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Crítica | Community – 3ª Temporada

por Luiz Santiago
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estrelas 5

ATENÇÃO: O texto a seguir possui uma avalanche de spoilers, portanto, se você não assistiu a essa temporada, não recomendo a leitura. Vale também dizer que eu entendo o dinamismo da rede e a falta de tempo dos leitores, mas foi impossível apresentar um texto curto e dinâmico, dada a riqueza e constante novidade da série. Desejo a todos muita paciência e uma boa leitura.

We’re gonna have more fun and be less weird Than the first two years combined… And we’re gonna live forever. And we’re gonna sleep together. And we’re gonna finally be sunny and shinily. We’re gonna finally be fine!

Subconsciente de Jeff Winger

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O Novo Familiar

Previously on… muitas séries retornam para uma nova temporada com este famoso anúncio, seguido de um teaser de acontecimentos passados e com a cena do último cliffhanger para dar sustentação aos acontecimentos que virão a seguir e para refrescar a memória dos espectadores mais esquecidos.

Em Biology 101, temos o início da terceira temporada de Community. Um novo ano letivo se inicia em Greendale, e ao invés do comum previously on…, temos uma sequência musical parodiando Glee, que não só introduz as personagens da terceira temporada (exceto Pierce, por motivos que falaremos mais adiante), como também deixa claro o que teríamos nesse terceiro ano da série: uma mudança de comportamento e abordagens. Esse primeiro episódio da temporada constituiu-se uma cartilha de notas sobre o que o espectador poderia esperar, e claro, uma distribuição de cáusticos easter eggs em todo o programa, principalmente ridicularizando o gênero e o tipo de formato que a série adotou para si.

A primeira indicação desse “novo familiar” aparece no título do episódio. O início de cada temporada da série recebeu o nome da disciplina referencial naquele ano (Spanish 101, na primeira temporada e Anthropology 101, na segunda). Aqui, a escolha da disciplina referencial não poderia ser mais exata. Se no ano anterior tivemos um estudo das relações humanas numa comédia de convívio social, com as estranhezas e idiossincrasias de cada personagem estabelecendo uma integração com as outras; nessa terceira temporada tivemos a evolução, e em alguns casos, a pseudo-metamorfose desses “atores sociais”, que buscam entender o que foram as relações construídas no ano anterior (só preciso citar a diferença entre a primeira e a segunda aparição do reitor Pelton – uma como exuberante diva vestida de roxo e outra de cavanhaque, terno e postura de homem de negócios, para demonstrar essas mudanças). Nada tornaria Darwin mais feliz do que a escolha da Biologia para guiar o caminho dessas espécies jamais catalogadas de Greendale.

Um outro ponto a ser levantado é como o show redefiniu o seu gênero e como o retirou do senso comum. Para isso, convido os leitores a fazerem um pequeno exercício de comparação.

1 – Quais são as impressões imediatas que lhe vêm quando você ouve falar em “série de comédia” ou “filme de comédia”? Existe um parâmetro bem definido e comumente aceito para esse gênero, correto?

Pois bem, prossigamos.

2 – Leia a definição de “comédia” dada pelo Dicionário Larousse da Língua Portuguesa: comédia s.f. (gr. komoidía) 1. Gênero dramático que tem no humor um dos principais elementos (grifo meu). 2. Dissimulação, hipocrisia. 3. Fig. Fato cômico, ridículo.

A essa altura, o leitor mais atento já sabe aonde eu pretendo chegar, e certamente já concedeu mais algumas estrelas e condecorações a Community por sua excelência em trabalhar a comédia. E por que tudo isso? Porque alguns espectadores dizem que essa criação de Dan Harmon não é uma comédia coisíssima nenhuma, e que raramente se ri nos episódios dessa terceira temporada. A estes tais, peço que releia a definição da palavra “comédia”, pesquise um pouco sobre o seu surgimento como gênero e sua evolução, pesquise sobre o slapstick e a popularização do besteirol no cinema e na televisão, e por fim, acrescente os ingredientes de mudança de narrativa interna propostos no número musical que abre essa terceira temporada. Se ainda assim, achar que “comédia” é um gênero que deve fazer rir do começo ao fim de uma apresentação, lamento, leitor, mas você não precisa rir, você precisa de um novo cérebro.

