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Lista | 10 Brainrots Italianos e Suas Animações

Oh, noooooo-noooo-nooo!

por Luiz Santiago
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Se você não convive com adolescentes, não tem TikTok e/ou não lê artigos sobre tendências perigosas (apesar de cômicas) das redes sociais, é pouco provável que você saiba o que é um “Brainrot“, quem dirá um “Brainrot Italiano“. Apesar de o termo ter vários significados, o modelo ao qual me refiro são as expressões nonsenses (neologismos + memes surrealistas). A versão ítalo-brain-roteira se popularizou em março de 2025, unindo palavras italianas (ou foneticamente parecidas com o italiano), historinhas no estilo “mini novela” e criaturas bizarras geradas por inteligência artificial. Depois de ter tido contato com essa palhaçada, eu não pude deixar de imaginar aproximações temáticas, estéticas ou narrativas de animação com cada um desses seres de outro Universo. Nesta lista, eu seleciono 10 brainrots icônicos e atribuo a cada um deles uma animação (só filmes, nada de séries!), imaginando como seria possível uma fusão entre o enredo do filme e a criatura em questão. Vamos lá?

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1. Tung Tung Tung Sahur & Pinóquio por Guillermo del Toro

Esse brainrot-toco com ares de psicopata é o primo abilolado do Pinóquio de Guillermo del Toro (2022). É como se o Gepeto tivesse esculpido um outro boneco após um pesadelo. Nessa realidade, Tung Tung Tung Sahur não é apenas uma estrela-bastão, mas um espírito de madeira amaldiçoado por Rosa Luxemburgo, que assombra a Itália fascista, gritando “Sahur, il caos!” enquanto persegue Pinóquio com olhos esbugalhados, batendo tung tung tung no próprio peito, como um tambor de guerra que faz até mesmo Mussolini tremer na base. A estética gótica de Del Toro, com stop-motion e fotografia carregadas de sombras demoníacas, abraça Tung Tung como se fosse um parente rebelde e politizado do Grilo Falante, meio bicho, meio meme, liderando uma revolta de objetos de carpintaria contra o Duce. Nesse roteiro, Tung Tung Sahur tem a alma anárquica de Pinóquio, mas com a energia de um Pernalonga fugido do CAPS. A cena épica? Tung Tung enfrentando seus inimigos fascistas numa floresta de galhos tortos, girando seu taco enquanto ouvimos Bella Ciao e vemos Pinóquio mentir para salvar a própria vida, unindo-se aos camisas-negras. Um filme com mais lenhosidade e menos luto, que faz o espectador rir e tremer como vara verde.

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2. Lirilì Larilà & Tromba-Trem: O Filme

Lirilì Larilà é a diva elefanta-cacto com sandália-de-Jesus e um relógio proto-A Persistência da Memória que faz o tempo dançar como um meme em loop. Ela, que perdeu a memória há 5 trilhões de anos, exige ser chamada de “kinga surreal” porque transforma desertos em oásis temporais (vocês estão sentindo a poesia?), sempre cantarolando com sua vozinha finíssima, enquanto cumpre sua missão de palmilhar pelas areias e manter a ordem das Galáxias. Vejo nossa aliá como a estrela máxima de Tromba-Trem: O Filme, com a animação abstrata e a música ecoando sua habilidade de manipular os ciclos temporais (quase uma Time Lady!), criando paisagens que se desfazem em espirais de cores, vistas pela janela de um trem, onde um passageiro de olhos arregalados e em transe, faz gestos incompreensíveis. Lirilì marcha alucinada, como uma deusa cactácea traída, tocando o coração cósmico com seus espinhos, levantando a poeira num deserto psicodélico que colapsa em fractais vibrantes (estão sentindo a poesia imagética? Digam que estão!), enquanto um personagem aleatório sai do canto da tela e diz, a plenos pulmões: “Lirilì é a dona dessa bagaça toda, cambada!”. Imagino-a representada em neon, com brotações em flor cortando o ar e sandália de vidro pisando dunas de cupins sequestradores, provando que é a evolução final do delírio de um maquinista, praticamente o resultado de uma rave de MD no deserto.

