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Crítica | Superman & Lois – 2X15: Waiting for Superman

Revezamento de pancadaria.

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios.

Como mencionei ao final da crítica do excelente Worlds War Bizarre, estava com receio sobre o final da segunda temporada de Superman & Lois pelo simples fato de que Ally Allston nunca, em momento algum, mostrou-se uma vilã com um mínimo de profundidade para evitar um encerramento que não fosse pura pancadaria de CGI. E Waiting for Superman foi exatamente isso, um grande festival de computação gráfica que a série nunca soube lidar nessa magnitude que não passou de um exercício de revezamento, com Tal-Rho, Jordan Kent, Aço Pai e Aço Filha e, finalmente, o Superman com baterias mais do que recarregadas enfrentando, cada um em seu tempo, a sujeita lá que estava tentando reunir as Terras esférica e cúbica em uma só.

Em termos comparativos, porém, preferi este final aqui do que Last Sons of Krypton, o frustrante encerramento da temporada inaugural, mas não por muito, pois foi completamente anticlimático ninguém dar jeito na vilã a não ser um Superman que arrisca sua vida para recarregar suas células de energia solar com um empurrãozinho do meio-irmão. Afinal, o velho truque do “absorva mais energia do que você pode aguentar” foi de bocejar de tão banal e pouco imaginativo e, pior, aconteceu em um piscar de olhos, em uma inexplicável correria que basicamente fez com que o embate final não passasse de um detalhe insignificante. De certa forma, sendo bem cínico, até que essa insignificância combina com a completa irrelevância e falta de desenvolvimento da Parasita, pelo que nem dá para reclamar muito…

O que tornou o episódio mais aceitável do que o finale da primeira temporada foi, como de praxe, seu lado humano. Tal-Rho aparecer para salvar o dia no último episódio foi desnecessário (custava ele ter retornado já no anterior?), mas a conexão dele com Kal-El é muito boa e o team-up que se segue, com direito a abraços e a “eu também te amo” foi definitivamente brega, mas também definitivamente simpático a ponto de me fazer desejar que o ex-vilão retorne da Terra Bizarra para outras parcerias com o meio-irmão. Além disso, houve o final adulto para o casal Kyle e Lana em que, subvertendo o clichê básico de filmes e séries, ela não aceita o marido de volta. No lado do casal adolescente, o encerramento foi menos eficiente, pois mergulhou de cabeça no tropo básico de “vamos dar mais uma chance” e, ao mesmo tempo, tornou o beijo lésbico tão maltratado ao longo da temporada em algo insignificante ao ponto de ser melhor que ele sequer tivesse sido inventado só para poder levantar uma bandeira marketeira.

Talvez o melhor e mais completo arco tenha sido o de John Henry Irons e sua filha Natalie. Tudo começou muito estranho na temporada com a recusa dela em aceitar o que estava acontecendo, mas a jovem acabou sendo bem acolhida no núcleo dos Kents e passou a ter voz própria, mostrando seu valor ao lidar tanto com seus irmãos como com a tecnologia a ponto de criar uma armadura ainda mais poderosa do que a de seu pai e, nesse final, ter tido o tempo de fazer o que poderia ter sido um último e choroso team-up (a breguice simpática estava à toda nesse episódio!) entre pai e filha não fosse o salvamento de último segundo pelo Superman turbinado (acho engraçado como a energia extra precisa “ligar luzinhas” no uniforme dele para vender mais boneq…, digo, figuras de ação…).

O que não funcionou nada bem do lado humano foi o roteiro forçar a barra para Lois contar o segredo da identidade secreta de seu marido para Chrissy com base no “somos colegas, não podemos ter segredos”. E isso, vale dizer, foi apenas uma das milhares de irritantes sequências no longuíssimo epílogo que trata de construir artificialmente uma segunda temporada ao trazer John Diggle novamente para colocar John Henry à caça do vilão Bruno Mannheim e sua Intergangue (espero que esses não sejas OS vilões do próximo ano, porém…) e ao também fazer Superman reconstruir sua Fortaleza da Solidão – que, agora, ao que tudo indica, é a Fortaleza do Churrasco da Família – no meio do mar(???) que o Kansas não tem e, claro, ao situar Tal-Rho lá na Terra Bizarra, o que, convenhamos, não faz lá muito sentido considerando o sol vermelho.

E, finalmente, o que dizer daquela cena em que Sam Lane, “como quem não quer nada”, diz para sua filha que o Superman é o único herói dessa Terra e que ele já teve vislumbre de outras que tinham “ligas” de heróis? Alguém, em algum momento da produção, decidiu separar Superman & Lois do restante do Arrowverse e simplesmente precisava deixar isso claro para os espectadores. Bem, vamos lá. Para começo de conversa, eu acho ótimo que haja essa separação, pois misturar coisa boa com coisa ruim não é uma ideia muito inteligente. Então, até aí, palmas para quem quer que tenha batido esse martelo. Meu problema foi mesmo a necessidade de se criar as circunstâncias para que houvesse esse diálogo dolorosamente artificial. Teria sido bem melhor se, ao final do episódio, subisse um letreiro informando que a Terra de Superman & Lois não é a Terra Prime. Seria menos “invasivo”. Mas agora já foi e os fãs que queriam o compartilhamento da mesma Terra, agora, podem se descabelar em paz…

Waiting for Superman previsivelmente sofreu pelo maior problema crônico da temporada, que era Ally Allston e seu paupérrimo desenvolvimento. Alguém, alguma hora tinha que pagar o pato e era natural que o pagamento acontecesse aqui, no final, com meia dúzia de tabefes cheios de luzes na líder de culto convertida aleatoriamente em uma sugadora de poderes. Fica a torcida, agora, para que o terceiro ano acerte nesse quesito sem, claro, deixar para trás sua maior qualidade que é, claro, dar ênfase na humanidade do Superman agora vivendo na cidadezinha onde foi criado.

Superman & Lois – 2X15: Waiting for Superman (EUA, 28 de junho de 2022)
Criação: Todd Helbing
Direção: Gregory Smith
Roteiro: Brent Fletcher, Todd Helbing
Elenco: Tyler Hoechlin, Elizabeth Tulloch, Jordan Elsass, Alex Garfin, Emmanuelle Chriqui, Erik Valdez, Inde Navarrette, Wolé Parks, Tayler Buck, Sofia Hasmik, Daisy Tormé, Ian Bohen, Nathan Witte, Rya Kihlstedt, Dylan Walsh, Adam Rayner, Jenna Dewan
Duração: 42 min.

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