Home Colunas Lista | American Horror Story – 12ª Temporada: Delicate – Os Episódios Ranqueados

Lista | American Horror Story – 12ª Temporada: Delicate – Os Episódios Ranqueados

O terror de Ryan Murphy.

por Felipe Oliveira
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Do pior para pior, é sempre difícil ranquear os episódios de American Horror Story, porque sério, qual capítulo conseguiu sobressair além da mesmice de sequências ruins? A impressão é de que perceberam de última hora que focaram tanto no gaslight sofrido por Anna que correram para adiantar outros arcos depois da greve de roteiristas no EUA, e o resultado foi outra temporada de AHS tão boa tanto quanto não se tinha greve para tentar justificar que bem, Ryan Murphy esqueceu a hora de parar.

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9º – The Auteur

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Parece que a cada temporada se torna inevitável o questionamento do que ainda mantém o público de American Horror Story, considerado que a cada temática da série antológica tem sido sinônimo da queda de qualidade, e Delicate se faz o exemplo de que, se Ryan Murphy soubesse utilizar o que tem em mãos, o seu mais longo show na TV não ficaria apenas na promessa. Por um lado, ver uma cena de conexão com Rosemary’s Baby em Little God Man soava desconexo, mas Delicate estabelece uma realidade em que os eventos do filme clássico fazem parte dessa história, como se as ações de Siobhan tocassem a trama de um terror psicológico, até então, uma ficção do cinema.

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8º – Little Gold Man

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Ainda que se tenha algumas temporadas como favoritas pelo público, um questionamento não deixa de surgir para American Horror Story: o que essa série quer ser? Uma antologia com histórias de terror ou uma antologia que possui elementos de terror mas que carece de uma construção convincente, de que, de fato, Ryan Murphy está contando uma história de terror? Parte das inspirações do criador vem de casos notórios dos EUA e que ele usa como base, a exemplo de The Night Stalker, um maníaco que assolou Los Angeles e que ganhou uma versão na temporada slasher da atração. Mas agora, Murphy decidiu ir um pouco mais longe para apresentar sua visão do marco do terror psicológico O Bebê de Rosemary. E se essa seita de bruxas imortais fosse o mistério do filme de 1968?

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7º – Vanishing Twin

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Diferente de When the Bough Breaks, que reproduzia o mesmo esquema de terror e paranoia numa queima lenta, o quarto episódio de Delicate se coloca a explorar mais da mitologia que integra o mistério da temporada, e tudo indica que há algo realmente satânico envolvendo a trama sobre maternidade vs fama em Hollywood… e embora a tentativa de Halley Feiffer de aprofundar o lore seja notável, falta mais substância a essa história do que sugestões para um suspense psicológico que não se aproveita como imagina. Porém, ter substância seria demais para AHS, que espelha mais estilo e referências nas histórias que se inspira do que consegue desenvolver, de fato, a antologia que vende.

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6º – Preech

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Se há uma forma de definir o quinto episódio de Delicate seria por meio da ironia. Ironia por marcar a metade da temporada, ironia por estar andando em círculos, ironia por não chegar a lugar algum. Como o título indica, a aleatoriedade da vez se dispôs a contar a origem de uma das personagens que integram a bolha de conspiração contra Anna, e novamente, o décimo segundo ano de AHS apresenta uma cena de flashback, agora em 1987 mostrando que a misteriosa mulher de preto que tem perseguido Anna foi uma das vítimas da seita satânica envolvendo fama e bebês. A pior parte disso é que o episódio desperdiça seu impacto ao colocar a versão atual da Mrs. Preecher (Julie White) avisando sobre a seita para a mãe de Dex, quando seria mais interessante ter um avanço narrativo com Anna deixando de ser podada.

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5º – Opening Night

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Parando para observar, desde que começou, a décima segunda temporada de AHS já passou por inúmeras interpretações do que poderia querer discutir. Com a informação de se baseia em um livro que imagina de forma contemporânea o clássico O Bebê de Rosemary, chegar a essa altura de Delicate (mais da metade) em que cada capítulo provoca um mistério com mesmice, não é nada menos que desanimador. Enquanto que a trama apresentada pede por qualquer combustível que empolgue sua existência, o texto de Halley Feiffer insiste em deixar Delicate em linhas confusas, como se estivesse criando um forro complexo e conspirador que está prestes a ser revelado. Mas se a pretensão é fazer algo próximo do desfecho caótico de Roman Polanski, AHS, mais uma vez, vai ficar nas tentativas e promessas.

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4º – Ave Hestia

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Quem diria que um episódio que não foca na sua protagonista faria a décima segunda temporada de AHS voltar às origens? Com “voltar às origens”, me refiro à série investir na bizarrice como combustível para narrativa e construção do terror em atmosfera e no visual. Para esse efeito de sorte, Ave Hastie seguiu o caminho oposto ao que Delicate tem percorrido desde o início com doses de flashbacks, focando em um arco inteiramente em recapítulo e deixando de lado o marasmo sobre Anna, e dando atenção a uma personagem tratada a sombra de um mistério repetitivo até então. Ao mesmo tempo que Ave Hestia se apresenta como um “diferencial” para a temporada, se torna um exemplo do que Delicate poderia ser.

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3º – When the Bough Breaks

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Na ideia de que tudo e todos não são confiáveis, ainda resta para Delicate o alter-ego de Anna que se manifesta através de Ivy e a boneca, dando demonstrações do que ela tem sofrido quando perde a noção de tempo e o que teria feito durante sua confusão – me pergunto que cesta ela precisaria receber para enxergar além do que seus conspiradores quer que ela veja. Como essas peças vão se encaixar, depende do que Feiffer tem preparado para a temporada: o nascimento do Anticristo ou uma aranha?

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2º – Rockabye

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Na linha entre ser uma série de terror que reproduz os tropos do gênero e que também reflete a cultura pop, depois de seguidas temporadas inconsistentes, com DelicateAHS parece ter encontrado uma luz no seu estilo superficial de ser. Em comparação ao episódio de estreia, Rockabye traz um avanço ao tema da temporada com um tratamento mais coeso e direcionado, o que faz, ainda que com a maneira conveniente com o que a trama se desenrola, Delicate ser divertida por querer se levar a sério, pois não importa se no livro de Delicate Condition fez uma releitura feminista ao filme de Roman Polanski, a temporada é – como outros projetos – uma história derivada de Rosemary’s Baby, porém, espelhando a relação, por vezes tóxica, de uma figura pública vs o fandom, traçando essa alegoria por meio da almejada gravidez de Anna Victoria Alcott.

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1º – Multiply Thy Pain

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Desconhecido para geração do termo pós-terror, foi graças ao sufocante terror de Roman PolanskiO Bebê de Rosemary, que o cinema americano passou a investir na recorrente narrativa sobre gravidez, paranoia e maternidade. Alguns ainda tiveram a oportunidade de apresentar uma história original, trazendo uma nova perspectiva para a temática – a exemplo de Mãe!As Boas Maneiras – outros, se contentam em dar a luz a vários irmãozinhos para o filho de Rosemary com premissas que tentam abordar os horrores da gravidez através do terror psicológico. Também na TV e literatura, o livro Delicate Condition, de Danielle Valentine, é mais uma extensão de Rosemary’s Baby e serve de inspiração para a nova temporada de American Horror Story.

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