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Lista | Doctor Who – 2ª Temporada: Os Episódios Ranqueados

Mais uma temporada com um final decepcionante...

por Luiz Santiago
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Embora tenha ficado, no frigir dos ovos, no mesmo patamar de qualidade geral que a temporada anterior, este ano de Doctor Who tem uma classificação muito mais sólida, plural, inteligente e madura na seara do “muito bom“, exceto pela maneira como o showrunner concebeu o desfecho. Marcando o fim da Era do 15º Doutor, a temporada trouxe inúmeras nuances e apresenta algo tão interessante em termos de desenvolvimento de personagem, que eu realmente acho que mais uma temporada de Ncuti Gatwa deixaria o personagem num patamar sensacional. Mas tudo acabou. E da maneira mais patética possível, infelizmente. Abaixo, a lista de classificação dos episódios desta temporada. Deixe a sua lista pessoal nos comentários!

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8º – A Guerra da Realidade (The Reality War)

2X08

Para além de tudo isso, tivemos Billie Piper aparecendo como a 16ª Doutora (ou será isso mais um truque que nunca será bem explicado?), deixando em mim uma contradição hipócrita que admito com orgulho. Por ser fascinado pela atriz, eu não consigo esconder o meu lado emocional e de curiosidade para vê-la como Time Lady. Já o meu lado crítico e racional não esconde a insatisfação com a escolha, uma estratégia de marketing que já tinha ultrapassado todos os limites com David Tennant e que aqui parece um grito de desespero apelativo. Desde Flux eu não terminava uma temporada de Doctor Who com um sentimento tão ruim no peito e com tanta indiferença diante do status da série. Se for pra seguir assim, que o hiato (se for ter) dure até 2030. Eu me contento tranquilamente com a Big Finish

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7º – Mundo do Desejo (Wish World)

2X07

Em Mundo dos Desejos, que eu acabei gostando — com ressalvas –, isso ainda parecia possível, embora o longo caminho tomado pelo texto me parecia desnecessário. Ali, a estética funcionava bem e muitas possibilidades narrativas se apresentavam. Era coisa demais, mas um sóbrio Finale endireitaria tudo. Contudo, isso não aconteceu. Ao contrário: o Finale piorou tudo.

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6º – A História e o Motor (The Story and the Engine)

2X05

Chama a atenção o fato de esta Era nos oferecer mais uma narrativa sobre criação artística, oralidade e a construção de realidades e seres divinos. Desta vez, porém, encontramos algo apenas marginal às divindades. Ainda assim, algo de extrema importância: as histórias que passam de geração em geração sobre os feitos e grandezas dessas figuras divinas. Os simbolismos, desta vez, são fáceis de compreender e recebem leituras mais diretas, aplicadas ao problema principal da temporada: o que a narrativa de uma história tem a ver com o bloqueio do ano de 2025 para o Doutor e Belinda? Sem a carga moralista e a finalização insatisfatória do vilão, a qualidade do episódio, talvez se mantivesse degraus acima.

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5º – A Revolução Robô (The Robot Revolution)

2X01

A química entre os protagonistas e o caráter de embate entre eles promete situações bem mais interessantes do que vimos antes, com Ruby, e, de certa forma, faz a gente voltar à reflexão sobre múltiplas realidades ou diferença muito grande de tempo, um dos elementos que acabou tornando o episódio desnecessariamente confuso, por sinal. Agora ficam as dúvidas sobre o destino da dupla, o tempo que eles poderão acessar e qual Terra eles vão visitar ao longo dessa temporada. Eu estou empolgado, e vocês?

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4º – O Festival Interestelar da Canção (The Interstellar Song Contest)

2X06

Assim como a Doutora Fugitiva, fica a dúvida sobre futuras aparições de Susan e o que isso representa para o mistério da temporada ou da própria encarnação do 15º Doutor. Susan, com seu ar de enigma familiar, sugere que este Doutor tão visceral em sua raiva e tão frágil em suas perdas, pode estar navegando não apenas um cosmos em colapso, mas uma versão de si mesmo que ele ainda não compreende. Enquanto Belinda encara a sombra da destruição da Terra, o episódio cristaliza o que Doctor Who faz de melhor: transformar as coisas comuns em reflexão. Apesar do salvamento bobinho do dia, o texto fez uso cuidadoso do caos, quebra positivamente as expectativas e deixa-nos com ansiedade e fascínio pelo que está por vir. Como não gostar de um enredo desses?

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3º – Lux

2X02

Lux é um tributo à história de Doctor Who e um comentário sobre o poder das histórias que contamos. O episódio diverte muito com sua inventividade visual e nos provoca ao sugerir que a arte, como a luz de Lux Imperator, pode iluminar, cegar, prender ou libertar, dependendo de como a enfrentamos ou usamos. O desafio está em saber quando sair da plateia e voltar para o mundo real, onde existimos. É uma reflexão que transcende a tela, instigando-nos a questionar o que assistimos e o que projetamos de nós mesmos nessa dimensão, como autores de nossas próprias tramas, decidindo que vidas iluminaremos ao nosso redor.

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2º – Dia de Sorte (Lucky Day)

2X04

A simplicidade inicial do namorico entre Ruby e Conrad, embora compreensível como contraste para o impacto da reviravolta, é o único ponto do episódio que parece destoar em qualidade (bem, talvez junto às cenas de organização no prédio da UNIT, logo após o retorno da vila isolada onde a traição acontece). Mas esse pequeno pedaço do episódio cede espaço a uma complexidade que cresce exponencialmente, culminando em algo verdadeiramente memorável. O Doutor e Belinda ainda não conseguiram voltar para 2025 e, ao já estabelecido mistério de D. Flood, me parece que também teremos um mistério envolvendo Conrad, certo? Essas múltiplas camadas de revelação me dão medo. Mas estou gostando tanto dessa temporada, que posso me dar ao luxo de acreditar em um bom Finale. De vez em quando, um pequeno pulo do abismo faz sentido… Qualquer coisa eu gravo um podcast a respeito.

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1º – O Poço (The Well)

2X03

Levando em conta que os anos da WhoDisney são mais curtos, a estruturação de um arco amplo da vida de um Doutor é maturada muito mais cedo, com menos tempo para elaborações. Para mim, não importa muito o rumo da série. Apesar de ser conceitualmente resistente a mudanças (como qualquer pessoa que já passou dos 30 anos), eu abraço com bom gosto as novidades que se apresentam em alta qualidade. Se a coisa seguir nesse nível da 2ª Temporada, venha o que vier: no quesito de bons roteiros, estamos bem servidos, direções e atuações. E isso é tudo o que importa.

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