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Lista | Top 10 – Os Melhores Álbuns de Rap Nacional em 2019

por Rodrigo Pereira
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Se 2018 foi um ano onde fomos presenteados por diversos trabalhos de grande qualidade dentro do rap, 2019, felizmente, seguiu o mesmo caminho. Entretanto, considerei por bastante tempo que o atual ano não seria tão prolífico quanto o passado, devido a maioria das obras que entraram para minha lista desse ano terem sido lançadas somente no segundo semestre. Adoro quando cometo esse tipo de erro, por mais contraditório que possa parecer.

É o segundo ano que faço essa lista e é sempre um prazer enorme poder escrever e debater com vocês sobre esse gênero que gosto tanto. Para quem não viu, a lista dos melhores álbuns de rap nacional de 2018 pode ser acessada clicando aqui. E para não prolongar muito, fique com a lista dos melhores discos de rap lançados no Brasil em 2019.

 

10° Lugar: Tão Real – Rashid

Dividido em primeira e segunda temporada que totalizam 47 minutos de música, a nova obra de Rashid, como o próprio comentou em suas redes sociais, foi idealizada se inspirando nos formatos de séries televisivas. Admito que a ideia não me pegou por completo, apesar de considerá-la interessante. Mesmo que julgue Crise, penúltimo álbum do rapper, um trabalho melhor, Tão Real traz um Rashid com rimas inteligentes e uma produção de muita qualidade, entregando um projeto que merece um lugar de destaque entre os lançamentos do ano.

Música destaque: Não Pode / Sobrou Silêncio

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09° Lugar:  Mundo Manicongo: Dramas, Danças e Afroreps – Rincon Sapiência

Mesmo percebendo o ritmo mais dançante nos singles mais recentes do artista, ainda esperava algo mais próximo do maravilhoso Galanga Livre, último álbum lançado pelo rapper. E isso de forma alguma é um comentário negativo, já que é impossível ficar parado ao ouvir as batidas frenéticas, as ótimas misturas de ritmos e as rimas muito bem combinadas e certeiras de Rincon Sapiência em seu Mundo Manicongo. O jeito é aproveitar que estamos na estação mais quente do ano e colocar para tocar esse álbum com cheiro e gosto de verão. Waaaaw!

Música destaque: Arrastão

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08° Lugar: Psicodelic – Coruja BC1

Eu costumo gostar bastante de vocais mais agressivos dentro do rap. Acho que casa muito bem com o gênero, principalmente quando a canção possui um tom de denúncia e crítica mais forte. Um dos motivos que me fazem gostar tanto do Coruja BC1 é exatamente por ele possuir esse estilo na maior parte de seus trabalhos até aqui. O mais interessante de Psicodelic é que ele tem conhecimento disso e apresenta faixas incríveis com essa pegada, mas também explora algo mais romântico em músicas como Meu AnjoÉramos Tipo Funk, fazendo essa transição através de um interlúdio de uma conversa com uma psicóloga que, mesmo não sendo algo inédito, funciona extremamente bem. É um álbum que traz o melhor das múltiplas facetas de um dos melhores rappers da nova geração.

Música destaque: Gu$tavo$

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07° Lugar: Rap de Massagem – Hot e Oreia

Esse aqui foi uma indicação do Handerson Ornelas que não poderia ter sido melhor. O álbum de estreia da dupla Hot e Oreia é extremamente bem produzido, com batidas envolventes, viciantes e diversas entre si, assim como liricamente bastante humorada e politizada. Ainda que seja um disco curto, com apenas 29 minutos de duração, é um trabalho de altíssima qualidade e que já nos deixa com gostinho de quero mais na espera para os próximos trabalho da dupla.

