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Lista | Doctor Who: Os Episódios Ranqueados do 5º Doutor

por Luiz Santiago
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O objetivo dessa lista é apresentar uma classificação pessoal dos episódios/arcos na Era do Quinto Doutor. Cada uma das classificações é acompanhada por um texto de impressões pessoais a respeito. Para ler as críticas dos arcos, basta clicar nos links que acompanham cada colocação. TODOS os arcos citados possuem crítica aqui no site. Abaixo, uma visão geral da minha temporada favorita desta era. E da minha equipe favorita. Para conferir os outros rankings, clique aqui.

  • Temporada favorita: 21ª (1984)
  • Time favorito: Doutor, Peri

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20º Lugar: Black Orchid

Arco #120

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É inegável, porém, que haja bons momentos na história. Aliás, a sequência com o assassinato e os mistérios envolvendo o Doutor são ótimos, geram uma boa expectativa, acendem um mistério que se resolve razoavelmente bem, não fosse a forma espalhada que o roteiro se organiza até chegar a ela. A festa, por mais “elefante branco” que seja, também é divertida e gera boas risadas, com um Adric esfomeado e Nyssa e Ann confundindo os presentes, vestindo a mesma fantasia. A trama paralela, com o Doutor tendo que resolver problemas mais graves, é um bom contraste, mas novamente, não há unidade narrativa alguma.

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19º Lugar: Time-Flight

Arco #122

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Depois do impasse resolvido e da chegada dos passageiros ao tempo correto, mais um capítulo na história da TARDIS é escrito. Tegan fica para trás, mas voltaria à série, “reformada” e com uma postura bem mais interessante do que a que tivemos até o momento. Além disso, um perigo mais “pessoal” para o Doutor ganhava forma no Universo e estava prestes a chegar à TARDIS, na 20ª Temporada. Por enquanto, tudo parecia ter voltado ao normal. Só que não por muito tempo.

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18º Lugar: Kinda

Arco #118

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Sem dúvidas, a melhor fase do arco está no mundo onírico e nos encontros de Tegan com os demônios de sua mente, ou da mente coletiva dos habitantes locais. O ambiente natural também tem um papel interessante na criação de uma atmosfera de ameaça em meio ao Paraíso. Isso funciona bem até certo ponto, mas o espectador logo se cansa da premissa que não avança e tende a revirar os olhos a cada cobrança estranha da aeromoça ou reclamação impaciente rebelde sem causa do E-Space. A ideia central e parte de sua execução são muito boas. Uma pena que isso não siga por todo o arco.

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17º Lugar: The Awakening

Arco #131

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Penso que o maior erro do roteiro foi insistir no estabelecimento geral da história em 1984. Se a intenção era explorar o anacronismo, então que houvesse de fato um choque cultural causado pelas criações do século XVII e do século XX, mas isso não acontece. No máximo, algumas roupas e certas noções de tecnologia são as estranhezas do serial, mas nada que não pudesse encontrar melhor lugar exclusivamente no passado. Também não é convincente a relação de Tegan com o avô, de modo que o caminho para a vila se torna, em retrospecto, forçoso, além do fato de que não há nada de muito relevante para o cânone da série nessa aventura, à parte a já citada relação dos Hakolians com os Terileptils. Se no cômputo geral o arco funciona positivamente, é por aquela impressão final que não sabemos bem definir, depois de ter estranhado uma sequência de coisas e concluirmos que, mesmo com as falhas, o saldo ainda está a favor da obra.

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16º Lugar: The Visitation

Arco #119

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Falho na abordagem dos companions e do Doutor (apesar de Peter Davison manter sua ótima atuação), o arco consegue se salvar pela jornada um pouco improvável que nos apresenta. A base dramática lembra bastante The Time Warrior, mas é um pouquinho mais melodramática e não executa tão bem as linhas de personagens em cena. Superada esta parte, temos uma curiosa explicação para o Grande Incêndio de Londres e uma visão do lado periférico da cidade em relação ao último grande surto de peste bubônica. Mais uma vez, o Doutor e seus companheiros presenciando a História como [não] conhecemos.

