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Crítica | The War Master – 2ª Temporada: The Master of Callous

Mineração paciente.

por Luiz Santiago
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Em sua segunda temporada, a série The War Master apresenta uma considerável melhora no enredo geral, em comparação ao que tivemos na estreia do programa na Big Finish. Os 4 episódios de The Master of Callous estão mais organicamente ligados, formando uma grande aventura central, como se estivéssemos vendo um arco de TV, com um capítulo sendo a exata continuação ou um complemento estratégico da trama do anterior. Tudo se passa em uma colônia mineradora do planeta Callous. De início, conhecemos Elliot King, que está fazendo o impossível para cumprir as metas estabelecidas pela governadora Teremon. E claro, ele não consegue. A partir daí, alguém começa a mover algumas peças, nos bastidores. Tudo isso com ajuda dos Oods desse planeta e de algumas pessoas ávidas em ganhar dinheiro fácil.

O espectador imagina que o episódio de abertura, Call for the Dead, de James Goss, focará apenas em um conflito moral, mas a trama avança para situações bem mais complexas do que isso. No geral, esse episódio traz à tona uma reflexão sobre a opressão que um sistema pode trazer para os trabalhadores, e como isso muda por completo a humanidade dos indivíduos, transformando-os em máquinas neuróticas que se obrigam a trabalhar, a produzir coisas novas a todo instante, com o objetivo de alcançar uma riqueza que nunca virá, não importa o quanto trabalhem. Isso fica claro, inclusive, quando Cassandra King, filha de Elliot, alcança uma grande quantidade em dinheiro através de meios exploratórios ilegais. Seu esforço não foi a peça decisiva para a riqueza, mas sim as manipulações do Mestre para que ela alcançasse sucesso e continuasse as extrações.

O precioso mineral retirado das montanhas chama-se Swenyo (enquanto ouvia os áudios, eu jurava que o nome que eles estavam dizendo era “Sueño“) e a partir do segundo capítulo, The Glittering Prize — também escrito por Goss — vemos as mudanças que a mineração traz para o planeta Callous. Há, em realidade, grandes alterações sociais, históricas e econômicas no planeta, e sabemos que pouco tempo se passou entre o episódio anterior e este. Essas duas primeiras histórias são as melhores da temporada, por trazerem eventos que não só funcionam bem isoladamente, como também integram toda uma grande teia de acontecimentos. Até este momento, não sabemos exatamente qual é a intenção do Mestre, que demora para aparecer agindo ativamente. Aos poucos, porém, as intenções se mostram.

Eu acho The Persistence of Dreams o pior episódio da temporada. Realmente não entendi qual foi o pensamento de Guy Adams ao escrever esse roteiro, principalmente porque ele serve para quase nada. São 50 minutos de pura encheção de linguiça, que desembocam no módico Finale, também escrito por Adams, revelando tardiamente algumas coisas. O impacto dessas informações seria maior se a revelação tivesse sido melhor espalhada pela reta final. Bem, pelo menos é um enredo que deixa o espectador atento. É em Sins of the Father que vemos uma espécie de ciclo vicioso de ações para alguns personagens que conhecemos ao longo da temporada. Uma tristeza muito grande se abate sobre nós quando descobrimos que todas essas vidas foram impiedosamente manipuladas pelo Mestre da Guerra, que tinha um único objetivo aqui: conseguir uma grande quantidade desse minério tão precioso para as naves de batalha dos Time Lords. E claro, tudo isso em troca de um objeto muito valioso. Um Chameleon Arch! Definitivamente o Mestre não dá ponto sem nó, mesmo que isso implique em destruir (física ou metaforicamente) a vida de centenas, de milhares de pessoas.

The War Master – 2ª Temporada: The Master of Callous (5 de dezembro de 2018)
Direção: Scott Handcock
Roteiro: James Goss, Guy Adams
Elenco: Derek Jacobi, Silas Carson, Maeve Bluebell Wells, Samantha Béart, Pippa Haywood, David Menkin, Barnaby Edwards, Simon Ludders, Angela Bruce, Richard Earl, Joe Shire, Wilf Scolding, Tom Forrester, Seán Carlsen
Duração: 4 episódios, cerca de 55 min. cada um.

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