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Lista | Top 15 – Melhores Álbuns Internacionais de 2020

por Handerson Ornelas
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Finalmente chegamos aos últimos dias de 2020, esse ano com 214351 meses e que demandou tanto de nós. E durante esse ano tão pesado, a música foi nossa fiel escudeira, a companheira que nos ajudava a carregar nosso fardo com resiliência e tranquilidade. Bem, como é de praxe todo fim de ano, é hora das famosas listas de melhores do ano aqui no Plano Crítico. Pois seguindo nossa tradição, como fazemos desde 2015, listamos aqui os melhores álbuns internacionais de 2020. Vale lembrar que não há ranking ou ordem de preferência na lista, apenas fazendo questão de listar e recomendar o que consideramos os 15 discos internacionais de maior destaque nesse ano e que você precisa ouvir o quanto antes, caso ainda não tenha dado um chance. Mesmo diante do grande impacto da pandemia no meio musical, observamos uma quantidade avassaladora de excelentes álbuns saindo, o que tornou até essa seleção algo bastante difícil. Confira, logo abaixo, nossa lista e aproveitem pra compartilhar conosco suas opiniões nos comentários! E confiram também nossa lista de melhores álbuns nacionais de 2020!

After Hours – The Weeknd

Handerson Ornelas: The Weeknd sempre demonstrou potencial e talento para fazer R&B, mas apresentando álbuns bastante inconsistentes. After Hours muda esse histórico, lançando um trabalho quase impecável, que funciona tanto como homenagem a velhas sonoridades radiofônicas, quanto uma obra de personalidade autêntica, que acerta não só na sonoridade, mas em toda estética e cinematografia envolvida na divulgação, fazendo uso de um cativante personagem na pele de Abel Tesfaye. Acima de tudo, After Hours faz jus ao título. Trata-se de uma coleção de faixas que poderiam muito bem embalar qualquer fim de festa, pouco antes das portas se fecharem, com uma aura dançante e uma certa melancolia quase contemplativa. Mesmo com uma forte influência oitentista, é impressionante como a produção do álbum soa extremamente moderna, atual e até futurista – facilmente uma das mais surpreendentes e primorosas saindo do pop esse ano.

  • Gêneros: Pop, R&B
  • Aumenta!: After Hours

A Hero’s Death – Fontaine’s DC

Handerson Ornelas: Depois de alcançarem bastante popularidade logo no disco de estreia com Dogrel, os irlandeses do Fontaines D.C. aproveitaram essa onda para já emplacar um segundo álbum, A Hero’s Death. Apenas cerca de 15 meses separam as duas obras e é assustador o quanto o grupo evolui de um álbum ao outro. Dogrel já era ótimo, mas o que o Fontaine’s DC alcança com o novo trabalho é de uma beleza gigantesca, mostrando grande versatilidade para construção de faixas simples, mas cheias de camadas e com completa honestidade. Memórias perdidas e a busca por um lugar no mundo são tópicos que permeiam a jornada do herói narrada pela banda, tudo isso com uma sonoridade soturna muito calcada em um post punk que faria Ian Curtis se orgulhar. Das guitarras mais frenéticas até as baladas mais sensíveis, A Hero’s Death é um sophomore album de rock de maturidade absurda, algo um tanto raro de se encontrar nos dias de hoje.

  • Gêneros: Post rock, indie rock
  • Aumenta!: Love Is The Main Thing

Chromatica – Lady Gaga

Matheus Camargo: O retorno de Gaga à música pop não poderia ter sido mais deslumbrante. Idealizando um planeta que representa as partes mais complexas de sua mente, Chromatica encontra seus momentos mais brilhantes ao relembrar da história de Stefani para contar histórias sobre cura e ressignificar momentos de luta. Com colaborações notáveis e faixas regadas do mais cativante electropop, o álbum entrega ótimos momentos de celebração, euforia e fúria, deixando espaço para o próprio ouvinte explorar seus detalhes. E é ali, explorando suas metáforas, que encontrei um pouco de luz para as questões que me consumiam nas madrugadas, seja cantando a todo pulmão seus refrões inesquecíveis ou me identificando com as letras mais genuínas.

