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Crítica | Doom (1993)

por Matheus Biasini
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Doom (1993) é um FPS desenvolvido pela ID Software, lançado no final de 1993. Apesar de não ser o primeiro FPS (este título pertence a Wolfenstein 3D, de 1992), foi o game que popularizou o gênero e inspirou muitos outros títulos que vieram depois do mesmo. Tanto que depois do seu lançamento todos os games que eram do estilo FPS eram chamados de “Os Clones de Doom”.

A história do game parte de um conceito bem interessante: anos no futuro, o protagonista, um Space Marine (sem nome, somente chamado como “The Doomguy”, ou “Marine”) é enviado, como punição após desobedecer ordens de matar civis e no final matar o oficial que deu esta ordem, para o planeta Marte, para fazer a segurança da base da UAC no mesmo.

Nos dois satélites do planeta, Phobos e Deimos, a UAC, junto com as Forças Armadas, está fazendo experimentos (alguns ilegais) envolvendo teletransporte entre as Luas, para uso futuro. Geralmente quando os voluntários entravam no aparelho e saiam no outro, em Deimos, eles estavam totalmente insanos e não raramente o resultado era uma “full-body explosion”. E os Marines tinham que limpar a sujeira resultante. Mas um dia, Deimos desaparece completamente do céu, cortando qualquer comunicação com a base. Uma mensagem chega de Phobos, dizendo que algo “fraggin’ evil” está vindo de onde se faziam os experimentos com teletransporte, mas a comunicação é cortada logo após. Uma equipe de Marines (incluindo o player) é enviada de Marte à Phobos, para descobrir o que está acontecendo e saber do paradeiro de Deimos. O player é deixado para fora do hangar somente com uma pistola, enquanto os outros vão ver como está a situação, levando as armas pesadas com eles.

Mas então no rádio se ouve gritos, disparos e homens dando ordens. Depois silêncio. Aparentemente agora você está sozinho. E você descobre que o experimentos da UAC com teletransporte acabou abrindo um portal que dá diretamente no Inferno. Agora você deve acabar com a invasão infernal sozinho. E sobreviver, é claro. O resto da história é contada em textos após um certo número de mapas são completados.

O game se dividia originalmente em três episódios, com nove mapas cada (oito normais e um secreto), geralmente terminando em uma Boss Fight.

  • O primeiro, Knee Deep In The Dead, se passa nas instalações de Phobos e tem um tema mais industrial, incluindo até esgoto radioativo. É o episódio mais famoso e querido do game, dado que foi o episódio na versão demonstrativa (o famigerado “shareware”).
  • O segundo, At The Shores Of Hell, se passa nas bases da lua desaparecida Deimos. Aparentemente a presença demoníaca está subvertendo a tecnologia da base, criando essa estranha fusão entre tecnologia humana e símbolos infernais. Para somente no final descobrir uma terrível verdade.
  • O terceiro e último episódio, Inferno (referência à Divina Comédia, de Dante), se passa no lugar de mesmo nome, com toda a simbologia, onde acontecerá o confronto final com a criatura que planejou e mandou a legião demoníaca para as bases lunares e causou tanta morte e destruição.

A gameplay do jogo é bem simples: o jogador spawna no mapa armado somente com uma pistola, 50 balas e seus punhos. O objetivo é chegar vivo até a saída do mapa para ir ao próximo mapa e eliminar qualquer monstro que estiver no seu caminho. Temos 100% de vida e somente se recupera vida com medikits ou com bônus de vida. Se sua vida chegar a 0%, fim de jogo e você reaparece no começo do mapa, somente com a pistola.

Nosso personagem se move muito rapidamente (estimaram que o Doomguy corre a 90 mph), e podemos andar de frente e lado, logo é possível desviar de projéteis vindo em nossa direção. Também temos acesso a um automap, que vai expandindo conforme vamos explorando o mapa, e também para caso o jogador se perca, poder voltar a um ponto anterior. E temos acesso a um arsenal de 9 armas a nossa disposição, mais itens e os Power Ups:

  • Fist: Seus punhos com um soco inglês. Dano bem baixo, mas é afetado pelo Berserk PackChainsaw: A substituta do Fist. Uma motosserra que tem o mesmo dano do Fist, mas ataca mais rapidamente.
  • Pistol: Uma pistola comum, com baixo dano e somente serve para matar os inimigos mais fracos. Basicamente é substituída pela ChaingunShotgun: A arma que você vai usar a maior parte do tempo. Bom dano, bom alcance e munição é vasta.
  • Chaingun: Basicamente uma minigun; consome bastante munição mas deixa os inimigos presos numa animação de dor, basicamente deixando alguns imóveis. Rocket Launcher: Lança foguetes altamente explosivos, com dano alto. Não atire perto de você, pois o jogador também toma dano e acaba morrendo a maioria das vezes. A munição é mais rara do jogo, portanto só use somente quando necessário.
  • Plasma Rifle: Um rifle automático futurista, que dispara bolas azuis de plasma. Dano muito alto, mas como os projéteis viajam lentamente, alguns inimigos podem desviar deles. Sua munição (Cells) não são comuns, mas não raras como a da Rocket LauncherBFG-9000: Melhor arma do jogo, somente encontrada no terceiro episódio, dispara uma bola de energia que pode destruir uma horda de inimigos de uma vez e nem mesmo os mais fortes sobrevivem. Mas consome 40 cells por disparo, então é necessário usar com sabedoria.

