Este é o tipo de lista que, para mim, existe sempre uma possibilidade de alteração e redefinição de postos. Principalmente se considerarmos a Doutora Fugitiva, que apareceu pouco na série (ela só está mais atrás justamente porque vimos pouco dela na série até o momento de publicação desta lista, mas há muito potencial futuro para ela furar a fila e aparecer lá no meio ou na primeira metade!), ou a adição constante de novos Doutores de tempos em tempos. É, portanto, uma lista não muito fixa que reflete um pensamento de momento. Sendo sincero, acho que as únicas coisas que não vão mudar em qualquer classificação de Doutores que eu fizer são os 2 primeiros lugares — dado o meu fascínio absoluto pelo 12º e 2º Doutores –, e o último lugar, visto que eu não consigo me conectar com o 5º Doutor.
Deixe, nos comentários, a sua própria lista com a classificação dos Doutores da série!
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17º – Peter Davison: 5º Doutor
Apesar das boas histórias que finalizam sua Era, não há nada no 5º Doutor que verdadeiramente me chame muito a atenção. Não é um personagem com quem eu consigo me conectar. Existe um elemento de romantismo e paz aleatória tão grande nele, que, sem querer, me irrita. Não é que eu o ODEIE, não é isso. Mas de todos os Doutores, é o que eu menos gosto, justamente pela marca de simplicidade pacífica que é exagerada demais, na minha opinião.
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16º – Jo Martin: A Doutora Fugitiva
Como disse na introdução, ela só está nessa posição por redução de aparições na série até o momento da publicação desta lista. Quando tiver mais situações com ela em cena, penso que serei capaz de vê-la melhor, como Doutora, e colocá-la em posições mais à frente. E digo isso porque gosto (muitíssimo!) de tudo o que vi dessa encarnação até agora. Personalidade, ímpeto de luta, estratégia, certa mania de perseguição que a mantém totalmente em alerta e um pensamento lógico que seria muito bom ver de modo fixo no show.
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15º – William Hartnell: 1º Doutor
Nosso adorável rabugento! No passado, eu gostava bem mais dele, mas fui revendo outros Doutores e fui colocando o 1º Doutor mais para trás na lista. No entanto, ele é o tipo de Time Lord que acredito ter uma das maiores marcas de sua espécie (talvez até mais que o 6º Doutor), pelo distanciamento com os humanos, pela frieza em alguns momentos e pela forma totalmente científica com que explora algumas situações. Para efeito dessa lista, considero, claro, apenas o 1º Doutor de William Hartnell, e não as versões interpretadas por outros atores, que acabam seguindo a mesma base.
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14º – Jodie Whittaker: 13ª Doutora
Gosto bastante da Doutora da Jodie, acredito que ela trouxe uma postura de maior candura e fofura após uma encarnação poderosíssima, pesada, filosófica e reflexiva. Lamento demais que ela não tenha tido histórias mais interessantes para trabalhar. Mas é uma delícia de encarnação, apesar de ter sido construída com um conflito (de paixão pela Yaz) que não precisava ser tratado de forma tão séria e com tanto tabu… Ainda bem que essa questão foi tratada com muita naturalidade e delicadeza (era só isso que a gente queria!) na interação dela com o 15º Doutor.
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13º – David Tennant: 14º Doutor
Acabei gostando bem mais dessa encarnação do que eu me programei para gostar. Eu estava com uma birra enorme por conta da escalação de David Tennant para o papel, mas quando você vê esse homem em cena… convenhamos… como resistir? Ele consegue trazer uma beleza, uma simpatia, um foco tão grande para o personagem que não dá para ignorar. Apesar da estranheza de seu destino e dos mistérios em que esteve envolvido; sua existência, sua preocupação com as coisas à volta e sua marca de “aventureiro em estado de mudança” me conquistaram.
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12º – Paul McGann: 8º Doutor
Assim como fiz uma observação no caso da Doutora Fugitiva, faço aqui um reforço em relação ao parâmetro de classificação para a colocação do 8º Doutor nesta posição. Se eu for considerar os trabalhos dele na Big Finish ou mesmo nas séries literárias, ele vai furar muita fila e estar entre os primeiros, juntamente com o 6º Doutor. Por isso, para manter a justiça de classificação em termos gerais de aparição de todos os Doutores, ficarei apenas com o material audiovisual dele. E com isso em mente, quero dizer que este Doutor tem um dos arcos de transformação mais pesados, partindo de um romântico meio bobo, de bem com a vida, para um homem atormentado por uma guerra da qual não queria participar, mas que foi forçado, inúmeras vezes, a isso. Tomara que um dia ainda tenhamos um spin-off só dele!