Música destaque: Eu Vou

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06° Lugar: Abaixo de Zero: Hello Hell – Black Alien

Um dos maiores nomes do rap nacional, Black Alien nos presenteou com uma obra não menos que espetacular no início de 2019. Abaixo de Zero: Hello Hell é o terceiro álbum de estúdio da carreira solo do rapper e trata principalmente sobre sobriedade e uma nova fase em sua vida pessoal que teve influencia direta na vida artística. Com bastante presença de elementos do soul, o Mr. Niterói celebra seu eu mais recente e como é prazeroso vê-lo assim, em plena forma.

Música destaque: Carta Pra Amy

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05° Lugar: Veterano – Nego Gallo

O primeiro lançamento da cena no ano a chamar minha atenção foi de, com perdão pelo trocadilho, um veterano. E digo isso muito mais pela caminhada do que pela idade, já que Carlos Gallo, o Nego Gallo, está na ativa há um tempo considerável. Integrante do famoso grupo nordestino Costa a Costa, Veterano é sua primeira obra solo da carreira em que canta sobre sua realidade em Fortaleza, diretamente “das vielas de Downton”. Com uma produção afiadíssima, carregada de efeitos e distorções vocais e conversando com demais estilos musicais como funk e, principalmente, reggae, Nego Gallo criou uma obra incrível e viciante do início ao fim.

Música destaque: No Meu Nome

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04° Lugar: Drik Barbosa – Drik Barbosa

Mesmo não sendo o primeiro trabalho lançado por Drik Barbosa, vide seu EP Espelho, esse álbum homônimo é o primeiro disco da carreira da cantora paulista. E que disco, hein? Contando com diversas participações dos mais distintos artistas, a obra bebe desde o R&B até o funk, passando pelo soul, mas sem nunca deixar o rap de lado. O resultado é um disco extremamente coeso, muito bem produzido e que consolida de vez a artista entre os principais nomes da nova geração do rap nacional.

Música destaque: Rosas

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03° Lugar: O.N.F.K. – Amiri

Lançado aos 45 minutos do segundo tempo, o primeiro álbum de estúdio de Amiri veio quebrando tudo e foi parar entre as primeiras posições da lista já quando achava que dificilmente mudaria algo nela. Pois bem, O.N.F.K. é o tipo de obra que faz isso com a gente. Com um flow agressivo e ágil, Amiri apresenta faixas com rimas totalmente bem encaixadas em que reflete sobre temas como racismo, depressão, superação, empoderamento negro e amor, resultando em uma obra completíssima e que vai custar a sair dos seus fones de ouvido.

Música destaque: Se Eu Morresse Hoje

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02° Lugar: AmarElo – Emicida

Apesar de esperar algo completamente diferente do novo trabalho do EmicidaAmarElo foi uma das melhores obras que tive o prazer de ouvir no ano. Nem eu imaginava o quanto precisava dela até ouvi-la. Como o próprio rapper disse em entrevistas, optou por colocar o foco da luz do palco nas coisas boas e felizes da vida. Isso, no entanto, não impediu que Emicida abordasse temas como racismo, intolerância religiosa e genocídio da população negra. É como se a primeira metade do disco mostrasse o quanto é importante cuidarmos de nós e dos nossos e a segunda metade nos puxasse de volta para a realidade para não esquecermos de nossas lutas. Um trabalho impecável e essencial de um dos grandes do rap brasileiro.

Música destaque: Ismália

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01° Lugar: Ladrão – Djonga

O que falar do Djonga? É o segundo ano que faço a lista dos melhores do ano do rap nacional e a segunda vez que ele assumiu a primeira posição em março, quando lançou o disco, e não largou mais. Como bem disse o Luiz Santiago em uma de nossas conversas sobre a obra, Ladrão é um estudo sociológico do início ao fim. É incrível a consistência do artista, que dos três álbuns de estúdio lançados até agora, o menos melhor ainda é ótimo. Se seguir o que fez até agora, em março de 2020 teremos seu quarto álbum de estúdio. Resta esperar para ver se teremos outra obra-prima das mãos do mineiro atleticano.

Música destaque: Bené / Deus e o Diabo na Terra do Sol

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