Home QuadrinhosArco Crítica | Doctor Who: TV Comic Annual – 2º Doutor (1968 – 1970)

Crítica | Doctor Who: TV Comic Annual – 2º Doutor (1968 – 1970)

por Luiz Santiago
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As histórias da TV Comic Annual se enquadram nas publicações especiais da TV Comic, acompanhadas das TV Comic Holiday Special. O padrão e qualidade de publicação não foge ao das edições regulares, com as aventuras do Doutor e seus netos John e Gillian (apenas as duas últimas mostram o Time Lord viajando sozinho). Neste texto, farei uma abordagem rápida para as 6 edições que compuseram os anuais, lançados entre 1968 a 1970. Todas as histórias são protagonizadas pelo 2º Doutor e todas foram escritas por Roger Noel Cook. A avaliação acima corresponde à média de todas as edições.

A primeira aventura é Attack of the Daleks, ambientada em um planeta sem nome e em tempo indeterminado. O Doutor vai ao lugar para testar uma invenção: uma bicicleta que voa. No meio do teste – com direito aos insuportáveis companions falando coisas estúpidas sobre o voo –, ele é surpreendido por um ataque de Daleks. E aí a coisa só piora. Sem nenhum fechamento dramático ou coerência, Roger Noel Cook escreve algo que só faz sentido se visto como tirinhas, porque no todo, não diz absolutamente nada.

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O que é isso? Uma intifada? Não! É só o Doutor e seus netos jogando pedras nos Daleks!

Em Pursued by the Trods os vilões têm o poder e a inteligência para construir uma nave que funciona como a TARDIS. Porque sim. E para piorar, a nave do Doutor se materializa na Terra em 500.000 a.C. e o autor, ao invés de aproveitar o momento e criar uma história que funcionasse bem dentro desse espaço, coloca em cena mamutes que gostam do som da flauta do Doutor e viram amigos de John e Gillian (nenhum mamute real seria amigo de John e Gillian, todos iriam pisoteá-los) e destroem as máquinas dos Trods com uma facilidade que só os roteiros de Roger Noel Cook conseguem inventar.

The Electrodes acontece na Terra, no ano de 2208, e é um teste para ver até onde a estupidez de um roteirista pode chegar. O Doutor materializa a TARDIS à beira de uma estrada e o super-carro dos membros da banda que dá título à história se distraem e batem em uma árvore. Todos, inclusive os instrumentos, estão muito bem, obrigado. Então você pensa: “ah, o Doutor vai dar uma carona na TARDIS para eles, vai ficar tudo bem.”. Só que não! O Senhor do Tempo sai da nave com uns packs de voo e, junto de seus netos, saem feito bruxas estereotipadas até chegarem ao local onde o show aconteceria, o The Glass Bowl. E para terminar, o Doutor se torna um quase empresário & guarda-costas do quarteto (que lembra os Beatles, mas tem cara de John e Gillian) e, pela presença do empresário aproveitador, me lembrou a canção Death on Two Legs (Dedicated to…), mas é apenas uma lembrança de cenário, até porque, esta história foi escrita alguns anos antes do Queen lançar a famosa canção.

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Sim, é isso mesmo: eles saem voando com as “mochilinhas de voo” que mais parecem lenços!

The Time Museum quer a todo custo nos fazer acreditar que os ridículos Trods eram os arqui-inimigos do Doutor, algo que é dito pelo próprio Time Lord, que usa carcaças vazias desses vilões para se esconder dos Cybermen, que o procurava, juntamente com seus netos, no museu referido no título. A história não é bem escrita nem nada, mas pelo menos não desafia a inteligência do leitor, o que já é um ganho.

2053. Uma importante corrida de naves e máquinas espaciais acontece em Londres. O Doutor está viajando sozinho nesse momento de sua timeline e materializa a TARDIS a tempo de ser admirado pelos pilotos e conseguir uma “carona” em uma nave, como “prestador de serviços” do piloto. Simplesmente patético, mas, assim como na aventura anterior, mais aceitável em termos narrativos do que as loucuras dos outros arcos. Essa é basicamente a trama inicial de Death Race. A “emoção” da história vem quando descobrimos que há uma nave de Quarks caçando o Doutor e, mesmo com todas as paradas e atrasos do piloto que deu o azar de ter o Time Lord consigo, tudo termina com um final feliz e burro. Ah, vocês conseguem adivinhar quem ganhou a corrida?

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De boas aqui visitando o museu, quando… [reparem no detalhe da mão pontilhada e do rosto andrógino de John no quadro do canto inferior esquerdo].

Fechando a temporada de sandices, temos Test Flight. O Doutor materializa a TARDIS nos Estados Unidos e reencontra um velho conhecido (nós não fazemos ideia de quem é), o Comandante Knight, que está mostrando uma nova nave militar para um grupo de investidores do governo. Eles vão fazer o voo de teste, mas os Cybermen aparecem para estragar a festa. O Doutor, claro, pilota a nova nave e sai como herói. Simples assim.

É com imenso prazer que se chega ao final dessa fase dos quadrinhos do 2º Doutor na TV Comic, porque seria humanamente impossível continuar com tanta história ruim. Só o Doutor para nos convencer a ler essas coisas…

TV Comic Annual (Reino Unido, 1968 – 1970)
Roteiro: Roger Noel Cook
Arte: Patrick Williams, John Canning

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