Dirigido por Anthony Russo (que também assinou alguns episódios da ótima Arrested Development), Biology 101 cria a atmosfera para um novo ano em Community, com paródias de Doctor Who e 2001: Uma Odisseia no Espaço. Até o levantamento e abandono de um possível “arco de série” na briga entre Jeff e Pierce (evoluído espiritualmente – perceba a relação) tem a sua razão de ser. Este ano, não analisaríamos um grupo de estudos metido em problemas externos, mas dissecaríamos até a alma desses Homo Sapiens que in evoluíam. Uma nova abordagem para um objeto familiar.

Pelton, Jeff e Pierce

O inferno são os outros” é uma das frases mais conhecidas de Jean-Paul Sartre. O filósofo francês, ao escrevê-la, teorizava sobre os conflitos e as divergências entre as pessoas. Sabe-se que cada indivíduo possui um projeto de vida, e a única coisa entre esse projeto e a sua realização é o interesse de outra pessoa. Isso não significa que o homem deve se isolar ou desconsiderar a convivência entre seus pares, porque é só a partir do outro que conseguimos nos perceber como parte do mundo, e entendermos até mesmo a nossa própria essência, mesmo que temporária: “o ser para-si só é para-si através do outro” (quem não se lembra do “dilema da jaqueta” que Troy levanta para Jeff, no episódio piloto de Community?). Mas, estranhamente, os nossos projetos jamais fariam sentido sem a existência do outro, logo, surge a ideia desse outro ser “o inferno”, uma vez que jamais pode-se evitar a sua convivência, mesmo sabendo dos contratempos que se pode ter. É a partir desse conceito que podemos estabelecer uma segura linha de análise das relações humanas e das personagens deCommunity nesta terceira temporada.

A primeira coisa que salta aos olhos é a participação mais efetiva do hilário Reitor Craig Pelton, papel muitíssimo bem executado por Jim Rash. A proposta de mudanças na personagem aparece como uma grande ironia logo no início, tentativa que é podada pelo vice-reitor Laybourne (excelente papel de John Goodman). Percebemos que em Greendale a hierarquia não funciona muito bem. No entanto, a nova decoração da sala de Craig Pelton permanece: paredes verdes e quadros e almofadas de dálmatas, indicando pelo menos uma transformação externa. Esse “novo” Reitor Pelton influenciará muito o grupo de estudos, e uma verdadeira amizade surgirá entre eles, embora se trate de uma estranha amizade. Nesse ponto, vale repetir algo que Todd definiu muito bem em Competitive Ecology (S03E03): toda a relação que envolve o grupo de estudos é tóxica. Em meio a tantas personalidades e interesses que surgem e se alteram, é natural que a convivência passasse por conflitos e gerasse brigas e mágoas, mas mesmo assim, o grupo permanece junto, alimentando-se desses momentos e com eles se desenvolvendo. Quanto mais conflitos aparecem e quanto mais complexos se tornam os problemas, maior é a necessidade que uma personagem tem da outra, como monstros que crescem apenas em ambientes hostis.

Tendo em Pelton o foco humorístico da série (que antes era divido com o professor Ian Duncan), a terceira temporada ganhou melhor estabilidade nas relações nucleares em Greendale, uma vez que o reitor tem amplo espaço de interferência, e por isso mesmo, sua presença fantasiada acaba tendo dupla função. E essa não é a única dualidade que temos em desenvolvimento neste terceiro ano do show.

Mais do que nas temporadas anteriores, percebemos a “diferente igualdade” entre Jeff e Pierce. Embora não sejam amigos, essa temporada foi de um verdadeiro reflexo entre ambas as personagens, desde as questões familiares e particularmente paternas até a questão de ser o “good guy” ou “bad guy” do grupo. A questão é tão forte, que na referência a 2001: Uma Odisseia no Espaço, no início da temporada, temos Jeff e Pierce em análise, frente ao monólito, na “sala da vida”. Maior interação entre eles não poderia ocorrer, e devo dizer que essa relação foi um ponto muito positivo para o show, que conseguiu tirar de Pierce o papel de vilão que ele exerceu na segunda temporada e entregá-lo de bandeja a Chang, o pior e melhor vilão de Community até agora.

