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Lista | Top 10 – As Melhores Séries Animadas Para Adultos

por Gabriel Carvalho
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A passagem da infância para a vida adulta é algo bastante interessante. Quando menor, encantava-me com umas crianças enxeridas e um cachorro burro, ou então, com as aventuras de um menino macaco, descobrindo um mundo  completamente novo para ele ao lado de uns amigos aleatórios, todos atrás de esferas mágicas. Mas isso acabou e esses desenhos animadas se foram, perdendo-se na minha memória, ainda mais por culpa da sociedade, querendo que eu crescesse. Eu, Gabriel “Peter Pan” Carvalho, tinha que crescer. Comecei a ver uns filmes bacanas. A única animação que passava pela minha goela era South Park. O resto? Muito infantil. Queria ser rebelde. Tempos depois, entrei no Plano Crítico. Assisti a coisas contestáveis, porém sempre pensando no trabalho. Internet – O Filme, uma das minhas primeiras coberturas sobre lançamentos da semana, não foi diversão, mas obrigação, responsabilidade. Coisa de gente grande. Essa geração infanto-juvenil já não era mais a minha. Eu era um adulto agora.

Mas é impossível não ser nostálgico… Em dezembro do ano passado, tornei-me uma das mentes criativas por trás do Especial Disney, organizado aqui no site. Como encarar a sociedade, pensei? Como encarar a sociedade após dar 5 estrelas para As Aventuras do Ursinho Pooh? Como não dar 5 estrelas para As Aventuras do Ursinho Pooh? Dos meus últimos cinco textos, quatro são sobre animações, incluindo duas do Ursinho Pooh, e o outro filme é Christopher Robin – Um Reencontro Inesquecível, que me fez reacender, novamente, essa chama pelo encanto infantil acerca do mundo cinematográfico, extremamente mágico e lúdico. Agora, começo a pensar em Especial Hannah-Barbera, Especial Muppets, Especial Looney Tunes. Em algum momento falei de animações japonesas? Exatamente. Esse é o problema. Eu só penso em Johnny Bravo. Eu só penso em Laboratório de Dexter. Eu quero crescer. A sociedade me julga, mas provarei a ela que sou um menino grande, apesar de tudo isso.

Para mostrar ao mundo o meu verdadeiro eu, muito além dos era uma vez, passei os últimos 3 dias confinados em uma caverna, assistindo várias séries animadas adultas, para mostrar aos nossos queridos leitores, você aí, o quão crescidinho eu sou. Daqui para frente, só farei crítica de filme francês dos anos 60, prometo! Ao mesmo tempo, também levei em conta o lançamento da série animada (Des)encanto, criada por Matt Groening.

  • Séries animadas destinadas a crianças, mas que caíram no gosto de pessoas mais velhas por inúmeras razões, até mesmo por terem uma vertente lúdica que pode dialogar com qualquer faixa etária, como Hora da Aventura ou Gravity Falls, não foram contabilizadas.
  • Não vale animes.
  • Ou seja, estou falando daquele padrão “para adultos”.
  • Como muitas dessas animações foram assistidas pelo meu eu adulto, porque eu não estava interessado por elas na minha fase Temos Que Pegar!, não acompanhei a dublagem de algumas. Se não tiver comentários sobre, esta é a razão.

10. BoJack Horseman
(2014 – )

Eu, pessoalmente, não gosto muito da primeira temporada de BoJack Horseman, mas a segunda me conquistou. A questão é que a série, naquele instante, se justificou e passei a olhá-la com diferentes olhos. Acredito que seja uma das produções da Netflix mais interessantes, trabalhando a vida de uma celebridade que perdeu sua relevância nesse meio. Will Arnet é um cavalo antropomórfico, em meio a uma conjuntura de depressão, traumas, pessimismo, alcoolismo, vício em drogas e outras das mil e uma problemáticas que as celebridades norte-americanas sofrem. Para melhorar, a terceira temporada tornou-se a minha favorita e a quarta não parece fugir muito disso não. Vale a pena passar pela primeira temporada para chegar às próximas.

9. Aqua Teen: O Esquadrão Força Total
(Aqua Teen Hunger Force, 2000-2015)

Enquanto a Disney e todas as outras empresas criavam os seus animais antropomórficos, a solução criativa mais batida de todas, Dave Willis e Matt Maiellaro decidiram por tornar humanos os produtos das redes de fast-food. Um copo de milk shake tornou-se Mestre Shake, batatas fritas se tornaram o Batatão e uma almôndega se tornou Almôndega, todos os três sendo vizinhos do humano Carl Brutananadilewski. O Esquadrão Força Total acabou dando origem ao primeiro filme do Adult Swim e, mais para frente, terminou sendo cancelado em sua décima-primeira temporada, dando espaço para Frango Robô se tornar a série mais longeva do canal. O mais incrível é que, uns episódios mais para frente, a premissa original, sobre resolver crimes em troca de dinheiro, simplesmente foi abandonada, com os personagens passando a fazer o que bem entenderem. Uma série que merece ser acompanhada.

