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Lista | Agatha Christie: Os Romances dos Anos 1920 Ranqueados

por Luiz Santiago
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IMPORTANTE: Cada indicação abaixo usa apenas um parágrafo da respectiva crítica! É só clicar nos links para ler os textos completos!

A proposta dessa lista é ranquear os romances (e apenas os romances, não as coletâneas de contos!) que Agatha Christie publicou durante os anos 1920. Nesta década, a autora publicou 9 romances. Não houve nenhum livro publicado sob seu pseudônimo (Mary Westmacott) nesta década, mas mesmo se houvesse, eles não constariam nessa lista, pois a proposta aqui é ranquear apenas as produções de Agatha Christie.

Nos anos 1920 tivemos o início da carreia da escritora e também a década com o fato mais misterioso de sua vida: o seu desaparecimento na noite do dia 3 de dezembro de 1926. Por 11 dias a escritora ficou desaparecida, e chegou a um ponto em que seu esposo, na época, Archie Christie, foi suspeito de tê-la matado. A autora foi encontrada hospedada no Old Swan Hotel, sob o nome de Teresa Neele. Ela nunca se pronunciou abertamente sobre o acontecido, o que sempre gerou especulações se tudo aquilo foi mesmo um desequilíbrio emocional gerado pela morte de sua mãe e a descoberta da amante do esposo; se foi uma estratégia de marketing para vender seus livros; se foi uma tentativa de se vingar do marido ou algo parecido.

Diga nos comentários se você já leu algum, alguns ou todos os romances da escritora dessa década. Dentre as suas leituras, quais os seus favoritos? Qual acha pior? Participe!

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9º Lugar: O Segredo de Chimneys

The Secret of Chimneys

O Segredo de Chimneys, originalmente publicado em 1925,  me pareceu um estranho casamento entre três outros livros da Rainha do Crime, a saber, O Misterioso Caso de Styles (1920), O Adversário Secreto (1922) e O Homem do Terno Marrom (1924). A estranheza desse casamento se manifesta basicamente em uma sentença que mesmo as pessoas que gostaram muito do livro terão que admitir: tem coisa demais acontecendo. Com uma trama que começa no Zimbábue, envolve um país fictício e uma propriedade de grande importância política para o Reino Unido (a propriedade de Chimneys, que temos no título), a autora exagera na reunião de elementos e termina fazendo com que o leitor se perca parcialmente ou deixe de se interessar por alguns elementos da história à medida que avança.

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8º Lugar: O Misterioso Caso de Styles

The Mysterious Affair at Styles

Aposto que você não é capaz de escrever uma boa história de detetive“. Foi com esta frase que Madge, irmã mais velha de Agatha Christie, abriu, sem saber, a Caixa de Pandora que traria ao mundo a Rainha do Crime. A escrita do livro começou em 1916 (com a ação se passando em 1917, portanto, as referências à 1ª Guerra Mundial são historicamente contemporâneas à escrita do livro e justifica a presença de racionamento de energia, comida e combustível, assim como a onda de imigrantes no país — dentre os quais está um certo detetive com um famoso bigode…), mas sua publicação veio apenas em outubro de 1920, pela John Lane, nos Estados Unidos; e em janeiro de 1921 pela subsidiária dessa mesma editora, The Bodley Head, no Reino Unido.

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7º Lugar: Assassinato no Campo de Golfe

The Murder on the Links

Terceiro livro publicado por Agatha Christie e apenas o segundo a apresentar o detetive belga Hercule PoirotAssassinato no Campo de Golfe é uma verdadeira viagem investigativa. Narrada pelo Capitão Arthur Hastings, a trama começa com a intrigante apresentação de uma personagem chamada “Cinderela”, cuja frase “que inferno!” choca a um dos passageiros do trem onde ela está — lembremos que o livro foi originalmente publicado em 1923, e uma moça soltando palavras de maldição em voz alta não era bem visto — e é a partir deste choque que o “homem das ideias antiquadas” e a “mulher das ideias modernas” se aproximarão, isto servindo de “ponto de encontro” para a autora finalizar a narrativa.