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15º Lugar: Four To Doomsday

Arco #117

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Deve-se elogiar bastante a direção de arte deste arco, pela construção e uso do cenário. Há momentos um pouco vergonhosos (como o Doutor amarrando a corda [?] para alcançar a TARDIS que Tegan, enlouquecida, materializa a alguns metros de distância), mas eles são bem poucos. Em geral, o processo visual, além do uso de figurinos e maquiagem são excelentes. Se não tivesse uma mudança do rumo central das discussões do roteiro a partir do terceiro episódio, teríamos algo muito melhor no final. No geral, é possível gostar da aventura, mas não dá para se conformar com sua queda brusca (e escolhas estúpidas) depois de um início tão incrível.

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14º Lugar: Earthshock

Arco #121

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A reta final é emotiva. Como disse no começo da crítica, mesmo Adric não sendo, a esta altura da série, um personagem realmente amado e bem escrito, sua morte é chocante (existe um diabinho lá no fundo da minha mente fazendo uma piada pesada com esse “chocante”, mas enfim…) e marcará definitivamente o 5º Doutor, além de acirrar alguns conflitos já em andamento entre ele, Tegan e Nyssa. Para quem gosta de imaginar como teria sido a vida de Adric, se ele não tivesse morrido, sugiro que leia o conto A Full Life, fenomenal história alternativa escrita por Joseph Lidster para reimaginar o personagem e pensar como seria se ele tivesse vivido uma vida inteira. Mesmo gostando muito da abordagem literária alternativa, confesso que prefiro o destino trágico do personagem estabelecido aqui. O peso dessa morte, suas consequências para os vivos e para o cânone da série são grandes demais para serem ignorados.

Adeus, Adric.

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13º Lugar: Warriors of the Deep

Arco #130

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O egoísmo de Turlough chega a irritar em certo ponto, assim como as suas briguinhas com Tegan e algumas respostas atravessadas da companheira para coisas que o Doutor sugere ou pede para ela fazer. Novamente, sua posição na série fica chata e é impossível não revirar os olhos algumas vezes. Também foi interessante ver o Doutor agindo de forma mais “violenta”, partindo para a briga, assumindo ações de ataque direto, algo que eu não víamos de maneira tão marcante desde a era do 3º Doutor (o 4º Doutor teve seus momentos nesse lado, claro, mas ação física obviamente nos remota ao 3º).

O final aqui é chocante. A face do Doutor é de vergonha, pesar e luto, e sua frase final toca o espectador. Uma maneira dura — e bastante rara — de terminar uma história em Doctor Who.

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12º Lugar: Enlightenment

Arco #127

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A fotografia explora uma paleta de cores amadeiradas e funciona muito melhor nas cenas internas. Exceto pelo ponto final da corrida, o lugar onde o vencedor receberia a Iluminação, não gostei de nenhuma cena no espaço. Apenas a ideia do que estava acontecendo + um bom drama de caráter claustrofóbico funcionariam melhor. De todo modo, o que temos aqui não é um drama ruim, muito pelo contrário. O trabalho visual externo não é dos melhores, mas qualquer whovian que se preze consegue contextualizar isso rapidamente, mesmo admitindo a má qualidade de tais efeitos.

O final, com Turlough liberto e pedindo para ser levado até o seu planeta é uma boa surpresa. Sem mais cristais, sem mais cara de desespero e, enfim, detalhes sobre a terra natal desse curioso e progressivamente interessante companion dão as caras. Só que essa ida para o planeta de Turlough ainda demoraria um pouco para acontecer… não viria logo em seguida não.

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11º Lugar: Terminus

Arco #126

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O espectador fica emocionado, mas teme um pouco pelo clima na TARDIS a partir de agora. Tegan está em uma versão melhor desde o seu retorno, em Arc of Infinity, mas ainda chora pitangas demais. Com a “novela mexicana” insuportável da dominação de Turlough pelo Black Guardian, tudo o que o espectador pede é que o roteirista do arco seguinte consiga equilibrar essas forças malucas e crie algo possível de se assistir sem ter que estar com os olhos na nuca, de tão revirados.

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10º Lugar: Arc of Infinity

Arco #123

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Colocar a versão final de Ômega como o Doutor é o tipo de exagero que podemos esperar da era de John Nathan-Turner, que na maioria das vezes primava pelo capricho, não necessariamente pela validade dramática ou coerência narrativa de alguma mudança ou escolha de personagem — o que também vale para os títulos dos arcos que ele mudava para nomes dúbios, difusos, apontando para coisas que têm apenas o mínimo de impacto dentro de todo o cenário, como é o presente caso.

