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Crítica | Caçada Mortal

por Melissa Andrade
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Fato é que Liam Neeson descobriu seu lugar no cinema: os filmes de ação. Desde que estreou em Busca Implacável, que devido ao sucesso ganhou continuação, Neeson tem preferido apenas os filmes do gênero. E quem somos nós para reclamar?

Até em Uma Aventura Lego ele interpretava um policial! Querem mais indícios de que ele é perfeito para esses papéis?

Porém, engana-se quem pensa que, ao fazer um personagem do gênero, você fez todos. Afinal, existem diversos sub-gêneros no cinema e, como é característico da Sétima Arte, tudo é possível.

Dessa vez, em Caçada Mortal, ele é o ex-detetive Matt Scudder que se afasta do emprego após ter problemas com bebida. Algum tempo depois, ele é abordado por Howie (Eric Nelsen), um conhecido do AA no mesmo local onde costumava beber e que lhe diz que o irmão precisa de ajuda. Scudder informa que não é mais policial e Howie afirma que é por isso mesmo que ele poderá ajudar. Scudder pode não ser mais um detetive, mas a essência do policial é inerente a ele. Com isso, assim que Howie leva Scudder à casa de seu irmão Kenny (Dan Stevens), Scudder descobre que ele era um traficante e entende a razão pela qual a polícia não podia ser chamada. Kenny conta que sua esposa havia sido sequestrada e que ele pagou o resgate, mas não a quantia que foi exigida. No entanto, após uma longa noite de gato e rato com os sequestradores, ele finalmente encontrou o corpo da esposa esquartejado no porta-malas de um carro abandonado. Agora, Kenny quer descobrir quem foram os responsáveis pela morte da sua esposa. Matt aceita investigar o caso e irá desvendar bem mais do que apenas um único assassinato.

Com visual meio noir e ritmo mais calmo, Caçada Mortal pode não agradar logo de início; contudo, a fita possui um roteiro bem amarrado e atuações honestas mesmo que um pouco rasas. Baseado no livro de mesmo título do autor Lawrence Block e com produção de Danny DeVito, o filme que, a princípio, pode parecer somente de ação é, na verdade um thriller policial, com muita investigação, peças de um quebra-cabeça e assassinos impiedosos.

O roteiro consegue fugir do que é comumente utilizado nesses casos e, aqui, os bandidos são pessoas naturalmente ruins, sem qualquer motivo maior contra suas vítimas que não seja ganhar um bom dinheiro e torturar pessoas no processo. Todavia, a montagem peca um pouco em determinados momentos, dificultando, para o espectador, a criação de uma conexão maior com os envolvidos na trama. A química entre o personagem de Liam Neeson e do menino Brian “Astro” Bradley (um garoto que entra na história e é quase adotado por Sccuder) é fraca, ainda que sirva ao propósito requerido pela trama.

Em determinados momentos o espectador pode pensar estar assistindo a um episódio de séries como CSI ou Criminal Minds, mas essa sensação é grande parte do apelo do filme. Apesar dos eventos serem apresentados quase que de forma linear, o intuito real é apresentar o personagem do detetive como um futuro defensor de causas que a polícia e demais autoridades não resolvem, deixando espaço para futuros filmes tendo em vista que a bibliografia do romancista em relação a esse personagem é bem extensa.

Mais uma vez Liam Neeson prova ser capaz de levar sozinho um filme mesmo que fuja do dito padrão convencional do gênero.

Caçada Mortal (A Walk Among the Tombstones, EUA – 2014)
Direção: Scott Frank
Roteiro: Scott Frank
Elenco: Liam Neeson, Dan Stevens, David Harbour, Maurice Compte, Patrick McDade, Luciano Acuna Jr., David Harbour, Adam David Thompson, Dan Stevens, Eric Nelsen
Duração: 114 min.

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