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Lista | Darren Aronofsky: Os Filmes Ranqueados

por Guilherme Coral
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Poucos são os diretores que contam com apenas bons filmes em suas carreiras e, se desconsiderarmos os curtas-metragens do início de sua jornada, Darren Aronofsky certamente é um deles. Com obras que desafiam o espectador, tirando-o de sua zona de conforto, o realizador já nos entregou verdadeiras obras de arte, com temáticas que vão desde o vício até a religiosidade.

Em razão de seu mais novo filme, Mãe!, decidimos, então, listar todos os seus longas e curtas (atualmente disponíveis) em ordem de preferência, do que menos gostamos até os que adoramos. Como qualquer lista, ela reflete uma opinião, variando de pessoa para pessoa. Concordando, ou não, deixem seus comentários abaixo, nos dizendo qual a ordem de vocês e participem da enquete ao fim da lista, votando nos seus três filmes preferidos de Aronofsky. Além disso, leiam as nossas críticas de cada uma das obras, basta clicar nos títulos, imagens ou nos links colocados abaixo!

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9. No Time
(idem, 1994)

O que nos faz enxergar essa como uma obra de Aronofsky é a presença de elementos surrealistas, os quais se fariam presentes, em peso, no futuro cinematográfico do diretor. A própria premissa, de abandono da lógica linear, assemelha-se à posteriores produções de Aronofsky, ainda que essa seja uma comédia e não um drama. É seguro dizer que o diretor ainda estava em processo de encontrar sua linguagem, mas, ao menos, sua direção evoluiu consideravelmente de seu primeiro curta para esse, que não traz mais o desconforto dos personagens olhando para a tela. Leiam a nossa crítica completa, aqui.

8. Fortune Cookie
(idem, 1991)

Lançado logo após Aronofsky ter concluído seus estudos, Fortune Cookie distancia-se bastante dos trabalhos posteriores do diretor, tanto na temática, quanto na execução, algo mais que compreensível, considerando que esta é a sua primeira empreitada na direção. A obra nos traz a história de um vendedor, já há mais de três meses sem conseguir vender nada. No desespero, após a ameaça de ser mandado embora, ele acaba acreditando nos dizeres de uma mensagem encontrada dentro de um biscoito da sorte. Ao conseguir suas primeiras vendas em tempos, o vendedor passa a acreditar que a fonte de sua fortuna é justamente o tal biscoito e passa a repetir o ritual dia após dia, não se dando conta de sua crescente obsessão por esse objeto de sorte. Leiam a nossa crítica completa, aqui.

7. Pi
(idem, 1998)

Estreia delirante de Darren Aronofsky em um longa-metragem, Pi é uma viagem pelo mundo dos números e pela mente perturbada de um gênio.

O filme é composto por sequências eficientes de agonia e loucura, mas também reserva fartas doses de estesia sustentada por uma edição insuportavelmente rápida e por um tsunami narrativo na ligação das sequências que por pouco não compromete o roteiro. Na verdade, o alarde feito em relação à película me parece matéria de rala cinefilia. O filme é bom, mas não é a revelação do século e nem é tão inovador assim. Leiam a nossa crítica completa, aqui.

6. O Lutador
(The Wrestler, 2008)

O Lutador pode ser considerado o filme mais “pé no chão” do diretor Darren Aronofsky. Após o intrigante Pi, o avassalador Réquiem para um Sonho e o visualmente rebuscado Fonte da Vida, Aronofsky trouxe uma tocante história de redenção que é também um dos estudos de personagen(s) mais poderosos e sinceros dos últimos anos. Tudo no filme, desde a escolha dos atores até a condução ultra realista e semi-documental, corrobora para uma experiência de grande apelo emocional, sem que o diretor precise recorrer ao melodrama para isso. Além de tudo, o que faz de O Lutador um filme tão impactante para o espectador está no fato de que a trajetória de seus protagonistas, pessoas perdidas e deslocadas em seu tempo, encontrem rimas e semelhanças tão grandes com a trajetória de seus próprios intérpretes – e a autenticidade da obra provém justamente da honestidade com que os atores retratam a complexidade de seus personagens, algo que jamais aconteceria sem dois intérpretes à altura como Mickey Rourke e Marisa Tomei. Leiam a nossa crítica completa, aqui.

