Home Colunas Lista | The Walking Dead – 10ª Temporada: Os Episódios Ranqueados

Lista | The Walking Dead – 10ª Temporada: Os Episódios Ranqueados

por Iann Jeliel
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Avaliação da temporada completa (não é uma média)

  • SPOILERS da temporada e da série. Leiam aqui as críticas das demais temporadas, games e HQs. E aqui, as críticas de Fear the Walking Dead.

Infelizmente, só fiquei responsável pelo acompanhamento semanal de The Walking Dead da metade para frente de sua temporada mais problemática até hoje. Assim, fiz primeiro uma crítica completa da temporada com a minha visão de modo geral (ou quase isso), para só agora trazer o tradicional ranking de episódios depois de uma cobertura, do pior ao melhor episódio desta décima temporada. Vale ressaltar que as críticas dos 8 primeiros não são minhas. Deixarei linkadas para conferirem, assim como todas as outras, mas como minha opinião se difere bastante da opinião do colunista Gabriel Carvalho responsável à época, deixarei para os episódios mencionados os meus próprios comentários de maneira resumida, ainda no clima da época que foram lançadas, portanto, se possível, leiam. É isso, comentem aí qual seria sua ordem ou, no mínimo, um top 3 dos melhores episódios dessa mais longeva temporada de The Walking Dead até agora. Espero que gostem!
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22º Lugar: Diverged
10X21

O que há de errado com a proposta, há de mais errado ainda na execução, que busca as maneiras mais preguiçosas de mostrar esse distanciamento dos dois. Daryl falhando em coisas bestas (só faltava ele ser esmagado pelo carro e morrer ali naquela cena do zumbi dentro do carro), e Carol procurando fazer coisas mais bestas ainda. Pirando por causa de um rato? Um episódio inteiro para fazer uma sopa para o Jerry (Cooper Andrews)? E não consegue fazer nenhuma porque está chateada com o Daryl? Que é isso, The Walking Dead? Quis fazer seu The Fly de Breaking Bad agora? Quem dera se esse episódio fosse metade do que é Fly, trouxesse analogias interessantes do caminho que a série trilhou até aquele momento. Diverged não faz qualquer reflexão do tipo, é apenas uma divagação completamente sem noção que está matando o tempo que seria útil para tanta coisa que nem vale a pena listar.

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21º Lugar: Walk With Us
10X12

Parando para pensar, essa intriga inicial é incoerente com o próprio Alden, visto que ele era o Salvador e foi perdoado, pelo histórico, ele deveria ter demonstrado compaixão logo de cara, mas não, fez frescura que acabou matando a mulher nas mãos de Beta, que também ficou de frescura ao se expor em terreno aberto somente para ter o prazer de humilhar Gama esperando que ela virasse zumbi para levá-la a Alfa e mostrar o quanto ele é obediente. Sorte dele que Alden é tão desprovido de inteligência que ao invés de acertar uma flechada nele, preferiu acertar em Gama para ela ter uma morte “digna”, mas convenhamos, senhor Alden, dava para você ter feito os dois, não?

.The Walking Dead The Walking Dead

20º Lugar: Look at the Flowers
10X14

… Qual seria esse grande plano do subconsciente de Beta, digo, que a cabeça de Alfa tinha para guiá-lo? Pegar um vinil, aparentemente dele mesmo, pelo que deu a entender, chamado Half Moon, começar a tocar e juntar zumbis na área para que ele possa guiá-los de lá, Rob Zombie ficaria orgulhoso. Mas, cadê o resto dos zumbis da caverna? Ou do ataque a Hilltop? Não eram controlados por eles? Como dito, parece que eles evaporaram junto de Alfa, tanto que na cena em que Beta pega a cabeça de Alfa, só dois o acompanham ao invés de uma horda considerável. Um deles é comido pela cabeça, e o outro foge e fica por isso mesmo, a ameaça final parece ser apenas Beta e o restante dos zumbis que irão à vingança com desvantagem. A promessa de que ‘nunca vimos uma horda tão grande como aquela do penhasco’ possivelmente ficará na falácia…