8. Happy Tree Friends
(1999 – )

Um grupo de animais coloridos. Sangue. Esquilos. Tripas. Alvin e os Esquilos. Coelho de Caerbannog. Felicidade. Pica-Pau. Chocolate. Canibalismo. Flores. Fúria. Sorrisos. Mutilação. Doces. Assassinato. Coelhinhos. Desmembramento.  Coelhinhos Assassinos. Gore. Happy Tree Friends está longe de ser uma série com algo além disso, mas o contraste funciona e, no final das contas, estamos de frente a um programa original sobre fazer desgraça com bichinhos da floresta fofos, criados por alguns animadores cansados da Peppa Pig, interessadas em fazer ela e todos os seus amigos animais sofrerem muito, mesmo que essa porca maldita, extremamente adulta, nem existisse em 1999. O oitavo lugar é meramente pela curiosidade e pelo prazer de ver os seus desejos mais insanos e macabros tornarem-se realidade. Ou como tornar seu filho um sociopata delinquente. Dizem que games violentos tornam crianças violentas. Imagina as criaturinhas que assistirem essa desgraça quando ainda baixinhos. Saudades da minha maratona do programa da Xuxa com Happy Tree Friends.

7. Frango Robô
(Robot Chicken, 2005 – )

Você provavelmente já assistiu algo dessa série, mesmo não tendo a assistido. Frango Robô possui um formato mais diferenciado do que as demais citações dessa lista, sendo composto basicamente por esquetes, sem qualquer narrativa comum a cada uma delas. Tudo torna-se piada nessa série, feita com o charme inigualável do stop-motion. A criação de Seth Green e Matthew Senreich transforma action-figures em seus personagens, dispostos em cena apenas para propósitos nenhum pouco educativos, mas extremamente divertidos. Nada representa o Adult Swim melhor que Frango Robô.

As princesas da Disney entram em uma guerra em uma das esquetes. O Aquaman é feito de trouxa em outra. Caco, o Sapo, é representado como King Kong, Aquaman tenta entrar no jato invisível da Mulher-Maravilha, mas é feito de trouxa. Mario, Waluigi e a Princesa Peach estão na cama em uma cena. Um stormtrooper tira foto pisando em uma pilha de ewoks mortos. A família Simpsons é eletrocutada, com o sofá virando um sofá elétrico. Robin é espancado por personagens relacionados com frio. Aquaman é novamente sacaneado. Tudo isso cabe em um único episódio. Está fazendo o que nessa lista ainda?

6.  Uma Família da Pesada
(Family Guy, 1998 – )

De todas as séries listadas aqui, Uma Família da Pesada é, provavelmente, a segunda que eu mais assisti, tendo acompanhado inúmeras temporadas por completo. As criações de Seth MacFarlane seguem, todas, a mesma linha cômica e visual, mas nenhuma consegue uma estabilidade tão grande quanto Uma Família da Pesada, que, ainda assim, é instável. Ninguém é realmente muito fã de The Cleveland Show, o spin-off mais odiado de todos, não é verdade? Ao menos, American Dad tem o seu próprio charme e a abertura é realmente legal, assim como a de Uma Família da Pesada, uma série que nos faz rir e chorar.

A fórmula dos episódios é bastante interessante, com piadas completamente aleatórias surgindo durante a premissa, em especial durante flashbacks ou quando a família está assistindo alguma coisa na televisão. O passado e a televisão sempre são mais interessantes do que o que está acontecendo no presente, não é verdade? Seth MacFarlane faz questão de parar o que quer que esteja acontecendo na trama para mostrar alguma celebridade fazendo alguma bobagem. Parece que tudo o que vemos hoje é violência nos filmes e sexo na televisão. Que sorte que temos esse programa sobre a boa e velha família tradicional americana.

O estupendo trabalho de voz de MacFarlane, porém, sendo responsável por Peter Griffin, Stewie, Brian – uma espécie de visualização sua dentro da série -, Quagmire e muitos outros personagens, um mais diferente do que o outro, é responsável pela série ser tão bem sucedida, tendo sobrevivido a um cancelamento e retornado com toda força, mantendo boa audiência na Fox, apesar de um decréscimo cada vez maior de público – o que poderá culminar em um cancelamento. Uma Família da Pesada também revela da participação de MacFarlane o seu escopo musical, dando margem a números grandiosos, que exploram a habilidade do humorista como cantor. A garganta do comediante rende o sexto lugar na lista.