O espectador não deixa de rir da cara do Doutor ao final, tendo que “aturar” Tegan por mais uma rodada. Pelo menos agora ela parece outra pessoa e deverá tirar da TARDIS o marasmo meio orgulhoso de Nyssa. É o que veremos daqui para frente.

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9º Lugar: Frontios

Arco #132

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Há um erro de continuidade bem feio aqui, ao final, que indica que só Gravis, o chefe dos Tractators, foi levado para um planeta distante. Os corpos dos outros não são mostrados, o que é terrivelmente incômodo, mas algo que, puxando uma coisa ou outra, é possível “justificar”, mesmo que saibamos ser uma postura de whovian que tem TOC de continuidade, não algo que o roteiro nos deu (mas deveria ter dado).

cliffhanger para a aventura seguinte é bastante semelhante ao pequeno caos na sala de controle da TARDIS que motivou a própria chegada da equipe em Frontios. Mas dessa vez não se trata de um campo gravitacional. O Doutor vai se encontrar com alguns velhos inimigos.

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8º Lugar: Mawdryn Undead

Arco #125

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É de se lamentar que o Doutor e o Brigadeiro não tenham tido mais tempo juntos e que seus diálogos tenham sido exclusivamente ligados à resolução dos problemas presentes, exceto um pequeno espaço onde o Time Lord pergunta sobre Liz, Jo e Sarah. A direção de arte volta a ganhar destaque na construção do interior da nave de Mawdryn e a direção de fotografia, enfim, consegue realizar algo notável na era John Nathan-Turner. As sementes para a metade final desta 20ª Temporada são lançadas aqui. Vamos ver como cada um dos frutos irão se revelar ao final.

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7º Lugar: Snakedance

Arco #124

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A passagem entre os episódios é excelente e todo o cenário é utilizado a favor daquilo que é contado, perdendo pontos apenas no final, mais por uma dificuldade tecnológica de representar Tegan integrando-se com a serpente do que outra coisa. Até aquele momento, temos uma visão bastante positiva. Todavia, como o arco apresentou um bom trabalho estético, fica difícil olhar para o efeito de montagem final e não ficar insatisfeito, até porque, a representação poderia ser feita de outra forma, a fusão não precisava, de fato, ter acontecido.

Sem explicações desnecessárias no final, o arco nos deixa com uma pequena “pulga atrás da orelha”, uma pequena sensação de que Mara não morreu, apenas se deslocou no espaço-tempo, para um lugar onde a maldade, o ódio e a fúria possuem força. Esperando, até o momento de vir à tona novamente. Como é comum, com todas as grandes forças do mal.

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6º Lugar: Castrovalva

Arco #116

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De todos os processos de regeneração até agora, este do 5º Doutor foi o mais intenso e o que mais conseguiu “desnudar” a promessa do que seria essa nova face do personagem. Momentos como a escolha do figurino — aliás, a equipe de figurino para os habitantes de Castrovalva merece aplausos pela mistura de tempos/tendências! –, o riso que ninguém segura quando o plano do Mestre dá errado e ele grita “MY WEEEEEEEB!!!” e o Doutor bebendo chá de Valeriana com Alecrim e fazendo careta são partes bem distintas que dizem muito sobre a atmosfera dessa nova era. Como pontos negativos, destacam-se a interpretação questionável dos companions e a construção do plano do Mestre, às vezes chateante demais, a despeito da ótima presença de Anthony Ainley. Uma chegada e tanto, essa do 5º Doutor!

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5º Lugar: The King’s Demons

Arco #128

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O que jamais pode deixar de ser dito é como Tegan se mostra completamente desprezível ao rejeitar Kamelion no desfecho do segundo episódio. Eu tenho a impressão de que o roteirista Terence Dudley odiava a personagem e a fez se comportar como uma pessoa xenófoba e preconceituosa, ao olhar o androide com nojo e claramente tentar segregá-lo do grupo. Uma das cenas mais odiosas vindas de uma companion do Doutor que eu já vi na Série Clássica (aliás, não me lembro de nenhuma outra, só a partida ingrata de Dodo, mas nem se compara…). Pelo menos no restante do arco, Tegan tem uma participação ativa e razoável na Corte. Mas suas falas finais ficam negativamente grudadas na nossa cabeça. Não é de se espantar que o Doutor tenha ameaçado levá-la imediatamente para casa. Eu teria levado, definitivamente.