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11º – Ncuti Gatwa: 15º Doutor
Haja energia, hein! Eu gostei do 15º já em suas primeiras aparições, mas sempre tive um pouco de receio em relação ao exagero na representação da energia do personagem. Às vezes, me soava forçado demais. Oposto a isso, adorei a maneira como sua sensibilidade chorona foi exposta na série, algo que infelizmente não agradou a todos. Ver o Doutor com esse tipo de sensibilidade, esse tipo de demonstração, trouxe uma camada diferente para ele, mais íntima, pessoal, terna, aberta, transparente. Adoraria poder ver uma mudança dele, com elementos mais sombrios, mais cenas solo, com discursos densos. Quem sabe em participações posteriores ou mesmo na Big Finish?
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10º – Colin Baker: 6º Doutor
O mais injustiçado… O Doutor com uma personalidade que tinha a cara de seu planeta e da figura de um alien (similar ao 1º Doutor): impiedoso com contraventores, com tratamento rude quando impaciente e pragmático ao ponto da irritação. O curioso é que eu sou do time que adora ver tudo isso em um personagem, e Colin Baker sabe trabalhar essas características de maneira que me agrada demais. É uma pena que sua fase foi boicotada por um julgamento que diminuiu o escopo de sua atuação em histórias mais livres, e sua Era acabou sendo interrompida da forma mais inaceitável possível. Ainda bem que a Big Finish contratou o ator e tivemos a oportunidade de ver o alto nível de atuação de Colin Baker e como seu Doutor, com essa banca toda de ignorante, pode ser alguém fofo e um excelente companheiro de viagens.
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9º – John Hurt: O Doutor Guerreiro
Concebido durante a Era de Ouro da Nova Série, o War Doctor apareceu para preencher um buraco e acabou sendo um dos “puxadinhos narrativos” mais geniais pensados por Steven Moffat. Aqui, temos a encarnação de um personagem que faz tudo aquilo que o Doutor que conhecemos jurou não fazer. Ou melhor, considerando alguns acessos de raiva de certas encarnações, o Guerreiro acabou sendo a extrapolação da violência e dos votos que o título “Doutor” representa para… o Doutor. Interpretado por um dos medalhões da dramaturgia britânica, o War Doctor é certamente um dos mais durões, reflexivos, melancólicos e estratégicos Doutores de todos. E tem um final redentor que é absolutamente lindo.
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8º – Matt Smith: 11º Doutor
Este é um adorável crianção. Como eu gosto do ponto de vista desse Doutor para as pessoas e para o mundo! De certa maneira, me lembra o ponto de vista do 9º, mas sem o trauma escondido. Em muitos aspectos, é também um Doutor romântico, mas de um jeito desengonçado, o que torna tudo muito cômico e… fofo. É um Doutor que quer ser levado a sério, mas nem ele mesmo se aguenta. O curioso é que isso era tão evidente em sua personalidade, que só passamos a vê-lo de maneira diferente de um “irmão mais velho” quando chegamos nos anos em que ele passou em Trenzalore e envelheceu. Aliás, este é um Doutor com um dos finais mais lindos e mais bem escritos de toda a série.
