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Crítica | Stargirl – 2X10: Summer School – Chapter Ten

Road trip com muita birra.

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios.

Não havia dúvidas que o excelente episódio anterior seria o ponto de virada da segunda temporada de Stargirl, já que todos os ingredientes estavam presentes: a Sociedade da Justiça 2.0 foi fragmentada, houve a grande revelação sobre o passado sinistro da Sociedade da Justiça original e nem mesmo o núcleo familiar Whitmore-Dugan parecia capaz de resistir às manipulações de Eclipso. Só faltou uma campainha tocar para marcar o início do reagrupamento que começa no Capítulo Dez com a chegada surpresa do Penumbra na tão combalida cozinha de Pat e Barbara trazendo o que parecia ser a solução para todas as agruras.

A revelação de que reconstruir o diamante negro que antes servia de prisão para Eclipso, apesar das reservas de Pat sobre a idoneidade do não-tão-vilão britânico, criou a missão maior do episódio depois que o cajado de Courtney, ainda sofrendo das consequências do poder do cospobre de Duende Verde, demonstra não ter energia suficiente para a tarefa. O resultado? Correr atrás de Jenny, a filha do Lanterna Verde original, personagem que foi introduzida e defenestrada lá atrás no segundo episódio e cujo nome jamais foi sequer mencionado em todos os seguintes, para que ela use o poder herdado do pai para fazer o que o cajado não conseguiu.

Quando mencionei que Jenny foi completamente esquecida na série, estou apenas revivendo repetidos comentários que fiz ao longo deste segundo ano que, mesmo surpreendentemente muito bom, incomparavelmente melhor que a primeira temporada até agora, não precisava ter feito essa patetice. E o mais irritante é que Pat, convenientemente, vinha acompanhando os passos da jovem pelos jornais que, ao que tudo indica, Court (e mais ninguém na série) lê. Mas tudo bem, respiremos fundo e engulamos essa a seco mesmo, pois agora não tem mais jeito.

O problema maior é que, com a exceção da revelação surpresa de que tudo não passou de um plano do educadíssimo Penumbra (está decidido: ele é o melhor personagem da série!) para se curar, ainda que com o efeito colateral da convocação de Eclipso para a brincadeira, da revelação (finalmente!) de que ele na verdade não matou o Dr. Meia-Noite original e que este está nas Terras das Sombras, exatamente o mesmo lugar para onde Court foi enviada e, claro, onde Cindy está já há algum tempo, apontando para o retorno da vilã adolescente, a road trip de enteada e padrasto foi, pela falta de uma palavra melhor, um completo sonífero. Primeiro que a cara emburrada de Court cansou já no final do episódio anterior, pelo que vê-la novamente aqui bufando e batendo o pezinho me levou a um único pensamento que eu prefiro não escrever aqui para que ninguém me acuse de fomentar violência contra crianças…

Mas sério. Custava o roteiro de Taylor Streitz trabalhar Court como uma pré-adulta, o que aliás vinha sendo o comportamento dela há tempos, e não como uma menininha mimada cujos pais não compraram a roupinha grifada nova que ela queria? E o Pat é outro que não se impõe nunca, que não diz “basta”, que não deixa bem claro que o tal segredo que Court o acusa de ter mantido não era somente um segredo, mas sim um trauma pesado que ele sofreu e que destruiu a SJA?

E, como se isso não bastasse, o retorno de Jenny ganhou contornos potencialmente complexos demais que eu espero muito fortemente que sejam apenas preparativos para a próxima temporada, pois simplesmente não há mais tempo para a introdução de novos personagens. Sem querer entrar muito no lado dos quadrinhos, falo aqui da organização Helix, do Senhor Bones, de Todd Rice (ou Manto Negro) e até mesmo de Louise Love, ainda que esta última tecnicamente não venha das HQs, mas cujo sobrenome se conecta com o do Dr. Benjamin Love, responsável pela criação do Senhor Bones. Meu medo é que, com a conexão existente no material fonte entre os poderes do irmão de Jenny e as Terras das Sombras, Geoff Johns queira correr nos 45 do segundo tempo para apresentá-lo e ainda utilizá-lo como a solução mágica para tudo.

Toda essa história paralela que gravita ao redor de Jenny poderia ter ficado para depois, pois, como mencionei antes, a temporada já tem tudo que precisa para fechar as pontas soltas e aí eu incluo até mesmo Jakeem Williams e Relâmpago que, muito convenientemente, são indiretamente “vistos” no episódio quando Mike vai investigar o tal fenômeno rosa nos céus de Blue Valley e encontra uma rua de doces, obviamente um desejo não desejado com toda a especificidade necessária. Entre os poderes do Penumbra, as instruções do Dr. Meia-Noite para Beth (aliás, gostei muito dela dando uma merecida patada nos seus pais, com o roteiro, em seguida, brincando com sua “inutilidade” super-heróica quando Court a chama para “proteger” sua família) e a SJA 2.0 estendida, potencialmente até mesmo com Cindy, Artemis e Cameron dando uma mão, há muito para ser usado nos três episódios finais sem que seja necessário pedir socorro a elementos externos. Fica a torcida para que a temporada se resolva essencialmente “dentro dela mesma”, deixando, claro, todas as pontas soltas necessárias para o já em produção terceiro ano.

Stargirl – 2X10: Summer School – Chapter Ten (EUA, 12 de outubro de 2021)
Showrunner: Geoff Johns
Direção: Sheelin Choksey
Roteiro: Taylor Streitz
Elenco: Brec Bassinger, Luke Wilson, Yvette Monreal, Anjelika Washington, Cameron Gellman, Trae Romano, Meg DeLacy, Amy Smart, Hunter Sansone, Nick Tarabay, Ysa Penarejo, Joel McHale, Stella Smith, King Orba, Milo Stein, Jonathan Cake
Duração: 40 min.

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