5. Rick and Morty
(2013 – )

O maior sucesso recente dentre as animações citadas nessa lista, Rick and Morty é uma ficção científica completamente despirocada, na qual Doc Brown é um alcoólatra e Marty McFly não tem nada de legal. Rick e Morty são os componentes de uma dupla que, no final das contas, está falando sobre relação familiar, sobre avôs e netos. Ao menos, essa é uma das mil temáticas que podemos tirar da animação, extremamente rica em suas mil e uma abordagens sobre a vida, o universo e tudo mais.

A popularidade dessa série, em certo ponto, até me irritou, pois as pessoas levam as coisas a sério demais e começam a desgastar tudo sobre, mas existe uma vertente filosófica até interessante no seriado, ainda mais quando Rick e Morty são obrigados a enterrar os seus próprios corpos de uma outra dimensão paralela – pesado. A comédia é absurda, indo do mais ácido ao mais galhofa. Existem tantos personagens creepys nesse multi-verso de galáxias que não consigo mais lembrar de nenhum que não me faça se sentir invadido de alguma forma.

Qual o sentido da vida, afinal? O seriado de Justin Roiland e Dan Harmon recebeu aclamação universal, mais do que merecida. O melhor é que as temporadas são lançadas com muita calma, evidenciando uma busca por mais qualidade do que quantidade. A quarta temporada, por exemplo, está prevista apenas para o final do ano que vem, o que nos faz esperar ansiosamente para as próximas desventuras dessa família, porém, com a certeza de que o melhor será dado pelos responsáveis para que o conteúdo de primeira permaneça. Todo mundo vai morrer. Continue lendo a nossa lista.

4. Archer
(2009 – )

Uma paródia do gênero de espionagem, Archer foi criada por Adam Reed após o cancelamento da sua série no Adult Swim, Frisky Dingo. Lembram de Laboratório Submarino 2021, que costumava passar no Adult Swim? Também estamos falando de um dos criadores dela. O sucesso estrondoso de crítica de Archer, portanto, não veio de graça. As nove temporadas acumularam uma ótima recepção, enquanto aguardamos a décima, anunciada esse ano, ser finalmente lançada. Querem desculpa para assisti-la? Ela tem na Netflix.

Primeiramente, eu simplesmente amo o visual dessa animação, claramente inspirada em um estilo oriundo dos quadrinhos. Eu também adoro o protagonista, Sterling Archer (H. Jon Benjamin), o James Bond mais deturpado de todos, que acaba por ser o real inimigo de si mesmo e de seus parceiros. Para resumir, eu amo Archer, que merece o quarto lugar em nossa lista por pegar um dos meus gêneros cinematográficos favoritos e subvertê-lo de uma maneira extremamente espirituosa, dando origem a momentos realmente muito bons.

3. Space Ghost Costa a Costa
(Space Ghost Coast to Coast, 1994 – 2008)

Existe algo mais adulto do que assistir lealmente a todos os Programa do Jô, quando ele existia obviamente? Existe e o nome desse algo é Space Ghost Costa a Costa, animação criada por Mike Lazzo que estreou em abril de 1994, no canal Cartoon Network. Acredito que um talk show animado é algo ainda mais adulto, ainda mais um apresentado pelo incrível Space Ghost, personagem original da Hanna-Barbera, que, nos anos 60, realmente tinha sua própria série, mas, naquele tempo, seguindo a fórmula do estúdio de animação. A tarefa de Mike Lazzo, agora nos anos 90, era criar uma série destinada a adultos e, claramente, um programa de entrevistas era a única coisa realmente adulta no momento.

A paródia de um dos formatos televisivos mais populares – e esgotados, posteriormente – foi um sucesso, recebendo inúmeras celebridades para serem entrevistadas pelo herói, como Mark Hammil, Hulk Hogan e Denzel Washington. Tudo isso com o acompanhamento dos grandes inimigos de Space Ghost, Zorak, o líder da banda, e Moltar, o produtor do show, atribuídos a essas funções como pagamento pelos crimes que cometeram – aliás, os dois eram interpretados por C. Martin Croker, que, infelizmente, já faleceu. A comédia era encaminhada através das conversas de Space Ghost com os famosos e das próprias interações entre os personagens animados, indo em uma vertente muitas vezes surrealista e, portanto, impagável.

2. South Park
(1997 – )

Quatro amigos que vivem as maiores aventuras. Parece um seriado infantil, não é? A animação “adulta” que eu mais assisti na vida, porque eu estava, nessa época, querendo pagar de diferente e rebelde para os meus amiguinhos, South Park é um fenômeno curioso, pois certamente possui a menor noção de limite de todos os demais citados – se é que há algum limite para o humor.