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19º Lugar: Bonds
10X06

Seis episódios numa mesma linguagem de falso desenvolvimento de personagem e pouquíssimo avanço de trama. É bem frustrante, tendo em vista a organização implantada pela nona temporada, para virar um longo cozimento de interações que não evoluem nada. Veja só que não há problema em focar num ritmo mais cadenciado em possíveis tramas para realmente preencher a cota dos 16 episódios, mas pegue como exemplo a quarta temporada, em que as pessoas tiveram uma infecção parecida com essa de agora, e perceba a diferença do tratamento de intensidade. Carol, sem motivo nenhum, vai em busca de sequestrar um sussurrador para que haja um motivo de guerra, engana Daryl no processo e leva um episódio para realizar, como se precisasse mostrar o passo a passo disso. Entretanto, mostrar Negan escapando de uma horda de zumbis sem o auxílio de nada, isso não é mostrado. É um seguro de orçamento grotesco que só pressiona a série a ter que entregar no final, sendo que se bem distribuído, como foi na última temporada de Kang, isso não seria necessário.

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18º Lugar: Silence the Whisperers
10X04

Episódio estranho, para não dizer outra coisa. O início e o final com músicas melosas me lembraram The Vampire Diaries, o que é preocupante, como foi a cena do beijo de Ezequiel e Michonne, grande susto dentro da desorganização do episódio, que até teve ideias interessantes, mas não soube dar peso a elas. E ainda naquele velho clima dramático que visa a desenvolver os personagens, mas deixa muitos de fora, que organiza o tabuleiro, mas não traz nenhuma mudança sem ser de fato ao fim, e o principal, carece de energia rítmica. Tanto a queda da árvore com os zumbis tentando invadir quanto toda a questão de Negan, Lydia e seus haters estavam sendo tratadas de forma muito passiva. Falta intensidade e peso, além de cenas melhor dirigidas, essa do ataque a Lydia e o acidente em particular foi extremamente confusa. Cada vez mais preocupado com os rumos da temporada, porque estão insistindo muito nesse mistério de não serem os sussurradores enchendo o saco, mas se não eles, quem?

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17º Lugar: What We Become
10X13

O propósito das sequências de Michonne viajando por destinos diferentes que ela poderia ter tido ao tomar diferentes atitudes, deixando Andrea para morrer, juntando-se aos Salvadores, não acrescentam em nada à própria jornada individual da personagem que na finalidade (se não era a morte) seria iniciar uma busca verdadeira por Rick, a que já estava previamente decidida por acreditar que ele estava vivo. Então, fica aquele velho fan service gratuito e inserido às coxas, uma vez que fora Laurie Holden, nenhuma das outras participações especiais antigas trouxeram os atores novamente, só fizeram uma colagem por cima de cenas que já aconteceram e “tá valendo”.

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16º Lugar: We Are the End of the World
10X02

Contextualizando os heróis e agora contextualizando os vilões. Paro pra pensar no desespero por audiência que a série vem tendo para finalmente se dispor a contar uma origem detalhada de um filho, algo que nunca aconteceu com Negan, Shane ou o Governador que tinham no máximo um background. De qualquer forma, não acho uma escolha ruim, mas é de um posicionamento irresponsável, principalmente diante dos vários ciclos de renovação que naturalmente vêm trazendo uma sensação aleatoriamente inconsequente. Dá para sentir que o roteiro não está perdido, mas episódios como este me fazem questionar isso. A dramatização de Alfa é contraditória com o poder de ameaça que querem dar a ela, algo que com Negan, por exemplo, não aconteceu, para justamente fortalecê-lo como vilão na época, e só agora estar vindo descascá-lo como além disso. É uma prática arriscada e sem propósito aparente querer desconstruir o maniqueísmo da figura animalesca da personagem. Assim, fica uma sensação de enrolação, mesmo que tenha sido o capítulo mais gore da série em muito tempo, o que é sempre bom.

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15º Lugar: Find Me
10X18

O grande problema é a organização da montagem. É um episódio episódico dentro de si. Falta tempo para resolver cada parte direito e uma organização que faça sentido. Acho muito estranho que em todo esse tempo o personagem tenha rondado uma mesma área, parte também do problema geográfico que essa décima temporada tem. Não fica claro, por exemplo, que o personagem decidiu realmente se isolar pela culpa, fugir um pouco de sua realidade e tentar um novo começo. Assim, fica difícil acreditar no romance com Leah (Lynn Collins), porque apesar do teor distante ser a base para a aproximação dos dois, não parece realmente um desejo de Daryl recomeçar com ela, pelo menos a impressão passada não parece plausível. Contudo, a questão geográfica também não leva a crer que o principal objetivo dele era Rick, a desolação do personagem é muito ambígua, então não dá para saber se ele realmente acreditava que podia encontrá-lo ou só estava fazendo isso para se martirizar.

