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Crítica | Esquadrão Suicida: Renascimento

por Guilherme Coral
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estrelas 4,5

Obs: Leia as críticas dos demais one-shots que abrem a fase Renascimento da DC Comics, aqui.

Obs 2: Contém spoilers.

O mais novo reboot do universo DC nos quadrinhos está dando o que falar – mediante um fracasso na crítica com seus últimos filmes, a editora está dando o seu máximo nas páginas ilustradas e, de fato, a qualidade apresentada chega a ser impressionante. Naturalmente, o Esquadrão Suicida não ficaria de fora, sem ganhar uma publicação própria, especialmente considerando que a adaptação cinematográfica acabou de chegar aos cinemas e conseguiu bons números na bilheteria de estreia (apesar das críticas bastante negativas). Felizmente, o que vemos aqui em Renascimento é infinitamente superior ao que assistimos nas telonas.

Naturalmente estamos falando de apenas uma edição com 23 páginas (trata-se de um one-shot, que antecede a numeração normal da série) e o veredito final sobre o sucesso ou não da história ficará para depois. Dito isso, não podemos deixar de ficar esperançosos acerca do que lemos aqui. Como esperado, a trama tem como principal objetivo (re)apresentar a Força-Tarefa X. Iniciamos os quadrinhos com um diálogo entre Amanda Waller, diretora do projeto e ninguém mesmo que o presidente Obama (ele realmente está igualzinho). Politicamente correto, o presidente dos EUA quer que o Esquadrão seja desmantelado, mas Waller acaba convencendo-o que ele é necessário para a segurança não só do país, como do mundo, realizando ações que ninguém pode saber, nem mesmo a Liga da Justiça.

É interessante ver a citação do grupo de super-heróis logo nas primeiras páginas – é criada uma sensação de que estamos falando de um mesmo universo, sem a necessidade de um cameo desnecessário de outro herói, que apenas roubaria o brilho do grupo em questão, além de estar muito cedo para tal. Após essa breve conversa, somos transportados para Guantanamo, onde Amanda tenta recrutar Rick Flag Jr. para liderar o time. Outro ponto digno de nota aqui é a citação do avô de Rick, prestando a devida homenagem às origens do Esquadrão Suicida, além de fornecer um senso de continuidade, no clássico (especialmente na DC), “é reboot, mas não é reboot”.

Dito isso, a apresentação dos membros da equipe é bastante sucinta. Em apenas uma página conhecemos Arlequina, Capitão Bumerangue e Pistoleiro – evidentemente, ao longo da série em si, teremos mais membros adentrando o grupo, mas, por enquanto, são apenas esses. Com isso, é deixado subentendido o caráter suicida do Esquadrão, ao passo que nos perguntamos se ele não era maior antes desse ponto da história e que alguns acabaram morrendo.

E por falar em morte, o roteiro de Rob Williams não poupa esforços para mostrar que essa é uma história mais adulta – temos dedos sendo cortados e inocentes assassinados a sangue frio, encaixando-se perfeitamente com o fato de se tratar de uma equipe de super-vilões. Por outro lado, o texto não nos permite saber muito sobre os personagens e suas personalidades, mas estamos falando da introdução da introdução, não poderíamos esperar muito mais que isso, especialmente se tratando de um grupo e não apenas de um personagem.

Outro aspecto que nos chama a atenção é a arte de Philip Lee. Seu traço é quase inacabado, os personagens são retratados com o que aparenta ser sujeira em seus rostos, refletindo bem o espírito da força tarefa – eles não precisam ser belos e radiantes; afinal, não é da Liga da Justiça que estamos falando. O ocultamento dos olhos também é uma constante, bem simbolizando o humor de alguns dos indivíduos na publicação. A cor azul é uma constante nas páginas do quadrinho, se encaixando com a frieza do projeto do governo, contrastando perfeitamente com os tons avermelhados da Arlequina e do Pistoleiro, que, por sua vez, puxam mais para o vinho, afinal, cores vivas demais não iriam condizer com a proposta em questão.

Esquadrão Suicida: Renascimento classifica-se, portanto, como mais um acerto da DC Comics em sua mais nova fase. Trata-se de um one-shot bastante simples, mas que cumpre sua função com excelência, mostrando-nos o que a Força-Tarefa X realmente pode ser quando apoiada por um roteiro bem escrito. Torçamos para que a qualidade apresentada aqui mantenha-se ao longo da série ainda a ser publicada.

Esquadrão Suicida: Renascimento (Suicide Squad: Rebirth #1) — EUA, 03 de agosto de 2016
Roteiro: Rob Williams
Arte: Philip Tan
Cores: Alex Sinclair
Letras: Travis Lanham
Capas: Jonathan Glapion, Philip Tan
23 páginas

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