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Crítica | Sem Saída

por Luiz Santiago
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Depois dos filmes de ação com adultos e crianças – na linha de Operação Babá e Missão Quase Impossível – chega às telas a desnecessária vez dos filmes de ação com jovens ricos e super treinados, capazes de vencer assassinos políticos internacionais e fugir da polícia mais eficiente do país com uma garota ferida e uma perna machucada. Fincado em um roteiro recheado de referências mal copiadas, uma direção no piloto automático e uma dupla de protagonistas canastrões, Sem Saída, o novo filme de John Singleton, não poderia ser mais dispensável.

A ideia de trazer para a juventude o enredo denso de um thriller saiu pior que a encomenda, e nessa levada entre o romântico cheio de pudor e a ação chinfrim, os 106 minutos do filme parecem horas intermináveis… Não vale a pena sequer aprofundar a recorrência de um vilão do Leste Europeu, porque seria lançar pérolas aos porcos. Aqui, nada tem razão de ser. Planos absurdos, closes incômodos e música destoada do drama – posta apenas para tentar preencher a fossa abissal que se abre na tela – são componentes desse filmeco insosso e insatisfatório, feito para agradar adolescentes de 15 anos que viram-se sem uma fuga e sem poderes após o fim da saga Harry Potter, e que precisavam de algo mais “real” que um mundo mágico. Se essa derivação off uivos de Taylor Lautner pega, os Estúdios entrarão na Era da Babaquice, com tramas pseudo-profundas, atores bonitos e sem capacidade dramática alguma, e por fim, um produto de qualidade ínfima, que não acrescenta nada ao espectador, sequer garante uma boa diversão.

Espanta-me saber que estão comparando esse pecado ilógico aos filmes da Trilogia Bourne. Sem Saída parece mais uma versão “evoluída” de Pequenos Espiões, que desta feita, não espiam nada, apenas fogem. E fugir, deve ser a atitude de qualquer espectador sensato toda vez que ouvir falar nesse filme. Porque, se resolver pegar a sessão, ficará, como eu, sem saída desse mundo abominável a que se ousou chamar de filme.

Em tempo: há quem diga que o filme “cumpriu o que prometeu”. Bem, qualquer ser humano em sã consciência que tenha assistido ao trailer sabe que o filme consegue ser bem abaixo “de tudo aquilo” (o quão molecular seja tudo aquilo) que prometeu na propaganda. Mas ainda há os que gostam de filmes assim. É como diz a sabedoria popular: tem gosto pra tudo.

Sem Saída (Abduction, EUA, 2011)
Direção: John Singleton
Roteiro: Shawn Christensen
Elenco: Taylor Lutner, Lily Collins, Sigourney Weaver, Alfred Molina
Duração: 106min.

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