Home Colunas Lista | Star Wars: The Bad Batch – 1ª Temporada: Os Episódios Ranqueados

Lista | Star Wars: The Bad Batch – 1ª Temporada: Os Episódios Ranqueados

por Ritter Fan
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Avaliação da temporada:
(não é uma média)

(com viés de baixa, quaaaase 2,5)

  • spoilers.

Depois de introduzir a Força Clone 99, formada por clones geneticamente alterados com habilidades especiais, que ganhou a alcunha de Mal Feitos, na tardia última temporada de The Clone Wars, Dave Filoni seguiu com seu planejamento – ainda originado de ideia de George Lucas – de criar um spin-off/continuação da série-mãe focado nesse grupo de personagens, com a adição da jovem clone do sexo feminino Ômega, que logo é adotada por seus irmãos mais velhos (tecnicamente, mais novos, mas vocês entenderam). A primeira temporada parte exatamente do momento em que a Ordem 66 é executada, com os clones liderados por Hunter não a seguindo por suas alterações genéticas invalidarem o chip inserido pelos kaminoanos.

A exceção é Crosshair que, mantendo-se fiel ao mantra de que soldado deve obedecer ordens, bandeia-se para o lado do Império ainda em formação, abandonando seus colegas. Aliás, o pano de fundo da série é muito interessante, por se passar exatamente no período de transição de República para Império, depois do golpe do então Chanceler Palpatine. Isso, claro, coloca a questão da lealda militar em xeque, com os Mal Feitos lutando contra todos os seus instintos para agir de forma independente e consistente talvez pela primeira vez na vida.

Mas esse é justamente o maior problema da temporada. São 16 episódios que pouco desenvolvem os protagonistas e que os deixam não muito diferentes do que vimos no primeiro e estendido episódio, em que eles decidem não exatamente se rebelar contra o Império, mas sim, apenas, não juntar-se a ele, com uma postura muito mais de fuga do que qualquer outra coisa. Interessantemente, porém, se vistos de maneira separada, a grande maioria dos episódios da temporada inaugural fica entre o “bom” e o “muito bom”, com alguns deslizes para baixo dessa faixa, mas nunca com nenhum que seja realmente excepcional, o que mantém a série equilibrada, mas, por outro lado, pouco empolgante.

Mesmo que essa seja uma marca das primeiras temporadas de Filoni, aqui esse problema pesou mais do que em outras situações e o agregado de episódios, quando visto em conjunto, tem qualidade inferior às suas partes, o que tornou o acompanhamento deste primeiro ano particularmente cansativo para mim, sem que houvesse aquela empolgação ou antecipação pela chegada da próxima semana. Foi, em linhas gerais, uma temporada burocrática, muitas vezes se valendo da estrutura de “missão da semana” e pouco realmente fazendo por seus protagonistas, talvez com exceção de Ômega, que aos poucos vai galgando seus espaço e Crosshair.

O que fica, agora, é a torcida para que Dave Filoni encontre um norte para seus personagens no vindouro segundo ano e crie linhas narrativas que tornem os Mal Feitos mais relevantes no contexto desta galáxia muito, muito distante. Caso contrário, não vai ter Força suficiente para fazer de The Bad Batch algo mais do que uma série obrigatória para os fãs somente por ser parte da vasta franquia Star Wars.

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Como fazemos em toda série que analisamos semanalmente, preparamos nosso tradicional ranking dos episódios para podermos debater com vocês, lembrando que os textos abaixo são apenas trechos das críticas completas que podem ser acessadas ao clicar nos títulos dos capítulos. Qual foi seu preferido? E o pior? Mandem suas listas e comentários!

16º Lugar:
Infestação

1X13

Diante desse cenário, portanto, Infestação, um clássico filler, não poderia existir. A temporada simplesmente não podia se dar ao luxo de dedicar um episódio inteiro a contar uma história essencialmente autocontida em que os Mal Feitos e Ômega ajudam Cid a retomar seus negócios depois de ser expulsa de suas dependências por um novo chefão do crime, o devaroniano Roland Durand (Tom Taylorson). O Filoni precisava colocar aqui era um capítulo que continuasse abordando a fraca narrativa política de forma a situar os clones de maneira mais definitiva, sem o irritante chavão “não é problema meu” que Hunter repete sempre, inclusive aqui.