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3. Brr Brr Patapim & Uma Viagem ao Mundo das Fábulas

Macacoide-flora com pés gigantes que parecem saídos de um delírio de Chapolin, o Sr. Patapim (Brr Brr para os íntimos) é persona-non-grata nessa realidade encantada. Aqui, ele é um malandro folhoso que invade a Abadia de Kells (chamado a ele mesmo de Patapim, il Terremoto) enquanto esmaga os pergaminhos sagrados com seus pés descomunais, fazendo o jovem Brendan tremer como se tivesse visto um viking peludo. A estética celta do filme, com arabescos hipnóticos e cores de aquarela, engole Patapim como se ele fosse o sobrinho rebelde de uma fada, uma fera folhosa e do pezão liderando uma revolta de criaturas da floresta contra religiosos. Muitos relatos dizem ter visto Patapim chutando tudo no mosteiro, derrubando tinteiros, rasgando livros e jogando seiva de folhas arrancadas na cara das pessoas, enquanto Aisling tentava domá-lo com magia e Aidan gargalhava como um bardo bêbado. Lá pelo final do filme, ele enfrenta a serpente Crom Cruach numa dança de pisadas que faz tudo tremer, abrindo um buraco no chão que começa a se expandir e termina engolindo o planeta Terra inteiro. Uma fábula que te faz cantar, pular e querer tatuar um nó celta no braço!

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4. Ballerina Cappuccina & Barbie e as Doze Princesas Bailarinas

Num reino onde tutus têm vontade própria e sapatilhas guardam segredos, Ballerina Cappuccina invade a mansão cor-de-rosa da Barbie com toda a elegância de um tsunami mal coreografado. Logo na cena de abertura da animação, Barbie arregala os olhos ao ver Cappuccina deslizar pelo tapete persa, fazendo piruetas e olhando com um sorriso maníaco para todas as princesas bailarinas. Num piscar de olhos, ela estaca e diz, em voz gutural: “se vocês contarem que eu traí Cappuccinio Assassino com Tung Tung Tung Sahur, eu arranco as pernas de cada uma aqui, estão me ouvindo?!“. Em seguida, ela troca a trilha sonora de piano por um remix diabólico de colheres batendo em xícaras, e simplesmente vai saltitando até a porta, deixando Barbie e todas as princesas em estado de choque. Barbie, tentando manter a compostura, se aproxima de uma das princesas e oferece uma bebida calmante. Mal esta tem tempo de responder, Ballerina Cappuccina (mi-mi-mi-mi) volta a entrar no salão, gargalhando tresloucadamente, com o rosto todo cheio de um estranho pó branco e dizendo, aos prantos, que tudo tinha sido uma piada ruim e que ela estava ali para trazer diversão a todas. Suas sapatilhas estão sujas de sangue. Ela olha ao redor, tomba para frente e cai, derrubando todo o conteúdo de sua xícara. Dentro do recipiente, Barbie e as princesas bailarinas encontram uma esfera verde e um pedaço de um polegar. É o início do balé mais macabro que elas dançaram…

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5. Cappuccino Assassino & LEGO Ninjago: O Filme

O lendário Cappuccino Assassino desembarca no coração de Ninjago City. Kai e Cole patrulham o telhado de um templo de chá, quando ouvem o estalo seco de uma cápsula sendo acionada. De repente, Cappuccino salta entre lanternas de papel, deixando para trás uma nuvem de aroma amargo. Enquanto os ninjas se preparam para um confronto clássico de espadas e shurikens, Cappuccino desembainha suas lâminas duplas — garfos de café reluzentes — e rola por uma esteira de bambu, rindo com calma: “Vocês acham que podem parar o ciclo perpétuo de recarga de energia? Eu só preciso de mais um gole!” Nessa hora, Jay saca uma bola de fogo eletrificada, mas Cappuccino se esquiva num giro, deixando faíscas e torrões voarem. Ao final do movimento, ele pega o “elixir da força suprema” que estava escondido em uma lanterna isolada (esta era a sua missão!), e some silenciosamente pela noite. Na segunda metade do filme, o tom muda. Já em casa, antes de passar o elixir para o seu empregador, ele descobre que Ballerina Cappuccina o está traindo com Tung Tung Tung Sahur. Mas nosso anti-herói apenas arqueia as sobrancelhas, indiferente, pois já marcou um encontro às escondidas no porão do dojo onde Bobritto Bandito serve seus petiscos e, nas horas vagas, sem ninguém ver, também serve um pouco de amor para assassinos traídos.

