue um modelo diferente, mas todas as que você vir escrito FULL CAST AUDIO DRAMA têm um estilo parecido com um episódio normal de TV, só que sem imagem (este, por exemplo, é o formato da Big Finish Mensal). Os outros modelos variam entre narração com apenas um ator (que também interpreta os protagonistas, formato das Short Trips); narração + interpretação com elenco pequeno, como no caso das Lost Stories; ou versões parecidas com esses modelos, como as Companion Chronicles. Com o passar do tempo, você se acostuma com o estilo de todas as linhas e vai escolhendo o que prefere.

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Tem histórias com os Doutores cujos atores já faleceram?

Sim. Geralmente elas são interpretadas por companions desses Doutores na série Clássica ou outros atores que possuem voz semelhante. O 1º Doutor foi majoritariamente dublado ou por William Russell (Ian) ou Peter Purves (Steven). Barbara foi majoritariamente dublada por Carole Ann Ford (Susan) ou Maureen O’Brien (Vicki). O 2º Doutor, por Frazer Hines (Jamie). O 3º Doutor não possui dubladores fixos, assim como o Brigadeiro Lethbridge Stewart.

Qualquer dúvida sobre linhas, séries e outras sugestões, por favor, manifeste-se nos comentários! E abaixo, a organização de todo o material da BF que temos criticado aqui no site, em ordem cronológica, para você acompanhar tudo certinho. Allons-y!

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