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Crítica | The Walking Dead: World Beyond – 1X08: The Sky Is a Graveyard

por Iann Jeliel
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The Sky Is a Graveyard

  • Há SPOILERS. Leiam aqui as críticas de World Beyond e, aqui, as de todo o universo The Walking Dead.

Tendo em vista o histórico ruim na tomada de grandes escolhas de World Beyond até o momento, fiquei sinceramente preocupado com o que iria acontecer neste capítulo, dado o gancho do anterior, The Sky Is a Graveyard é o episódio mais decisivo da série até então. Havia brecha para manobras e malabarismos fáceis para fugir do conflito interno que havia sido plantado, só usando-o como um gancho de atenção para a jornada seguir facilmente, como implementar uma terceira ameaça qualquer que seria a verdadeira culpada dos assassinatos de Percy (Ted Sutherland) e seu pai (Scott Adsit), ao invés de Silas (Hal Cumpston).

Felizmente, não é isso que ocorre, acho que o capítulo na verdade nunca coloca isso em dúvida, exercitando mais em como lidar com esse acontecimento enquanto grupo, o quanto isso irá dividir os personagens. Por esse lado, as escolhas tomadas são excelentes e maturadas durante o capítulo para serem tomadas com consciência e não somente por impulso. Méritos para a série novamente que parece ter encontrado seu tom em maturidade, ainda que construa através de escolhas estéticas para lá de questionáveis. Acho que tudo envolvendo Silas em flashback não funciona tão bem, por exemplo. É bizarro porque parece que cada personagem possui seu próprio padrão no sentido estrutural da coisa, e esses padrões não se conversam muito bem.

No caso de Silas, há um meta flashback bastante indulgente, quando dentro de um flash aparecem outros que tentam reforçar o atual sem nenhuma sutileza. Fora que o conflito pela segunda vez consecutiva – antes com a Huck (Annet Mahendru) – já não tenta mais se desvencilhar da gráfica do universo The Walking Dead, o gore é mais mostrado aqui e por vir em sequência de outro flashback também bastante explícito, dá para dizer que a série pode começar a sofrer um processo de transição aí, uma vez que os personagens estão cada vez mais entrando de vez na sujeira do apocalipse. Só acho estranho que a montagem nesses flashbacks esteja tão desordenada. Passa diretamente a sensação de déjà-vu de Lost, obviamente passando longe do efeito catatônico que ela tinha em despertar a curiosidade para a próxima cena.

Ver o que realmente aconteceu no momento em que Silas matou seu pai (Kai Lennox) honestamente não faz muita diferença ao episódio em termos de história, a condução ali está mais como auxílio à dramática presente, então para que ficar criando vários “mistérios” sobre o que vai acontecer a cada próxima cena da sequência? É um equívoco bem específico, porque no geral a montagem é o que faz o capítulo conseguir dosar os demais conflitos entre os personagens e organizá-los de forma cirúrgica para criar o efeito de separação do grupo em vários níveis. São divisões que vão das mais urgentes, como acreditar ou não na palavra de Silas, até as mais complexas, como a conclusão de Elton (Nicolas Cantu) para o conflito plantado com Hope (Alexa Mansour) sobre a morte de sua mãe (Christina Brucato). Essa inclusive é minha cena favorita do episódio, porque vem no momento certo, naquele que parecia inevitável mesmo, fechando a cisão do grupo que ainda promete ter mais etapas.

Como demonstra a coerente cena epílogo com Huck trabalhando escondida para Elizabeth (Julia Ormond), que agora sabemos que acompanha os passos do grupo em busca de seu pai, possivelmente, um implante do conflito já para a season finale. É condizente porque a Huck no episódio anterior demonstrou ser esse centro de ambiguidade de servidão militar com a humanização familiar. Não dá para ter certeza sem as motivações claras se ela está realmente correspondendo a Elizabeth ou a manipulando. Fato é que pelo menos no quesito ganchos, World Beyond está se garantindo. E não só isso, a temporada vem melhorando e mostrando mais potencial, uma vez que finalmente parece que vai começar a dificultar as coisas para a não mais turminha de adolescentes mochileiros do fim do mundo.

The Walking Dead: World Beyond – 1X08: The Sky Is a Graveyard | EUA, 22 de novembro de 2020
Criação: Scott M. Gimple, Matthew Negrete
Direção: Loren S. Yaconelli
Roteiro: Elizabeth Padden
Elenco: Aliyah Royale, Alexa Mansour, Hal Cumpston, Nicolas Cantu, Nico Tortorella, Annet Mahendru, Julia Ormond, Kai Lennox, Catherine Taber, Braxton Bjerken, Jennie Fahn, Robert Palmer Watkin
Duração: 45 minutos

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