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6. La Vaca Saturno Saturnita & Planeta Fantástico

Descendo sobre o solo marrom-avermelhado de Paradiso X, a mais adorada vaquinha da Via Láctea deixa rastros de poeira estelar que brilham sob seus pés rachados. A criatura, híbrido entre bovino galáctico e lorde dos anéis saturnianos, ergue sua cabeça e emite um mugido de frequência múltipla, convocando os gigantes azuis que patrulham as colinas orgânicas deste mundo esquecido. Enquanto isso, os sobreviventes humanos — cientistas de jaleco metálico e exploradores de armadura — espreitam de bunkers translúcidos, atraídos pelo rumor de que Saturnita guarda o segredo da liberdade e da eternidade. Eles empunham sondas bioluminescentes para colher amostras de pelo cintilante. Mas La Vaca Saturno Saturnita chacoalha os chifres e dispara raios que projetam visões realistas, deixando todo mundo cego. Muitos milênios se passam. Por um descuido leitoso da criatura, os Colossos Ancestrais do Planeta Fantástico despertam, influenciados pelos humanos cegos. Eles passam a caçar a vaquinha com suas armas ultra-fogo, capazes de transformar todo animal em carne assada. Na órbita de Netuno, os colossos a cercam e, num balé de tentáculos, atiram para matar, despedaçando os anéis, tirando o couro e assando a carne. Saturnita dá o seu último mugido, inclina a cabeça e expele um sopro neon, quando sua última célula é torrada. A vingança se completa: os Colossos Ancestrais fazem um banquete com a carne e voltam a dormir o sono milenar nas montanhas. O último sono milenar de suas existências, já que, em pouco tempo, a carne de Saturnita agrupará as partículas vaquitho-siderais e formará uma nova vaca na barriga de cada Colosso, de onde serão expelidas e darão início a uma nova Era neste braço do Universo.

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7. Trippi Troppi Troppa Trippa & Gandahar, os Anos de Luz

Tochas rançosas balançam nas colunas de cristal quando Trippi Troppi Troppa Trippa, envolto em mantos cerimoniais de tentáculos roxos, ergue o cajado de osso e recita o cântico que faz o ar pulsar como se tivesse um poroso coração. O som gutural — “Iä! Iä! Cthulhu fhtagn!” — ecoa pelos corredores suspensos de Gandahar, interrompendo o zumbido tranquilo das máquinas-vivas. Ele provoca um rasgo no tecido do espaço: por ali, vislumbres do “Ano de Luz” se estendem como membranas instáveis, mostrando céus em chamas e vastos desertos flutuantes, trilhados por Lirilì Larilà. Os Deformados da Floresta Mecânica aproximam-se atônitos da fenda dimensional. Trippi Troppi, com olhos que brilham como fósforos, finca o cajado no chão de cracas e convoca um rebanho de criptídeos abissais, sedentos pela luz dourada de Gandahar. Seus seguidores, braços pintados de sangue esverdeado, dançam em volta, girando lâminas de obsidiana que sobrevoam a plateia em transe. Um rugido gélido e ancestral surge do rasgo — promessa de um deus-mar profundo, desejoso de recuperar o trono estelar. Mas, no instante em que a malha espaço-tempo ameaça ceder, um clarão azul explode: os Guardiões de Gandahar, pilotando naves metálicas cobertos por flores, investem contra o culto lodoso. Lá, onde o terror se misturava à fé no horror, a batalha se inicia. Naquele caos de luz e sombra, Trippi Troppi Troppa Trippa sorri, triunfante: se o mundo vai acabar, que seja enfeitado pelas vozes do abismo e pelas engrenagens vivas de Gandahar palpitando em uníssono.

