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Lista | Y: O Último Homem – 1ª Temporada: Os Episódios Ranqueados

Quando uma boa promessa não decola.

por Luiz Santiago
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Nota da Temporada

Enfim, acabou. Com um início e desenvolvimento protocolares e um tanto perdidos em sua intenção, Y: O Último Homem só conseguiu mostrar algo de interessante já na reta final, mais especificamente, nos episódios que foram ao ar após a notícia de que a série havia sido cancelada — daquelas ironias trágicas do destino, não é mesmo? Claro, existe sempre a possibilidade de outro canal/serviço comprar os direitos para a produção do show, mas, sinceramente, espero muito que isso não aconteça. Sob os pilares onde foi fundado, o programa não conseguiria gerar frutos interessantes em toda sua extensão a partir daqui. Uma nova chance deveria vir com uma revolução completa na estrutura narrativa, e tenho lá as minhas dúvidas se uma equipe de produção conseguiria ou aceitaria fazer isso. Porque para esse show aqui, não será nada fácil.

Abaixo, segue a minha classificação para os episódios dessa temporada. Comente também com a sua lista!

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10º Lugar: Karen and Benji

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A cena que traz o cliffhanger foi claramente pensada para tirar algum suspiro de espanto do público, mas a indiferença continua dominando. Não sei se vocês sentiram uma atmosfera similar a uma certa fase de The Walking Dead, mas nada disso logra alavancar o show, muito pelo contrário. Falta química, falta história, falta vida para esta série. E se quatro episódios não conseguiram trazer tudo isso, é preciso ser muito otimista para acreditar que haverá uma revolução nos capítulos que ainda faltam para fechar a temporada. Mas vamos lá. Quem sabe um milagre não acontece, não é mesmo?

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9º Lugar: The Day Before

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Baseada no icônico Y: The Last Man, quadrinho de Brian K. Vaughan e Pia Guerra publicado entre 2002 e 2008, esta série de Eliza Clark procura imaginar como seria o mundo se os animais portadores do cromossomo Y, incluindo os humanos, morressem. Aqui, a exceção se dá — ao menos nesse início de programa– com a sobrevivência de Yorick Brown (Ben Schnetzer, que não está ruim no papel, mas eu acredito que Barry Keoghan, o primeiro escolhido, seria mais adequado), seu macaquinho Ampersand (&) e alguns políticos russos. Lentamente o show estabelece algumas situações políticas interessantes, sobrepondo-se, inclusive, às questões sociais ou experiências dos envolvidos nesse trágico e inexplicável evento mundial. A intriga de gabinete dá o tom do programa nesses três episódios iniciais.

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8º Lugar: Would the World Be Kind

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Com três episódios de uma vez, temos a oportunidade de julgar com bastante firmeza o tom do programa e aquilo que podemos esperar daqui para frente. Não vejo nada muito diferente desse drama político num ambiente apocalíptico, pelo menos até a entrada da cientista e a demonstração de alguns grupos de mulheres nessa nova sociedade. Caso se mantenha no gabinete e com apenas alguns planos pela cidade, para que não nos esqueçamos do que está acontecendo, Y: O Último Homem será apenas uma protocolar e meio chateante tentativa de trazer para as telas algo tão intenso, tão ágil e tão interessante quanto os quadrinhos, qualidades que podemos afirmar desde o primeiro arco, chamado Extinção (Sem Homens).

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7º Lugar: Neil

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O que acho ser um grande problema para a série é que, em três episódios, conseguimos nos conectar com apenas uma pessoa do elenco, e essa situação de indiferença ou de “nenhuma opinião mais forte” sobre personagens num enredo desse porte é algo preocupante. Ben Schnetzer carrega a maior responsabilidade de todas, e o ator não consegue entregar muita coisa além do básico. Não acho que ele esteja ruim no papel, mas também não parece combinar com Yorick. Tinha fortes esperanças de que Diane Lane fosse se sobressair com louvor, mas até aqui isso não aconteceu. De todo o grupo, quem verdadeiramente salta aos olhos é Ashley Romans, no papel da Agente 355. Guiada com lentidão, com um foco arriscado, um elenco pouco atraente e pouca imaginação por parte da direção, Y: O Último Homem já começa com o sinal de atenção ligado. Mantendo esse nível, não será nada espantoso que esta seja a sua primeira e última temporada.

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6º Lugar: Mann Hunt

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O duro mesmo é aguentar Yorick fazendo besteira como se fosse um adolescente de 14 anos, completamente alheio à gravidade da situação ao seu redor e o sem-graça Ben Schnetzer vivendo o personagem em uma dobradinha que faz o Ampersand digital ser de longe o melhor personagem com cromossomo Y. Mesmo assim, a jornada vale por 355 e pela tensão política na capital, especialmente se o ritmo dos demais episódios espelhar o de Mann Hunt.

