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Lista | Dexter: New Blood – Os Episódios Ranqueados

Ranqueando o sangrento revival de Dexter.

por Ritter Fan
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Avaliação da temporada:
(não é uma média)

  • Há spoilers.

O revival de Dexter começou como todo o revival de séries há muito encerradas: jogando seguro e trabalhando em cima da nostagia. Durante talvez mais episódios do que deveria, a minissérie pecou justamente por repetir estruturalmente o que todo mundo esperava de Dexter Morgan, sem tentar inovar, sem tentar fazer nada minimamente diferente que não fosse, claro, a inserção de um Harrison adolescente na história.

Apesar de não ter sido ruim, esse começo – algo como os três primeiros episódios – foi uma razoável decepção e apontava para um trabalho meramente caça-níqueis de Clyde Phillips que se sustentava pela sempre ótima presença de Michael C. Hall e pela revelação de Jack Alcott. Mas tudo começou a mudar quando a história passou a trabalhar o lado psicológico de Dexter e Harrison, desafiando inclusive a premissa da série original, ou seja, treinamento de Dexter como um “serial killer do bem” por seu pai adotivo Harry que é caracterizado, aqui, muito mais como um louco varrido que treinou seu filho para matar do que ter feito o que devia ter feito e levá-lo para ser tratado profissionalmente.

Claro que o começo lento acabou exigindo pulos de lógica e corridas dedutivas ao longo da minissérie, mas a trinca final de episódios elevou a qualidade do trabalho de Phillips e tudo acabou de maneira absolutamente definitiva – até que Hollywood resolve relativizar isso, lógico -, com o showrunner tendo tido a coragem não só de matar Dexter, como de afastar Harrison de seu proto-Passageiro Sombrio, com o jovem identificando-se como “apenas” um adolescente problemático que se tornou quem é em razão dos traumas de seu passado. Não gostei da sequência final em que Harrison executa o pai a sangue frio, pois isso precisava de uma construção mais longa que provavelmente foi “roubada” da série por seu início mais burocrático e, possivelmente uma outra saída para a morte do protagonista, mas a grande verdade é que tudo acabou de forma muito redonda, realmente justificando a existência do revival, algo raro de se ver.

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Como fazemos em toda série que analisamos semanalmente, preparamos nosso tradicional ranking dos episódios para podermos debater com vocês, lembrando que os textos abaixo são apenas trechos das críticas completas que podem ser acessadas ao clicar nos títulos dos capítulos. Qual foi seu preferido? E o pior? Mandem suas listas e comentários!

10º Lugar:
Smoke Signals

1X03

Smoke Signals é apenas o terceiro episódio da temporada de 10, mas o “novo sangue” que o título prometeu ainda não apareceu de verdade. O que temos é um mais do mesmo que podemos chamar folgadamente de simpático em razão do apelo nostálgico de se ter Dexter Morgan de volta, mas por enquanto é só. Será necessário algo consideravelmente mais interessante para que o showrunner prove que trazer o personagem criado por Jeff Lindsay de volta às telinhas tem mais valor do que apenas o de face, que é, claro, a produtora cavoucando suas propriedades antigas para achar algo que pode ser recauchutado e vendido como novo.

9º Lugar:
Storm of Fuck

1X02

Storm of Fuck não é ainda o episódio que faz o clique e justifica – para além da nostalgia – o retorno do simpático serial killer ético. Ele é, apenas, a aparente certeza de que Clyde Phillips não parece querer arriscar muito, pelo menos não nesse começo. Só resta esperar que ele tenha um plano mais elaborado do que só o que está aparente no momento e que essa dupla inicial de episódios seja apenas a isca para algo mais interessante, que fuja do que aprendemos a esperar de Dexter.

8º Lugar:
Cold Snap

1X01

Talvez seja injusto esperar de Cold Snap mais do que o episódio ofereceu, pois não é uma tarefa simples reviver uma série encerrada há oito anos. No entanto, fica aquela sensação de que Phillips poderia ter trazido um pouco mais do que apenas o mesmo, só que com neve. É sem dúvida bacana ver Dexter retornando, talvez para agora ganhar um final que agrade todo mundo, mas teria feito bem a esse recomeço se a produção tivesse arriscado um pouco mais.

