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Crítica | The Last Card (Keno Bates, Liar)

Paixão e ação.

por Luiz Santiago
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Há dois títulos originais para este filme de William S. Hart. O primeiro deles é Keno Bates, Liar, que posteriormente foi substituído por The Last Card, que é, inclusive, o título que aparece em fonte grande nos créditos de abertura do curta. Em 1918, o diretor voltaria a esse mesmo ambiente temático e refilmaria toda a história, então com o título de ‘Blue Blazes’ Rawden, filme igualmente escrito por J.G. Hawks, mas sem a parceria de Thomas H. Ince no roteiro.

O que temos aqui é um romance cuja base inicial se dá por uma mentira do protagonista (Keno Bates, personagem de William S. Hart). Ele acolhe no rancho a irmã de um bandido que matou, e mente para ela, dizendo que o irmão era um homem honesto, criando então um ambiente que irá desembocar em uma paixão obviamente prestes a desmoronar, tanto por motivos morais e emocionais, quanto por motivos práticos, na relação entre as pessoas naquele rancho.

Sem ameaças externas ou internas (nativos ou foras da lei), à exceção do roubo que acontece logo no início, o curta se estrutura mais na relação de Keno Bates e Doris, contando com os ciúmes de Anita para ativação de uma possível tragédia (a cena em que Doris atira em Keno Bates realmente dá um susto no espectador) e caminha para um final caloroso e feliz, onde temos clara a formação de mais um casal do oeste, tornando a obra bastante simpática em sua proposta geral.

William S. Hart consegue um bom resultado tanto na atuação quanto na direção, filmando o espaço em torno do rancho de maneira dinâmica e esteticamente bela, dando atenção à natureza e fazendo contrastes inteligentes com a construção da casa, as ferramentas e o espaço ocupado pelos habitantes do lugar, o que dá a cada um a sua identidade. A construção do saloon e o ambiente do rancho não só recebem uma direção de arte muito boa, como também são filmados de maneira bastante funcional, com pouquíssimos erros de continuação ou posição de câmera durante a projeção — e é sempre importante lembrar que para os curtas de 1915, isso não era exatamente a regra.

Keno Bates, Liar é um interessante western familiar, ambientado em um único espaço de ação (rancho e redondezas) mas com um desenvolvimento satisfatório das ações dos personagens, tendo apenas em depoimento contra, o toque do romance exagerado (às vezes bem melodramático) em um momento ou outro, mas nada que impeça o espectador de aproveitar e gostar da obra.

The Last Card / Keno Bates, Liar (EUA, 1915)
Direção:
William S. Hart
Roteiro: J.G. Hawks, Thomas H. Ince
Elenco: William S. Hart, Herschel Mayall, Margaret Thompson, Louise Glaum, Gordon Mullen
Duração: 27 min.

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