  • Gêneros: Pop, electropop
  • Aumenta!: Replay

Fetch The Bolt Cutters – Fiona Apple

Matheus Camargo: Demorei muito para ao menos tentar entender Fetch The Bolt Cutters. Precisei me entregar à sua história e me desvencilhar dos meus padrões, inspirar suas dores, fazer parte de suas metáforas, escrever suas letras em cada papel que encontrava pela casa e interpretar as dualidades, fechar os olhos Apple despejava sua raiva, sua inconformação, seu descontrole. E o que descobri nessas tentativas foi um álbum épico em todo sentido da palavra, desgovernado, louco e mesmo assim pensado em cada linha instrumento grito verso estrofe? ternura? realidade? Quantas questões, quantas respostas, quanta angústia, quanta curiosidade. Fetch me deixou instigado. Carcomido. Irritado! Encontrei mais do que um álbum, mas um abrigo para voltar sempre, a qualquer momento em que me sentir em conflito, decidido a enfrentar mais uma rodada de reflexões, momentos para me identificar, para encontrar diferenças, refletir, crescer, construir novas ruínas, se isso fizer sentido.

  • Gêneros: Experimental, art pop, rock
  • Aumenta!: I Want You To Love Me

how i’m feeling now – Charli XCX

Matheus Camargo: Feito durante a quarentena, how i’m feeling now consegue demonstrar a vulnerabilidade vivida nos últimos meses com honestidade entre as experimentações do imprevisível hyper-pop protagonizado por Charli XCX, que consegue não perder a essência desenvolvida conforme seu crescimento artístico, mesmo quando fala sobre suas ansiedades mais dolorosas ou sobre amores explosivos. Seja na produção estrondosa, mas perfeitamente pensada, até as letras sensíveis, foi um álbum que conseguiu exprimir sentimentos inomináveis e me acompanhou com a ternura de enemy, à poderosa identificação de anthems e, por fim, me guiou pelo futurismo psicodélico de visions.

Handerson Ornelas: O melhor trabalho de Charli XCX. Pronto, falei. Charli sempre mostrou talento absurdo pra fazer pop e experimentar com o gênero, mas aqui ela se afasta um pouco da famigerada PC music (AKA música de liquidificador) pra fazer um álbum pop levemente mais “sóbrio”, embora de forma alguma isso signifique um som comum. Bem pelo contrário, se trata de uma obra que soa como uma verdadeira aula de fazer música pop, sabendo dosar doçura, sensualidade, agressividade e beleza dentro de uma produção admirável.

  • Gêneros: Pop, synthpop
  • Aumenta!: anthems

KiCk i – Arca

Matheus Camargo: Arca é genial. Foi o que pensei após me encontrar totalmente perdido no mundo criado pela artista, feito de metamorfoses, constantes transformações musicais perdidas (ou encontradas) nas cacofonias desesperadas em exteriorizar as certezas da existência de um corpo nu, cru, sincero. Em KiCk i, Arca se despe totalmente e mostra a ternura do amor que cultiva em suas entranhas. É um álbum desesperado, fulminante, em busca de alguém para acolher debaixo das asas de suas experimentações. Enquanto Björk usa da sua voz para criar uma orquestra emotiva, quase maternal, Rosalía participa de um dos momentos mais dançantes e hipnóticos, e é exatamente sobre esse alcance, essa variedade de descobertas que não se perde em momento algum, apenas desvenda mais espaços para pertencer. É lindo, ganancioso e divertido fazer parte de todos esses desenrolares, dos mais melancólicos aos mais intensos.

  • Gêneros: Experimental, eletrônica
  • Aumenta!: Machote

Lianne La Havas – Lianne La Havas

Handerson Ornelas: A começar pela encantadora capa, o segundo álbum da britânica Lianne La Havas esbanja charme. Uma das vozes mais reconfortantes e belas da nova geração do soul e R&B, Lianne faz de sua obra homônima uma das experiências mais prazerosas de audição em 2020, destacando seu brilhante talento para compor, tocar e cantar. Ainda que o álbum se prenda bastante à maravilhosa atmosfera soul criada com boas doses de folk e jazz, a artista demonstra versatilidade na interpretação das canções, se adaptando desde a aura nostálgica e pacífica de Green Papaya até a catártica explosão instrumental do espetacular cover de Weird Fishes, uma das faixas mais impressionantes que você ouvirá desse ano. Diante de todo estresse que 2020 proporcionou, esta é uma obra de escape em meio a tanta angústia, transmitindo uma paz que – eu garanto – você será imensamente grato.

