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Lista | Expresso do Amanhã – 3ª Temporada: Os Episódios Ranqueados

O ranking da terceira revolução do Perfuraneve.

por Ritter Fan
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Avaliação da temporada:
(não é uma média)

  • Há spoilers.

Apesar de ainda muito boa, comparativamente a 3ª temporada de Expresso do Amanhã foi a mais fraca até agora, o que é de certa forma uma decepção dado o crescendo constante da série. A principal razão para essa conclusão é que a jornada do Perfuraneve, desta vez, não pareceu sair muito do lugar, muito mais andando de lado do que verdadeiramente para frente. Como “ofensores” de menor porte, houve ainda a linha narrativa principal baseada em um delírio razoavelmente aleatório de Layton sobre Nova Éden e o desperdício de dois personagens com potencial, a novata Asha, resgatada pelo líder revolucionário de uma usina nuclear em algum lugar na Coréia e o veterano Pike que ganhou o destaque que merecia somente para ser morto em um duelo apressado.

A ausência de Melanie se fez sentir na temporada também, já que o foco passo todo para Layton, personagem que, apesar do esforço dos roteiros, não conseguiu firmar-se como o líder que ele talvez devesse ser. Por outro lado, foi interessante e alvissareiro notar o destaque dado a personagens que antes eram apenas meros coadjuvantes que surgiam na base da conveniência. Pike, como disse, foi um que se beneficiou da temporada, juntamente com Ruth, como os líderes da rebelião no Big Alice. O traumatizado Javi, assim como Ben, também tiveram seus momentos e, mesmo na base do “indo e vindo”, Bess, Audrey, Alex e Josie tiveram seus momentos, com direito até mesmo a não uma, mas duas aparições de Miles, um verdadeiro milagre.

Mas é claro que as maquinações de Wilford foram os destaques, assim como o episódio focado nele, Alex e no fantasma duplo de Melanie, sem esquecer o dinâmico capítulo do resgate de Melanie que traz a reviravolta final sobre os sonhos de Layton e, claro, o último episódio que subverte expectativas aos trabalhar a paz e não a guerra. Com a mudança de showrunner para a quarta temporada e a entrada de novos atores, além da abertura de portas para o foco no trem e também em Nova Éden, o que amplia o leque de opções narrativas, fica a esperança de que Expresso do Amanhã retornará ao nível de sua segunda e sensacional segunda temporada, ainda que o nível de qualidade apresentado aqui, mesmo com todos os poréns, não tenha sido nada mal.

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Como fazemos em toda série que analisamos semanalmente, preparamos nosso tradicional ranking dos episódios para podermos debater com vocês, lembrando que os textos abaixo são apenas trechos das críticas completas que podem ser acessadas ao clicar nos títulos dos capítulos. Qual foi seu preferido? E o pior? Mandem suas listas e comentários!

10º Lugar:
Born to Bleed

3X06

Meu problema não é a morte em si, a primeira grande morte na série, se formos pensar bem e se considerarmos Melanie como uma incerteza na base do sempre certeiro lema “sem corpo, sem morte”, mas sim os eventos que levam a ela. A investigação de Till é rápida demais e fácil demais, para começo de conversa e a tentativa de uma saída diplomática que acaba em sangue é também muito simplista e conveniente, sem maiores dificuldades para um Layton que, não podemos esquecer, já estava ferido antes. Entre o começo da investigação e a luta de facas, existia muito potencial desenvolvimento para a relação entre os dois machos alfa do trem (Wilford está acima dessa caracterização, obviamente), mas Graeme Manson parecia mais interessado em se livrar de Pike sem emprestar ao personagem o tipo de abordagem que ele realmente merecia.