Find Me.

14º Lugar: Ghosts
10X03

Mais um episódio morno de temporada me preocupa um pouco. Embora esse tenha sido propriamente melhor que os outros dois, sinto uma síndrome de 8ª temporada, que enfatiza tanto as consequências anteriores que esquece uma progressão de fatos ou, no mínimo, deixa-os para um outro momento. O início me pareceu muito interessante, a montagem estabelece a rotineira tortura dos personagens em ter que lidar com a problemática de novas hordas de zumbis vindo de Alfa, mesmo que não fique muito claro se era ou não dela, um implante de dúvida desnecessário. A sequência do novo acordo também é ótima, o senso de presságio é constante, e infelizmente não foi tomada uma atitude mais drástica, para focar num estranho trauma de Carol vendo fantasmas. Não gosto dessa escolha, o uso visual de alucinações deu pistas perigosas, como a chance de a personagem estar afim de Daryl. Gosto muito do arco de Negan com Aaron se entendendo, e em ambos os casos me agrada o retomo de um clima de terror, aquela ambientação do episódio 8 da 9ª temporada poderia estar em todos os episódios. No fim, ainda é muita promessa e pouca efetividade.

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13º Lugar: Home Sweet Home
10X17

… É descaradamente a explicação que ficou por tanto tempo guardada: por que Maggie decidiu abandonar de vez o grupo de sobreviventes em que tanto confiava. Aposto que nem os roteiristas exatamente sabiam qual seria,  porque era um cenário de incertezas junto à necessidade de continuar avançando a história, ou seja, o retcom acabaria sendo inevitável. E por mais que tente se fazer coerente, graças a vários fatores, a missão desse episódio era muito difícil de convencer dentro da verossimilhança contínua antecessora. Por isso, repito: Lauren Cohan nunca deveria ter saído. Sua personagem poderia ter ficado escanteada, mas era necessário na temporalidade um meio que mostrasse a gravidade do conflito entre ela e Michonne que a fez se afastar do grupo…

Home Sweet Home.

12º Lugar: The World Before
10X08

Engraçado que a temporada poderia ter sido toda como este episódio, com momentos de tensão e história progredindo, e quando possível, desenvolvendo bem os personagens em torno das consequências dos conflitos que estão sendo costurados, uma pena que isso só veio de verdade numa season finale. Mostra que The Walking Dead – quando quer – consegue cativar e proporcionar substância, mas prefere enrolar em ciclos que vão eventualmente chegar no mesmo lugar, o que foi frustrante diante do final que enfim mostrou onde estavam todos aqueles zumbis…. Se não fosse uma mid-season finale, acharia um ótimo episódio, mas o problema é justamente essa posição dele, não que não tenha entregado, mas segurou ainda mais o conflito, sendo que ele veio de toda uma longa preparação, o que no fim deixa o público um pouco com esse papel de trouxa. Mas, sem dúvidas, em execução, é um episódio muito balanceado nos núcleos, com momentos de intensidade excelentes, como o início com a Rosíta, a própria morte de Dave nas mãos do Padre e as sempre incríveis interações com Judith. Espero que a próxima metade seja feita apenas de episódios assim, porque a série termina com débito.

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11º Lugar: Stalker
10X10

No ápice da intensidade da batalha, Alfa pega novamente a arma que estava segurando e… CORTA. Mas espera… como assim? O que aconteceu? Talvez o editor tenha pensado que aquele corte iria proporcionar essa reação no bom sentido, de levar a ansiedade para saber o que iria acontecer. Contudo, a prática se demonstrou um coito interrompido de ritmo, desestruturando completamente o exercício de tensão. Principalmente porque o retorno não mostra como Daryl saiu da mira de Alfa, já pula direto para ele no armazém com Alfa chegando por lá. Novamente, a cena em si é bastante visceral, intensa, tanto que o sentimento consegue ser recuperado em pouco tempo, com a líder dos sussurradores chamando mais de seus companheiros zumbis para tentar cuidar do protagonista arrebentado, que consegue “fodelosamente” se livrar do jeito mais survival “raiz” possível…

The Walking Dead.