  • Gêneros: Soul, R&B
  • Aumenta!: Weird Fishes

Omens – Elder

Handerson Ornelas: Elder é uma banda por vezes difícil de rotular. Outrora reconhecido pelo som voltado para o stoner e doom metal, chega em 2020 com seu espetacular quinto álbum incorporando uma sonoridade que mistura rock alternativo, metal progressivo, post e stoner metal. Omens oferece uma verdadeira jornada através de seu instrumental dinâmico, denso e sentimental que, unido aos vocais hiper melódicos e emotivos do vocalista Nick DiSalvo, mergulham em uma viagem sensorial que leva o ouvinte em uma espiral interna de absoluta contemplação. Cada trecho de instrumental é construído como pequenos tijolos levantando uma verdadeira fortaleza sonora, cada riff de guitarra desembocando nas mais diferentes catarses sensoriais, fazendo o ouvinte olhar para si próprio, explorando suas fragilidades e virtudes em meio a uma chuva de guitarras.

  • Gêneros: Rock alternativo, metal progressivo
  • Aumenta!: Embers

Punisher – Phoebe Bridgers

Matheus Camargo: O fim do mundo nunca soou tão intenso, bonito e fantasmagórico quanto em Punisher, segundo álbum de estúdio de Phoebe Bridgers e o meu álbum do ano. Mesmo tendo uma crítica inteira postada sobre o álbum no site, eu sinto que não falei o suficiente e que nunca conseguirei descrever todas as nuances que fizeram esse trabalho ser uma completa experiência. Lembro-me que a primeira vez que escutei se igualou a estar contemplando algo raro, um espetáculo, arrebatado logo na primeira vez como se estivesse destinado a sentir cada momento de tribulação e aprender com ele. Punisher fez parte de um processo de cura. Durante as dissociações de Garden Song, a ambição de que as coisas fossem diferentes que tomam conta de Halloween, os amores não correspondidos de Moon Song, a contemplação do apocalipse de I Know The End. É, sim, um álbum sobre o caos, mas sobre encontrar cura nas coisas intrínsecas da vida. Não garanto que ainda encontrei a cura, mas encontrei conforto, e além de tudo, pertencimento. É um álbum raro. Epopeico, enigmático, inevitável. Eu acredito na supremacia de Phoebe Bridgers!

  • Gêneros: Indie folk, indie rock
  • Aumenta!: (Tudo!) ou Chinese Satellite

RTJ4 – Run The Jewels

Handerson Ornelas: Run The Jewels é, tranquilamente, um dos melhores acontecimentos do hip-hop nos últimos anos. A verdade é que nós não merecemos Killer Mike e El-P. Pela quarta vez seguida, a dupla entrega um dos melhores exemplares do gênero, lançando uma obra repleta de versos ácidos, inteligentes e velozes, uma produção brilhante e que aproveita nomes como Pharell, Josh Homme, Zack De La Rocha e Mavis Staples das maneiras mais inusitadas. Provavelmente o maior manifesto musical do movimento Black Lives Matter, o que a dupla de rappers faz em RTJ4 é um feito inacreditável, entregando versos que servem como um fortíssimo soco no estômago, muitas vezes vindo como uma voadora direto na sua cabeça te chamando para a realidade, mas, ao mesmo tempo, sem perder o bom humor e a descontração. Trata-se do álbum mais relevante do ano, não tenha dúvidas.