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6º Lugar: O Mistério do Trem Azul

The Mystery of the Blue Train

Originalmente publicado de forma serializada no jornal londrino The Star, entre 1º de fevereiro e 15 de março de 1928, O Mistério do Trem Azul é amplamente conhecido como o livro que Agatha Christie assumidamente dizia que “sempre odiou” ter escrito. Isso em parte se devia ao fato de a autora ter passado por diversas provações emocionais e psicológicas em 1926 (a morte da mãe, a separação do marido e o desaparecimento por quase duas semanas, provavelmente causado por espécie de colapso nervoso) e a manufatura de The Mystery of the Blue Train veio logo na sequência, no início de 1927, com a autora aceitando a produção para conseguir gerar renda, pois estava precisando de dinheiro.

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5º Lugar: O Adversário Secreto

The Secret Adversary

Conhecido aqui no Brasil pelos títulos de O Adversário Secreto e também O Inimigo Secreto, este segundo romance de Agatha Christie, publicado em janeiro de 1922 (ainda parte do contrato de cinco obras que assinou com o seu primeiro editor), apresenta para o público a dupla Tommy (Thomas Beresford) e Tuppence (Prudence Cowley) em uma intensa, divertida e intricada aventura de espionagem.

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4º Lugar: Os Quatro Grandes

The Big Four

O contexto de produção e publicação de Os Quatro Grandes é bem diferente daquilo que estamos acostumados nos romances de Agatha Christie, especialmente aqueles que envolvem o seu grande detetive Hercule Poirot. Não que a autora não tivesse trabalhado histórias de espionagem antes. Seu livro de 1922, O Adversário Secreto, foi o primeiro a trazer para o leitor esse tipo de cenário, e dois anos depois ela voltaria a repetir o gênero sob uma forte camada de suspense policial em O Homem do Terno Marrom. Convenhamos também que O Segredo de Chimneys (1925) não deve nada a esses romances de caráter social, misterioso e político onde conspirações internacionais, indivíduos poderosos, coisas ocultas e elementos de espionagem fazem a festa na narrativa. Todavia, nenhum desses livros anteriores da escritora britânica se comparam a Os Quatro Grandes.

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3º Lugar: O Homem do Terno Marrom

The Man in the Brown Suit

Pegando carona na ação intensa que explorou dois anos antes em O Adversário Secreto (1922), Agatha Christie criou em O Homem do Terno Marrom uma outra saga de espionagem, mas dessa vez com contornos políticos um pouco mais frouxos (o que não quer dizer ruins, veja bem) e grande demonstração de apreço por algumas de suas paixões, como a arqueologia — algo que cultivava mesmo antes do casamento com Sir Max Mallowan — e viagens para lugares considerados “exóticos” — denominação que pelo menos até meados do século XX, poderia ser qualquer lugar que não fossem os países da Europa Ocidental e os Estados Unidos.

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2º Lugar: O Mistério dos Sete Relógios

The Seven Dials Mystery

Sabe aqueles livros que você muda de opinião sobre ele apenas quando está na reta final? Pois bem, esse foi o meu caso com O Mistério dos Sete Relógios. Por se tratar de (mais uma) trama de espionagem da autora em sua primeira década de carreira, e por eu ter saído recentemente de Os Quatro Grandes, tive um começo um tantinho blasé em relação ao enredo. Aos poucos, porém, fui me afeiçoando aos personagens, fui gostando do bom humor da história e da forma como algumas figurinhas do fraco O Segredo de Chimneys retornaram aqui de maneira muito mais interessante.

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1º Lugar: O Assassinato de Roger Ackroyd

The Murder of Roger Ackroyd

Foi a partir da publicação de O Assassinato de Roger Ackroyd, em junho de 1926, que Agatha Christie verdadeiramente encontrou a fama. Sabemos que ela já chamava a atenção desde O Misterioso Caso de Styles (1920) e pouco depois com Assassinato no Campo de Golfe (1923), mas foi com Roger Ackroyd que a escritora não só se firmou em definitivo no gênero, tornando-se um nome respeitável, como também trouxe inovações na resolução do caso, servindo de referência histórica dentro da literatura policial.

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