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8. Bombardiro Crocodilo & Aviões 2: Heróis do Fogo ao Resgate

O sol ainda nem esquentou direito quando Bombardiro Crocodilo já estava de olhos arregalados à frente do painel de controle improvisado, numa pista de pouso esquecida no meio do nada. Ele dá uma risadinha enquanto solta uns estalos: pequenos focos de fogo pipocam lá embaixo, bem na fronteira entre duas nações inimigas da Grande Verdade Democrática, algo que só a nação de Bombardiro conhece. “Bora ver a confusão que isso vai virar”, murmurou, ajeitando o monóculo de fumaça que carrega no ombro. Em instantes, o Corpo de Bombeiros recebe o alarme: “Incêndio no terreno da creche! Chamas no campinho de futebol infantil! Corpos de crianças estraçalhados na fronteira! Bombas destruindo centros históricos!” Uma frota inteira de caminhões, helicópteros e drones de resgate decola em peso. Lá do alto, Crocodilo observa tudo pelo monitor hackeado, se deliciando com o desperdício de verba e o pânico produzido pelas manchetes sensacionalistas que sua nação planta mundo afora, anunciado que é a grande detentora da Grande Democracia e que só mata milhões de pessoas ao redor do mundo porque está “levando a liberdade” para essas pobres nações. Enquanto comentaristas dizem que “é muito triste essas crianças explodidas, mas tínhamos que nos livrar daquele ditador horroroso que estava tornando a vida daquela nação muito ruim!“, Dusty Crophopper e sua turma de aviões heróis entram em ação, despejando toneladas de discursos anticoloniais, mas sem nenhum tipo de resultado. Quando a última brasa finamente se apaga, Bombardiro Crocodilo solta um guincho de satisfação: foi só o primeiro dia de uma ofensiva eterna contra seus inimigos. Muitas bombas ainda iriam beijar o solo e fazer o máximo de vidas inocentes possíveis, em nome do glorioso e insaciável Tio Sam! E foi a manhã, a tarde, e acabou-se o 5º mês da Guerra Fria…

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9. Tralalero Tralala & O Espanta Tubarões

O coral estremece quando Tralalero Tralala, com suas barbatanas vibrando em fúria, surge num botequim submarino lotado de peixinhos-palhaço e ouriços de bar. Antes que alguém pudesse gritar “Cuidado com o tubarão!”, ele dá uma dentada feroz em um caranguejo distraído, arrancando dele não só um pedaço de casca, mas também o silêncio de todo o recinto. Recuando entre mesas de conchas partidas, Tralalero revela, no lampejo de seus olhos azuis, a razão por trás da selvageria: ele ama outro peixe — um elegante Linguado Selvagem de barbicha brilhante –, mas jamais foi aceito no seu cantinho oceânico. Sempre que tentava declarar o sentimento, os sussurros apareciam e o enfureciam. Frustrado e magoado, explodiu em dentes à mostra. No Fundo Carnavalesco, enquanto um DJ soltava um mix de bolhas, nosso anti-herói se viu cercado por olhares frios. “Trala-LINDO Trala-LANA!”, diziam alguns polvos de tentáculos entrelaçados, “vai morder quem, tubarãozão? Quem te quer aqui, barbataninha suave?” Bastou essa gota oceânica para que Tralalero, num acesso de vergonha e raiva, se transformasse — mordeu garoupas, arrancou tentáculos, sufocou baiacus e até as baleias acharam que o anticristo era ele. Quando a fúria diminuiu, restou um silêncio pesado e algumas barbatanas e restos de frutos-do-mar perdidos. Tralalero Tralala, exausto, nadou sozinho até as profundezas escuras, onde restam só as próprias memórias de um amor recusado. A lenda do peixe que mordeu todos por não ter espaço para amar ainda ecoa nos recifes desse Universo…

