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Crítica | Titãs – 1X09: Hank and Dawn

por Gabriel Carvalho
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Contém spoilers.

Os críticos do mais novo episódio de Titãs não estarão verdadeiramente equivocados: a estagnada é realmente problemática. Os capítulos podem ser até divertidos, mas coesão não é uma das virtudes da série, que, agora, pula de um gancho gigantesco, que encerrou Donna Troy, para uma examinação do passado de Hank e Dawn, completamente gratuita, mas também muito bem executada. O relacionamento ganha profundidade, ganha camadas, coisa que, mesmo assim, não necessitava de um episódio para si mesmo – em contrapartida, os conceitos estabelecidos pelo público acerca de presenças relevantes do cenário heroico apresentado são ressignificados. Os coadjuvantes que estrelam episódios mais “soltos”, aparentemente, não serão esquecidos, tornando-se mais do que meras participações especiais. Os deméritos, em termos da execução de uma narrativa, que, supostamente, não se decidiu como resolver-se de capítulo para capítulo, permanecerão para uma avaliação da temporada. Hank and Dawn é uma romântica incursão, necessária para uma série sombria e sem vergonha – o problema é a burocracia.

O primeiro enfoque nesse episódio, compreendido quase que integralmente no formato de um flashback, começa sendo no passado do Rapina (Alan Ritchson), que recebe contornos a justificarem a comédia um pouco subversiva presente em certas interações do justiceiro, porque, dentre todos os personagens, Hank Hall aparenta ser o mais estragado, em vista da não existência de um pai, a perda da mãe, o abuso sexual, o abandono de estudos e, como mostra o enredo desse capítulo, a perda de seu irmão. O quanto Rapina precisa de Columba (Minka Kelly) é exemplificado de uma maneira absurda, que nos permite torcer pelo relacionamento como não aconteceu antes. O romance é consequência, ironicamente, de um destino construído através de infelicidades. A necessidade pela garota, ademais, é um sentimento que a própria Dawn Granger compreende, indo atrás do molestador da infância de seu amigo, prestes a se tornar marido e até mesmo parceiro de vigilantismo. O cuidado na condução imprime mais substância ao relacionamento. Um curta, sem muitos chamativos, mas muito decente no tratamento da perda.

As pequenas participações de Teagan Croft, através de espelhos, almejando uma comunicação com os protagonistas por meio de seus passados, de suas memórias, são muito interessantes, instigantes, criando um mistério que incita o espectador, mesmo sem revelar muita coisa verdadeiramente. Um novo episódio de ganchos, de uma certa maneira. O seriado, contudo, poderia ter explorado melhor esses enigmas, dando margem a mais especulações embasadas entre os espectadores. Hank and Dawn, por exemplo, poderia ser situado sem grandes complicações depois do episódio de estreia de Jason Todd, homônimo ao personagem, que é surpreendentemente citado por Columba ao término do capítulo, acordando após a derrota sofrida no já longínquo Hawk and Dove. Caso a série fosse mais esperta, uma mistura mais fluida de narrativas endossaria uma inquietude menos sensacionalista e mais inteligente, certamente gostosa de acompanhar. As intenções e acertos dramáticos reiteram uma preocupação com os personagens, mas com uma história a longo prazo, Titãs não possui mesma competência.

Titãs – 01X09: Hank and Dawn – EUA, 7 de dezembro de 2018
Criação: Akiva Goldsman, Geoff Johns, Greg Berlanti
Direção: Akiva Goldsman
Roteiro: Geoff Johns
Elenco: Alan Ritchson, Minka Kelly, Elliot Knight, Teagan Croft
Duração: 45 min.

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