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Lista | The Walking Dead – 9ª Temporada: Os Episódios Ranqueados

por Gabriel Carvalho
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Nota da Temporada

  • Observação: Há spoilers da temporada e da série. Leiam, aqui, as críticas de todas as demais temporadas, dos games e das HQs. E, aqui, da série spin-off, Fear the Walking Dead.

A nona temporada de The Walking Dead começou sendo, antes de seu início até, uma temporada de gigantescas mudanças já nos seus bastidores. O seu vasto cenário agora sustentaria-se, por inúmeras questões específicas, em enormes interferências externas ao processo criativo da série. E a primeira dessas alterações estruturais, após dois anos consecutivos muito mais fracos e cansativos – que resultaram em quedas na audiência -, tornou-se logo a substituição de showrunner. Angela Kang entrou e Scott M. Gimple saiu. Curiosamente, essa mudança mostrou ser uma decisão bem-vinda a um programa que estava perdendo a qualidade de outros anos. Kang retomaria uma coesão discursiva, uma progressão narrativa e uma qualidade textual que antes estavam em escassez nessa terra pós-apocalíptica. O que seria desse novo começo, então? Confira a crítica completa da temporada clicando aqui.

Tradicionalmente em nossas coberturas por episódio de temporadas, elaboramos nosso ranking dos episódios, que segue abaixo. Concordam? Discordam? Têm sua própria lista? Mandem seus comentários e vamos conversar! E não se esqueçam de clicar nos links para lerem as críticas de cada um deles.

16º Lugar: Guardians
9X12

Guardians soa menor até em como explora imageticamente suas possibilidades, tanto a visita ao núcleo dos Sussurradores pensada por Henry (Matt Lintz), quanto a missão de Daryl (Norman Reedus) e Connie (Lauren Ridloff) para resgatar o garoto de si mesmo. É um capítulo mais de contextualização em muitos sentidos, de repensar e mover certos personagens narrativamente, do que instigante por meio da linguagem. Connie, que é surda, por exemplo, não é usada de maneira inventiva como no episódio passado. Uma das cartas na manga da direção seria, aqui, misturar a infiltração no meio dos mortos, que a dupla faz para salvar Henry, com a surdez da personagem, usando planos subjetivos ou planos fechados. Então, o som seria um impulso para a claustrofobia.

15º Lugar: Bounty
9X11

O auge do comando de Matt Negrete termina sendo sequências inspiradas, e não a coesão dos tons, apesar da função consciente da discrepância entre cada um deles. O roteiro também não é muito bom, enquanto Enid (Katelyn Nacon) investe numa abordagem didática sobre o apocalipse que, na altura do campeonato, soa indulgente demais. Bounty entende perfeitamente, porém, como mudar o escopo perceptivo do espectador através de como os seus personagens percebem o mundo. Em frente a uma coadjuvante que é surda, o som é limitado drasticamente ao público, então encarando uma experiência mais claustrofóbica sob as condições sonoras da cena.

 

14º Lugar: Scars
9X14

Scars também é um episódio menos caprichoso no texto. Calley, no entanto, mostra que é competente ao conseguir extrair momentos singelos das suas falas, principalmente na conclusão com a sua mãe. O que a série precisava era, em contrapartida, sinceramente organizar a traição dessa amiga de Michonne, antiga conhecida da protagonista, como um acontecimento destruidor. Nos compreender os efeitos que Jocelyn causou no relacionamento materno em questão, além da esperança, após a “morte de Rick”, que a presença da mulher permitiu a “viúva” sentir. Isso tudo é raso. Ao menos, tais flashbacks conciliaram-se com coerência às propostas narrativas no presente.

13º Lugar: Adaptation
9X09

Também competente como a série, por fim, explora as interações entre Alden (Callan McAuliffe) e Luke (Dan Fogler). Os papéis recebem um bom texto, especialmente Fogler, muito carismático. Um pouco de pavimentação para o sequestro, nos derradeiros instantes do episódio, acontecer. Já Henry (Matt Lintz) não cresce perante o que desenvolveu-se anteriormente com o garoto, e as interrupções a Daryl soam cansativas demais, um tanto por conta de Matt Lintz não possuir muita presença. McClincy é o destaque, um casting que parece ser certeiro à personagem. O medo que Lydia aparentemente sente é muito convincente. Do melodrama por causa da morte de Jesus – a passagem do bastão para Tara é escanteada -, adaptação mostra ser uma coisa que a série é capaz de fazer. Como será continuada essa televisiva revisão ao original arco dos Sussurradores?

12º Lugar: Omega
9X10

Omega principia possibilidades para os próximos capítulos, novamente esperados para os fãs, que conseguem ser tão interessantes quanto o começo de Negan. Tenta, paralelamente, até traçar um arco envolvendo o sumiço de Luke (Dan Fogler), que não parece muito orgânico, contudo, ao menos não desmorona o restante do todo. O mais interessante é ver como o roteiro soube explorar Daryl (Norman Reedus) e usar Henry sem o imbecilizá-lo. Ao invés do garoto fazer burrada porque sim, tudo torna-se um plano, importante para Hilltop. Resta saber se a série irá tentar reinventar a vilanesca Alpha proceduralmente ou se a novíssima vilã continuará sendo a mesma para sempre.