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10. Nuclearo Dinossauro & Godzilla: Cidade no Limiar da Batalha

As sirenes sibilam pelo mormaço pouco antes de o solo começar a tremer. Lá no alto, vê-se Nuclearo Dinossauro: escamas metálicas incandescentes, olhos de reator pulsando verde-radioativo, cauda como lança de plasma. Ele cospe uma rajada de fumaça ácida que derrete concreto, abrindo fendas pelas ruas desertas. Do outro lado, aparece Godzilla, destruindo prédios e dando seu rugido que sacode as nuvens carregadas de fuligem. Cada estalo de sua cauda faz as instalações nucleares explodirem como fogos de artifício, iluminando a cidade morta como um inferno. Enquanto jatos de combate, drones automatizados e tanques de cerco avançam na linha de frente, tentando conter o desastre, os dois colossos ignoram balas e mísseis. Nuclearo investe contra Godzilla com um golpe de cauda, lançando fragmentos de aço contra as tropas humanas que se arrastam por entre crateras. Godzilla revida com um sopro atômico que incendeia veículos blindados e incinera as poucas árvores sobreviventes. No centro do caos, famílias refugiadas observam tudo por câmeras especiais postas à distância. Mas Nuclearo Dinossauro, alimentado pelos reatores soterrados abaixo dele, vibra com o estrondo da guerra, sentindo-se invencível. Godzilla, por sua vez, ruge desafiador, como guardião ancestral da Terra, que não tolera invasões de monstro nenhum, seja de quem for. O destino da Terra balança entre a garra incandescente de Nuclearo e o rugido titânico de Godzilla, e então, o que acontece…

____ Luiz vem jantar!

____ Mas mãe…!

____ Vem agora ou quer que eu vá te buscar?

____ Não posso fazer nada nessa casa…

____ Falou alguma coisa, moleque?

____ Não falei nada, mãe, só tava aqui brincando com meus bonecos…

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Hors Concours

Trippa Troppa Tralala Lirilì Rilà Tung Tung Sahur Boneca Tung Tung Tralalelo Trippi Troppa Crocodina

&

O Congresso Futurista

No corredor branco e infinito do manicômio, o sonâmbulo Ritter K. Rick Fan deita-se numa cama de pedra e ergue os olhos para encontrar sua criatura lendária de estimação. Esta entidade, segundo os pensamentos atormentados de Ritter K. Rick Fan, reflete sua alma, sua personalidade. Enquanto observa, a criatura avança com um som de melancia sendo cortada. Os membros da Coisa se contorcem exageradamente, respingando gosmas de diferentes cores, texturas e odores. Por um momento, Ritter K. Rick Fan considera defender-se com o seu familiar Cajado dos Reis, mas desmaia, pois é tocado pela tromba de Lirilì e não consegue conter sua emoção. Reminiscências sombrias surgem na mente do louco. Ele acredita que está sonhando com o chão se abrindo e revelando uma assembleia de androides em fraques de circuitos e cartolas holográficas, debatendo a “Revolução das Almas Programadas” enquanto mesas flutuantes de marfim giram no ar. A sala do hospício se torna o centro do Congresso Futurista, e se enche de zumbidos sintéticos e discursos fragmentados. Quando a enfermeira abre a porta com um termômetro em punho e um supositório-leão, o paciente sussurra, ainda extasiado: “Permitam-me declarar encerrado este congresso e um beijo para a minha Boneca Ambalabu!“. Agora por favor, mocinha, sirva-me um expresso na veia. Fade-out. Ritter Fan e Kevin Rick acordam. Eles tiveram o mesmo sonho. A trilha sonora muda. A imagem tem uma explosão de luz, que passa do branco para um filtro vermelho. Ritter Fan e Kevin Rick estão em coma, num hospital ultra tecnológico, no ano de 4.569, depois de suas mentes serem salvas e eles serem ressuscitados em corpos de baratas gigantes e gosmentas.

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