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 4º Lugar: Resurrection of the Daleks

Arco #133

Ao lado de Turlough, o Doutor segue viagem, inicialmente sem acreditar que Tegan realmente estava escolhendo seguir uma vida mais tranquila. Pelo menos a citação da tia Vanessa sobre “pular fora quando não está mais divertido” é uma das grandes verdades da vida e me fez ter um lapso de afeto por Tegan. Embora sem uma real preparação para a saída (vocês sabem que eu não gosto de Tegan, mas eu sou chato com construção de dramas e personagens, portanto, acredito que toda introdução e despedida de alguém em uma saga deve ter o máximo de significado e cuidado possível), os eventos dessa história acabaram servindo de motivador suficiente para ela e essa justificativa moral e também emotiva vem fechar com chave de bronze a porta para a companion, que voltaria, é claro, mas no Universo expandido.

Isso, porém, já é outra história…

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3º Lugar: The Five Doctors

Arco #129

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Por ter um mutirão de grandes atores em cena, quase não damos muita importância para as infantilidades com que o texto trata Susan e até mesmo a Sarah Jane, um pouco mais “bibelô” do que era em sua própria época na série, algo que causa imensa estranheza no espectador. As filmagens em locação, que são a maioria, exigiram muito mais da direção do que do desenho de produção, por isso temos uma história visualmente mais crua do que era comum nessa era, mas não digo isso de forma negativa, é apenas um apontamento estético.

Com trilha sonora pendendo para o horror e um drama que nos faz querer perguntar: “ah, Borusa, sério que você foi estúpido a este ponto?” The Five Doctors celebra com bastante garbo os 20 anos de exibição de Doctor Who, colocando o Mestre em uma posição nada óbvia (um acerto em cheio da produção, mas não tão bem executado pelo roteiro, especialmente no final) e cinco encarnações do Doutor — bem… quatro, para ser sincero — em um perigo nunca antes enfrentado. Incontestavelmente, uma aventura inesquecível.

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2º Lugar: Planet of Fire

Arco #134

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A escolha de Anthony Ainley em não seguir o roteiro e não dizer “brother” no final, quando está queimando, foi perfeita. Mas eu realmente achei que ele ia dizer essa palavra no final daquela frase. A suspensão no momento certo cria a ideal deixa para que o espectador entenda e pense sobre o relacionamento entre o Mestre e o Doutor, constantemente um misto de amor e ódio, vida e morte.

A despedida de Turlough é muito bem filmada. O diálogo que antecede a separação é curto, o aperto de mão breve, mas a escolha certa do motivo musical e os planos de câmera bem pensados tornaram a cena ideal. Uma saída memorável para um companheiro que entrou na série com o objetivo de matar o Doutor. Nada mal.

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1º Lugar: The Caves of Androzani

Arco #135

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Peter Davison havia originalmente assinado um contrato de 3 anos com a BBC para interpretar o Doutor. No segundo ano de contrato, o produtor John Nathan-Turner tinha esperança de que o ator aceitasse a renovação para pelo menos mais um ano no papel, todavia, Davison não estava muito contente com a qualidade dos roteiros e pouco antes dos preparativos para The Five Doctors (período onde teve com Patrick Troughton a conversa sobre o que ficaria conhecida como a “regra das três temporadas”), comunicou que não tinha nenhum interesse em adicionar mais tempo ao seu contrato original — decisão da qual ele se arrependeria na 21ª Temporada, especialmente a partir de Frontios, dada a qualidade dos roteiros nessa fase final de sua era. No mesmo período, Janet Fielding (Tegan) e Mark Strickson (Turlough) também anunciaram suas intenções em deixar a série, colocando para o produtor o “problema” do renovo quase completo de pessoal, tendo como única permanência a personagem de Nicola Bryant (Peri), que embarcara na TARDIS em Planet of Fire e ficaria “de herança” para o 6º Doutor.

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