Esta lista NÃO é apenas de leituras de obras lançadas em 2022, seja no Brasil, seja no exterior. Claro que podem aparecer obras lançadas neste ano, mas a proposta é apenas ranquear as nossas melhores leituras ou releituras de janeiro a dezembro, independente de quando o volume em questão chegou ao mercado.
Clique nos links dos títulos para ler as críticas! Já deixo também o convite para vocês compartilharem nos comentários as suas listinhas de 10 melhores leituras de livros neste ano! E caso queiram ver as nossas outras listas sobre o tema, clique aqui!
.
LUIZ SANTIAGO
Em 2022 eu tive uma jornada consideravelmente diferente do que eu estou acostumado. Foi um ano de escolha puramente instintivas e sequenciais de leituras. Eu normalmente estabeleço algumas linhas fixas de leituras, mas aqui simplesmente me deixei levar pelo gosto do momento. Comecei o ano com dois conto da Rainha do Crime, depois li a primeira aventura do Professor Shonku (personagem criado pelo grande cineasta indiano Satyajit Ray), li o meu Sherlock do ano (O Signo dos Quatro) e passei para um brasileiro, Magma, o primeiro livro escrito pelo meu escritor favorito da vida. Desse ponto em diante, foram só escolhas de calor do momento, com apenas três exceções.
A primeira delas foi uma indicação do Ritter, baseada no meu conhecido amor por esse tipo de monstrão: A Sociedade de Preservação de Kaiju. A segunda foi Assassinato no Mena House, para um grupo de leitura que iria discutir tramas ambientadas no Egito. E por fim, O Astronauta Sem Regime, uma homenagem ao grande Jô Soares, que faleceu no dia 5 de agosto de 2022. Abaixo, deixo o que li de melhor em 2022, e é interessante, porque o 3º. o 6º e o 8º lugares foram obras lidas nas semanas finais do ano, mostrando-se gratas surpresas, especialmente o livro de cartas trocadas entre Federico Fellini e Georges Simenon.
.
10º — Magma
João Guimarães Rosa – Brasil, 1997
9º — Um Crime na Holanda
Georges Simenon – Bélgica, 1931
8º — The Edge of Destruction
Nigel Robinson – Reino Unido, 1988
7º — Aralon, o Centro de Epidemias
Clark Darlton – Alemanha, 1962
6º — O Planeta dos Mock
Clark Darlton – Alemanha, 1964
5º — O Que Ela Fará a Seguir Irá Surpreendê-lo
James Goss – Reino Unido, 2016
4º — Este Inverno
Alice Oseman – Reino Unido, 2015
3º — Caríssimo Simenon. Mon cher Fellini. Correspondência de Federico Fellini e Georges Simenon
Federico Fellini e Georges Simenon – Itália, 1998
2º — Atentado a Carella
Ed McBain – EUA, 1959
1º — E No Final a Morte
Agatha Christie – Reino Unido, 1944
.
RITTER FAN
O ano de 2022 acabou sendo um ano fortemente literário para mim e um de quebra de tabus. O primeiro e único realmente planejado de antemão foi o da leitura de biografias e autobiografias. Sempre desgostei e havia lido pouquíssimas vezes em minha vida. Tudo começou no final de 2021, com minha decisão de ler Tudo Sobre Mim! Minha Notável Vida no Show Business, de Mel Brooks, o que abriu meu apetite pelo gênero e levou à leitura de 10 outras biografias e autobiografias, sete de celebridades que me interessam e três de personagens históricos (sendo que duas delas do mesmo personagem).
O segundo tabu veio à reboque do primeiro e inicialmente impulsionado pela leitura de Atos Impuros, um livro de pesquisa histórica em preparação ao filme Benedetta, de Paul Verhoeven. Como sempre também me desviei desse tipo de narrativa mais acadêmica e também jornalística, resolvi encarar o desafio e, no processo, conseguir ler seis obras entre históricas e jornalísticas.
