Home QuadrinhosOne-Shot Crítica | Scooby-Doo Team-Up: Mulher-Maravilha e Superman

Crítica | Scooby-Doo Team-Up: Mulher-Maravilha e Superman

por Luiz Santiago
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O título Scooby-Doo Team-Up surgiu em novembro de 2013 (com data de capa de janeiro de 2014), publicado pela DC Comics em formato bimestral. A saga foi pensada como uma sequência de crossovers onde “mistérios incomuns” são resolvidos por Scooby, Fred, Salsicha, Velma e Daphne + convidados do Universo DC e das séries da Hanna-Barbera, ou seja, basicamente um spin-off sofisticado e em quadrinhos da série Os Novos Filmes de Scooby-Doo, que foi ao ar entre 1972 e 1973. Aqui, trago as reuniões entre o time da Scooby-Doo! Mistério S/A com Mulher-Maravilha e Superman!

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Trouble in Paradise

Sem nenhuma enrolação, o roteiro de Sholly Fisch parte direto para uma ação em andamento no início dessa revista. Velma e Daphne estão em Themyscira e inicialmente não temos nenhum tipo de detalhe sobre a presença das duas no local. Já se nota de cara a ausência dos garotos no ambiente, e isso é sustentado de forma bastante curiosa nessa história, obedecendo a uma ordem expressa de Afrodite sobre “nenhum homem jamais botar os pés na ilha” (ordem para se levar ao pé da letra, diga-se de passagem), caso contrário, as Amazonas perderiam os seus poderes.

Quem indicou esse time para ajudar Diana foi o Batman, com quem Scooby e sua turma haviam trabalhado pouco tempo antes, em três ocasiões distintas. Tendo um orgânico e interessante ponto de partida, mantendo o mistério sobre a presença das garotas na ilha e inicialmente treinando com as Amazonas, o leitor fica curioso para saber qual é o grande perigo que está em cena. E confesso que se não tivesse esse contexto e a necessidade de se criar a presença da Mistério S/A na ilha, seria ridículo pensar as Amazonas pedindo ajuda para investigar a presença de criaturas da mitologia grega atormentando o local.

O que o roteiro faz aqui, contudo, dá margem confortável para esse tipo de atitude. A explicação de Diana para Velma e Daphne é perfeitamente convincente nesse Universo e o texto consegue colocar a participação de Salsicha, Fred e também de Scooby na aventura, tudo sem botarem os pés na ilha. A revelação de quem estava por trás dos ataques à Ilha Paraíso é boa, traz um personagem bacana do cânone da Mulher-Maravilha, e a história termina de forma solene e muito bonita, após uma saga que tem sua graça devido à abordagem peculiar e igualmente cômica, que respeita o espaço das Amazonas e não se ressente de colocar o foco nas mulheres.

Scooby-Doo Team-Up Vol.1 #5 (EUA, setembro de 2014)
Roteiro: Sholly Fisch
Arte: Dario Brizuela
Arte-final: Dario Brizuela
Cores: Franco Riesco
Letras: Saida Temofonte
Capas: Dario Brizuela
Editoria: Kristy Quinn
44 páginas

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Truth, Justice and Scooby Snacks

Tudo bem que o título aqui não tem exatamente muito a ver com a história em si, mas isto não é um problema aqui. Truth, Justice and Scooby Snacks é uma ágil, divertida e inesperadamente boa história da turma do Scooby-Doo ao lado de Superman, Lois, Jimmy Olsen e Krypto. A chegada do grupo ao Planeta Diário tem uma coerente premissa (especialmente porque o Azulão não lida bem com mágica ou coisas sobrenaturais) e uma execução do conflito que integra todos os personagens de forma inesperada, fazendo a armadilha do Galhofeiro ou Brincalhão (como também é conhecido aqui no Brasil este personagem criado por Jerry Siegel e John Sikela na Action Comics #51, de 1942) ainda mais interessante.

Algo bastante similar ao que vimos na aventura com a Mulher-Maravilha, e que se repete aqui, é a capacidade de Sholly Fisch inserir um bom número de indivíduos com diferentes poderes e diferentes escalas de possibilidade de vencer um vilão e fazê-los interagir de modo que seja benéfico para todos, mesmo quando falamos de personalidades desastradas e medrosas, como no caso de Salsicha e Scooby. É claro que não podemos falar de grande aproveitamento dos personagens intelectual ou fisicamente mais relevantes — bom, exceto pelo Superman, que já é o extremo aqui — mas todo mundo tem a sua oportunidade, mesmo que por acidente, de fazer alguma coisa para derrotar o Prankster.

Acredito que um final com o Superman e não com Clark Kent em cena seria bem melhor para a história, pois reforçaria o retorno à normalidade em um clima visualmente heroico. Todavia, a exposição desses eventos em uma reportagem do Planeta Diário também não foi uma má escolha, tendo no desfecho dessa reunião mais “civil” a oportunidade de um diálogo sobre “esconder-se” entre o frágil e supostamente medroso repórter e o fujão Shaggy Rogers. De formas muito diferentes, eles até que são ‘parecidos’ em suas atitudes.

Scooby-Doo Team-Up Vol.1 #9 (EUA, maio de 2015)
Roteiro: Sholly Fisch
Arte: Dario Brizuela
Arte-final: Dario Brizuela
Cores: Franco Riesco
Letras: Saida Temofonte
Capas: Dario Brizuela, Franco Riesco
Editoria: Kristy Quinn, Jessica Chen
44 páginas

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