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7º – Sylvester McCoy: 7º Doutor
Quem nunca gostou de um manipulador, não é mesmo? Eu confesso que demorei a pegar o ritmo do 7º Doutor. Não pela atuação de McCoy, que é muito precisa e muito interessante. Mas porque me dava uma agonia não saber se podia confiar nessa versão do Doutor. A gente cria conexões emocionais com os personagens centrais de séries de que gostamos, especialmente em casos como os desses protagonistas de DW. Acho que essa dificuldade foi o que muita gente também teve com o 12º Doutor, especialmente na 8ª Temporada. Quando eu percebi que estava gostando MUITO do 7º Doutor, ele simplesmente “se foi”, e a próxima vez que o vi foi tomando um tiro assim que saía da TARDIS…
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6º – Christopher Eccleston: 9º Doutor
Saído diretamente das cinzas da Time War, esse aqui só quer fugir e viver em paz. Foi o primeiro Doutor com quem tive contato, minha apresentação a Doctor Who, por isso tenho um carinho enorme por ele. Gosto da forma otimista como ele se esforça para ver as coisas, e como salvar pessoas, para ele, tem um significado muito maior do que para qualquer outro. É um personagem traumatizado que está em processo de cura. Ele nunca se esquece de que o mundo e as pessoas (bem, pelo menos algumas delas) são incríveis e que sua dor, eventualmente, vai passar. O tanto que eu chorei quando ele se regenerou…
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5º – David Tennant: 10º Doutor
Anos depois de sua regeneração, eu pegaria bronca da babação de muitos whovians em cima dessa encarnação. A mesma coisa aconteceria para aquela novela interminável do seu processo de regeneração (o Metacrise, pra mim, é uma aberração inaceitável), mas analisando friamente, dramaturgicamente, não dá para dizer que é difícil entender o motivo dessa veneração toda. Tennant é um gigantesco ator e a qualidade da interpretação que ele traz para o personagem é colossal. Simpatia, empatia, comicidade, seriedade em momentos específicos, fúria em outros momentos… é um Doutor muito completo em termos de habilidades e de demonstração de faces. Acredito que ele e Matt Smith pegaram uma Era da série onde mostrar variedade de emoções e abordagens de construção do personagem era obrigatório. Por mais variações que tenhamos em outros Doutores, eles seguiram linhas mais ou menos fixas nesse sentido. Confesso que tenho muita saudade dessa Era. Quando eu tinha crise de ansiedade pelo próximo episódio da série. Ai, ai…
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4º – Tom Baker: 4º Doutor
O tio doidão que todo mundo gosta. O 4º Doutor passou muito tempo viajando e tivemos a oportunidade de ver várias nuances de sua personalidade ao longo das temporadas, sempre com essa aura de maluquice cômica e genialidade disfarçada de estupidez. É um dos momentos áureos de toda a série, não apenas da Série Clássica. Gosto de todo o caos que o 4º Doutor representava. Toda a bagunça que ele fazia e a maneira como ele se aproximava dos problemas, colocando seu vasto conhecimento em prática da forma mais improvável possível, às vezes irritando os outros de propósito.
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3º – Jon Pertwee: 3º Doutor
Doctor Who ou James Bond? Não sei explicar o quanto gostei do 3º Doutor desde o momento em que ele apareceu na tela. E é interessante isso, porque eu estava vindo de um Doutor que amei de paixão, então, tecnicamente, deveria ter um pouco mais de dificuldade para gostar da próxima reencarnação… mas não foi o caso. A seriedade dessa encarnação é daquele tipo de indivíduo durão com um senso de humor ácido e constante, mas que tem o coração de ouro. Gosto de tudo dessa Era e adoraria ver um novo momento de um Doutor de ação na série, ainda mais com uma postura mais protocolar, mais institucional, ao lado da UNIT.
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2º – Patrick Troughton: 2º Doutor
Esse é o tio palhaço que toca flauta, é um gênio, faz piadas do pavê e sai correndo estrategicamente toda vez que se vê em perigo. Como não amar uma figura dessas? É uma pena que muitas de suas histórias estejam perdidas, especialmente do arco O Inimigo do Mundo, mas olha, todo o restante que temos dele foi, para mim, imensamente prazeroso assistir e reassistir. Eu ri muito mais com o 2º Doutor do que com o 4º. Sempre achei o Troughton demasiadamente engraçado e com um tipo de ternura que me faz querer abraçar ele o tempo todo. Ele é protetor e aventureiro, companheiro, compreensível e muito prazeroso de acompanhar em suas aventuras. Dá vontade de rever essa Era todinha mais uma vez!
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1º – Peter Capaldi: 12º Doutor
O maioral! O inimitável! O grandioso! O incomparável CAPALDEUS!!! Eu nem vou escrever muito, porque a colocação dele nessa lista já diz o que é necessário. Acredito que foi o ator que melhor e maior ímpeto de atuação colocou em suas performances enquanto esteve no papel do Doutor, mesmo nas aventuras mais fraquinhas. Atuação irrepreensível e um aro de construção de personalidade que me emociona só de lembrar. Acho muito difícil, especialmente agora, haver outro Doutor que consiga superar o Capaldi para mim. Meu favorito da série!