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Lista | Fear the Walking Dead – 4ª Temporada: Os Episódios Ranqueados

por Ritter Fan
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Temporada:

Nunca na história dos zumbis uma série mudou tanto de uma temporada para outra. De uma tacada só, Dave Erickson, o showrunner original, saiu justamente quando ele finalmente tinha acertado o tom da série na 3ª temporada. Com a entrada de Andrew Chambliss e Ian Goldberg no leme, com Greg Nicotero, egresso da série-mãe, na produção executiva, a AMC anunciou que haveria um crossover com The Walking Dead, com um personagem de lá aparecendo aqui. O mistério logo foi revelado e Morgan, o ninja-pacifista-paz-e-amor, não só deu as caras em Fear the Walking Dead, como ficou por lá, literalmente apoderando-se do protagonismo, para protestos de muitos (meu inclusive).

Mas isso não bastou. Frank Dilane, que viveu um dos mais importantes personagens, Nick, anunciou que queria sair e a produção, então, teve que matá-lo sem cerimônias. Mas a morte de Madison também estava nos planos e os showrunners não se desviaram dele, mesmo sob protesto de Kim Dickens. Da família Clark original, então, só sobrou Alicia que todo mundo achava que seria alçada a líder ou pelo menos à categoria de “alguém importante”, mas não foi isso o que aconteceu, com Morgan sendo colocado no centro do palco, sob fortes holofotes. Para dar sabor ao elenco antigo semi-morto, sete novos personagens foram adicionados: a enfermeira misteriosa June, a jornalista chata Al e o pistoleiro de bom coração John Dorie em um primeiro momento e, depois, o cervejeiro insuportável Jim, a soldada transformada em caminhoneira Sarah e seu irmão cadeirante Wendell. A sétima personagem foi a vilã “mulher imunda” ou Martha, se você for o Batman ou o Superman, que jamais mostrou a que veio, a não ser que seu objetivo fosse causar olhos revirados nos espectadores.

Ah, e eu por caso falei que houve um pulo temporal de anos, a ponto de FTWD, originalmente um prelúdio, passar a ser uma continuação de TWD? Pois isso aconteceu, com praticamente todos os acontecimentos da 3ª temporada sendo varridos para debaixo do tapete.

Mas, mesmo com tudo isso, a temporada começou muito bem, com um soft reboot de categoria que, mesmo mantendo a postura indecisa e perdida de Morgan, manteve o nível alto. No entanto, veio a tempestade que marcou a metade da temporada e, depois dela, muito longe de vir a bonança, veio a desgraça. Os roteiros começaram a cambalear fortemente, com inacreditáveis coincidências sucessivas que demonstraram uma inacreditável preguiça e, pior ainda, uma absurda insistência em se apagar praticamente todos os personagens para colocar Morgan e, por incrível que pareça, a “mulher imunda” em um destacado embate. E isso sem contar com mais menções a cerveja do que Bubba a camarões em Forrest Gump.  Com isso, uma temporada que poderia ter acabado muito bem, caiu vertiginosamente e afundou-se na falta de rumo absoluta a ponto de conseguir passar uma borracha nos vários ótimos episódios que vieram antes. O saldo, olhando friamente em retrospecto, ainda foi positivo. Mas muito levemente positivo.

Fiquem com nosso tradicional ranking dos episódios, cliquem nos títulos para ler as críticas e mandem seus comentários!
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16º Lugar: MM 54

4X14

…O mais legal e bacana é que a solução para criar uma barricada é utilizar uma MACA COM RODAS nas portas! E não poderia faltar aquela mordidinha esperta em lugar impossível lá no coitado do Jim, além da criação de um suspense bobo e forçadíssimo para o paradeiro de Al, moça altruísta e prendada mais eficiente que Nikola Tesla no quesito gerador de eletricidade.

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15º Lugar: The Wrong Side of Where You Are Now

4X07

E o problema já vem nos primeiros segundos de projeção, com um tiroteio para lá de genérico entre Alicia, Strand e Luciana e os Abutres que, conforme vimos ao final do episódio anterior, eram muito – mas MUITO – mais numerosos, mas que apanham como cão ladrão ao ponto de Morgan e Al não precisarem fazer absolutamente nada, Naomi poder andar para lá e para cá incólume e Charlie aparecer e desaparecer como a versão mirim de David Coperfileld (sim, aquele do Fantástico – puxei do fundo do baú mesmo). Ainda que a violência mortal de Alicia seja debilmente interessante, toda a situação é forçada demais e, no final das contas, completamente anti-climática.

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14º Lugar: I Lose People…

4X15

I Lose People… é marginalmente melhor do que o tenebroso episódio anterior e isso é grave a essa altura do campeonato, com apenas mais um episódio para a temporada chegar ao fim. Como os showrunners aparentemente chutaram o balde da plausibilidade, então que pelo menos o embate final entre o grupo de Morgan e a “mulher imunda” envolva a utilização por ela de um exoesqueleto como Ripley em Aliens, o Resgate e quem sabe até mesmo a chegada de Michonne no último segundo para vingar-se da usurpação de sua imagem pela vilã. Seria pelo menos divertido assim…

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13º Lugar: Just in Case

4X06

Just in Case foi um tropeção feio, daqueles de rolar escada abaixo, na qualidade desta temporada. Claro que Fear the Walking Dead ainda tem crédito para gastar, mas tudo realmente vai depender do destino de John Dorie…

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12º Lugar: …I Lose Myself

4X16

Como season finale, sinto dizer que …I Lose Myself é um não mais do que medíocre episódio padrão. Faltaram relevância, força e habilidade para provar aos valorosos espectadores da série que todas as mudanças valeram a pena. Talvez seja o caso de repensar tudo, mandar Morgan para o raio que o parta, inventar que Madison na verdade sobreviveu ao fogaréu no estádio e, principalmente, trazer Daniel de volta como um vilão de verdade. Mas, provavelmente é pedir demais e a já aprovada e em produção quinta temporada periga não ter capacidade de atrair seus espectadores.