  • Gêneros: Hip-hop, rap
  • Aumenta!: walking in the snow

SAWAYAMA – Rina Sawayama

Matheus Camargo: Primeiro de tudo, SAWAYAMA não poderia ter outra primeira canção a não ser Dynasty. A faixa de abertura é uma síntese do que iremos enfrentar pela frente, explodindo em vocais, guitarras e dor, debatendo traumas familiares e como os problemas de família podem ser hereditários, mas a questão principal é: Rina está disposta a quebrar essas correntes. E, mesmo acompanhando a artista desde 2017, reconheço que daqui nasce uma gigante para a música popular, que mistura as suas influências do modo mais coeso possível e entrega um trabalho que não pertence a um gênero, pois consegue se moldar e quebrar toda barreira, por ser imigrante, por ser queer, por ser mulher, por ter orgulho de sua história. Arrisco dizer que aqui está não apenas um dos melhores álbuns do ano, mas também um dos álbuns da minha vida, justamente pelo impacto, pela intensidade mostrada no quão abrangente a música pode ser, os assuntos que a música pode debater, as barreiras que a arte pode quebrar.

  • Gêneros: Pop, art pop
  • Aumenta!: Bad Friend

Song For Our Daughter – Laura Marling

Matheus Camargo: O folk contemporâneo liderado por Laura Marling contém poesia incorporada em cada segundo, e não só naqueles que o compõe, mas também nos segundos que se transformarão em minutos, horas e dias presos em sua cabeça, construindo relações de beleza e maturidade com o seu interior. O violão, o piano e a voz de Marling conseguem criar momentos memoráveis e contar histórias, autobiográficas ou não, sobre o passar do tempo, amadurecimento e relacionamento num melodrama agonizante. Blow By Blow é uma balada angelical com toques de Joni Mitchell, enquanto Song For Our Daughter, a faixa-título, é uma das canções mais lindas e inspiradoras que escutei nos últimos anos. Marling apresentou um trabalho delicado sobre as inconstâncias de ser humano, e confio em dizer que esses dez momentos de reflexão te trarão calmaria nos momentos mais difíceis.

  • Gêneros: Folk, indie folk
  • Aumenta!: The End Of The Affair

Ultimate Success Today – Protomartyr

Handerson Ornelas: Os últimos anos vêm se mostrando excelentes para o post punk, mas os lançamentos de Fontaine’s DC e Protomartyr garantiram 2020 como um ano de destaque para o gênero. Ultimate Success Today, o quinto álbum da carreira do Protomartyr sabe capturar uma certa força brutal e melódica que guitarras pesadas poucas vezes conseguem transmitir nos dias de hoje. Ultimate Success Today é barulhento, obscuro e depressivo na mesma medida que é energético e eufórico. Trata-se de música para ser cantarolada a gritos de fúria. Linhas de baixo destruidoras em conjunto com uma bateria avassaladora constroem um som que por vezes quase flerta com o industrial. Por cima dessa base são despejadas guitarras frenéticas e caóticas que funcionam perfeitamente melodicamente. A energia incorporada por essa banda de Detroit aqui é absurdamente contagiante, fazendo um dos meus discos preferidos de rock dos últimos anos.

  • Gêneros: Post punk
  • Aumenta!: Processed By The Boys

What’s Your Pleasure? – Jessie Ware

Handerson Ornelas: 2020 será marcado como o ano que a disco music voltou a dominar o pop internacional, isso é fato. Mas diante de tantas (boas) obras a recapturar essa sonoridade, What’s Your Pleasure? da britânica Jessie Ware é o feito mais impressionante nesse meio, fazendo um álbum pop extremamente viciante, maduro e surpreendente. Enquanto diversos artistas se perdem nos clichês e características mais clássicas da disco pop, Jessie explora com cuidado as minúncias e detalhes do gênero, desbravando as mais diferentes texturas e arranjos, construindo uma obra que parece já nascer como um clássico.

Matheus Camargo: Ainda sobre encontrar escape na música, Jessie Ware constrói em cima do disco music uma viagem que traz a festa até você e te induz a aprender como amar, desejar e sentir novamente. Fluindo extravagância e sensualidade, acredito ser quase impossível se manter indiferente diante de What’s Your Pleasure? conforme suas batidas capturam o sentimento de ser amado pelo calor da pista de dança até os momentos épicos em que você se encontra entorpecido pela enxurrada de sensações que correm dentro de sua carcaça. É arrebatador a forma que o disco consegue injetar uma liberdade deliciosa diretamente em suas veias e te leva para festejar o êxtase de ser quem você é.

