Um dos mais famosos diretores africanos, o marxista Ousmane Sembène (1923 — 2007) também foi produtor e escritor, sendo frequentemente chamado de “pai do cinema africano”. Pertencente à etnia Lebu, o artista teve um início de vida ligado à religião Sererê (também grafada como sérère ou serer), mas dela se afastou ainda na adolescência. Expulso da escola francesa onde estudava e após um curto período de trabalho com o pai, mudou-se para Dacar aos 15 anos, em 1938. Durante a 2ª Guerra Mundial serviu na infantaria francesa. Mudou-se para a França em 1947, onde trabalhou na fábrica da Citroën, em Paris, e depois no porto de Marselha, onde inicialmente se uniu ao sindicato e depois entrou para diversas organizações comunistas. Embora já escrevesse há algum tempo, foi só em 1956 que ele conseguiu realmente principiar sua carreira artística, com a publicação de O Estivador Negro, livro inspirado em suas próprias experiências trabalhando nas docas. Antes de sua estreia na direção ele ainda publicaria mais dois romances, um de maior sucesso que o outro: Oh País, Meu Belo Povo! (1957) e Os Pedaços de Madeira de Deus (1960).
Entre 1962 e 1963, o escritor estudou cinema na Gorky Film Institute/Studio, em Moscou, tendo Mark Donskoy como professor. A partir daí, Sembène percebeu o quanto seria mais fácil exercitar sua arte e tanto denunciar quanto criar, através do cinema, uma produção que tivesse a cara de seu país, de seu povo. Grande apreciador da primeira onda do Cinema Soviético, Sembène passou a utilizar esse tipo de linguagem para criticar uma ala do Islã em seu país (mais resistente a mudança), o colonialismo europeu, o papel da mulher na sociedade senegalesa (as mulheres sempre tiveram um grande destaque em sua arte) e a relação entre classes, temas que atravessaram toda a sua obra.
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O Carroceiro | |||
Borom Sarret | 1963 |
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Niaye | 1964 |
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Ceddo | 1977 |
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Camp de Thiaroye | 1988 |
Guelwaar | |||
Guelwaar | 1992 |
Sembène: A Criação do Cinema Africano | |||
Sembène: The Making of African Cinema | 1994 |
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Faat Kiné | 2001 |
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Moolaadé | 2004 |
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