11º Lugar: A New Beginning
9X01

A oitava temporada de The Walking Dead é, provavelmente, o fundo do poço da série. Como se empolgar para uma vindoura – e desnecessária – nona? Um segredo preciso revelar: dada todas as confirmações envolvendo esse novo capítulo para a série, com atores afirmando suas saídas, eu estava realmente renascido de esperanças diante desse recomeço. O anúncio da despedida de certos personagens nos permite, mesmo que de maneira artificial, pensar o começo como fim, o que é de um contraste interessante. A abertura mudou. O showrunner mudou. Será que Angela Kang, sempre presente no roteiro dos episódios, tem uma visão mais acertada para a série, depois de Scott M. Gimple insistir na mesma abordagem? A começar por esse primeiro episódio, a resposta parece tender para um sim, mas os fãs do seriado sabem que não podem ter tanta crença.

10º Lugar: What Comes After

9X05

Os personagens falam e falam – coisas pertinentes, de fato -, mas em quais sentidos a retomada do protagonista sanguinolento, de temporadas passadas, relembrado por Shane, conversa com as alucinações do ex-policial, voltadas a “encontrar minha família”? O elenco integral da série, abruptamente, surge para resgatar o herói, enfim – um roteiro despreocupado com isso. O sacrifício do cavaleiro montado em um cavalo branco. A ponte é destruída, no entanto, Negan permanece vivo. Guia à Atlanta em Days Gone Bye, um novo helicóptero surge para guiar o protagonista, mas, agora, a um destino desconhecido. “Eu sou Judith Grimes” significa legado.

9º Lugar: The Bridge
9X02

The Bridge é realmente um episódio de cachorros loucos, como Justin (Zach McGowan), membro dos Salvadores, todavia, extremamente maligno, revoltado e antipático, referencia Daryl Dixon (Norman Reedus), após o motoqueiro socá-lo incessantemente, com justa causa pelo menos. De um lado, temos, obviamente, o braço direito de Rick Grimes (Andrew Lincoln), completamente avoado em relação aos desordeiros, presentes no meio de pessoas melhores, estas sim tentando se reconciliar com esse novo mundo, de um novo começo liderado pelo ex-policial. O personagem, no final das contas, executou Gregory no último capítulo, sem qualquer segundo pensamento.

8º Lugar: The Obliged

9X04

As coisas estão, por infortúnio, desmoronando. O desespero é evidente. O público toma nota disso, primeiramente com a recusa de Carol (Melissa McBride) em continuar tomando conta dos Salvadores, consequentemente, com a guinada de Maggie para Alexandria, entendida a assassinar o assassino de seu marido, além de, derradeiramente, com um outro gancho, acerca do confronto armado instaurado no acampamento. A conversa entre o ex-policial e a destruidora de terminais é eficiente para uma retomada de pensamentos diversificados, de permitir o Santuário florescer por conta própria. A ponte pode ser a última coisa em pé que manterá – uma ponte conectando as comunidades que quis, para o futuro, que permanecessem conectadas. Um último sacrifício e, finalmente, um término escurecido, de aparente desesperança. Os passos finais de uma jornada sobre desencontro e reencontro. Algumas interações serão as últimas. Saber disso aufere um pesar. The Walking Dead não é uma série sobre desesperança, porém.

7º Lugar: Stradivarius

9X07

As coisas soam mais orgânicas, por exemplo, nas interações entre Michonne e Siddiq, assim como entre os membros do grupo novo, mas, principalmente, entre Carol (Melissa McBride), Henry (Matt Lintz) e Daryl (Norman Reedus). Os equívocos citados, contudo, ocupam pouco espaço no episódio – o resto enaltece-se muito mais. O grande mérito é o interesse discursivo similar, de união. A arte como modo de unir as pessoas – quando o antigo grupo encontrou a prisão, em temporadas anteriores, acenderam uma fogueira, contando histórias enquanto a saudosa Beth cantava. A premissa para o capítulo seguinte é simplesmente a procura de alguns personagens por Eugene (Josh McDermitt), mas é mais alarmante e melhor costurada que determinadas guerras passadas. Um mero cachorro, enfim, é a cereja desse bolo empolgante.