15º Lugar:
Saída às Pressas

1X02

Da forma como ficou, o resultado foi burocrático na melhor das hipóteses, pois os clones chegando em Saleucami para entender de Cut Lawquane (clone desertor introduzido lá atrás, na 2ª temporada de TCW) como ele conseguiu manter-se escondido esse tempo todo, somente para eles se depararem com uma bela família estabelecida, mas com um problema que providencialmente eles poderiam ajudar resultou em um episódio para lá de artificial, repleto de conveniências cansativas e mais do que esperadas. Claro que foi legal ver Omega deslumbrar-se com sua primeira vez fora de Kamino – mas notem como até isso foi feito a toque de caixa – e, mais ainda, notar as minúcias da transformação da República em Império, algo trabalhado por intermédio da conversão monetária e do controle do trânsito de pessoas e a criação de identidades numéricas únicas, mas esses dois elementos narrativos foram sacrificados por uma história macro banal que tem como pedra fundamental a já citada relação de pai e filha que não contava com uma construção minimamente decente para acontecer nesse ponto.

14º Lugar:
Tumulto

1X05

É até possível dizer, julgando pelas obras passadas de Dave Filoni, que o showrunner é mais conhecido pela queima lenta, ou seja, uma progressão menos preocupada com correrias narrativas e mais com a expansão de universo, mas Tumulto é o quarto episódio seguido em que a progressão “planeta novo + aventura” acontece e, aqui, há dois agravantes: o primeiro deles é que, diferente de Encurralados, em que Fennec Shand foi reintroduzida, a ação é burocrática e, o segundo, é que tudo o que aconteceu aqui de realmente relevante foi a descoberta do nome da caçadora de recompensas pelos Mal Feitos, mais nada. Ou seja, se espremermos, estamos diante de um filler e, ainda que a natureza de filler não seja algo necessariamente ruim (há tantos fillers por aí que são obras-primas até), Tumulto não passou de ordinário.

13º Lugar:
Ponto em Comum

1X10

Mas não. O roteiro de Gursimran Sandhu simplesmente cria uma missão burocrática, ainda que com seus momentos divertidos, claro, em que os Mal Feitos se infiltram na capital, resgatam o senador e fogem do planeta, sem lá grandes dificuldades, para ser muito sincero. No lugar de usar o tempo para realmente tratar das dúvidas pelo menos de Hunter, as linhas de diálogo tratam é de colocar tudo em preto ou branco. Ora, se Singh era Separatista, então os Mal Feitos não podem gostar dele e ponto final. Tudo o que eles fazem, portanto, é no automático, realmente como uma missão por dinheiro e não como momentos que o roteiro usa para criar reflexões importantes e tirar os clones de cima do muro, muro esse em que eles estão desde o começo da série e não parecem dispostos a sair tão cedo. Frases como “não nos metemos em política” e outras nessa mesma linha enfraquecem e, sejamos sinceros, emburrecem o roteiro, mesmo considerando que o público alvo é o infanto-juvenil.

12º Lugar:
Desmontagem

1X06

E isso não seria um problema seríssimo se dois fatores concomitantes não estivessem acontecendo. O primeiro deles é que estamos, ainda, nos episódios iniciais de uma série nova – mesmo sendo spin-off/continuação de The Clone Wars – e, normalmente, são eles que definem o destino da produção em termos de atenção do público. Sim, estamos na era do streaming em que números de audiência são relativos, mas o que não faltam são séries canceladas a destempo, algo que ainda não aconteceu de verdade no Disney+, ainda que Os Eleitos tenha sido limada sem cerimônia. O segundo é que a estrutura de “aventura da semana” pode até ser divertida, mas essa ação tem sido tão genérica que ela não consegue realmente trazer algo novo para a mesa, algo que diferencie a série de sua série mãe ou de outras séries neste rico universo.

11º Lugar:
Retorno a Kamino

1X15

Como primeira parte de um episódio duplo de encerramento da temporada inaugural de The Bad Batch e como missão de resgate de Hunter que leva à reunião dos Mal Feitos com Crosshair, Retorno a Kamino decepciona pela falta de ambição e pela burocracia da ação. Por outro lado, como mais um episódio da série, ele fica ali na linha um pouco acima do mediano, como, aliás, é o caso da temporada como um todo até agora.

