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Lista | Franquia Brinquedo Assassino (Chucky) – Os Filmes Ranqueados

Um ranking que não está de brincadeira!

por Iann Jeliel
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Chucky
  • Confiram aqui, outros rankings de franquias de terror.

Aproveitando o fim da primeira temporada da série Chucky – que cobrimos por episódio –, surge a oportunidade também, para elencarmos os filmes do brinquedo assassino mais querido do cinema, considerando a franquia original criada por Don Mancini e o remake de 2019, totalizando 8 filmes.

Vale destacar, que a lista foi exclusivamente feita pelo colunista responsável pela matéria, no caso, eu, Iann Jeliel, que não foi o mesmo a criticar boa parte dos filmes da franquia (a exceção de O Culto de Chucky) aqui no site. Portanto, divergências de opiniões com relação aos textos apresentados pelos ex-colunistas Filipe Monteiro e Gabriel Carvalho, são bem prováveis. Desse modo, abaixo, deixarei meus comentários opinativos básicos a respeito de cada filme, justificando sua posição no ranking, mas também, deixo linkado nos títulos respectivos, as críticas completas dos companheiros. Peço para que leiam, tanto os textos completos, quanto os comentários!

Por fim, esta, como qualquer outra lista, não possui caráter definitivo. Concorda? Discorda? Ótimo! Deixe sua opinião e ordem nos comentários, mas sempre com respeito! Vamos à lista.

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8° Lugar: O Filho de Chucky

Há certamente como se divertir involuntariamente na bagunça de boas intenções apresentadas, mas no geral, o roteiro se acha inteligente demais na autoparódia, quando na verdade deprecia o universo estabelecido, caindo no riso do constrangimento em vez  da iniciativa a ele através da sátira. É um humor tipicamente Todo Mundo em Pânico, no pior sentido possível, enroupado em temas dramáticos complexos como paternidade e identificação de gênero que são tratados como piada. É um roteiro que ultrapassa a limiar do “estranho” e vai para o completo sem noção.

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7° Lugar: O Culto de Chucky

O senso de continuidade com aquelas conexões anteriores já não parecia uma boa ideia. Há uma tentativa de construção de “universo compartilhado” do Chucky que simplesmente não funciona para se levar a sério de tal forma. O cenário, o misticismo são muito facilitados e os elementos mais relevantes como a volta de Andy (Alex Vincent) não empolgam, pela bagunça na organização dos núcleos. Falta orçamento também, pois este é o único filme da franquia lançado em home-video, onde o gore já  gratuito só perde mais o impacto por apenas matar caricaturas sem carisma e “emburrecidas”.

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6° Lugar: Brinquedo Assassino 3

Passando-se apenas um ano após o segundo filme, que já tinha como sua principal problemática o fator da repetição, o terceiro capítulo é basicamente um plágio dentro de um remendo mal costurado. O cenário em si já é estranho, uma escola militar recheada dos estereótipos adolescentes mais baratos possíveis, que vão morrendo um a um nas mãos de Chucky, que atrasa seus planos pelo bem da galhofa. O filme em si é tão perdido que nem se dá ao luxo de preparar uma transição coerente para o clímax, que se passa num parque de diversão macabro destoando  completamente do resto, embora a sequência em si seja legal pelo nível de tosquera involuntariamente divertida dirigida pelo ainda inexperiente e grande diretor televisivo Jack Bender, mas sem nenhuma organização.

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5° Lugar: Brinquedo Assassino 2

Diferente do primeiro, essa continuação já não tem mais a preocupação de tentar ludibriar o público e se estabelece como um slasher-galhofa bem cedo, mesmo que trate de justificativas completamente nonsense. Chucky retorna após sua morte porque precisa ter uma continuação, e essa em específico ignora uma regra pré-estabelecida, replicando-a  para a continuidade ter um direcionamento. Soa um “mais do mesmo” sem a inventividade, pois não abraça uma crescente mais exagerada para seguir com a proposta mais escancaradamente divertida, ainda com  um pé na seriedade, que não funciona mais pelos personagens não tão interessantes quanto os do primeiro. Ainda é divertido, mas é bem genérico.

