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Lista | Gavião Arqueiro: Os Episódios Ranqueados

Flechadas certeiras!

por Ritter Fan
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Avaliação da temporada:
(não é uma média)

  • Há spoilers.

Em 2021, a Marvel Studios inaugurou uma nova era de seu universo cinematográfico com nada menos do que cinco séries de TV com elenco e personagens dos filmes que serviram para desenvolvê-los, assim como apresentar outros que, não tenho dúvida, farão o caminho oposto e pularão para o Cinema. WandaVision começou magicamente o ano com uma abordagem bastante ousada que nos fez passear por décadas de sitcoms enquanto lidava com problemas psiquiátricos de Wanda Maximoff, Falcão e o Soldado Invernal trabalhou de forma terrena a passagem do escudo do Capitão América para Sam Wilson enquanto discutia o racismo estrutural, Loki, com uma abordagem sci-fi, inaugurou o multiverso transformando o personagem-título em anti-herói e apresentando potencialmente o próximo grande vilão do UCM e What If… , a única animação, expandiu o conceito de multiverso introduzindo versões diferentes de personagens conhecidos.

Fechando o ano, Gavião Arqueiro, com uma pegada urbana, veio para lidar com expiação de culpa e dor, além de passagem de manto em uma história leve, descompromissada, sem maiores pretensões. Focada em Clint Barton e seu inadvertido envolvimento com Kate Bishop, jovem que moldou sua vida a partir de sua idolatria pelo super-herói arqueiro, a série usou a clássica atmosfera natalina de Nova York e o impressionante carisma de Hailee Steinfeld da melhor maneira possível, sem perder a oportunidade de introduzir novos personagens dos quadrinhos, notadamente Jack Duquesne, o Espadachim, e Maya Lopez, a Eco, além de trazer de volta Vincent D’Onofrio como o Rei do Crime, ainda que em uma versão “estilisticamente” diferente da que marcou a excelente série do Demolidor durante a prolífica parceria Marvel-Netflix.

A oposição da rabugice de Clint Barton com a vivacidade de Kate Bishop é o grande trunfo da série, além da oportunidade que ela teve de parear Yelena Belova com Kate em uma parceria antitética para lá de simpática e divertida. O motor da série foi decididamente estranho, quase bobo, já que basicamente pode ser resumido como uma busca por peças de vestuário, primeiro o uniforme de Ronin que Clint usou em Vingadores: Ultimato para matar bandidos e, depois, um quase que completamente aleatório relógio Rolex que só serve mesmo para, ao final, revelar que sua esposa Laura fora uma Agente da S.H.I.E.LD., com acontecimentos de maior gravidade orbitando ao redor, com a relativa onipresença da engraçada e supremamente brega Gangue do Agasalho.

O bacana da série foi nunca se levar a sério, mas ao mesmo tempo servir de uma merecia elegia à Natasha Romanoff, com uma abordagem visual que pega diversos elementos emprestados da festejada HQ do Gavião Arqueiro por Matt Fraction e David Aja. E, de quebra, contra todas as probabilidades em razão da quantidade de assuntos e personagens que são introduzidos ou que são indiretamente abordados e do diminuto número de episódios, a série conseguiu cumprir a missão de encerrar com muita competência todos os arcos mais relevantes, fazendo dela a que talvez tenha deixado menos linhas narrativas completamente abertas das cinco séries deste primeiro ano.

Gavião Arqueiro pode não apresentar grandes novidades ou mesmo ousar mais do que o mínimo, mas é uma aventura natalina gostosa de se assistir e que apresenta a melhor nova heroína do UCM graças ao excelente trabalho de Steinfeld, imediatamente encantadora, com seu ar ao mesmo tempo ingênuo e inteligente que contrasta com a estoicidade do personagem de Jeremy Renner. Não sou de fazer isso, mas não seria nada mal se a Marvel anunciasse uma segunda temporada!

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Como fazemos em toda série que analisamos semanalmente, preparamos nosso tradicional ranking dos episódios para podermos debater com vocês, lembrando que os textos abaixo são apenas trechos das críticas completas que podem ser acessadas ao clicar nos títulos dos capítulos. Qual foi seu preferido? E o pior? Mandem suas listas e comentários!

6º Lugar:
Hide and Seek

1X02

E não demorou muito para Gavião Arqueiro desapontar. Depois de um começo tonalmente excelente, equilibrando narrativa com ação e estabelecimento de premissas da minissérie e das características dos personagens, eis que logo em seguida vem Hide and Seek, episódio que efetivamente tenta criar uma boa conexão cômica entre Clint Barton e Kate Bishop, mas não consegue ser muito mais do que um pot-pourri de esquetes que, quando são bem-sucedidas, conseguem ser no máximo simpáticas. Fica até o receio de que Jeremy Renner e Hailee Steinfeld não tenham, juntos, aquela química toda que dava a entender que teriam no episódio inaugural em que, claro, eles não tiveram momento juntos.