10º Lugar:
Substitutos

1X03

São essas histórias de bastidores, por assim dizer, que dão o verdadeiro sabor ao episódio, já que a aventura dos Mal Feitos e Omega quando fazem um pouso forçado em uma lua e precisam consertar sua nave é bastante… padrão, quase que completamente burocrática. O que a torna minimamente interessante é que, aqui, a jovem clone tem um papel mais bem inserido na narrativa como um todo, fugindo bastante daquela relação pai-e-filha forçadíssima do episódio anterior. Também funciona a forma muito mais orgânica – em comparação com as atitudes de Hunter em Saída às Pressas – que Wrecker se compadece pela situação da menina, fazendo esforço para construir um lar para ela na nave e fazendo-a sentir realmente parte da equipe.

9º Lugar:
Encurralados

1X04

Esse é claramente um episódio que deveria ter vindo antes de Saída às Pressas, pois ele fortalece a conexão da menina clone com os clones veteranos, especialmente Hunter, sem precisar recorrer precocemente à pretensa conexão pai-e-filha que tanto prejudicou a outra história. Aqui, a conexão é orgânica e compassada, sem parecer forçada em momento algum exatamente por acontecer em meio a uma caçada à sequestradora de Ômega, o que alia história à ação frenética de maneira equilibrada e inteligente, ainda que não particularmente original. Ajuda muito que Shand, personagem que permanece inominada, aliás, é imediatamente relacionável, mesmo para quem está sendo apresentada a ela aqui, pois não só o design de seu uniforme é elegante, sem tentar chamar atenção exagerada para si mesma, como seu rosto foi trabalhado a partir das feições rejuvenescidas da atriz, o que automaticamente a separa, em termos qualitativos, dos demais rostos “quadrados” que o CGI padrão da série impõe a quase todos os demais.

8º Lugar:
Kamino Perdido

1X16

Claro que o roteiro de Jennifer Corbett não se desvia de fazer o óbvio ululante, que é deixar Crosshair em uma situação periclitante da qual Ômega e AZI o salva, somente para que ele, mais para o final, faça o mesmo pela dupla. Mas é normal, faz parte do processo e era absolutamente esperado. O bom é que, mesmo fazendo o clichê, o resultado foi muito eficiente, com a direção de Saul Ruiz mantendo um ritmo que capaz de construir um nível bacana de tensão e de dúvida sobre qual será exatamente o fim dos personagens naquele desastre todo – estou falando de Crosshair e AZI, claro, já que os demais jamais teriam mesmo um milionésimo de chance de morrer -, além de lidar muito bem com a fotografia essencialmente escura em razão de eles estarem no fundo do mar de Kamino, em meio aos destroços da cidade.

7º Lugar:
Acordo com o Inimigo

1X11

No entanto, ultrapassada essa estranheza inicial que, creio eu, é inafastável, este episódio vai além de um começo externo aos protagonistas para depois voltar a eles. Acordo com o Inimigo tem a honra de ser o único episódio até agora que faz dos Mal Feitos meros coadjuvantes em sua própria série, com uma sequência breve de alguns pouquíssimos minutos, mesmo que fique evidente que se trata do primeiro de dois episódios que contam uma história una, com a segunda lidando com o resgate dos Twi’leks aprisionados muito provavelmente. E eu afirmo isso positivamente, que fique bem claro, pois é sempre bom ver Filoni tentando algo diferente, nem que esse diferente seja apenas relativo à mesmice que ele mesmo apresentou antes e nada assim de outro mundo, que nunca foi visto antes.

6º Lugar:
Resgate em Ryloth

1X12

O que, porém, diferencia Resgate em Ryloth dos demais é o foco em Ômega fazendo dupla com Hera, sem que a menina seja usada apenas como a jovem em perigo ou que esbarra na solução de determinado problema. Aqui, apesar de ser inacreditável, na prática, que soldados treinados aceitem na boa colocar crianças na linha de fogo, algo que simplesmente já aprendi a aceitar na série, pelo menos o que as duas jovens fazem juntas é significativo e excitante naquele nível de excitação que a temporada permite, ou seja, gera aquele interesse genuíno por alguns segundos. Vale destaque, também, a participação de Chopper que se mostra tão ou mais prestativo do que o bom e velho R2-D2, da traição do Capitão Howzer que, espero, retorne à série talvez até se juntando aos Mal Feitos e, claro, as breves aparições de Crosshair, cada vez mais obcecado com seus ex-irmãos de batalhão e que, agora, consegue autorização do Vice-Almirante Rampart para caçá-los.