10º Lugar: Open Your Eyes
10X07

As pontas de Gama, Siddiq e Carol, que ficaram enroladas tanto tempo, desprenderam-se no estopim definitivo para a ação acontecer. Algo ruim da série é isso, quando ela começa a ficar boa demais e se envolver num roteiro inteligente, sagaz e manipulativo, a sensação é de que esse desenvolvimento não será para um futuro longínquo, ele é o presságio para consequências trágicas precoces, em outras palavras, alguém iria morrer no final, e o episódio fica mesclando entre ser Siddiq ou Carol. E como Siddiq finalmente estava virando um bom personagem, ficou meio previsível ser ele, até por conta daquela cena da morte do prisioneiro ter sido culpa de seu “amigo”. Quando nos deparamos na última cena com os dois, fica claro o que vai acontecer, mas ainda é impactante pela construção.

The Walking Dead

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09º Lugar: Splinter
10X20

O caminho mais fácil era o flashback, mas o episódio opta pelo risco de não só passar esse desenvolvimento no meio da introdução do arco mencionado na continuação dos eventos segurada como fazer isso em um só lugar, fechado, com uma personagem nova tendo devaneios. As chances de cair na morosidade eram grandes, mas o roteiro tem recursos o suficiente para apresentar sua proposta com substância e uma execução instigante em todas as suas frentes. Mérito da intérprete por conseguir sustentar muito bem a ambiguidade entre o real e o ilusório da personagem principal. Se seu jeito louquinho era conquistador, aqui, ele não se torna gratuito. Mesmo que ache um tanto forçada a forma expositiva que o primeiro diálogo expunha diretamente a origem de sua dramática, o caminhar do restante do capítulo consegue muito bem trabalhar essa ideia de maneira consequencial no imagético. É um capítulo que vai obedecendo a mente confusa da sua personagem sem abandonar a linearidade das ações.

Splinter.

08º Lugar: Lines We Cross
10X01

Primeiramente, lamento a falta da neve. Seria um cenário excelente de novo frescor para a série, que aos poucos poderia recuperar a audiência e o primor técnico de outrora, já que o granulado diário já está cansativo há muito tempo. Dito isso, é nítido o respiro narrativo que o roteiro ganhou com a adição de Angela Kang. Mesmo que ainda esteja se encontrando em personalidade, ela vem reestruturando e recuperando alguns personagens de maneira mais madura e, aos poucos, tentando também restabelecer a ameaça dos mortos. Para isso, ela vem procurando novas dinâmicas para a ação, como a primeira e última cena demostram muito bem, um treinamento com zumbis e um combate a incêndio são no mínimo sequências diferentes do habitual da série, e particularmente, são muito bem executadas. O meio entre elas conta com uma montagem estranha e meio gratuita, eficiente para o ritmo, mas sem aparente propósito. Há de se questionar ainda algumas pistas de relacionamentos lógicos futuros, como Daryl e Carol, e outros núcleos, como o de Rosita como quadrado amoroso esquisito, mas no geral, um início promissor de temporada.

The Walking Dead.

07º Lugar: What It Always Is
10X05

Ainda carrega boa parte dos problemas da temporada na hiperdramatização secundária em prol de prolongar o conflito inevitável. A diferença é que nesse caso, um subarco em específico faz a diferença, que logicamente é envolvendo Negan, que tem um pequeno e previsível lapso de sagacidade do roteiro. Os demais são bem desinteressantes, a questão do câncer de Ezequiel foi uma informação passada na hora errada, o arco de Gama com Aaron é um possível ponto de virada importante, só que já vinha sendo mal construído entre os dois personagens. Tudo envolvendo o quarteto novato e Daryl também é muito episódico, não traz nenhuma consequência ou avanço significativo para a história. O grande trunfo do episódio está inteiramente nas cenas de Jeffrey Dean Morgan que, como sempre, entrega uma excelente performance, principalmente diante dos conflitos internos com que o personagem convive. A inserção de um personagem como guincho moral entre o antigo e o novo funciona, embora seja um recurso fácil para propor a virada – até os aparecimentos dos figurantes são quase protocolares – vende-se bem aquilo tudo e garante dois grandes momentos, pena que o episódio como um todo não siga sua grandiosidade.

The Walking Dead.

