Home TVEpisódio Crítica | The Handmaid’s Tale – 5X03: Border

Crítica | The Handmaid’s Tale – 5X03: Border

"Nunca mais toque na minha filha!"

por Luiz Santiago
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Os dois episódios de abertura da 5ª Temporada de THT trouxeram uma perspectiva interessante a respeito do futuro de June, Serena e de algumas outras mulheres conhecidas da série. O roteiro e a direção daqueles episódios indicavam algumas coisas muito sérias, que podem ser analisadas por um ponto de vista lógico em relação ao ordenamento do show a partir de agora. Em outras palavras: sabendo que THT chegará ao seu fim na 6ª Temporada, fica bastante fácil ler algumas intenções dos criadores da série, embora ainda não saibamos exatamente qual será o gancho que apagará as luzes desse Universo: o início da queda? A completa derrota de Gilead? Ou, talvez, como algumas pessoas estão começando a suspeitar, um possível alastramento da ideologia apodrecida do fascismo pseudo-cristão de Gilead para outros lugares, colocando muito mais gente em perigo, espalhando o horror e tornando a luta pela liberdade algo permanente.

Border é um episódio de afirmação de todos esses elementos já conhecidos por nós. É um ótimo episódio, mas não um daqueles que realmente modificam coisas ou criam alternativas diferenciadas para aquilo que já temos estabelecido. Ainda assim, as pequenas mudanças que nele temos e o que vemos apresentado certamente pode servir como sementes para problemas que serão enfrentados ao longo da temporada. O principal deles é a insatisfação de June com o seu status atual. Se ela estava lutando contra um trauma pessoal e vivenciado uma lista enorme de problemas psicológicos entre a 4ª Temporada e a abertura deste ano, agora fica bastante evidente a sua vontade de voltar para Gilead, explodir o máximo de coisas possível e dar cabo daquele que sempre foi o seu grande objetivo: salvar Hannah.

O episódio se divide em três blocos narrativos, dois em Gilead e um na fronteira com o Canadá. No mais curto desses dramas, vemos tia Lydia sofrendo, a seu modo, por Janine, que está se recuperando do envenenamento. A cena da oração nos traz uma estupenda atuação de Ann Dowd, que mais uma vez fica em um patamar difícil de definir, digerir ou prever se continuará dessa mesma forma. Com o ato desesperado de Esther, será que teremos alguma mudança no comportamento de Lydia, do andamento das coisas em Gilead em relação às aias? Do meu ponto de vista, acho que o país, agora que sentiu o gostinho da venda de uma suposta “boa imagem” para a comunidade internacional, destinará suas energias para essa função. Ainda não tenho certeza em relação a Serena. Fico pensando se os Comandantes mandaram-na de volta para o Canadá apenas para se verem livres dela ou se realmente irão investir em uma espécie de embaixada comandada por Serena no exterior, levando a “palavra da subserviência cega” para outras pessoas. Isso, inclusive, pode gerar outro grande conflito, mais uma vez envolvendo June e também Nick, Moira, Luke e o pessoal que fugiu de Gilead.

Já o bloco com June na fronteira reforça a sua vontade de luta organizada, que agora parece ganhar um sentido mais lógico, com a descoberta do que é, na verdade, o “Mayday” — algo que ela achava ser apenas uma invenção boba para dar esperança e manter o moral das mulheres alto no processo de fuga de Gilead. Quando uma luta organizada aparece, é um bom sinal, mas fica difícil saber se June se manterá na fronteira, trabalhando à distância (acredito que não) ou se irá realmente voltar para as trincheiras do horror (esta é a minha aposta, nesse momento). Alguns peões políticos nesse tabuleiro já foram movidos e June está jurada de morte por um comandante com algo muito precioso para ela, sob sua guarda. A coisa não poderia ser menos tensa. Vai pegar fogo!

The Handmaid’s Tale – 5X03: Border (EUA, 21 de setembro de 2022)
Direção: Dana Gonzales
Roteiro: Aly Monroe
Elenco: Elisabeth Moss, Yvonne Strahovski, Madeline Brewer, Ann Dowd, O-T Fagbenle, Sam Jaeger, Max Minghella, Samira Wiley, Bradley Whitford, Jason Butler Harner, Mckenna Grace, Ever Carradine, Amy Landecker, Christine Ko, Carey Cox, Savannah Welch, Brett Houghton
Duração: 48 minutos

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