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5º Lugar: Weird Al Is Dead

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Nessa separação muitíssimo marcada, Y: O Último Homem corre perigo de perder o sentido geral de uma grande história. A sensação de Universo sendo criado começou a dar as caras bem no início do programa, mas logo foi posta de lado para fortalecimento desses diversos caminhos narrativos. A longo prazo, porém, a individualização prejudica a representação de um grande cenário, e acredito que este só ganhará corpo quando Y chegar ao laboratório da Dra. Mann. A questão é: isso ocorrerá nesta temporada? Se sim, haverá tempo para aproveitar a nova fase da série? Se não, o que os roteiristas vão fazer com esse chatíssimo bloco que deveria ser o que mais atenção e cuidado deveria receber da produção?

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4º Lugar: My Mother Saw A Monkey

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Não vimos nada das Amazonas aqui, mas em compensação tivemos contato com Beth, que entra no palácio do governo, faz umas perguntas estranhas e depois sai para se encontrar com gente mais estranha ainda. Uma organização que pretende invadir o local. Como eu disse, a intenção da produção é tornar esse núcleo cheio de intrigas, perigos e situações caóticas, não necessariamente fazê-lo interagir bem com o restante da série. E, a bem da verdade, nenhum núcleo aqui parece interagir bem com o Universo de Y como um todo. Mesmo os blocos sendo isoladamente interessantes — ao menos nesse capítulo, que fique claro — dificilmente conseguiremos encontrar uma unidade entre eles para formar algo coeso em todo o show. Pelo menos até aqui. E então fica a dúvida: com três capítulos para acabar a temporada, que guinada estão preparando para melhorar esse status? Ou vão realmente apostar nele e só reforçá-lo nesses episódios que faltam?

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3º Lugar: Victoria

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O tiroteio entre os dois grupos de mulheres, o sequestro da presidente (?), de Beth e Sam pela mesma organização da Agente 355; o encontro de Yorick com Hero; a mudança de controle do grupo das Amazonas e a mudança geral do pensamento dos personagens principais apontam para uma Segunda Temporada mais pautada por ação, por desenterrar mistérios e para algo que deveria ter sido o norte dessa Primeira Temporada: dar o necessário contexto e abordagem para esse Universo como um todo, jamais perdendo Yorick de vista. Infelizmente isso veio aparecer tarde demais no show. E com alguns excessos que poderiam facilmente ser cortados, como a chatice de vermos os eventos sonâmbulos e desorientados da Agente 355. Mas apesar de tudo, acabou bem. Foi uma jornada cansativa, mas foi uma boa jornada.

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2º Lugar: Peppers

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No bloco de Yorick, apesar de pouca coisa acontecer, temos eventos que são ao mesmo tempo simpáticos e interessantes. O personagem passa a ter um pouquinho mais de elementos que nos fazem gostar dele, com o ator se soltando um pouco — destaque para o momento da dança –, algo que nos faz lamentar o fato de uma investida tão pobre dos roteiros nesse pedaço da narrativa. É perfeitamente possível entender a construção feita em outros núcleos dramáticos, mas Yorick é o protagonista aqui, a série não deveria, de jeito nenhum, mantê-lo em segundo plano. A essa altura do campeonato, porém, a gente já abstraiu o problema e vamos jogando com o que temos. Pelo menos diante dessa estrutura o roteiro conseguiu algo positivo. Mantendo essa trilha, é possível que a série tenha um final digno, mesmo com metade de sua primeira temporada mergulhada num mar de dramas e performances sem graça.

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1º Lugar: Ready. Aim. Fire.

1X08

O drama de Sam também merece destaque aqui. O elemento discriminatório, ameaçador, manipulador e doentio que Roxanne cria em torno de si abraça o ódio que ela e boa parte das mulheres em torno sentem por indivíduos do sexo masculino, e isso é jogado para a figura do “intruso” naquele meio feminino. É um lado bastante emotivo e enraivecedor, levando o personagem para a estrada e nos deixando curiosos (olha aí a continuidade ganhando corpo!) para quais serão os seus próximos passos. O que sabemos é que a formalização das amazonas, com um perigoso segredinho interno e a saída de Sam do grupo são plots que nos prendem e nos ajudam a erguer a tão sonhada unidade que Y precisava. Infelizmente, tudo vem tarde demais e a gente nem sabe se continuará nos dois episódios seguintes. Mas pelo menos deu para sentir o gostinho do que seria essa série se os roteiros fossem bem escritos e o elenco estivesse majoritariamente afinado desde o Piloto. Agora podemos sonhar.

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