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11º Lugar: Weak

4X12

Já conhecemos o paradeiro de Alicia e Charlie, mesmo que elas não tenham ainda se juntado a mais ninguém. Resta, agora, descobrirmos onde estão John e Strand e, claro, aguardar a reunião do grupo todo em algum momento em breve, considerando que, aparentemente, a vilã já apareceu de vez. Minha única dúvida é se a personagem de Pinkins tem mesmo capacidade de tornar-se uma ameaça crível a eles, mesmo considerando que, agora, ela tem o tão querido caminhão de Al para servir de casa, escudo e arma de destruição em massa.

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10º Lugar: Blackjack

4X13

Entre um crocodilo parente do Tic Tac de um lado e Luciana Samaritana achando uma cerveja (gelada, claro) para o Urso Polar de outro, Blackjack até que funciona bem, mesmo que isso signifique glosar outro roteiro escrito nas coxas e tudo que se refere a Momo, cujo único momento bom é a fração de segundo em que ele desarma Sarah com uma pá. Sim, fui leniente na avaliação final do episódio anterior, pelo que peço que considerem esse aspecto se fizerem uma comparação entre notas (o que não deveria ser feito de toda forma, pois o que vale é o texto em si).

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9º Lugar: The Code

4X11

Mesmo com seus problemas, The Code faz o que tem que fazer: trazer mais gente para a temporada. Agora cabe aos showrunners tornar esse pessoal novo realmente relevante para a história e delinear mais concretamente os desafios que terão que ser enfrentados pelo grupo que ficou perdido durante o furacão.

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8º Lugar: Another Day in the Diamond

4X02

Ao inverter a lógica de That’s Entertainment, focando mais nos Clark somente para nos dar um vislumbre de Morgan e companhia ao final, os showrunners parecem começar um movimento de convergência sem perder tempo, mas, também, a julgar pelo episódio, sem trazer nada assim tão original para esse passado mais recente do grupo liderado por Madison. De toda forma, o episódio deixa qualquer um curioso para saber tanto o que ocorreu durante o certo do “diamante” quanto o que ocorreu depois da explosão da represa.

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7º Lugar: Good Out Here

4X03

Espremido em sua função de nos surpreender, Good Out Here é mais um bom episódio de Fear the Walking Dead. Simplesmente não dá para não ficar curioso com as alterações profundas que os showrunners estão encabeçando. Tomara, porém, que isso significa mudanças para algo diferente e não para que a série-filha torne-se uma cópia carbono da série-mãe.

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6º Lugar: No One’s Gone

4X08

Madison fará falta. Sua liderança e sua força eram extraordinárias ao ponto de arriscar a afirmar que ela era melhor do que Rick Grimes. Não sei qual é o rumo que FTWD tomará, mas, definitivamente, fiquei curioso.

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5º Lugar: What’s Your Story?

4X01

Se What’s Your Story? indica alguma coisa é coragem. Coragem para mudar tudo, colocando o que esperamos e sabemos sobre a série de pernas para o ar e deixando-nos no ar em relação a respostas. Se isso foi apenas um artifício para dar largada de maneira diferente somente para, depois, tudo cair na mesmice, só saberemos mais adiante, mas que foi um baita (re)começo, ah foi!

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4º Lugar: People Like Us

4X09

People Like Us é um bom recomeço de temporada que nos faz mergulhar, em doses homeopáticas, na mente dos personagens, discutindo questões de propósito e identidade e o que é o lar em meio a uma situação apocalíptica sem saída. Resta esperar que Chambliss e Goldberg encontrem efetivamente o norte da temporada e o persigam de verdade, resistindo à tentação de fazer os personagens caminharem em círculos.

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3º Lugar: Close Your Eyes

4X10

Não fossem os soluços nos momentos finais causados pelo roteiro que se desvia demais para entregar uma mensagem positiva em meio à catarse das personagens e à destruição causada pela chuva, Close Your Eyes teria cacife para constar no panteão do universo de Robert Kirkman na TV. De toda maneira, ao escolher abordagens intimistas que até podem não avançar a trama central, mas que mergulham no desenvolvimento de personagens, os novos showrunners parecem procurar fazer a diferença, deixando sua marca em Fear the Walking Dead para além das modificações radicais que testemunhamos neste novo ano.

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2º Lugar: Buried

4X04

Buried é um belo exemplar do que uma série de zumbis pode ser. Um episódio contemplativo, mas repleto de tensão e que é sábio ao revelar apenas o minimamente necessário para deixar o espectador salivando por mais. Em meio à tanta mesmice, nada como ver uma série subestimada como Fear the Walking Dead dar uma liçãozinha de como fazer boa TV, não é mesmo?

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1º Lugar: Laura

4X05

Mas Andrew Chambliss e Ian Goldberg fizeram. E, com Laura, mostraram que menos é mais e que um roteiro muito bem escrito que retrabalha conceitos mais do que batidos e que é trazido à vida pelas lentes de um diretor de mão cheia pode ser ouro em uma terra arrasada pela mesmice morta-viva. Realmente não sei se eu me deixei levar pela minha admiração por Dillahunt, mas creio que não. Esse episódio aqui merece a mais alta comenda por transformar o trivial em triunfo. E isso não é fácil.

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