5º Lugar:
Cicatrizes de Batalha

1X07

A própria presença de Rex foi bem executada, sem festejar demais a presença do personagem. A preocupação do roteiro de Jennifer Corbett pareceu muito mais deixar claro para os Mal Feitos que eles não estão sozinhos nesse mundo novo pós-Guerras Clônicas e, para Hunter em particular, que existe ainda muitas lutas a serem travadas e que ele precisa encontrar o caminho certo para sua equipe. Na verdade, a relutância da série em “encaixar” os clones em alguma posição clara, é uma grande curiosidade minha que, espero, seja saciada com algo realmente relevante dado o “mistério” da coisa toda toda até agora. Tomara que Dave Filoni tenha um destino de curto prazo interessante para Hunter e equipe, sem obviedades e sem também esquecer o conflito interno marcado pela “deserção” de Crosshair, assunto que precisava retornar à temporada por agora para não ficar distante demais do desenvolvimento da equipe, especialmente considerando que eles não mais têm chips inibidores.

4º Lugar:
Depois do Fim

1X01

A boa notícia é que Hunter, Wrecker, Tech, Crosshair e Echo (todos com o sempre excelente e variado trabalho de voz de Dee Bradley Baker) são tão diferentes de seus demais irmãos clones, seja em aparência física, seja em suas armaduras, que o CGI utilizado funciona muito bem para eles, especialmente a tonalidade cinza desgastada de seus figurinos, algo que, infelizmente, não se repete com a jovem Omega (Michelle Ang), personagem introduzida na série como alguém que imediatamente se afeiçoa pelos clones mutantes, já que seu rosto e expressões faciais são sofríveis. Eu disse clones mutantes, mas deixe-me ser mais exato para aqueles que não conhecem os Mal Feitos – e o conhecimento da série anterior não é essencial para a compreensão da nova – e afirmar que apenas Hunter, Wrecker, Tech e Crosshair são mutantes de uma literal “fornada ruim”, cada um com habilidades especiais, Hunter sendo o líder e estrategista, Wrecker o pancadeiro, Tech com facilidades tecnológicas e Crosshair um ás na mira. Echo, por seu turno, é apenas um clone “normal” – ou norm  – que foi alterado não genética, mas sim tecnologicamente, sendo semelhante ao androide Lobot, fiel escudeiro de Lando Calrissian em O Império Contra-Ataca.

3º Lugar:
Recompensa Perdida

1X09

Depois de oito episódios com os clones do título aparecendo constantemente, eis que Dave Filoni tenta algo diferente ao deixar seus protagonistas no banco de reserva e focar a ação basicamente em Cad Bane (Corey Burton em uma performance de destaque) e seu droide Todo (Seth Green), Fennec Shand (Ming-Na Wen) e, claro, o alvo da trinca, a jovem Ômega. Não que Hunter e companhia não apareçam, pois eles estão lá, mas permanecem mais como apoio, como pano de fundo para a aventura da clone criança usando de toda sua esperteza para desvencilhar-se de seus captores.

2º Lugar:
Reunião

1X08

Continuação direta do anterior, com os clones ainda em Bracca, o planeta cemitério de naves espaciais, o capítulo continua o que eu só posso concluir que seja um mais do que bem-vindo upgrade nos visuais, já que novamente temos um design espetacular com um CGI de fundo de tirar o fôlego, só que agora com fotografia majoritariamente noturna, especialmente focando no périplo dos Mal Feitos dentro de um cruzador da República depois que Crosshair e um destacamento de clones do recém-formado Império chega para caçá-los, promovendo a tal “reunião” do título. A estrutura de caçada, com Tech fazendo de tudo para enganar Crosshair e Crosshair, por seu turno, usando toda sua experiência para prever os movimentos do ex-colega, tem um ritmos excelente, com as sequências de ação ocorrendo em cenários variados, especialmente dentro do motor iônico da nave.

1º Lugar:
Manto de Guerra

1X14

No entanto, como sempre digo, referências são meros apêndices e nunca transformam algo ruim em bom. A sorte, portanto, é que o roteiro de Damani Johnson vai além do mero fan service e entrega uma aventura de peso, com belas sequências de ação e que também avançam a trama maior, não só apresentando de vez o Projeto Manto de Guerra, como também revelando o destino dos kaminoanos. Com isso, Hunter e companhia – mas sem Wrecker, que essencialmente fica de babá para Ômega, uma escolha inteligente já que nunca fez sentido levar uma criança para o campo de batalha – precisam escapar com Gregor de uma base infestada de Troopers variados que já demonstram a mais completa incapacidade de acertar alvos, não importando o quão próximo eles estejam.

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