O Caso Ben Chang

Ken Jeong dá vida ao megalomaníaco Ben Chang, que já foi professor e aluno de Greendale. Este ano, ele assume o cargo de segurança e acumula algumas promoções durante o ano, até voltar-se contra Pelton e arquitetar um “golpe universitário” com a ajuda dos seus adolescentes judeus, os Changlorious Bastards. Interessante notar que Dan Harmon desenvolveu a militarização doentia de Chang apenas a partir do meio da temporada, e o fez de maneira tão competente, que o espectador se acostumou plenamente com a ideia, sem nenhuma estranheza. De algumas participações insossas na segunda temporada, Chang passa a ter um papel mais presente no cotidiano da Universidade (como antítese de Pelton) e a boa atuação de Ken Jeong nos faz esquecer por completo aquele Señor que lecionava espanhol, lembrando-nos que agora a Universidade possui um homem que tem mania de grandeza e sonha com o poder. É possível comparar a ascensão de Chang com a de qualquer grande ditador do século XX (e até mesmo com Napoleão!), basta vermos a rápida sucessão de eventos que contribuíram para sua chegada ao poder:

1 – Contemporary Impressionists (S03E12): Chang conhece os adolescentes judeus e imagina usá-los para montar um Exército;

2 – Pillows and Blankets (S03E14), surgimento e primeira ação dos Changlorious Bastards;

3 – Course Listing Unavailable (S03E18), Chang ganha das mãos do próprio Reitor Pelton o poder para agir em casos extremos na Universidade, e reprime violentamente uma manifestação dos alunos durante o velório de Star Burns (uma fake dead revelada apenas no desfecho da temporada). No final do episódio, Pelton é sequestrado e substituído por um sósia.

4 – The First Chang Dynasty (S03E21), ápice do governo/domínio e deposição de Chang pelo “Greendale Seven”.

Historicamente falando, gosto de comparar a escalada de Chang com uma correspondente na humanidade, a Dinastia Shang (séc. XVII ao séc. XI a.C.), primeira verdadeira dinastia da China. Fundada fundada por um governador benevolente (Craig Pelton, que deu o cargo de Segurança a Chang), a Dinastia Shang caiu por culpa do perverso Din Xin (Ben Chang, o homem sedento por poder). O que trouxe a Dinastia à ruína foi uma rebelião de escravos (os Greendale Seven ou Grupo de Estudos). Semelhanças históricas à parte, é genial a forma como a personagem de Chang ganhou força e importância na série, sem situações inverossímeis ou criação de “plots de encaixe”. Se seguir essa mesma linha, a personagem promete muito para a quarta temporada.

Annie, Britta e Shirley

Annie cresceu. Linda e cativante como sempre, a personagem chegou a um patamar em que ainda conserva características da adolescência, mas ela já apresenta os primeiros sinais de maturidade, superando Troy, que embora tenha entrado no mesmo processo (tardiamente, uma vez que é mais velho), ainda é tremendamente infantil. Quando o assunto está fora do campo amoroso, Annie já possui atitudes diferentes se comparadas as dos outros anos. A atriz Alison Brie consegue manter a mesma qualidade de atuação e segue construindo nuances de alta qualidade para cada momento-chave da temporada.

Britta ganhou um verbo (“Brittar”, ato de cometer erros, estragar alguma coisa) e se tornou muitíssimo mais palatável do que nas duas primeiras temporadas. Não sou um grande fã da atriz Gillian Jacobs, mas ela conseguiu me conquistar nessa temporada, talvez porque os diretores e roteiristas foram mais incisivos em relação aos personagens ou talvez porque ela melhorou mesmo. O fato é que Britta chegou a tomar muitas cenas deste ano. Sua mania de análise deixou de ser séria e passou a ser irônica ou mesmo errada, como podemos ver no episódio de Halloween. Esses pequenos detalhes tornaram a personagem mais cativante, mesmo que ela seja o tipo anti-comédia da série.