9º Lugar:
The Last to Go

3X02

A arma em si, o pulso eletromagnético que o Sr. Wilford planeja usar para desabilitar o Perfuraneve sem causar danos permanentes à locomotiva ou ter que recorrer à violência – veja, ele é sanguinário e sua preocupação é obviamente muito mais com o trem do que com as pessoas, mas é interessante ver a ausência de dano colateral em seu plano – é apresentado pela primeira vez no próprio episódio, usada uma vez com 10% de sua força como um teste e, depois, literalmente defenestrada por Pike e os rebeldes que, ao acidentalmente ligam o pulso com energia máxima e não veem outra alternativa o que, convenientemente, serve como o sinal que Layton e os seus queriam para achar Big Alice. Tudo bem redondinho, diria, mas ao mesmo tempo muito encaixadinho e certinho demais, incluindo o quase castigo de Ruth sendo aplicado que é evitado no último segundo pela chegada do Perfuraneve o que, aliás, é outro momento estranho considerando que se trata de um trem e não de um avião que segue a rota que quiser.

8º Lugar:
The First Blow

3X03

Em The First BlowGraeme Manson tenta, pela primeira vez, criar sequências externas de batalha entre os trens, por assim dizer, com resultados que merecem nota 10 pelo esforço e pela tentativa em si, mas que não resultam em algo que realmente podemos chamar de batalha ou mesmo de “gato correndo atrás do rato” ou vice-versa. O que acabou chegando nas telinhas fica mais parecido com tomadas externas aleatórias que precisam ser narradas em detalhes – e mostradas em mapas – por diálogos internos.

7º Lugar:
The Tortoise and the Hare

3X01

Como há três ambientes que basicamente dividem uniformemente a minutagem do episódio e, em cada um deles, suas respectivas subdivisões, a direção de Christoph Schrewe tenta fazer o máximo para criar unicidade narrativa, mas sem nem sempre conseguir de verdade. Não só visualmente temos cenários bastante variados, com a escuridão de Big Alice contrastando com a claridade do Perfuraneve, como há muito a ser mostrado, o que obrigado o diretor a pular de um lado para o outro com frequência demais, o que acaba picotando a narrativa. Ele até tenta fazer planos-sequência alongados para fazer o espectador passear pelos trens, mas isso logo abre espaço para um frenesi visual que acaba incomodando, como Schrewe deixando transparecer sua ansiedade de sair de determinado cenário e ir para outro para mostrar o que está acontecendo. Faltou calma, diria, para fazer o episódio andar com mais fluidez.

6º Lugar:
Ouroboros

3X07

O roteiro, co-escrito por Renée St. Cyr, também responsável por Bound by One Track, o outro episódio “alucinógeno” da temporada, e Tina de la Torre, bebe dessas interpretações possíveis para nos entregar um episódio que se passa quase que exclusivamente na mente de Andre Layton, em coma depois de matar Pike, lutando pela vida em um “universo paralelo” em que o trem tem a morte como símbolo, mas o sol e as cores quentes e pasteis como marca, além de basicamente uma inversão de papeis para todos os personagens que aparecem (menos LJ, pois LJ é sensacionalmente malvada e consideravelmente louquinha em todo o multiverso, claro!) em uma trama investigativa que lembra os filmes dos anos 40 e 50 e também, não coincidentemente, a própria primeira temporada da série.

5º Lugar:
A New Life

3X05

Pode ser que muitos considerem que essa mudança de Pike é brusca demais, mas, na verdade, ela não é. Para começar, Pike nunca foi um grande amigo de Layton. Ele, apenas, passou a apoiá-lo encarando-o como o menos pior nas condições da época (quantas vezes nós já não fomos às urnas justamente para escolher o menos pior). Depois, temos que lembrar que meses se passaram entre as duas temporadas, com Pike e Ruth, basicamente sozinhos, mantendo a revolução anti-Wilford acesa nos vagões puxados por Big Alice. Nesse tempo, não só Pike passou a gostar romanticamente de Ruth, como passou a vê-la como uma líder, o que de fato ela foi. Vê-la retornar ao seu uniforme azul (eu não sei que cor exatamente é aquela, portanto vai azul mesmo…) de sempre e à uma posição de subordinação não é algo que parece ter assentado bem na cabeça dele. E, como se isso não bastasse, Pike parece verdadeiramente acreditar que Layton não é material de líder, algo que eu, você e todos nós certamente também concordamos, pelo que não podemos tirar a razão do “novo vilão”.