06º Lugar: The Tower
10X15

A interação dela com Ezequiel, Eugene e principalmente Yumiko os fortaleceu de alguma forma, trazendo à tona o antigo debate humanista de empatia e confiança retomado pela introdução do grupo de Magna e um pouco esquecido ao longo dos episódios seguintes, resgatado agora com um bom humor ácido genuinamente funcional da figura (a cena do campo minado foi bem divertida). Segundo a intenção de apresentar uma nova comunidade, não soa tão enrolativa a pausa para ver como os personagens lidam com ela, porque de certo modo já serve como um teste. Teoria dramática que permanece nos demais núcleos, que escolhem o recorte de prolongamento mais útil à história.

The Walking Dead.

05º Lugar: One More
10X19

A direção de Laura Belsey matura muito bem cada etapa da discussão ideológica que vira um perigoso jogo de roleta russa, no qual, como raramente é visto na série ultimamente, temos o real benefício da dúvida se realmente um dos dois não poderia sair morto dali, já que eles realmente não tinham tanto peso assim para serem considerados personagens imortais. E o mais importante, o episódio não precisou matar nenhum dos dois para ser impactante. Bastou um roteiro bem amarrado, implementando a narrativa do irmão de Mays como um perfeito motivador para a tortura psicológica que ele estava fazendo com a dupla, forçando Gabriel a tentar manipulá-lo contradizendo seu argumento de sentimento pessimista para sair da situação, não conseguindo, deixando-o cada vez mais desesperado à beira de uma morte para assim reverter seu discurso de forma honesta, e logo depois de sair, desmentir tudo como uma manipulação, matando o personagem…

One More.

04º Lugar: Morning Star
10X11

O que inclusive valoriza ainda mais esse episódio, que mesmo nas coxas visuais da produção e nítidos desvios de escala apresenta uma batalha noturna mais inteligível do que A Longa Noite de Game of Thrones (apesar da diferença orçamentária gritante da produção), com um senso de estratégia coeso e de risco plenamente palpável graças à construção anterior pegar um âmbito universal.  Ao menos, cada personagem apresenta uma cena que levanta uma motivação de querer continuar lutando ou um respaldo emotivo que o vulnerabiliza, uma fragilidade de fora pra dentro bem explícita, amarrando as pontas soltas de desenvolvimentos anteriores e acendendo uma faísca consequencial do que se tem a perder com seu possível futuro sacrifício.

The Walking Dead.

03º Lugar: Here’s Negan
10X22

A história ao entorno de Negan só tem peso por conta do que foi construído até então na sua jornada durante a linearidade da série. Ou seja, não deixa de ser uma valorização de um processo, mas há ciência de que esse processo estava à frente dos outros por escolhas anteriores mais assertivas, levando o capítulo a uma enorme concisão dramática, em que só há o que evoluir, não recuperar. É uma concisão tão perceptível que as experimentações de formato, tais como o sequenciamento retroativo de flashbacks, não parecem experimentações gratuitas e soam como uma estilística autêntica, com sentido e necessária para a história atingir o efeito de impacto desejado. Claro, muito desse efeito passa pela atuação de Jeffrey Dean Morgan, capturando todas as transformações do personagem em um formato reduzido que não diminui a veracidade dos arcos antagônicos narrados.

Here's Negan.

02º Lugar: A Certain Doom
10X16

Greg Nicotero volta à boa forma de dirigir episódios decisivos e conduz a experiência do mar de mortos com tremenda destreza, uma claustrofobia instaurada imagética e sonoramente, com os barulhos dos zumbis tomando conta do ambiente, e a tela preenchida com eles no melhor que os efeitos práticos da série tinham a oferecer, palpáveis, grotescos e presentes. Um preenchimento espacial preciso matura a ideia de que algo pode acontecer e que, mesmo que não aconteça, esse domínio de timing é suficiente para nos colocar numa atmosfera de grandiosidade, mesmo que a série não esteja totalmente presente visualmente.

The Walking Dead.

01º Lugar: Squeeze
10X09

… O que é ainda mais desolador é ver essa consequência plantada previamente desde o início da temporada, dessa possível quebra de relações com Carol, num show de performance, Melissa MacBride entrega todo o desamparo da personagem pedindo para ter a culpa apontada na cara. E isso é The Walking Dead: aquela série que amassava os personagens ao limite naquele mundo e foi algo que se perdeu, porque eles ficaram, assim como o público, acostumados demais com ele, a ponto de parecer que nada mais tinha riscos ou conflitos gerados por displicência humana. Algo que a 2ª temporada trabalhava maravilhosamente, quando o acaso e a desgraça colhiam frutos de um expurgo de nossos dilemas morais.

The Walking Dead

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