  • Gêneros: Pop, disco
  • Aumenta!: Save a Kiss

A Written Testimony – Jay Electronica

Handerson Ornelas: Assim que entra a voz cavernosa de Jay Electronica em qualquer canção, a atenção é garantida. O aguardado álbum de estreia do rapper finalmente viu a luz do dia depois de anos de espera.  Muito foi dito sobre a demasiada presença de Jay-Z nos versos do álbum, roubando o foco em Jay Electronica esperado para seu debut. Embora uma reclamação justa, engana-se quem se prende a essa visão. Afinal, Jay-Z é apenas um porta voz utilizado por Electronica, que demonstra seu enorme talento como produtor para contar sua própria história, desenvolvendo uma obra que vai muito além de excelentes versos: se trata de um álbum de hip-hop com bastante ênfase na produção, na criatividade da colagem de samples e beats que se encaixem no flow dos rappers. A Written Testimony soa como um formidável pontapé inicial para alguém que tem tudo pra se tornar um dos produtores de maior destaque no hip-hop para os próximos anos.

  • Gêneros: Rap, hip-hop
  • Aumenta!: Ghost of Soulja Slim

Menções Honrosas

Sim, admito, nós trapaciamos um pouco. Acabou que a lista que montamos ficou longa demais e concessões foram difíceis de serem feitas para alguns álbuns. E em um ano como 2020, podemos nos dar o luxo de acrescentar aqui mais algumas pérolas que amamos, não acha? Pois aqui inserimos algumas excelentes obras como menções honrosas que saíram também esse ano e não poderíamos deixar de comentar (e que nos limitamos ao máximo pra não continuar inflando essa lista, pois muita coisa boa ficou de fora).

Future Nostalgia – Dua Lipa

Matheus Camargo: O primeiro impacto que a música me proporcionou este ano com certa potência foi no final de janeiro, quando Physical e o seu clipe foram lançados, (uma das faixas que coloco entre as melhores do ano sem esforço algum). Foi o ponto de partida para me pegar surpreso com a evolução de Dua Lipa e com a complexidade que compunham as camadas de sua música. Surpresa essa que foi decretada após o ótimo Future Nostalgia, agarrado pelos instrumentais épicos, a maturidade em explorar sua sensualidade e o retorno inteligente do dance music resultaram numa das maiores eras que a música pop já viu.

  • Gêneros: Pop, disco
  • Aumenta!: Physical

Ohms – Deftones

Handerson Ornelas: Conseguir se manter relevante na grande mídia musical sendo uma banda de metal é uma tarefa difícil e reservada somente aos melhores. O Deftones é um desses poucos grupos, chamando sempre atenção dos veículos talvez por experimentar sonoridades próximas do mercado indie/alternativo. O fato é que a banda capitaneada por Chino Moreno demonstra um constante frescor em sua sonoridade pesada, sendo bastante comentada até mesmo quando lança obras divisivas, como seu disco anterior, Gore. O mais recente trabalho do grupo, Ohms, já parece receber um feedback bem mais consensual de seus fãs, com muitos já inserindo o álbum entre os melhores da banda (eu sendo um deles, inclusive). Um disco que contempla o que há de melhor no Deftones, oferecendo um cardápio excelente de guitarras pesadas e atmosféricas, densas linhas de baixo, bateria explosiva e um vocal repleto de sentimento.

  • Gêneros: Metal alternativo
  • Aumenta!: Pompeji

Ungodly Hour – Chloe x Halle

Matheus Camargo: A maneira que as vozes de Chloe e Halle tomam proporções inesperadas e criam momentos de fúria, leveza, amor e sinceridade é de uma excelência absurda. E, sabendo do poder contido em sua arte, o duo de irmãs explora diferentes vertentes do R&B, não somente preenchendo, mas tornando-se o gênero. Ungodly Hour é sobre a beleza do amor próprio, celebrar a vida, contar histórias que, a partir daquele segundo, se tornam universais, e tudo é feito com tanto carinho, não só pelas raízes, mas sabendo da influência que a música pode ter, pelas marcas que a confiança pode deixar nas pessoas daqui pra frente, do mesmo modo que aconteceu com elas. Da ironia empoderada até os momentos de fragilidade compartilhada, o mundo é de Chloe x Halle.

  • Gêneros: R&B, pop
  • Aumenta!: Busy Boy

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