4º Lugar:
Setting Itself Right

3X08

Falem o que quiser de Setting Itself Right, mas o episódio teve, para mim, minha cena favorita da série toda até agora que, duvido, terá algum tipo de competição. Falo, claro, do filé de epiderme que a Dra. Headwood tira da coxa de uma LJ deliciosamente sadomasô com o que parece ser um cortador de queijo. Meu único problema com esse fantástico momento que está para sempre arquivado em minha gaveta mental de momentos memoráveis da televisão, é que ele é curto demais. Queria ter tido mais tempo para saborear a “ralação”, o rosto de puro prazer de LJ e o de admiração da proto-Mengele. Sei que provavelmente essa confissão fala mais de mim do que da cena, mas tudo bem, faz parte…

3º Lugar:
The Original Sinners

3X10

Os Pecadores Originais chegou com um timing perfeito, pois mostra muito claramente que, se alguém ao microfone falar para o mundo inteiro algo com que você não concorda, que afete sua honra ou a de terceiros, sua resposta não precisa ser se transformar em um troglodita e partir para a guerra, tendo depois que, com o rabo entre as pernas, pedir desculpas. Sempre há um meio termo e esse meio termo normalmente passará por algo tão simples como uma conversa ou duas. E é promovendo a paz e não a guerra, o que, claro, subverte lindamente todas as nossas expectativas, que Graeme Manson encerra a terceira temporada de Expresso do Amanhã e, de quebra, infelizmente, despede-se como showrunner da série, já que, em seu lugar, entrará Paul Zbyszewski, que tem em seu currículo a produção executiva e roteiros de séries como Lost, o reboot de Havaí Cinco-0Agents of S.H.I.E.L.D. e Helstrom.

2º Lugar:
A Beacon for Us All

3X09

Não tenho ideia firme do que acontecerá no último episódio da terceira temporada de Expresso do Amanhã, mas, por diversas vezes ao longo de A Beacon for Us All, fiquei com a impressão de que a história que vemos desenrolar aqui teria se beneficiado de mais tempo, do tratamento de episódio duplo. Outras vezes, porém, achei que, apesar da correria, o ritmo frenético foi muito bem conduzido pela direção de Christoph Schrewe, pelo que estou até agora decidindo se talvez o episódio não merecia meio HAL a mais por conseguir lidar com tanta coisa ao mesmo tempo e, ainda por cima, deixar-nos com um baita cliffhanger não para um a próxima temporada, mas sim para seu episódio de encerramento e de conexão com o já aprovado próximo ano. Seja como for, vamos ao episódio.

1º Lugar:
Bound by One Track

3X04

Em uma série menos ambiciosa, talvez o incidente que força o Perfuraneve a parar para que Alex e Ben retirem alguns vagões deixados ali por Wilford e que bloqueiam os trilhos resultasse em um episódio que ficasse permanentemente focado em dois núcleos, o de Alex na linha de frente e o de Wilford, solitário, em sua prisão, com Melanie servindo de ponte entre eles. Mas, no lugar de se contentar com isso, o roteiro usa o vagão como um instrumento que nos lembra – e faz Alex relembrar – dos terríveis atos cometidos por Wilford para que, em sua cabeça, a sobrevivência de Big Alice fosse possível. A vontade de Alex de enfrentar esses fantasmas e, no processo, compreender os sentimentos opostos e contraditórios que sente por Wilford e, também, emancipar-se dele, com Melanie servindo de guia espiritual.

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