6º Lugar: Chokepoint

9X13

Há tempos que The Walking Dead não trazia uma sequência de ação tão interessante. O confronto entre Daryl (Norman Reedus) e Beta (Ryan Hurst) é dos mais viscerais já gravados para a série, clímax de um episódio que equilibra seus pontos mais leves com os seus pontos mais dramáticos. Usando o próprio cenário, que é muito rico, embora seco – sem muitos acessórios -, como parte do combate em questão, Liesl Tommy torna toda a sequência enervante. O combate vai se metamorfoseando com o tempo, adequando-se a novos espaços em cena. Lembra um pouco a vez em que Rick e Negan se enfrentaram, na temporada passada. Mas, agora, a cena é conduzida com muito mais competência, sem precisar recorrer a uma iluminação soturna para mascarar a ineficiência cinematográfica do processo. E Beta é amedrontador, uma excelente adição ao elenco.

5º Lugar: Warning Signs

9X03

A péssima resolução da última temporada, sugerindo uma revolta cruel e covarde contra o ex-policial, é muito melhor desenvolvida em Warning Signs, amarrando-se, discursivamente, de uma maneira mais orgânica aos pontos em questão, sobre o futuro da sociedade, caso exista uma. O diálogo de Grimes com Dixon é importantíssimo, diante de um texto competente de Corey Reed, com pouquíssimos equívocos – a relembrança é certeira. Uma pontuação encaminhada, também, à Carol (Melissa McBride), em uma presença mais harmoniosa, suscetível aos dois pensamentos, mas em uma busca pelo mais adequado para o agora e o amanhã – a humanidade está presente, como revela, em diálogo, a vontade que teve de apertar o gatilho durante o motim.

4º Lugar: Who Are You Now

9X06

Com a despedida de Rick Grimes (Andrew Lincoln), saindo da série após o último capítulo exibido do programa, What Comes After, quais são os personagens que tomam a dianteira de The Walking Dead? Quem são eles agora, depois de tanto tempo passado? Judith Grimes (Calley Fleming) tornou-se uma extraordinária criança de 10 anos, como revelou o epílogo anterior, igualmente apresentando um novo grupo de sobreviventes, cerne desse recomeço narrativo. Já o cabelo de Carol (Melissa McBride) cresceu drasticamente, da mesma maneira que o corpo adolescente de Henry (Matt Lintz), interpretado pelo irmão mais velho do ator-mirim anterior, ambos caçulas da intérprete de Sophia. Daryl (Norman Reedus), além disso, vive como nômade e Aaron (Ross Marquand), entre as mudanças insignificantes de um momento para outro, adquiriu um curioso braço mecânico. The Walking Dead avança seis anos no futuro e reinicia completamente as suas premissas. Os sussurros de uma próspera retomada.

3º Lugar: The Storm

9X16

Há algo estranho no inverno, que aumenta ainda mais a melancolia e os piores sentimentos, os mais tristes possíveis, que as pessoas carregam. Um epílogo para essa nona temporada, The Storm é uma consequência entristecida, quiçá a mais entristecida que The Walking Dead já apresentou em anos de série. O Reino pode até ter sobrevivido às perdas, mas não sobreviveu à natureza, a um pessimismo que não possui cura, naturalmente executando um término a certas esperanças, a certos reinados. A calmaria de antes, interrompida com o massacre nas estacas, ganha a sua tempestade consequente, em uma temporada que recorrentemente brincou com um outro inimigo para os nossos personagens – os perigos naturais.

2º Lugar: Evolution

9X08

O cemitério, cenário do embate climático da midseason finale da nona temporada de The Walking Dead, reveste-se de simbolismos impressionantes, que mostram o quanto a série amadureceu, ao passo que igualmente retornou às origens não apenas de si mesma, como do seu próprio sub-gênero. Um ambiente onde os mortos enterrados ainda estão mortos é invadido por mortos mais vivos do que nunca, capazes de pensar, se esquivar e sussurrar. The Walking Dead raramente abraça o horror de uma maneira tão poderosa quanto nos últimos momentos de Evolution, retornando a um conceito onde os mortos-vivos são verdadeiramente perigosos, mesmo em uma sabotagem interessante do pensamento evolutivo – mais absurdo do que os personagens da série pensam ser – comentado por Eugene (Josh McDermitt), em ótima interpretação amedrontada.

1º Lugar: The Calm Before

9X15

Qual a história a ser contada diante de um massacre como esse, aniquilando-se as vidas de uma dezena de pessoas? O episódio em questão, The Calm Before, é um prenúncio indesejado às conclusões inesperadas, mas que sempre estiveram à espreita dessas pessoas, como a morte em si constantemente está. Ninguém quer que histórias sejam interrompidas. Ninguém quer que histórias cheguem ao fim abruptamente, por nada, sem mais, nem menos. O prólogo ao episódio, por sua vez introdutório ao que representa o capítulo, é um extraordinário demonstrativo desse suspense enervante que irá aterrorizar o mais calmo dos momentos. Nos é apresentado dois personagens novos, que conseguiram sobreviver ao apocalipse e encontraram esperanças em Hilltop, apenas para, anos depois, serem mortos indiscriminadamente por Alpha (Samantha Morton). Essa é uma cruel antagonista, antagônica à humanidade, à vida humana como antes era.

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