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Crítica | Total War: Rome II

por Guilherme Coral
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estrelas 3

Famosa pelas suas batalhas de exército em tempo real, repletas de tática, a série Total War conquistou uma bateria de fãs devotos à franquia. Após o sucesso do ótimo jogo anterior, Shogun II, era de se esperar que Rome II receberia o mesmo cuidado de seus desenvolvedores, tornando-se um jogo do mesmo nível. Infelizmente, alguns fatores tornam a experiência do game um tanto intragável.

Logo ao iniciarmos o jogo, já somos recebidos por uma bela interface nos menus e uma música nada menos do que épica, que permeia todo o jogo. A partir daí, podemos escolher entre o modo Campanha, no qual vivenciamos a história do jogo e mais dois outros modos: Historical Battle (Batalha Histórica) e Custom Battle (Batalha customizada). Esses dois últimos entrarei em detalhes posteriormente.

O modo Campanha se inicia através de um prólogo que funciona como um tutorial, passando-nos os aspectos básicos do jogo. Nele, aprendemos sobre a famosa batalha em tempo real e o mapa da campanha. Nesse último, gerenciamos as nossas cidades, movimentamos nossas tropas, fazemos diplomacia, trocas etc. O tutorial consegue nos ensinar o suficiente sobre o gameplay, sem entrar em muitos detalhes técnicos que são melhores aprendidos com a prática e o desenrolar do game. É possível notar desde já que o jogo apresenta controles bastante lógicos.

Quando passamos do prólogo entramos na Campanha propriamente dita onde podemos escolher entre as diversas facções jogáveis. Ao iniciarmos, somos colocados em um cenário de grande fidelidade histórica do mundo Romano antes das Guerras Púnicas. Nesse gigantesco mundo, somos uma entre inúmeras civilizações que vão desde os Etruscos até os Cartaginenses. Enquanto gerenciamos esse grande tabuleiro, o tempo é dividido em turnos, semelhante a um jogo de War ou Civilization.

Península itálica, uma pequena porção do mapa da Campanha

Península itálica, uma pequena porção do mapa da Campanha

O maior problema de Rome II começa nesse ponto. Enquanto o seu turno pode levar meros segundos, o processamento do turno das outras facções começa demorando em torno de trinta segundos e conforme o tempo progride essa duração só aumenta, chegando até minutos de espera até o seu próximo turno chegar. Isso tira totalmente o dinamismo do game, diminuindo, eventualmente, a vontade de continuar jogando. Felizmente, os desenvolvedores estão cientes desse problema e estão lançando atualizações constantes para consertá-lo.

No mapa do modo Campanha, quando nossas tropas entram em contato com a do oponente, é aberta uma tela na qual podemos escolher entre resolver o embate automaticamente (com estatísticas pré-definidas baseadas no tamanho do seu exército e o do inimigo), fugir ou resolver no campo de batalha. Neste último, entramos na batalha em tempo real, na qual controlamos as diversas unidades de nossas tropas.

Em primeira instância, o controle das tropas funciona muito bem, de maneira bem simples e lógica. Primeiramente, posicionamos o nosso exército da maneira que melhor convém, baseada em nossa estratégia desejada. Seja enfrentar o inimigo de frente com todos os soldados ou dividir o exército para armar uma armadilha e flanquear, isso cabe ao jogador escolher. Para melhor utilizar a tática desejada, o jogo ainda possui formações pré-definidas.

Rome II tem inúmeras unidades de diferentes tipos: infantaria leve e pesada, arqueiros, unidades montadas, navios, dentre dezenas de outros. Cada uma dessas ainda tem seu nome histórico. Não espere, portanto, unidades de mesmo nome em diferentes facções. Elas são recrutadas no mapa da Campanha.

Assim que posicionamos todas as tropas, a batalha começa. A partir daí, podemos acelerar, pausar ou deixar em velocidade normal o tempo. Nessa etapa controlamos nosso exército, colocando em prática as táticas desejadas. É possível ainda utilizar uma inteligência artificial pré-definida para controlar o comportamento de nossas tropas na hora do combate em si. Eis que surge o segundo grande problema de Rome II. Assim que os soldados se encontram no campo de batalha e a luta começa, tudo vira um desastre. O controle do desenrolar da batalha é perdido através da péssima inteligência artificial. Com isso, muitas das táticas, por mais elaboradas que sejam, caem por terra, nos deixando à mercê da pura sorte. Quem já jogou os games anteriores da franquia perceberá com maior clareza esse defeito de Rome II. Como no defeito anterior, os desenvolvedores estão tentando consertar esse problema por meio de atualizações.

Pela glória de Roma!

Pela glória de Roma!

A vitória ou derrota no campo de batalha se dá através da destruição do exército inimigo ou dominação de pontos estratégicos, como o centro da cidade visada. A facção perdedora, contudo, não tem todas as suas tropas eliminadas durante a luta; muitas fogem e ainda podem ser utilizadas no mapa da Campanha para posteriores combates. Com o fim da batalha, podemos decidir entre escravizar os capturados, libertar ou matar – a escolha define a disposição diplomática da facção afetada e seus aliados.

Os outros modos do jogo – Historical Battle e Custom Battle são limitadas a esse modo de Batalha, não possuindo o gerenciamento das cidades que é uma das partes mais prazerosas do game. Historical Battle, como diz o nome, consiste na encenação de uma batalha já realizada na Antiguidade. Nele, nosso número de tropas é escolhido pelo jogo. A Custom Battle, por sua vez, permite a customização de seu exército e do inimigo. A alma do jogo, contudo, está no modo Campanha.

Por fim, os gráficos do game, ainda que constituam um avanço para os anteriores da franquia, não surpreendem. O mapa da Campanha e o Campo de Batalha são ambos belos com a câmera à certa distância. Com a aproximação, contudo, essa figura muda. As cinemáticas apresentam um gráfico mediano não condizente com os padrões atuais. O ponto positivo é que o jogo se torna mais acessível para um número maior de jogadores.

Total War: Rome II é um jogo repleto de inúmeros detalhes que mostram o cuidado dos desenvolvedores na sua criação. Tem bons controles, uma ótima interface e uma sensacional trilha sonora, pecando nos gráficos. É um game com muito potencial, mas que é limitado pelos problemas apresentados acima. A esperança é que, dentro de alguns meses, tais defeitos sejam eliminados e que Rome II possa ser aproveitado ao máximo. Por enquanto, contudo, é melhor se manter nos outros games da franquia.

Total War: Rome II
Desenvolvedora:
 Creative Assembly
Lançamento: 2 de Setembro de 2013
Gênero: Estratégia
Disponível para: PC

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