Uma Família da Pesada possui uma vertente cômica bastante aleatória, com tiradas completamente deslocadas do episódio. South Park, por sua vez, acompanha a sociedade e vai extrapolando as características dela de acordo com a criatividade de seus roteiristas, guiando-se através da personalidade nojenta de Eric Cartman, uma criança extremamente racista, machista, homofóbica, anti-semita e com pavor de ruivos, um cruel reflexo do pior que a sociedade tem a oferecer.

A mais polêmica de todas as séries aqui listadas, South Park é odiada por muitas pessoas. Um desses casos que merecem ser estudados friamente, repensados hoje e em anos no futuro, para a entendermos muito mais. A criação de Trey Parker e Matt Stone até mesmo rendeu um filme animado, lançado em 1999, South Park: Maior, Melhor e Sem Cortes, que é simplesmente maravilhoso.

1.  Os Simpsons
(The Simpsons, 1989 – )

Um pouco clichê… Fiquei pensando em colocar Os Simpsons como Hors Concors, mas acabei por seguir a onda e posicionar a animação criada por Matt Groening – o mesmo criador de Futurama e, recentemente, (Des)encanto – em primeiríssimo lugar. O principal fator é a longevidade da série, com mais de vinte e cinto temporadas, já encaminhando para a sua trigésima. Ao mesmo tempo, também se revela disso uma importância inerente da animação para todas as séries “para adultos” lançadas depois, além, é claro, da relevância que Simpsons tem para a cultura popular… Estamos falando de personagens icônicos, com uma marca inesquecível. Até mesmo coadjuvantes conseguem ganhar “espaço” no imaginário do público. A abertura, além disso, é uma das outras conquistas do seriado, sempre ressurgindo com uma criação nova que ganha atenção da massa.

A habilidade do programa em prever o futuro também é inigualável. No Brasil, a dublagem é um ponto importante, tendo se mantido relativamente coerente por bastante tempo, apesar de diversas mudanças, infelizmente, aconteceram, prejudicando a conexão do público com a obra em termos de voz. Já no idioma original, o elenco de vozes é comandado por Dan Castellaneta, responsável por Homer, Barney, Krusty e muitos outros personagens. Um ponto interessante é que, apesar de ser bastante retratada como “para adultos”, Os Simpsons não possui muitas das características que outras séries aqui possuem, como violência exagerada, altíssimo cunho sexual o ou xingamentos a rodo. A paródia em questão é simplesmente a sociedade americana, seus valores e costumes, sem precisar ir muito além para ser ácido o suficiente. A discussão de se Os Simpsons é a melhor série animada para adultos – e séries animadas em geral – é bastante intrigante, mas, sem sombra de dúvidas, Os Simpsons é a maior.

Hors Concors

Star Wars Rebels
(2014 – 2018)

“Séries animadas destinadas a crianças, mas que caíram no gosto de pessoas mais velhas por inúmeras razões, até mesmo por terem uma vertente lúdica que pode dialogar com qualquer faixa etária, como Hora da Aventura ou Gravity Falls, não foram contabilizadas.” Ué?

Star Wars é Star Wars. Apenas vejam os comentários da crítica dos últimos episódios da série, que se encerrou ainda jovem, na quarta temporada, e verão o porquê de eu te-la mencionada aqui. Vocês encontrão relatos de alguns marmanjos que se emocionaram com a animação. “O difícil vai ser ficar órfão dessa série que já no lado esquerdo do coração kkk :’)” ou “rebels foi incrível, tenho 33 anos e sempre vou me lembrar dos momentos que ficava ansioso para assistir.” ou “No Auge dos meus 33 anos de idade, lembro com exatidão a primeira vez que me fui apresentado ao universo das guerras nas estrelas. em frente a TV, assistindo Sessão da Tarde, vendo um filme que foi lançado no mesmo ano do meu nascimento, “O Retorno de Jedi”, estavam lá, as batalhas de naves, robos, e personagens que eu reconhecia de Caravana da Coragem.” E, finalmente, “É fácil interpretar desenhos como… infantis, mas no caso de Rebels – além de ser indispensável a fãs da saga – é um claro exemplo do “melhor que Star Wars pode ser”. Chega a ser absurdo o que a série amadureceu.”

Já no meu caso, quando o especial Disney se encerrar, não digam que não avisei que alguns comentários piegas provavelmente aparecerão em algum canto do site para reforçar o quão adulto eu sou. Os nossos sentimentos são assim. Cansei desse mundo adulto, quero saber da crítica do novo Ducktales.

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