Na parte de Power-Ups, temos:

  • Blur Sphere: Esta esfera deixa o jogador invisível por uma certa quantidade de tempo. É mais difícil de os inimigos te acertarem. Invulnerability Sphere: Quando esta esfera é coletada, deixa o jogador imune a qualquer dano por pouco tempo. Berserk Pack: Um tipo especial de medikit que restaura sua vida a 100% (independente de quando você tinha antes) e aumenta o dano do Fist em cinco vezes o dano de antes. Dura até o final do nível. Light Amplification Visor: Ilumina o mapa inteiro por 60 segundos. Computer Area Map: Revela tudo no mapa (incluindo segredos). Dura até o final do mapa. Green and Blue Armor: Armadura do jogo, a primeira reduz o dano por 1/3, e a segunda reduz o dano pela metade.

Na parte dos inimigos, temos:

  • Zombieman: Um marine que foi possuído por espíritos malignos, é também o inimigo mais fraco do jogo. Shotgun Guy: Um outro marine possuído, mas que carrega uma shotgun e deixa uma quando morre. Um degrau acima do Zombieman mas nem tanto. Imp: Vista comum no jogo, apesar de ser mais forte que os dois acima, ainda morre com um disparo da Shotgun. Consegue disparar bolas de fogo no jogador. Demon (Pinky): Primo mais perigoso do Imp, apesar de não ter ataques a distância, corre em ziguezague em direção ao jogador e sua mordida dá um dano razoável. Muitas vezes estão juntos com inimigos comuns ou com mais Pinkies.
  • Spectre: Se você achava o Pinky ruim, essa é uma variante invisível dele, e geralmente é encontrado em lugares escuros. Golpe baixo ID. Lost Soul: Uma alma perdida, como o Pinky, só tem ataques melee. Vai ser a dor da existência de vários jogadores. Cacodemon: Monstro favorito de vários jogadores, não se engane pela aparência de almôndega voadora. Lança uma bola de energia, e tem uma quantidade considerável de pontos de vida. Baron Of Hell: Chefão do primeiro episódio (aparecem dois destes ilustres), vira um inimigo comum no segundo e terceiro episódios. Muita vida, ataca a distância e de perto e geralmente está em lugares apertados. Grande dor de cabeça.
  • Cyberdemon: Chefão do segundo episódio, tem um Lança-Foguetes que dispara três foguetes de uma vez, que podem acabar até mesmo com um Doomguy com máximo de armadura e vida bem rápido. Atire nele até que morra. Spider Mastermind: Chefona do terceiro e quarto episódios, não tem um lança foguetes, mas uma Super Minigun. Não para de atirar no jogador até que ele morra ou saia da vista dela.

Para acompanhar nossa jogatina, Doom traz uma seleção de faixas em MIDI (formato de arquivo usado na época do lançamento, especialmente em games, pois não era muito pesado e tinha uma qualidade relativamente boa), compostas por Bobby Prince, que tinha amostras de músicas de bandas como AC/DC, Metallica, Pantera e afins. Mesmo sendo de uma qualidade que muita gente reclama (não eu), essas faixas aceleram a atmosfera do jogo em conjunto com a gameplay rápida, característica do game. Foi também o primeiro FPS a conseguir implementar com sucesso o multiplayer. Mesmo contando com dois modos de jogo (Deathmatch, jogador vs. jogador, sem equipes e Cooperative, jogadores se ajudam entre si na campanha do jogo), o seu modo multiplayer deu início a tudo o que vemos hoje em vários outros FPS’s.

Em 1995, foi lançado uma versão especial, chamada The Ultimate Doom, que adicionou um novo episódio, Thy Flesh Consumed, e é o episódio mais difícil do game. O interessante sobre essa edição especial é que quem já tinha comprado Doom em 1993, somente bastava baixar um patch que transforma seu jogo em The Ultimate Doom.

Alguns jogadores (principalmente novatos) podem à princípio não gostar do início de cada episódio só com uma pistola e ficarem perdidos por causa da arquitetura de alguns níveis (que às vezes parecem labirintos, sem falar na busca de cartões coloridos necessários para terminar vários níveis), mas perto do que é Wolfenstein 3D, Doom é um passeio no parque. Além disso, Doom tem a cortesia de ter um Automap, o que ajuda bastante.

E caso o jogador ache que a gameplay está muito repetitiva, Doom ainda tem uma comunidade bem grande de modders, com sourceports e uma infinidade de mods à sua disposição. Hoje somente basta ter o wad de Doom e um sourceport avançado (GZDoom ou Zandronum) e pronto, você pode jogar com mouse look e mais uma infinidade de benefícios de games modernos, sem falar dos mods que melhoram/mudam a gameplay e/ou o jogo visualmente. Uma aventura e tanto!

Doom (1993)
Desenvolvedor: ID Software.
Lançamento: 10 de dezembro de 1993
Gênero: Tiro em primeira pessoa.
Disponível para: PS3, Xbox 360, PC.

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