5º Lugar:
Echoes

1X03

Do lado dos arqueiros, tudo funcionou muito bem, seja Clint escapando e começando a lidar com a gangue, deixando Kate para se libertar sozinha, seja os dois fugindo no carro, com direito às divertidas trick arrows, valendo especial destaque para a com partículas Pym. É nessa interação frenética que a dupla mais se destaca, já que o roteiro sabe manter cada um dos dois dentro de seus personagens, com Kate ainda demonstrando deslumbramento por estar ao lado do herói que inspirou sua vida e Clint simplesmente querendo que todo esse pesadelo acabe logo de forma que ele possa voltar para o Natal em família. Até mesmo quando a pancadaria acaba, há um belo “momento-ternura” em que Kate ajuda Clint a falar ao telefone com seu filho, com a câmera da dupla britânica Bert & Bertie usando esse momento para calmamente estabelecer aquele momento de conexão mais firme, para além de uma parceria efêmera, entre os dois.

4º Lugar:
Partners, Am I Right?

1X04

Se o episódio anterior destacou-se pela maneira inteligente e surpreendente como lidou com a surdez do herói, aqui, a atenção que é dada ao passado de Clint como Ronin e, principalmente, à perda de Natasha, sua melhor amiga, resultando em confissões tocantes e muito bem inseridas, especialmente na forma como Kate reage a tudo, compreendendo a dor e culpa que seu ídolo ainda sente e que, pelo visto, dificilmente deixará um dia de sentir. Mesmo com Jeremy Renner vivendo seu personagem de maneira talvez um pouco estoica e dura demais, momentos assim realmente funcionam e criam uma conexão excelente entre a dupla ao ponto de ser quase desejável que a série fosse uma sitcom natalina de câmera única e passada em apenas um ambiente.

3º Lugar:
Ronin

1X05

Ronin é um capítulo “cheio de coisas”, mas que, mesmo com pretensões grandiosas, começando com um prelúdio em 2018 com o “estalo” e o “blip” de Yelena Belova e terminando com a revelação de que o final boss é ninguém menos do que o Rei do Crime, mas não um qualquer e sim o de Vincent D’Onofrio, o mesmo da magnífica série do Demolidor (uma coisa que é absolutamente incrível no UCM é como eles conseguem sincronizar seus eventos – entendedores entenderão…), o que mais me chamou a atenção foi a prosaica conversa entre as legatárias dos mantos de Viúva Negra e Gavião Arqueiro dividindo um panela de macarrão com molho apimentado no apartamento semidestruído de Kate. Reparem que esse momento não tem grandes revelações – não para nós, espectadores – e nenhuma ação, mas eu poderia muito facilmente assistir um episódio inteiro só das duas tendo uma versão expandida dessa conversa.

2º Lugar:
Never Meet Your Heroes

1X01

Pode-se reclamar sobre tudo no UCM menos sobre escalação. Se lembramos todo o elenco desde 2008 que foi escolhido para viver os mais variados personagens – com ou sem superpoderes e/ou uniformes – será raríssimo encontrar algum ator ou atriz que não se encaixou no papel ou vice-versa e o primeiro episódio de Gavião Arqueiro, felizmente, não é exceção. Hailee Steinfeld, desde os primeiros segundos em que aparece fazendo uma travessura de proporções épicas em sua faculdade, simplesmente é Kate Bishop, o espectador conhecendo ou não a personagem dos quadrinhos, originalmente criada em 2005 por Allan Heinberg e Jim Cheung. A atriz imediatamente encanta com sua combinação mágica de olhar inteligente, mas cínico, com postura despachada, mas encantadora. Aliás, por mais que eu goste muito de Jeremy Renner como Gavião Arqueiro, os minutos de duração deste episódio – quase que integralmente dedicado à Kate – já deixam evidente que a persona super-heroística do arqueiro da Marvel está em excelentes mãos.

1º Lugar:
So This Is Christmas?

1X06

O que mais poderíamos esperar do episódio de encerramento de Gavião Arqueiro do que o clímax da parceria entre Clint Barton e Kate Bishop repleto de doses generosas de tudo aquilo que faz desta, para mim, a segunda melhor série do primeiro ano da Fase 4 do Universo Cinematográfico Marvel, atrás apenas de WandaVision? Temos a leveza natalina que dá um sabor descompromissado a tudo o que vemos; a simpatia contagiante de Hailee Steinfeld contrastando com a rabugice de Jeremy Renner; sequências de ação grandiosas, mas sem trair o espírito do que veio antes; reviravoltas mais do que esperadas, mas não menos interessantes por causa disso e, claro, Vincent D’Onofrio, desta vez em carne, osso e muita gordura como o Rei do Crime novamente.

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