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Crítica | A Culpa é das Estrelas, de John Green

por Melissa Andrade
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No auge dos seus 36 anos e com seis livros lançados desde 2005, John Green só foi de fato conhecer a fama como escritor com o seu lançamento de 2012 A Culpa é das Estrelas. Título esse que pegou o mercado literário de assombro e já vendeu milhões de cópias pelo mundo todo, incluindo claro o Brasil. Os fãs se autodenominam nerdfighters e são os principais responsáveis por divulgar suas obras pelas redes sociais.

Graças a essa fama, outros livros do autor como Quem é você Alaska?, seu primeiro romance e Cidades de Papel, que também irá virar um filme, podem ser encontrados nas principais livrarias. Mas, é fato que nenhum cativou tanto os corações dos leitores como A Culpa é das Estrelas, que desde seu lançamento, continua na lista dos mais vendidos, e sua adaptação cinematográfica chega aos cinemas essa semana.

O livro conta a história de Hazel Grace Lancaster, uma jovem de dezesseis anos que desde muito nova luta contra um câncer. Hazel passou por diversos tratamentos, mas a doença chegou aos seus pulmões, inundando-os de líquidos e agora, impossibilitada de respirar por conta própria, Hazel deve carregar um tanque de oxigênio a todos os lugares. Com isso sua vida é um tanto limitada e ela passa grande parte do seu dia assistindo a reprises de um programa de moda na televisão e lendo bastante. Seu livro favorito é Uma Aflição Imperial, que também fala sobre câncer, mas de outro ponto de vista.

Sua mãe está bastante preocupada com seu comportamento letárgico e teme que ela entre em depressão, algo muito comum em jovens com câncer. Com isso, acaba inscrevendo-a em um grupo de apoio a jovens com câncer. Apesar de não enxergar qualquer utilidade naquilo, Hazel decide ir apenas para agradar aos pais. Um dia, um garoto alto, moreno e de olhos azuis não para de prestar atenção nela o que a deixa bastante intrigada. Ao final da reunião ele se apresenta como Augustus Waters, amigo do Isaac, um conhecido de Hazel e que frequenta as reuniões. Augustus também é sobrevivente de um câncer e perdeu parte de uma perna. Agora, ele apenas acompanha Isaac aos encontros.

Após a reunião, ele se aproxima e a convida para ir até sua casa assistir a um filme. Os dois conversam sobre como o câncer afetou suas vidas e trocam dicas literárias. Gus fala do seu livro favorito, O Preço do Amanhã e Hazel, claro, fala sobre as maravilhas de Uma Aflição Imperial. Alguns dias passam sem que Hazel tenha notícias de Gus e quando ele ressurge, está indignado com o fato do livro que ela ama não ter final. Os dois então se unem para tentar entrar em contato com o autor que mora em Amsterdam. Depois de trocarem alguns emails, ele os convida para conhecê-lo e falar mais sobre o livro. Mas, um inimigo silencioso decide acordar, o que pode atrapalhar e muito os planos de Gus e Hazel.

Apesar de continuar 61 semanas seguidas na lista dos mais vendidos, A Culpa é das Estrelas está longe de ser uma obra prima literária ou até mesmo de justificar o motivo de tanto alarde. Na verdade, sua premissa mesmo que interessante, se perde em uma massiva narração alegórica e irônica, pois ao querer deixar o câncer em segundo plano, Green, apenas o evidencia mais e mais, tornando-o um elefante branco. Ainda que existam algumas passagens divertidas, o melodrama que cerca o casal principal acaba por cansar em diversos momentos. Talvez o único ponto positivo seja o singelo plot twist que a história toma no rumo final, dando uma respirada boa e seguindo de forma coesa até as últimas páginas.

Este livro foi baseado de leve na história de Esther Earl, uma menina a quem John conheceu e se inspirou para escrever, já que ela teve uma vida plena, mas perdeu a batalha para o câncer com dezesseis anos.

Se fosse para recomendar um dos livros do autor, creio que Cidades de Papel é o mais relevante.

A Culpa é das Estrelas (The Fault in our Stars – USA 2012)
Autor: 
John Green
Editora EUA: Dutton Books
Editora Brasil: Intrínseca
Páginas: 288

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