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Crítica | Supergirl – 6X10: Still I Rise

por Davi Lima
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  • Há SPOILERS deste episódio e da série. Leia aqui as críticas dos outros episódios.

 

The Fight for systemic change often feels never-ending – Brainic-5

A vida de super-herói não é fácil, porque além de cuidar das problemas sociais sistêmicos ainda tem que enfrentar uma imp, ou duende, da Quinta Dimensão para estragar todo o esforço. Sem dúvida esse foi um dos episódios de Supergirl que mostra a potência da humanidade dos personagens kriptonianos como Kara Zor-el e Kal-el, não necessariamente pelo drama de Still I Rise que se incendeie em empatia, e sim pela fagulha de como mesmo tendo super poderes os problemas estão longe de ser resolvidos.

Com certeza alguns fãs e espectadores continuaram tendo raiva de Nia Nal (Nicole Maines), vulgo Sonhadora, por ser a responsável de criar os problemas desse episódio da semana, após o momento “fui tapeada” choroso que Nyxly (Peta Sergeant) provocou na meio humana meio naltoriana, que ainda está buscando compreender os símbolos dos seus sonhos, desde a casa de bonecas ao corvo. Com a duende solta, a vingança contra Supergirl (Melissa Benoist) era muito esperada, mas talvez tenha um timing melhor do que alguns esperavam. Porque Still I Rise tem mais uma vez um recheio de subtramas, mas também uma qualificação do diretor Jesse Warn para organizar e objetivar dramas para chegar no cume do título, muito relacionada a personagem da Quinta Dimensão. Sim, o roteiro de Nicki Holcomb e Jen Troy ajudam muito no formato teleplay mais específico para temporalizar os ganchos nos intervalos televisivos, assim como a história de Jessica Kardos sobre temáticas sociais envolvendo o sistema criminal e gentrificação, porém, como o diretor foi descrito no texto do episódio Rebirth, ele é o cara de como não perder o ritmo e o espectador no meio de muita história.

Porque é isso que existe em Still I Rise, muita história, muitos conflitos para serem solucionados, mesmo que não pareça. Kelly Olsen (Azie Tesfai) ainda incomodada por não ser super-heroína como os Super-Amigos e querendo aprender a lutar; a empresa Orquoia quer comprar o prédio Ormfell em Washington Heights provocando despejo de moradores pobres como Orlando (Jhaleil Swaby) do episódio anterior; Kara entra em conflito consigo mesmo sobre até onde sua voz como heroína é ouvida pela população; Nia precisa aprender a interpretar seus sonhos com sua mãe, que retornou pela barganha que fez com Nyxly e aceitar as consequências desse acordo; Nyxly precisa fazer uma armadilha para Supergirl com a ajuda do traficante Mitch (Matt Baram), que apareceu na duologia Prom Nighte Prom Again!.

Olha o tanto de problema para resolver, fora as conexões entre essas histórias que precisam preservar uma unidade temporal, já que tudo se passa quase ao mesmo tempo. Ou seja, Jesse Warn é o diretor perfeito para isso e parece que gosta de pegar bucha, especialmente o começo da sexta temporada cheia de poluição que foi podada. Felizmente as proporções de tempo para cada trama é o suficiente para Supergirl resolver, de uma maneira geral, dando voz ainda o episódio Welcome Back, Kara, pois ela consegue aumentar a estima de Kelly, faz o conselho votar contra a compra de Ormfell e consegue conversar com a população. Continua-se as premissas de políticas públicas na série, desde a quarta temporada, existe agora uma densidade nesses dois últimos capítulos, especialmente nesse Still I Rise, que torna o drama intenso pelo subtexto jornalístico sobre qual realmente o limite que a figura super heroica pode ajudar em problemas sociais enraizados, sistêmicos numa sociedade injusta. O limite aqui se refere mais a capacidade, um drama muito recorrente nas histórias do Superman, enquanto na quarta temporada de Supergirl comentou sobre a delimitação de atuação política, mais próximo das temáticas de Watchmen.

Enquanto não há resposta para a capacidade de Kara sobre os problemas sociais sistêmicos que ela se importa, com Brainic-5 (Jesse Rath) consolando a protagonista ao pensar que sempre se pode fazer mais, a lapada que o episódio poderia dar é com o único problema, dos citados, que Supergirl não pode resolver. O fã pode ficar com raiva de Nia, mas Nyxly também é esperta suficiente para conseguir barganhas e planejar uma ducha de água fria em toda a voz heroica mais otimista. A atriz Peta Sergeant não deixa barato com o sorrisinho maléfico, fazendo com certeza alguns telespectadores enraivecidos, agora, com a própria duende. Se algo foi construído foi totalmente derrubado pela diabinho da Quinta Dimensão, e não foi só o prédio Ormfell. A qualidade do episódio não cai, na verdade esse é o ponto máximo, irônico e refletido do título Still I Rise

Mais um bom episódio em sequência, ou melhor, três capítulos qualificados nessa retomada de mid-season. Será que essa temporada vai mesmo dignificar a série? Podemos, também, aguardar outro duende da Quinta Dimensão vindo aí próxima semana. A expectativa de mais comédia é quase garantida com o Mr. Mxyzptlk (Thomas Lennon) chegando com a chamada de Kara ao fim desse episódio. Normalmente ele resolve o que Supergirl não consegue, o que seria um alívio, pois se Nyxly durar muitos episódios pode haver pressa desnecessária para encerrar a temporada. Como a mãe de Nia disse, a série precisa “to take in the gravity of what you’ve done”, porque se não pode ser tarde demais.

Supergirl – 6X10: Still I Rise – EUA, 07 de setembro de 2021
Direção: Jesse Warn
Roteiro: Nicki Holcomb, Jen Troy
Elenco: Melissa Benoist, Chyler Leigh, Katie McGrath, Jesse Rath, David Harewood, Peta Sergeant, Nicole Maines, Azie Tesfai, Julie Gonzalo, Staz Nair, Jhaleil Swaby, Kate Burton, Matt Baram, Kari Matchett, Jhaleil Swaby, Thomas Lennon, Masa Delara, Russell Eresmas
Duração: 43 minutos

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