5. Fonte da Vida
(The Fountain, 2006)

Fonte da Vida é o filme mais pessoal e intimista de Aronofsky, o que talvez tenha gerado o repúdio de boa parte daqueles que o assistiram. Não é um filme de fácil digestão ou compreensão, pois o diretor faz questão de trabalhar com a sonoridade e a plasticidade para levantar diversas indagações religiosas e existenciais, mas jamais busca uma resposta concreta para as mesmas. Narrando três histórias paralelas com diferenças de mil anos entre si: nos tempos atuais, um neurologista (Hugh Jackman) luta para encontrar a cura do câncer que acomete sua amada (Rachel Weisz); na Espanha do século 16, um navegador (Jackman novamente) parte para o Novo Mundo em busca da lendária árvore da vida; e no século 26, um astronauta (Jackman mais uma vez) encontra respostas para questões fundamentais da nossa existência. Leiam a nossa crítica completa, aqui.

4. Noé
(Noah, 2014)

Darren Aronofsky, em seu primeiro filme de gigantesco orçamento e, portanto, menos controle artístico, consegue navegar muito bem as águas turbulentas e traiçoeiras que marcam os grandes blockbusters e acaba fazendo um misto eficiente entre filme autoral e filme de ação. Apesar de não ser a obra mais ousada do diretor ou mesmo a mais filosófica, ainda assim Noé consegue deslumbrar e fazer pensar, além de contar com atuações marcantes, mesmo que não por todo o tempo de projeção. Leiam a nossa crítica completa, aqui.

3. Réquiem para um Sonho
(Requiem for a Dream, 2000)

Apesar de sua filmografia ser composta de projetos que são, em sua maioria, um verdadeiro soco no estômago, Réquiem para um Sonho é a síntese do cinema de Aronofsky: um filme de imagens pesadas e desafiadoras, clima atordoante e um efeito entorpecente que se agarra ao espectador por um bom tempo após o término da projeção. É um filme que nos deixa, quase que literalmente, exaustos. Leiam a nossa crítica completa, aqui.

2. Cisne Negro
(Black Swan, 2010)

Uma ode à arte e a paixão do artista ao conceber, viver e respirar esta arte. Tal qual foi a própria produção (que teve um orçamento apertadíssimo), o filme é um estudo obsessivo sobre a busca por um perfeccionismo que pode ser destrutivo, sobre o artista que enxerga a si próprio naquela arte exercida, e que acaba se tornando o próprio significado daquela arte. Em linhas resumidas, Cisne Negro é uma das experiências sensoriais mais poderosas dos últimos anos, o que não é pouco. Leiam a nossa crítica completa, aqui.

1. Mãe!
(Mother!, 2017)

Darren Aronofsky cria não somente um filme com caráter religioso, como algo que critica o que a nossa sociedade acabou se tornando. Em seus filmes anteriores, o diretor nos tirou da zona de conforto; em Mãe! ele nos faz esquecer o próprio conceito de conforto, criando uma narrativa que deve ser interpretada e que, certamente, gerará inúmeras visões por parte dos espectadores. Não é um filme para nos agradar e sim para nos fazer pensar, que permanece conosco por diás após termos saído da sala do cinema. Intrigante, alegórico e perturbador, Mãe! é uma verdadeira obra-prima. Leiam a nossa crítica completa, aqui.

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E aí, o que acharam da lista? Comentem abaixo com a ordem pessoal de vocês e não deixem de votar na enquete abaixo!

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