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Lista | 5 Álbuns Para Iniciar no Hip-Hop

por Handerson Ornelas
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Aproveitando o lançamento de The Get Down, – nova série da Netflix que aborda o desenvolvimento da música negra nos anos 70 – resolvemos fazer uma lista de discos para os interessados em iniciar uma viagem pelo universo do hip-hop, para aqueles que desejam conhecer melhor o estilo. Vale ressaltar que a ideia aqui é recomendar alguns dos discos “por onde começar”, não se tratando de uma lista de clássicos, tampouco seguindo uma linha cronológica ou fiel somente à origem do gênero. Logo, aqui você encontrará um pouco do essencial a se conhecer do estilo levando também em consideração sua evolução com o tempo. Todos prontos? Coloquem seus fones de ouvido e mergulhem de cabeça no mundo do hip-hop!
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Menção Honrosa: License To Ill – Beastie Boys

You got to fight for your right to party!
(“Você tem que lutar pelo seu direito de farrear!”)

Fight For Your Right (To Party) – Beastie Boys

Pois é, o título da lista é enganoso, na verdade se tratam de 6 álbuns. License To Ill é um álbum de hip-hop bem peculiar, por isso, só entra aqui como menção honrosa. Afinal, muitos podem dizer que três brancos rimando sobre festas por cima de bases de punk rock foi uma fuga e tanto do conceito original do estilo. E com certeza foi, o que leva a este ser, também, um dos motivos para considerá-lo revolucionário, por mais controverso que possa ser para alguns. A verdade é que uma das melhores formas de iniciar no hip-hop é através dos Beastie Boys, principalmente para ouvintes familiarizados com o rock n’ roll. License To Ill traz toda a fúria que o gênero pede, através de rimas rebeldes, descompromissadas e divertidas, tudo com um plano de fundo marcante de guitarras simplificadas e batidas pesadas.

Aumenta!: Fight For Your Right (To Party)
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Late Registration – Kanye West

“Why we call this late registration? Cause we take these motherfockers back to school”
(“Por que chamamos de registro atrasado? Por que mandamos esses filhos da p**** de volta pra escola”)

We Major – Kanye West

Esqueça o cara louco, polêmico e egocêntrico que sempre aparece na mídia por idiotices. Qualquer um que conhece a carreira de Kanye sabe que é um dos maiores artistas da nova geração da música (mesmo que as vezes vacile, e vacile feio). Late Registration ocupa aqui o espaço do hip-hop desta última década, mais especificamente pela ponte entre o underground e o mainstream que Kanye construiu. Através de diversas participações especiais, colagens de samples do melhor do Soul e R&B clássico, versos críticos e inteligentes e um tom pop brilhante, o poderoso produtor fez uma obra-prima de seu segundo trabalho como rapper. Vale lembrar que a melhor escolha é ouvir, não só esse, mas toda a espetacular trilogia College (College Dropout, Late Registration e Graduation) que tem seu destaque nesse segundo álbum.

Aumenta!: Diamonds From Sierra Leone
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Me Against The World – 2Pac

“I shall not fear no man but God
Though I walk through the valley of death”
(“Eu não temerei nenhum homem, mas sim a Deus, ainda que eu ande pelo vale da morte”)

So Many Tears – 2Pac

Me Against The World, terceiro registro de estúdio da, talvez, maior lenda do hip-hop, é um trabalho que sabe misturar toda a essência que uma obra do gênero pede: faz críticas ao sistema, às desigualdades e problemas sociais americanos, exalta a cultura negra e explora, também, um espaço pessoal, discutindo sobre sua própria vida. “É só eu contra todo mundo” – 2Pac canta de maneira feroz, enquanto, em cada verso, cospe versos amargos por cima de espetaculares bases instrumentais. Aliás, todo instrumental é brilhante aqui, soando orgânico e belo, fortemente enraizado no R&B americano. Um disco que, a cada audição, soa melhor…

Aumenta!: Me Against The World
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Run DMC – Run DMC

“I’m gonna keep fighting to my very last breath”
(“Eu vou continuar lutando até meu último suspiro”)

Hard Times – Run DMC

Muito antes do Licensed To Ill dos Beastie Boys, antes mesmo até da parceria de Run DMC e Aerosmith em Walk This Way, o trio mais famoso da história do Hip-Hop já unia o estilo ao Rock, evidenciado na guitarra magistral de Rock Box, segunda faixa do álbum homônimo. O disco de estreia do Run DMC nem é o melhor do grupo, mas é essencial para entender a animação por trás daquelas batidas que dominavam, que já começavam a passar dos subúrbios negros de Nova York para o mainstream. E foi de maneira descompromissada que o duo criava ótimas rimas enquanto o DJ Jam Master Jay arrebentava com batidas pontuais nas pickups. Em termos simples, sem esse disco o hip-hop não seria o mesmo.

Aumenta!: Rock Box
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Straight Outta Compton – NWA

“You are now about to witness the strenght of street knowledge”
(“Você está agora prestes a testemunhar a força do conhecimento das ruas”)

Straight Outta Compton – N.W.A

A frase acima dita no primeiro segundo de Straight Outta Compton é quase um aviso de “CUIDADO”. E olha que nem isso é o suficiente para alertar o ouvinte do que virá dali pra frente. Rimas agressivas, diretas, sem papas na línguas, atingindo como tiros por toda a parte. O N.W.A (Niggas With Attitude) definitivamente colocou o gangsta rap no radar, chamando a atenção do público para aquela vertente do hip-hop que se popularizaria tanto. Ainda serviu para revelar alguns dos rappers que viriam, em carreira solo a, revolucionar o gênero novamente, como Dr. Dre e Ice Cube. E claro, não poderia esquecer as batidas impactantes e repletas de groove e funk, formando um disco obrigatório para quem quer conhecer melhor a história do hip-hop/rap.

Aumenta!: Straight Outta Compton
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The Message – Grandmaster Flash & The Furious Five

“Don’t push me cause I’m close to the edge
I’m trying not to lose my head”
(“Não me pressione pois estou perto do limite/ Estou tentando não perder a cabeça”)

The Message – Grandmaster Flash

Considerado por muitos o pilar central do hip-hop, o disco de estreia do DJ Grandmaster Flash junto aos cinco rappers de rimas furiosas é uma obra um tanto subestimada e que merece ser estudada. Se trata de uma enorme expressão da música negra, não se prendendo a apenas uma abordagem, mas misturando funk, soul e jazz afim de, no meio daquela salada toda, construir um novo gênero, marcado pela métrica de suas afiadas rimas desfiladas por cima de excelentes bases rítmicas. Mesmo não sendo necessariamente um disco de hip-hop, mas muito mais de soul/disco, é claramente o trabalho que dá à luz o gênero, basta escutar a canção homônima (muitas vezes considerada a pioneira) para perceber. Isso sem contar faixas como It’s Nasty e She’s Fresh que viriam a ditar as regras de como usar o sintetizador em prol de suas rimas. Vale lembrar que Grandmaster Flash – assim como Afrika Bambaataa, outro pioneiro do gênero – são produtores executivo de The Get Down.

Aumenta!: The Message

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