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Crítica | American Gods – 3X07: Fire and Ice

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, a crítica dos episódios anteriores.

É muito possível – provável mesmo – que Fire and Ice não mereça a avaliação final que dei ao episódio. Não é que eu tenha realmente, lá do fundo de meu coração, achado o sétimo capítulo da temporada toda essa cocada preta, pois definitivamente não é isso. Mas o episódio definitivamente tem algo a seu favor: o retorno mais consistente de um misticismo razoavelmente hermético que torna as linhas narrativas bem mais intrigantes do que estavam sendo. De forma alguma eu quero dizer que, de repente, American Gods reverteu à qualidade da 1ª temporada (nem de longe!) ou que os acontecimentos aqui tenham transformado uma temporada decepcionante em boa (também nem de longe!), mas o mero fato de eu não ter entendido nada do que vi (e eu ter lido o livro em nada ajuda a essa altura do campeonato, pois tem tempo que a trama se desviou completamente dele) já é o suficiente para eu nutrir esperanças que Charles H. Eglee tenha algum ás para tirar de sua manga.

Então, o que posso dizer de Fire and Ice para começar a justificar minha avaliação em HALs? Bem, primeiro que ver um corpo em chamas cair do céu absolutamente do nada foi um belo momento WTF? que me deixou com a mesma cara de espanto que a adorável e perdida Cordelia que, confesso, não sabia que ela realmente não sabia quem era Wednesday. A explicação meia-boca de que há uma espécie de anjo da guarda de Odin trabalhando esse tempo todo – e que, claro, de alguma forma fará conexão com o projeto de assassinato dele por Laura – é outro bônus justamente por ela também ser completamente aleatória, do tipo “inventei isso agora para apimentar o final da temporada e que se dane se isso nunca foi mencionado antes”. Viram como estou disposto a encontrar qualquer nesga de “momento interessante” para continuar com American Gods toda semana?

Além disso, a sequência de Laura e Salim negociando um “contrato” com Mr. World – ainda Danny Trejo – teve elementos surreais o suficiente para me manter interessado. Desde as imagens National Geographic de fundo, passando pelos detalhes do que Salim pede e a concordância quase histriônica do suposto vilão, tudo funcionou bem daquela forma bizarra de ser. Claro que Laura em si esteja razoavelmente apagada, mas isso é apenas um detalhe – ou um fardo, talvez melhor classificando – que temos que aceitar desde que ela primeira vez apareceu na série (e isso já tem tempo!). Em outras palavras, mais um momento WTF? que divertiu.

Mas nenhum momento WTF? foi mais WTF? do que as tramas separadas, mas convergentes, envolvendo Bilquis e Shadow Moon. A primeira ganha um momento esteticamente muito agradável em que ela faz uma conexão com uma senhora que parece ter sido a parteira de Shadow e Shadow, por sua vez, com seu envolvimento cada vez maior com Marguerite, com direito ao uso de seu poder de fazer nevar que eu até havia me esquecido que existia, tendo um pesadelo lisérgico com criaturas da neve ou algo semelhante. O melhor disso tudo – por mais sem sentido que possa parecer no momento – é o aumento do relevo de Bilquis para a trama geral. No lugar de ela ser apenas uma entidade que, como eu antes suspeitava, só seria realmente utilizada mais para o final, durante a guerra de Odin (se ela um dia acontecer, claro), a personagem, em Fire and Ice, parece conectar-se mais profundamente com a narrativa de Shadow, o que pode ser essencial agora, com seu sequestro (ou seja lá o que for aquilo) por Tyr.

Faltam apenas três episódios para o final da temporada e, com exceção do primeiro, Fire and Ice é o primeiro a me fazer levantar olhar para a tela da TV com real interesse durante toda sua duração, nem que seja pela evolução da trama por caminhos tortuosos e sem lógica imediata. É pelo menos uma tentativa de fazer a série andar de maneira relevante, sem ficar repetindo a cansadíssima temática da prometida guerra que nunca vem e que eu nem mais sei se quero que venha…

American Gods – 3X07: Fire and Ice (EUA, 28 de fevereiro de 2021)
Showrunner: Charles H. Eglee
Direção: Rachel Goldberg
Roteiro: Anne Kenney, David Paul Francis
Elenco: Ricky Whittle, Ian McShane, Emily Browning, Yetide Badaki, Bruce Langley, Omid Abtahi, Ashley Reyes, Eric Johnson, Julia Sweeney, Lela Loren, Andi Hubick, Cloris Leachman, Erika Kaar, Denis O’Hare, Herizen F. Guardiola, Danny Trejo, Devery Jacobs
Duração: 48 min.

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