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Crítica | Dirge of Cerberus: Final Fantasy VII

por Guilherme Coral
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estrelas 2,5

Cronologicamente, Dirge of Cerberus é a última parte da compilação de Final Fantasy VII, se passando três anos após o game original e um ano após os eventos de Advent Children. É o único jogo de tiro em terceira pessoa da franquia.

O game inicia com um flashback da queda do meteoro em FFVII. Nele, os membros de AVALANCHE estão evacuando a cidade de Midgar, Vincent, contudo, percebe a presença de uma pessoa nas ruínas do prédio Shinra. Sem hesitar, ele corre até o topo da torre e se depara com o cadáver de Hojo, chefe da divisão de ciência de Shinra e responsável pelo projeto JENOVA. Sob o corpo do cientista está um painel escrito “start fragment program”. Uma explosão ocorre e Hojo desaparece.

Três anos depois, Vincent Valentine está na cidade de Kalm, quando um grupo desconhecido começa a atacar e raptar os cidadãos da cidade. Nesse ponto, enfim, a jogabilidade começa. Os controles são bastante simples – o comando principal é atirar com seu revolver de três canos. Além disso é possível realizar ataques a curta distância e esquivar, sem falar, é claro, na movimentação livre – esse não é um jogo em turnos.

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Os chefes continuam no estilo de FFVII

Os movimentos e o combate se dão de maneira fluida em Dirge of Cerberus, principalmente nas primeiras horas do game. Com o tempo, contudo, ele passa a soar um tanto repetitivo, não oferecendo grandes desafios e, em geral, os mesmos inimigos a serem enfrentados. Salvando-nos da repetitividade está o elemento da customização: podemos equipar diferentes acessórios e materias nas armas de Vincent, garantindo diversos atributos e poderes. Tais itens são adquiridos ao longo do game ou comprados em lojas.

A história progride de maneira satisfatória, é um bom enredo com personagens bem construídos. Um fato que irá decepcionar os fãs de FFVII, contudo, é pouca quantidade de vínculos com a história da compilação em geral. É claro que o game está repleto de referências e flashbacks que explicam um pouco mais do passado, porém sua trama principal é desconexa do resto do universo em questão.

Na história, por trás do ataque em Kalm, estão membros de uma subdivisão de SOLDIER denominada Deepground, que estavam presos sob os destroços do prédio Shinra por três anos. Logo nesse ponto já vemos a separação desse game com o resto da compilação: Deepground jamais fora mencionada em qualquer obra relacionada a FFVII, nem mesmo em Crisis Core que foi produzido após Dirge of Cerberus.

Existem, porém, alguns pontos positivos na conexão com Final Fantasy VII. Se em Advent Children vimos as consequências dos eventos do game principal para as pessoas – através da doença e o próprio psicológico – agora vemos os esforços de reconstrução do mundo. No centro disso tudo está a WRO (World Regenesis Organization), com Reeve Tuesti em comando (controlador de Cait Sith e antigo diretor do departamento de urbanismo da Shinra). Dirge of Cerberus oferece uma boa visão de como a sociedade em si progrediu após a queda da companhia elétrica.

Um dos elementos que mais chama atenção no game são seus gráficos – a essa altura a Square já é conhecida por seu primor técnico nas animações. Este é, sem dúvidas, um dos jogos mais bem apresentados do Playstation 2, tanto em suas sequências cinematográficas, quanto nos próprios momentos de jogabilidade em si. Além disso, o design dos personagens é muito bem realizado e de forma criativa, mantendo o tom do game.

O que deixa a desejar, também, é a sua trilha sonora. O game aposta em uma trilha original, ao invés de resgatar temas usados nos games anteriores. Pessoalmente sou a favor da inovação em todos os aspectos, porém a trilha de Final Fantasy é um dos elementos que dá identidade ao game, é como um personagem dentro da narrativa. Nesse sentido, Crisis Core se sobressai, arranjando músicas conhecidas e acrescentando seus próprios temas.

Acessórios é o que não faltam

Acessórios é o que não faltam

O jogo ainda conta com um final secreto, adquirido após algumas condições serem realizadas. Este abre as portas de Crisis Core que veio em seguida, contando a história do passado de Final Fantasy VII. Ao mesmo tempo, é deixado um enorme cliffhanger que ainda não foi resolvido (e talvez nunca seja).

Dirge of Cerberus foi uma grande aposta da Square Enix que decidiu se arriscar realizando um jogo de tiro em terceira pessoa no universo de Final Fantasy VII. Em termos de história ele irá agradar e decepcionar ao mesmo tempo – não oferecendo o vínculo desejado às outras obras do mesmo universo. A jogabilidade é satisfatória, porém cai na repetição, tornando este um jogo dispensável. Vale a pena somente para aqueles que desejam conhecer por completo a história de Final Fantasy VII.

Dirge of Cerberus: Final Fantasy VII
Desenvolvedora:
 Square Enix
Lançamento: 26 de Janeiro de 2006
Gênero: Tiro em terceira pessoa
Disponível para: Playstation 2

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