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4° Lugar: A Maldição de Chucky

O filme começa muito bem e realmente reacende o espírito do horror na franquia, ao usar um drama familiar relevante de fundo com a sugestão do perigo à espreita. A princípio, a inserção da atmosfera sobrenatural funciona para ludibriar para um novo público que questiona qual a ameaça, mesmo que ela seja clara. Uma pena que na transição para o horror mais explícito, o roteiro se perca  em conexões forçadas com os outros filmes, inserindo motivações abruptas e desnecessárias ao vilão estar  naquele contexto. Mas ainda tem vários méritos pelos riscos corridos.

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3° Lugar: A Noiva de Chucky

Don Mancini percebe que não havia mais como levar o boneco Chucky a sério e decide se assumir como tal, bebendo de inspirações notáveis dos clássicos quarentistas de monstros, mais especificamente A Noiva de Frankestein, além do humor autodepreciativo de Pânico e com isso consegue reimaginar a figura do vilão numa dinâmica road movie divertida, estilizada e inconsequente nas suas mortes. Tem seus problemas no ato final ao mudar os protagonistas e o tom sem motivo, mas ainda é o melhor momento da franquia clássica.

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2° Lugar: Brinquedo Assassino (1988)

É um filme que soa datado, de alguma forma. A cena inicial expõe de forma clara a ameaça, em contraponto ao jogo psicológico com os personagens. O roteiro posiciona o público no benefício da dúvida, se é mesmo o Chucky ou o Andy quem está matando as pessoas. Por sorte, essa “enrolação” não dura muito e, inclusive, é transacionada por uma das cenas mais icônicas do gênero, na qual a mãe de Andy descobre que o brinquedo está funcionando sem pilhas. A partir daí o terror fica muito mais explícito, embora se sustente por alguns clichês bem construídos e um roteiro consegue entender as limitações da ameaça, articulando muito bem situações inventivas, nas quais é verossímil que ele entre em vantagem. O fato de ser um animatrônico aliado ao excelente Brad Dourif transforma Chucky num ícone do cinema.

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1° Lugar: Brinquedo Assassino (2019)

O filme leva ao pé da letra o remake e remasteriza a história original em um novo contexto, que sempre pareceu mais propício ao conceito do personagem. A ideia de um serial killer entrando no corpo de um brinquedo que começa a matar pessoas ficou muito presa aos anos 80, e por mais que tenha contribuído para uma geração temer suas propriedades capitalistas “fofinhas”, esse medo é muito mais real agora, no auge tecnológico das relações sociais facilmente mal interpretadas e dependentes de controle. O Andy (Gabriel Bateman) desse filme é mais velho porque representa uma geração que amadureceu precocemente graças à quantidade de recursos disponíveis para o seu aprendizado, logo, a inocência se perde e precisa ser robotizada para aconchegar essas mesmas crianças tão presas ao “digital” que não conseguem mais fazer amigos. O capitalismo nesse sentido entra como uma solução, múltipla solução, “Buddi” é especialmente desenvolvido para ser o melhor amigo de quem o possui, mas também é um “faz tudo” para a família.

Logo, ele tem à disposição todo o mundo à  sua volta, e basta apenas um parafuso a menos (ou um chip) para ele interpretar esse cenário como bem quiser. Para o terror, essa ambiguidade do Chucky é perfeita para uma atmosfera imprevisível, pois relaciona-se com a constante paranoia das demasiadas telas nos observando, disponíveis agora para o vilão que nem surge como tal. A voz de Mark Hamill faz questão de reforçar isso, passando uma ingenuidade que virá a ser fatalmente perigosa. O carisma do boneco pode não ser o mesmo do antigo, mas é igualmente eficiente e principalmente mais crível, bem como todos os personagens não construídos apenas como meras vítimas, mesmo os mais maniqueístas. Logo, o impacto das mortes, junto ao uso criativo do gore, é maior e ainda surpreende por carregar um leviano tom cômico pela jocosidade do linguajar tipicamente atual. Assim, os absurdos do ato final criam uma configuração de galhofa palpável com o resto e praticamente atualizam o seu significado.

Dessa forma, o remake atinge todas as identidades da franquia e as evolui com um vigor poucas vezes visto, modernizando o clássico da melhor forma possível e sendo disparado o melhor filme do brinquedo assassino.

 

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