Shirley passou por mudanças pontuais durante a temporada, mas nada tão forte quanto as de suas colegas. Percebemos que a personagem é uma espécie de caixinha de surpresa que a cada episódio é usada com uma função. Sempre gostei de Shirley por esse motivo. A atriz Yvette Nicole Brown tem uma alteração de voz que ajuda bastante na construção de tipos mais durões de personagem. Parece-me que na próxima temporada ela estará mais próxima de Pierce, por conta do novo restaurante, e talvez por esse motivo, acabe tendo um leve destaque na série.

Troy & Abed

Os dois queridinhos de Community estão cada vez melhores. Nessa temporada, além do bromance dos dois se tornar mais evidente, as brigas também são mais frequentes, e mais violentas. Pillows and Blankets, um dos episódios mais geniais da temporada, foi todo voltado para uma briga entre os dois. Além disso, o possível arco que se abre na relação entre Troy e Britta promete deixar as coisas interessantes na próxima temporada.

Uma das coisas que ficou claro para todos é o quanto Troy é uma criança crescida. E não digo isso de maneira pejorativa. Observe que enquanto Abed torna o mundo uma fantasia pop e televisiva, porém racional; Troy vai por outro caminho, o da emotividade e ingenuidade. Essa característica torna a personagem muito interessante e engraçada, porque algumas ações realmente não condizem com um rapaz da idade dele.

As variações do Troy & Abed in the Morning estão cada vez melhores. As minhas preferidas são a que Garret (outro sujeito que eu acho hilário, especialmente no segundo episódio) filma um especial e Abed tem um surto, e a outra, a variação noturna do programa, em que os dois ligam para o telefone dos amigos no meio da madrugada. Os atores Danny Pudi e Donald Glover realizam um excelente trabalho na caracterização humorada ou enraivecida de suas personagens. Duas figuras de valor inestimável para a série.

Técnica e Narrativa

Ao ver Community, temos a impressão de que tanto os roteiristas quanto os diretores são perfeccionistas ardorosos. A linha de interação dos fatos entre um episódio e outro é tão boa de se acompanhar, que é fácil identificarmos os motivos que fazem de Community um show viciante. Como já foi dito, trabalhou-se nesse temporada a mutação das personagens, mas também o núcleo da série foi remodelado, deixando um pouco o caos de lado para se tornar mais irônica e cerebral. O debate que Annie propõe com sua concorrente asiática e o protesto enraivecido e egoico de Britta já davam indícios disso logo no começo da temporada.

Os setores técnicos assumiram de vez a linha experimental, especialmente a montagem, que consegue ser pouco comum, objetiva e dialética a ponto de transformar 24 minutos em um tsunami de acontecimentos e humor. O parâmetro artístico da série, na minha opinião, é um referencial de excelência no trabalho com multimídias e elementos culturais. A todo o tempo temos indicações das personagens e das redes sociais, e essa integração é o sinônimo da plena consciência de Dan Harmon e sua equipe de que vivem em um mundo de imagem, e que a série deve não apenas usar essa dinâmica como também citá-la, seja através de frases tweets, sms, atualizações no facebook ou vídeos de crítica de pizza e babata congelada no youtube, como os que Leonard faz.

Se o espectador não estava acostumado com as tramas duplas nos episódios, essa temporada teve por objetivo tornar esse recurso mais presente e importante. A maior parte dos capítulos possuem dois ou mais focos de acontecimentos que seguem paralelamente sem minimizar a força da outro, algo muito raro em qualquer série, independente do gênero. A diferença em Community é que faz-se uso das mínimas coisas para gerar o humor e se tornar inesquecível, além, é claro, de cultivar as ideias originais, como a presença da timeline e a sequência de piadas internas, algo muito apreciado pelos que acompanham fielmente cada novo episódio.

