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Crítica | Stargirl – 2X06: Summer School – Chapter Six

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios.

Uma das minhas reclamações sobre o episódio anterior foi que toda a linha narrativa principal de ação, a que envolvia Eclipso controlando o professor Paul Deisinger e tudo o que decorreu daí, pareceu um tira-gosto sem maiores consequências para adiar, pelo maior tempo possível, o efetivo aparecimento do vilão. O sexto capítulo, porém, destroçou sem dó minha crítica ao apostar todas as fichas justamente no que parece ser o ponto climático de meia temporada em que não só Eclipso ganha liberdade de sua prisão no diamante negro, como o que ele faz gera consequências de grande porte para o segundo ano da série. Nada como estar enganado e ser surpreendido positivamente, não é mesmo?

O mais curioso do episódio foi que, mesmo não sendo uma série exatamente violenta, o roteiro de Paula Sevenbergen não economizou nos momentos de pancadaria, de sangue e de mortes, o que aumenta as apostas sobre a série mesmo que a retire bastante daquela pegada gaiata da Era de Ouro dos quadrinhos que tanto venho elogiando. Mas, como acredito que tudo deve ser equilibrado, tenho para mim que a abordagem mais pueril da série não poderia mesmo ser mantida como uma constante, sem quebras em momentos específicos como no duro espancamento de Pat por Artemis (aliás, o que são aquelas bolas de beisebol que ela usa no uniforme, hein?) e Isaac, o sequestro de Mike por Cindy (então era para isso que ela o queria!!!) e, claro, o grande momento em que Eclipso deixa de ser uma voz desencarnada e passa a ser um Orc vestido para o Halloween na Terra-Média, claramente sua versão menos assustadora se comparada com a tal voz, o controle físico de Cindy e, claro, a pior de todas, o pequeno e sinistríssimo Bruce que retorna ao final.

Mesmo que a aparência monstruosa de Eclipso desaponte – mas, muito sinceramente, ela está em linha com os figurinos dos heróis e vilões da série, pelo que não há muito o que reclamar – tudo o que leva ao seu aparecimento e tudo o que acontece em seguida ao seu aparecimento funciona muito bem. Era óbvio que ele estava manipulando Cindy e que Stargirl era parte integral de seu plano, com o cajado sendo, pelo visto, o único objeto poderoso o suficiente para libertá-lo de seu cárcere. A demonstração de seus poderes mortíferos com a alma de Isaac sendo sugada e com a aparente morte de Cindy (sem corpo, sem morte e, como  eu gosto muito da personagem, vou me agarrar a essa afirmação até a 12ª temporada da série…), além da forma como ele derrota o fleumático Penumbra com seu maravilhoso figurino de Mandrake e apaga o cajado de Court já estabelece o personagem como o grande vilão da temporada, sendo completamente desnecessário inventarem de trazer algum outro.

Aliás, diante da ameaça que Eclipso representa, chegou a hora de a série trazer Jade de volta, apresentar Jakeem de verdade, realmente colocar Mike em seu próprio S.T.R.I.P.E. e, claro, dar um jeito de Solomon Grundy e Artemis reunirem-se mesmo que momentaneamente à Sociedade Adolescente da Justiça. Será excelente se Geoff Johns usar o dénouement da pancadaria que vimos aqui para arregaçar as mangas e lidar com todas as engrenagens para unificar as linhas narrativas e personagens perdidos e esquecidos, talvez até mesmo o Geada Jr. e o misterioso Sylvester 2.0 que deu as caras no primeiro episódio de Summer School para nunca mais aparecer.

No entanto, eu não poderia encerrar a presente crítica sem falar justamente da alongada sequência de pancadaria que é dividida em dois atos, antes e depois de Eclipso. A luta entre os dois grupos adolescentes antes da interferência do primo pobre do Duende Verde foi muito bem trabalhada pela direção de Walter Carlos Garcia, com bom uso de wire-fu, interessantes coreografias pensadas para cada personagem de forma a usar seus poderes e características, além das excelentes transições entre personagens por meio de suas poses idênticas. Claro que nem tudo dá certo, como o fajutísimo travelling de Stargirl em seu cajado e a Pantera correndo… bem… como uma pantera, mas isso faz parte. O que sem dúvida ficou novamente claro é que Beth não serve para absolutamente nada e foi constrangedor ver Garcia fazendo de tudo para usá-la em seus enquadramentos.

O resumo da ópera é que esse episódio foi uma daqueles raros casos em que ele não só consegue ser muito bom por seus próprios méritos, com ele melhora o que veio imediatamente antes, criando uma dobradinha temática sobre Eclipso que serve para marcar a metade do segundo ano e preparar a combalida SJA para muita dificuldade pela frente. Agora é torcer para que a temporada não perca o foco, traga de volta os personagens “da reserva” que estão por aí, e construa outro momento memorável como foi esse aqui em algum momento mais lá para a frente.

Stargirl – 2X06: Summer School – Chapter Six (EUA, 14 de setembro de 2021)
Showrunner: Geoff Johns
Direção: Walter Carlos Garcia
Roteiro: Paula Sevenbergen
Elenco: Brec Bassinger, Luke Wilson, Yvette Monreal, Anjelika Washington, Cameron Gellman, Trae Romano, Meg DeLacy, Amy Smart, Hunter Sansone, Nick Tarabay, Ysa Penarejo, Joel McHale, Stella Smith, King Orba, Milo Stein, Jonathan Cake, Jim Gaffigan, Max Frantz
Duração: 42 min.

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