Home QuadrinhosMinissérie Crítica | Star Wars: Tribo Perdida dos Sith – Espiral

Crítica | Star Wars: Tribo Perdida dos Sith – Espiral

por Guilherme Coral
281 views

estrelas 4

Espaço: Kesh
Tempo: 2974 anos antes da Batalha de Yavin

John Jackson Miller certamente é um dos autores mais prolíficos de Star Wars. O escritor já nos trouxe inúmeras obras de destaque para o universo da franquia, indo desde os quadrinhos, através, principalmente, da publicação Knights of the Old Republic, até livros como KenobiUm Novo Amanhecer. Em meados de 2009, os olhos do autor novamente focaram na Velha República e ele nos trouxe uma série de contos sobre Tribo Perdida dos Sith, membros da antiga ordem, que acabaram ficando presos no planeta Kesh, onde decidiram criar uma nova civilização. Espiral segue as histórias desses contos e, através de suas páginas ilustradas, nos entrega uma trama que perfeitamente se sustenta por si só, não requisitando qualquer outro conhecimento, seja das outras obras de Miller, seja do próprio universo de Star Wars.

Os quadrinhos acompanham Takara Hilts, a filha do líder dessa tribo dos Sith, que atua como uma espécie de protetora/ policial dessa sociedade e Parlan Spinner, um proscrito que tentara assassinar o pai de Takara. Perdoado, o rebelde é colocado em uma missão em um barco supostamente destinado à província de Alanciar. Ansiando por um novo começo, Hilts também entra na nau, apenas para descobrir que seu real destino é o polo sul do planeta. Lá eles acabam encontrando uma civilização que precede a chegada dessa tribo em Kesh e que protegem o planeta de um antigo perigo dormente.

Chega a ser impressionante como Miller consegue nos contar sua história sem ter de se apoiar em diversos outros elementos do Universo Expandido. O único ponto citado por ele é a cisão dos Jedi, que acontece muito antes dos eventos aqui abordados. Sua explicação sobre esse fato, contudo, já é mais que suficiente para o leitor se situar e a trama aqui se desenvolve de maneira independente, nos entregando uma história fechada em si própria, que facilmente poderia ser adaptada para um filme de uma hora e meia.

O grande trunfo do roteiro, contudo, está na forma como o autor trabalha seus personagens. Rapidamente nos aproximamos tanto de Takara quanto de Parlan, ao ponto que, ao finalizar a leitura, nos sentimos tristes de não podermos ler mais nenhuma obra protagonizada por algum deles. Ao garantir personalidades e visuais bastante distintos para essas suas criações, o escritor torna elas únicas, ao ponto que constituem belas adições ao universo de Star Wars. De fato, é muito difícil esquecer da tenacidade de Hilts, facilmente uma das melhores personagens femininas da franquia, ou da divertida malandragem de Spinner.

Enquanto a arte mais do que funciona nos momentos que trazem uma maior presença de diálogos, nos entregando traços limpos que bem ilustram as emoções de cada personagem, ela acaba falhando nas páginas preenchidas por mais ação. Inúmeras vezes alguma ação importante é reduzida a um pequeno quadrante de um painel, a tal ponto que, muitas vezes, deixamos passar algo de destaque e somos forçados a voltar para entender o que está se passando. Algo assim chega a acontecer no próprio clímax da obra e quebra nossa imersão consideravelmente, por mais esperta que seja a saída tomada pelo roteiro de Miller.

No fim, Tribo Perdida dos Sith: Espiral é uma ótima história que funciona perfeitamente como uma minissérie fechada em si própria, uma obra nada pretensiosa, que busca nos entregar uma aventura com início, meio e fim, sem se apoiar nas dezenas de outras publicações do Universo Expandido da franquia. John Jackson Miller certamente é um dos melhores autores que passaram por Star Wars e isso é perfeitamente comprovado pela forma como ele domina sua criação, trazendo ao leitor personagens verdadeiramente memoráveis e que nos deixam com aquele típico gostinho de quero mais.

Star Wars: Tribo Perdida dos Sith – Espiral (Lost Tribe of the Sith – Spiral) — EUA, 2012
Roteiro:
John Jackson Miller
Arte: Andrea Mutti
Arte-final: Pierluigi Baldassini
Letras: Michael Heisler
Cores: Michael Atiyeh
Capas: Paul Renaud
Editora nos EUA: Dark Horse Comics
Editora no Brasil: Não publicado até a data de publicação da crítica
Páginas: 200

Você Também pode curtir

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumimos que esteja de acordo com a prática, mas você poderá eleger não permitir esse uso. Aceito Leia Mais