7º Lugar:
H Is For Hero

1X04

Encerrando com aquele sorriso de pai orgulhoso estampado no rosto de Dexter quando ele encontra a arma do crime dentro da lanterna de seu filho, H Is for Hero parece ser o verdadeiro começo de New Blood, com os três primeiros episódios podendo facilmente ser considerados apenas preâmbulos. Ainda é o caminho mais viajado, não tenham dúvida, mas quando esse caminho é bem asfaltado, com as faixas pintadas e devidamente iluminado, não há como ele não ser apreciado, ainda que sempre seja preferível uma trilha de difícil acesso e mais desafiadora.

6º Lugar:
Skin of Her Teeth

1X07

Skin of Her Teeth, apesar de avançar a trama com velocidade vertiginosa, faz isso em detrimento de deduções mais cadenciadas por todos os envolvidos. Há facilitações de roteiro que cansam um pouco, mesmo que ver Dexter ser Dexter perante terceiros pela primeira vez na série seja um deleite e mesmo que a conexão entre pai e filho continue seguindo um bom caminho. Não tenho certeza, mas diria que as “férias” alongadas de Dexter em Iron Lake estão chegando a seu sangrento fim.

5º Lugar:
Runaway

1X05

Depois de um bom episódio, Runaway continua a pegada de qualidade, mas conseguindo quebrar de vez as correntes do passado e da nostalgia, mesmo que, ironicamente, tenha que ter trazido Angel deste mesmo passado para fazer isso. Agora é ver se Clyde Phillips desenvolverá esse viés que inverte o jogo usual de Dexter, colocando-o como caça e não apenas como caçador, e como isso será casado com a presença de Harrison bem ao lado de seu pai em meio a uma possível crise.

4º Lugar:
Too Many Tuna Sandwiches

1X06

O grande trunfo do episódio não é exatamente fazer as linhas narrativas convergirem com Angela tendo uma conversa dura com Dexter e Dexter descobrindo que Kurt é um serial killer, mas sim colocar em xeque a natureza dos distúrbios de Harrison. Seria muito fácil deixar bem claro que ele tem uma versão do Passageiro Sombrio em sua mente, fazendo-o efetivamente um herdeiro do pai, um futuro assassino em série em seu próprio direito, perpetuando os traumas do passado. Seria fácil e consideravelmente maniqueísta e, vamos combinar, óbvio até não poder mais. Por isso é que fiquei feliz ao notar que o roteiro co-escrito por Scott Reynolds e Warren Hsu Leonard não está interessado em pavimentar esse caminho em tese perfeito e confortável. Muito ao contrário, o texto levanta a questão – que foi abordada no episódio anterior também – da abusividade da relação de Harry e Dexter, com um pai ensinando o filho a matar “corretamente” no lugar de verdadeiramente tratar um trauma profundo e faz a pergunta: Dexter é o que é por causa do pai adotivo ou apesar do pai adotivo?

3º Lugar:
Unfair Game

1X08

Unfair Game é um dos melhores exemplares de New Blood até o momento, com roteiro e direção cuidadosos que conduzem as sequências de ação a conclusões mais do que satisfatórias, ainda que não surpreendentes (e nem precisavam ser), preparando o terreno para um final que promete colocar Dexter na mira de todo mundo de Iron Lake e quiçá até da polícia de Miami se Angel decidir chamar Angel de volta. Resta só saber se Phillips trará um final definitivo para o serial killer que aprendemos a amar ou se ele preferirá deixar abertas as possibilidades para uma segunda temporada ou, talvez, dependendo da estrutura escolhida, uma segunda minissérie.

2º Lugar:
Sins of the Father

1X10

Uma minissérie galgada em nostalgia – como tantas outras por aí – que foi feita para redimir as temporadas finais da série original realmente cumprir seu objetivo é algo raro. E fazer isso enterrando por completo alguma chance de continuidade é realmente de se tirar o chapéu. Mesmo com um começo claudicante, na linha do mais do mesmo, e jogando seguro por tempo demais, o que acabou acelerando algumas situações mais para a frente, New Blood realmente mostrou o porquê de existir e deu ao sofrido e problemático Dexter Morgan o fim que ele merecia.

1º Lugar:
The Family Business

1X09

The Family Business é o tipo de episódio que realmente justifica reviver uma série encerrada há anos para além da moda de se fazer isso em razão de nostalgia e o dinheiro que isso tem trazido. Apesar de eu pessoalmente não gostar muito do conceito de Harrison ser um Dexter 2.0 – e ele pode ainda não ser, vejam bem! -, em razão de essa escolha ser a mais “fácil”, o caminho que eu prefiro pouco importa já que a execução de tudo se dá quase que perfeitamente aqui, a começar pela cadência do episódio que não corre absolutamente com nada e, principalmente, não inventa de criar pulos temporais.

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