Como se isso não bastasse, ainda que nunca tenha sido exatamente um tabu, apenas uma hesitação, decidi encarar a bibliografia de autores específicos. Já havia começado em 2021 com S. Craig Zahler (provavelmente mais conhecido como o diretor de Rastro de Maldade e de quem eu li mais um livro e uma HQ em 2022) e até um pouco antes, mas de maneira desorganizada, com Margaret Atwood (de quem só li um conto em 2022), mas acrescentei mais três nomes à minha lista, a autora de ficção científica Ursula K. Le Guin (de quem li os três primeiros livros do Ciclo Hainish em 2022), a de mistério Patricia Highsmith (de quem li também os três primeiros livros no ano) e o de mistério/thriller/horror Ira Levin (de quem li somente o primeiro no ano que passou).
Finalmente, também não exatamente um tabu até porque nunca pensei muito nisso, comecei e terminei de ler a divertidíssima série de 15 livros protagonizada pelo jornalista investigativo Irwin Maurice “Fletch” Fletcher, escritos por Gregory Mcdonald, começando, em seguida, a de 24 livros protagonizada pelo ladrão Parker, por Richard Stark, o nom de plume mais famoso de Donald E. Westlake (li os quatro primeiros da série em 2022).
Posso dizer, portanto, que mudei radicalmente meus hábitos de leitura no ano passado e diria que isso se deu justamente por essa sandice chamada Corrida Literária!
.
10º — O Crepúsculo do Mundo
Werner Herzog – Alemanha, 2021
9º — O Retrato de Dorian Gray
Oscar Wilde – Reino Unido, 1891
8º — Cinema Speculation
Quentin Tarantino – EUA, 2022
7º — Cenas de Minha Vida
Michael K. Williams e Jon Sternfeld – EUA, 2022
6º — Trabalho de uma Vida: Um Livro de Memórias
David Milch – EUA, 2022
5º — O Americano Tranquilo
Graham Greene – Reino Unido, 1955
4º — Leave the Gun, Take the Cannoli
Mark Seal – EUA, 2021
3º — Pacto Sinistro
Patricia Highsmith – EUA, 1950
2º – Sir Gawain e o Cavaleiro Verde
Autor Desconhecido (Tradução J.R.R. Tolkien) – Reino Unido, Segunda Metade do Séc. XIV
1º – A Tragédia de Macbeth
William Shakespeare – Reino Unido, 1606
.
FERNANDO JG
Em um ano totalmente dedicado a outras espécies de leituras ligadas a estudos literários específicos, acabo que me deparo com um repertório de leitura muito nichado ao ambiente acadêmico. Embora sejam interessantíssimas, parecem carregar um pouco de enfado num geral. Sendo assim, para essa lista, pensei em trazer algo do mais popular e canônico do que eu li e reli este ano, seleção esta que pertence às minhas “leituras pessoais” e não às minhas “leituras profissionais”, se posso dizer assim. Apesar de ter sido um ano de poucas leituras por diversão, segue abaixo o que li de mais interessante: revisito dois dos meus romancistas favoritos: Joyce e Thomas Mann; o livro de despedida do poeta que muitas vezes me emocionou como nenhum outro, Carlos Drummond de Andrade; e vou desbravando outras literaturas, mas uma muito notável e que me marcou profundamente: Bom Crioulo. De todo modo, nesta que é a minha terceira lista para o PC, não fujo em nada ao habitual das outras duas anteriores, e o que segue é mais uma lista de cânones e obras tradicionais das Literatura.
.
10º – Um Jogador
Fiódor Dostoiévski – Rússia, 1866
9º – As Cabeças Trocadas
Thomas Mann – Alemanha, 1940
8º – O Uraguai
Basílio da Gama – Portugal, Brasil, 1769
7º – O Processo
Franz Kafka – Áustria-Hungria, 1925
6º – Pauliceia Desvairada [Releitura]
Mário de Andrade – Brasil, 1922
5º – Noturnas – Fagundes Varela
Fagundes Varela – Brasil, 1861
4º – Farewell Drummond [Releitura]
Carlos Drummond de Andrade – Brasil, 1996
3º – Retrato do Artista Quando Jovem
James Joyce – Inglaterra, 1916
2º – Une Tempête
Aimé Césaire – França, 1969
1º – Bom-Crioulo
Adolfo Caminha – Brasil, 1895