Primando pela riqueza dos acontecimentos, a série investe em uma rigorosa produção artística a fim de deixar as paródias reconhecíveis e de fazer cada episódio de uma maneira única. Essa temporada, como vimos, foi marcada pela passagem do tempo (o episódio do pimbolim; as “brincadeiras” no sonhatório, e o episódio do jogo de dados são bons exemplos) e pela coabitação tóxica e mutável entre as personagens. Percebemos que Jeff e Shirley se conhecem desde pequenos. Conhecemos o meio-irmão de Pierce. Encontramos um ex-amor de Britta.

O cinema e as séries estão cada vez mais presentes como citações, e com representações mais ousadas e artisticamente perfeitas. Além disso, Dan Harmon tirou até a última gota de criatividade da equipe de roteiristas para entregarem episódios engraçados, densos, mas não chatos, e inovadores. Em uma temporada de 22 episódios, 15 deles são geniais e os outros 7 são muito bons. Um exemplo claro de como essa densidade e leveza foram trabalhadas durante esse o terceiro ano, basta lembrarmos de Pillows and Blankets, um dos meus episódios favoritos.

Baseado em The Civil War (1990), série de documentários de Ken Burns sobre a Guerra Civil Americana, esse episódio é o resultado de uma briga entre Troy e Abed. Nele, vemos enfrentar-se as seguintes nações: The Legit Republic of Blanketsburg (governada por Troy) e The United Forts of Pillowtown (governada por Abed). O uso de animações, esquemas geográficos de Greendale, fotografias, narração em off, e toda a estrutura do documentário experimental aplicada com rigor, nos faz reafirmar que Dan Harmon é um gênio.

Muitos episódios se tornaram marcantes nessa temporada, desde Horror Fiction in Seven Spooky Steps (S03E05), onde cada membro do grupo conta uma história no estilo de terror clássico, até o claustrofóbicoVirtual Systems Analysis (S03E16), todo ambientado no sonhatório. Mas o episódio que realmente deu o que falar foi Remedial Chaos Theory (S03E04). Além de trazer referências a FringeCorra Lola Corra e Os Caçadores da Arca Perdida, o episódio, escrito por Dan Harmon e Chris McKenna, trabalha com diversas timelines, problema que é apresentado desde o início, quando Britta não sabe ao certo o número do apartamento de Troy e Abed (ou Trobed). Seria 303 ou 304? Num outra interpretação: seria este o episódio 3 ou o episódio 4 da 3ª temporada? Em sua página, Dan Harmon já havia dito que o episódio 4 acontece cronologicamente antes do episódio 3. Isso porque Remedial Chaos Theory demorou mais tempo para ficar pronto, e então Competitive Ecology foi ao ar antes.

Jeff chama a maquete de Abed de “Indiana Jones e o Apartamento da Eterna Virgindade”. A partir desse momento, não haveria espaço para mais nada dentro daquele apartamento que não um dos acontecimentos mais interessantes em uma série de comédia já televisionados. O grupo começa a jogar “General”, e Jeff cria seis diferentes linhas do tempo, cada uma com um final diferente. Embalados pela música Roxanne, do The Police, vemos cada um possível destino para o grupo de estudos que nunca estuda. A realidade de Troy é a mais trágica, a de Jeff é a mais feliz, e a de Abed é a que se concretiza, porque na realidade dele, Shirley descobre que Britta fuma maconha e cita o “isqueiro de maconha” no episódio anterior; Abed encontra uma moeda ao voltar com a pizza, e é a mesma moeda que ele dá para Pierce inserir no bebedouro de Greendale no episódio anterior; Jeff e Annie se beijam na cozinha, por isso estão tão próximos no episódio anterior.

Se ainda faltava alguma coisa para o espectador amar a série (um tanto tarde, vale dizer), esse item foi lhe entregue de bandeja nesse momento do show. E dito isto, pouco resta a ser dito. Community é uma série que valoriza a inteligência de seus fãs. Em um terrível tempo em que prima-se pela idiotice e pelo marasmo vazio, revestido de beleza fugaz, Community é a voz suprema e bem humorada da inovação.

#SixSeasonsAndWeLoveDanHarmon

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